segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Esperança

Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que
quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...

Poema de Mário Quintana, publicado em "Nova Antologia Poética", Editora Globo - São Paulo, 1998.
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À sombra do Vesúvio, olhando esse azul intenso do Golfo de Nápoles, depois de comemorar a chegada de 2011 com os europeus mais latinos que são os napolitanos, recebemos esse poema de um querido amigo-irmão de Belém. Compartilho esse sentimento de que a nossa Esperança é imortal. Viva!

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