O Contemporary Art Museum (CAM) da cidade de Casoria, ao sul de Nápoles, está sendo ameaçado pela máfia sediada na região. Seu diretor, Antonio Manfredi, divulgou na mídia italiana que após duas exposições sobre a Camorra, passou a receber telefonemas com ameaças de membros mafiosos à sua pessoa e ao acervo do museu.
Manfredi acusa também o governo italiano de pouco caso com o patrimônio artístico do país, consequência de um corte no orçamento da República Italiana destinado à cultura - o que, de resto, vem ocorrendo em toda a Europa, ainda imersa na crise econômica global que se iniciou em 2008.
Diante deste cenário, o diretor pediu asilo, para si e para as obras do museu, à chanceler Angela Merkel, da Alemanha. Segundo Manfredi, de toda a Europa, a Alemanha foi o único país que não cortou o orçamento destinado à cultura.
O asilo pedido pelo museu faz muito mal à imagem da Itália. Torna claro que o país não tem condições de cuidar de seu próprio patrimônio artístico, um dos maiores (senão o maior) do planeta.
O caso fez-me lembrar outra postagem do blog, do nosso caríssimo Itajaí Albuquerque, sobre a negativa da Alemanha à tentativa de repatriação do busto de Nefertiti pelo Egito. Diante das atuais condições políticas vigentes no Cairo, teria sido uma boa decisão devolver a escultura ao seu país de origem?
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