quarta-feira, 12 de maio de 2010

Quando eu não estiver por aqui...

Ontem foi "um daqueles dias". 30 horas de plantão em um hospital público.
Com tanto tempo em pleno funcionamento, inevitável você se defrontar com intercorrências desagradáveis. De fato, quanto maior a exposição, maior a possibilidade de você ter que lidar com elas, a despeito dos esforços coletivos no sentido inverso. Há os momentos de descanso, é claro, em meio ao longo período. Poucos momentos. Mas ao longo dos anos, aprendemos a fazê-los valiosos. Há também os momentos agradáveis, onde você contorna com sucesso, os desafios que as doenças lhe impõem. Momentos do mais extremo prazer, ressalte-se. Até hoje, ainda não consegui prazer maior do que este.
Mas a balança de um plantão, nem sempre lhe é favorável. Com efeito, lidei com 3 intercorrências desagradáveis no período, sendo que uma delas, por volta das 4 da madrugada, que inclusive, foi contornada com sucesso.
Como se isso não bastasse, a vida que insiste em passar além da janela do hospital, reservou-me ao menos 2 problemas paralelos - externos ao já insalubre ambiente da UTI - que exigiam minha atenção imediata.
Enfim, este é o motivo pelo qual, muitas vezes, não encontro tempo para escrever para o blog. Sempre o faço de casa, nas horas de folga.
Mas ao menos um alento, a vida me reservou para o mesmo dia. Foi uma notícia feliz, que caiu como um bálsamo, um presente singelo, simbólico, talvez para muitos desprezível. Mas para mim, serviu como uma luva.
E serviu para mostrar que estou no caminho certo. Que é uma boa idéia, quando se trabalha com atividades insalubres (porém dignas e vibrantes), adotar alguma maneira saudável de aproveitar os momentos de folga. Quando optei por manter muitas atividades extra-curriculares, digamos, fazia uma opção para manter minha saúde mental, meu equilíbrio, minha alegria. Assim faço com a música, com a fotografia, com a informática, com os livros, com o cinema. Na certeza de que, mesmo com todo meu assumido amadorismo e diletantismo, algum dia, mesmo que nunca houvesse sequer almejado tanto, elas me trouxessem alguma recompensa.
Pouca. Simbólica. Talvez desprezível. Mas bem vinda.
Agora com licença, que eu mergulharei em mais 16 horas. Se der, eu mando um alô.

3 comentários:

Scylla Lage Neto disse...

Charley, gostei da foto. Fiquei só com uma dúvida pequena: a loura protagonista é de que sexo?
Abs.

Carlos Barretto  disse...

Rssss.
Era uma elegante senhora porteña, Scylla.
Abs

Carlos Barretto  disse...

Esta resposta, é para um "bunda mole" contrariado, que ainda não entendeu que seus segundos de fama já terminaram.
Esqueça que aqui vc não marca mais.
Divirta-se com a sua "macacaúba".
Bunda mole!
Xô! Passa!