segunda-feira, 5 de julho de 2010

Nada de mulher

Gostaria de saber a opinião do músico paulista Roger Rocha Moreira (para os novinhos: é o louro, segundo na imagem abaixo) sobre o pedido que a Executiva Nacional do PSDB fez, ao Tribunal Superior Eleitoral, para que seja proibida a veiculação da canção "Eu gosto é de mulher" durante todo o período da campanha política deste ano.
A curiosa decisão foi tomada por conta de três palavras que fazem parte da letra: "mulher pra presidente".
Conhecido por seu QI elevadíssimo, que faz dele um superdotado, Roger compôs a aludida canção há mais de 20 anos. Ela era a faixa de abertura do segundo LP (faz tempo...) da banda, Sexo!! (1987). Obviamente, naquela época, ninguém estava pensando numa mulher candidata à presidência da República, porque não havia, àquela altura, um nome que se apresentasse para tamanha tarefa. Aliás, vale lembrar que, após a redemocratização (acho esse termo uma piada, na experiência brasileira), a primeira eleição livre ocorreu em 1989. Em 1984, Tancredo Neves fora eleito de forma indireta. Portanto, a canção foi pensada muito antes de o brasileiro voltar a votar.
Situando a mensagem da banda em seu momento histórico, a intenção era criticar tudo que parecia arcaico, reacionário e fator de atraso, tal como a submissão da mulher ao homem. Pensar numa mulher governando a nação era a imagem mais audaciosa de um novo mundo, mas não se destinava a ninguém em especial.
Meu amigo, a coisa é simples: se formos buscar mensagens sub-liminares de cunho político-partidário, poderemos encontrá-las nas mais variadas canções, jingles e publicidades de margarina. Vai ficar difícil...

9 comentários:

Itajaí disse...

"Situando a mensagem da banda em seu momento histórico, a intenção era criticar tudo que parecia arcaico, reacionário e fator de atraso, tal como a submissão da mulher ao homem."
Tá vendo, Yúdice?! Para alguns o aludido momento histórico da composição da música não passou. Daí porque, além do incômodo que a candidata lhes provoca, pedem por via judicial que proibam a veiculação da música. Danem-se os direitos autorais do artista! Essa gente até nisso revela a cara que tem.

Scylla Lage Neto disse...

E o techno-brega "ela tá bêba, doida; tá bêba! tá doida!", entrará na campanha paraense?
Abs.

Telma Christiane disse...

E o mais engraçado nisso tudo é que o Roger DETESTA o PT, já li ele metendo o pau no Lula e no PT diversas vezes, tsc tsc tsc.
Abraços.

Scylla Lage Neto disse...

Yúdice e Itajaí, será que o tecnobrega "ela tá bêba, doida; tá bêba! tá doida!" vai ser proibido na eleição paraense?

Francisco Rocha Junior disse...

Caros,
Vamos botar os pingos nos is: não houve essa tal impugnação. Alguns jornais cometeram esta barriga baseados em uma piada de um jornal satírico carioca. Daí, a notícia foi difundida como sendo verdadeira, o que obviamente interessa muito mais à candidata da situação que ao da oposição, pelo ridículo que seria tal proposta.
Abs.

Yúdice Andrade disse...

Sou de opinião, Itajaí, que esse tipo de atitude traz mais prejuízos do que benefícios a uma campanha. Primeiro porque mostra como os caras se ocupam com bobagem. Segundo, porque se abrem a críticas sobre autoritarismo.
Sou leigo no assunto mas, se dependesse de mim, não me ocuparia disso. Talvez até fizesse piada, mostrando como estou seguro em relação ao meu candidato.

Se a tal josta for banida da campanha, Scylla, será porque ela mais prejudica do que ajuda uma candidata que já tem muito com que se preocupar.

Agradeço, Francisco, por repores a verdade. Acabamos discutindo um factoide. Mas, enfim, como não produzimos a notícia, apenas a comentamos, ficamos especialmente sujeitos a isso.

Itajaí disse...

Scylla, rsrsrsrs, eu não sei do que falas, srsrsrs, mas imagina a merda que deve ser esse tecnobrega. Cruzes!
Francisco, mais do que nunca nesses tempos vale aquela célebre advertência: bobeô, dançô!

Scylla Lage Neto disse...

Itajaí, se você desejar posso descolar a "música" em mp3.
Mas pensando bem, esqueça.
Abs.

Yúdice Andrade disse...

Itajaí, agradece a Deus por não saberes o que é a "beba doida". (Scylla, por favor, não faças isso com o nosso amigo!!!) Por aqui, não temos a mesma sorte.
Quanto ao "bobeô, dançô", não deixa de ser sintomático que o público sempre acredite nesses factoides. É que nossos políticos e seus marqueteiros já deram tantas mostras de cretinice e autoritarismo que, diante de um boato, somos naturalmente levados a acreditar.

Telma, esse detalhe tornaria a medida, caso fosse real, ainda mais tola. Outro abraço.