Temos, no blog, um companheiro seriamente comprometido com a criação do Estado de Carajás. Quem acompanha o Flanar sabe, já que ele não esconde de ninguém sua posição sobre o assunto e, de modo claro e democrático, já expôs o plano de viabilidade do novo Estado aqui.
Não pretendo discutir se Carajás será viável ou não, nesta postagem. Ainda nem li o material exposto pelo Val-André e, confesso, não tenho opinião formada sobre o assunto.
O que pretendo fazer é uma provocação, baseada em um tweet recentemente postado pelo deputado estadual João Salame: é legal, ético ou moralmente defensável um parlamentar, eleito pelo Pará (e, em consequência, por toda a população do Estado), defender sua divisão?
A priori, eu acho estranho. Quisesse o deputado defender sua proposta, que o fizesse em outra trincheira que não a Assembleia Legislativa do Estado do Pará, onde causa despesas ao ente público - e, consequentemente, a todos aqueles que moram no território paraense - para defender uma causa que só interessa a parte da população. Mas opinião é que nem nádega; cada um tem a sua, e eu gostaria de ler a de cada um.
5 comentários:
Caríssimo, permita-me discordar. Não sou a favor da divisão, mas não vejo porque excluir os representantes legítimos de muitos eleitores que são a favor da divisão do direito de se expressar na ALEPA. Pra começo de conversa, nem sabemos qual parcela da população é contra a divisão. Na hipótese de que a maior parte seja a favor da divisão, como ficam os deputados que são contra a divisão? Acho que a ALEPA é um lugar muito adequado para uma discussão tão importante para o povo que mora na área delimitada pelo Estado do Pará. Os deputados que defendem a divisão, foram eleitos por eleitores que a desejam, por tanto nada mais fazem do que legitimamente representá-los, assim como os separatistas Bascos, Curdos, Irlandeses, etc.
Acho que a beleza da democracia foi ter derrubado a Verdade, e no lugar dela, colocado o consenso. Acredito que o que define uma sociedade democrática é a pluralidade, o espaço pra todos, não a imposição da vontade da maioria estatística.
Enfim, cada um com a sua nádega!
Abraço,
Lucas
Querido Lucas,
Bons argumentos são para ser discutidos. Nem precisa pedir permissão para discordar de nada; basta discordar.
Sua ideia está posta. Espero que mais gente queira dar sua opinião.
Abs.
O Lucas disse tudo e mais dois tostões.
Sempre pensei, Francisco, que uma pessoa interessada em dividir o Estado não deveria candidatar-se ao governo, sendo a função parlamentar mais adequada aos seus objetivos. E eu sugeriria mandatos de deputado federal ou de senador, porque é no Congresso Nacional que se resolvem essas pautas.
Não havia pensado na situação dos deputados estaduais e, em princípio, diria o mesmo: deveriam defender os interesses do Pará uno. Mas depois de ler o texto do Lucas, penso que essa opinião está fora da realidade. Na verdade, a Assembleia Legislativa é um foro necessário para discutir as grandes questões do Estado, inclusive a sua permanência como é, além de funcionar como um degrau para quem almeja um mandato federal. Acima de tudo, o deputado estadual (supõe-se) representa uma região, que pode ter entre suas urgências, justamente, a divisão.
Em suma, pretender que um deputado estadual não trabalhe pela divisão do Estado, se ele quiser, principalmente se for essa a demanda de seus eleitores, é inevitável. E, a bem da verdade, não é algo essencialmente ruim.
PS - Ainda acho que o governador, por definição, não deve ser um separatista.
Caríssimos, estive neste fim de semana, logo após postar o comentário, em Ajuruteua, e acabo de chegar, portanto tenho que, preguiçosamente, admitir que não pude comentar nada e nem os invejo, o vento lá tava uma maravilha rs.
Sobre o comentado, o ponto do Yúdice (sobre o governador) é realmente algo a se pensar, mas peguei cinco horas de ônibus, depois de umas três de sono.
FRJ, obrigado pela sala!
Lafa, mudei de celular, precisando me manda um email.
Abraços a todos!
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