quarta-feira, 7 de julho de 2010

Sam Peckinpah, o Cineasta Inconveniente

Sam Peckinpah está de volta. Há muito sumido das telas de cinema, mesmo no chamado circuito de arte, o diretor norte-americano é resgatado do esquecimento pelo lançamento de dois filmes esta semana, por meio da aventura Assassinos de Elite (The Killer Elite) e Tragam-me a Cabeça de Alfredo Garcia (Bring Me the Head of Alfredo Garcia), que, para mim, resume a idéia que esse neto de cherokee tinha sobre o american way of life e a natureza destrutiva e imoral da violência na história do homem.
Peckinpah sempre teve problemas sérios na relação com os estúdios, produtores e com a crítica, que, por modos próprios, ora retalhava seus filmes, ora remontava-os à revelia ou o classificava como esteta da violência, num esforço de acomodá-lo ao mercado e a um discurso compreensivo que lhe arredondasse as arestas ideológicas, que toda a sua obra expressou sem concessões.
Sam Peckinpah encerrou sua história no México em 1984, quando sofreu um infarto do miocárdio que o fulminou aos 59 anos de idade. Mesmo depois de passados tantos anos, a obra de Peckinpah ainda é objeto de desprezo. Outro dia revi em dvd seu único filme de guerra, o clássico Cruz de Ferro (Iron Cross), e fiquei indignado com o desmazelo com que a produtora brasileira tratou a imagem do filme, amplificado na tradução porca e no escandaloso vilipêndio da língua portuguêsa no suporte às legendas.

Nenhum comentário: