quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Habemus Ministro

Com a aprovação de Luiz Fux pelo Senado, ontem, o STF já pode dizer que tem, de fato e de direito, seu 11o ministro.

Fux ingressa no Supremo com bagagem de magistrado de longa data. A newsletter do site Migalhas diz que a ele não caberá a toga (ou a pecha) de ministro mais novo, que continuará com o muitas vezes titubeante José Antônio Toffoli, e profetiza que seu jeitão descolado, fazendo par com as tiradas irônicas do ministro Marco Aurélio Mello, fará sucesso na TV Justiça.

Agora, só falta a posse. Já há quem diga que, a exemplo de Marcela Temer no último 1o de janeiro, vai ter gente roubando a cena.

6 comentários:

Raul Reis  disse...

Diga-se de passagem Luiz Fux é o primeiro judeu a ocupar o cargo de ministro do STF. Veja materia aqui: http://www.jta.org/news/article/2011/02/10/2742926/brazils-highest-court-names-first-jew

Independentemente das qualificacoes dele ou posições politicas, vejo isso como um grande progresso para o judiciario, no que diz respeito ao laicismo estatal e a diversidade de religioes e opinioes...

Anônimo disse...

Francisco, você é um cara muito educado. Sua classificação de "titubeante" para o Dias Toffoli foi de uma sutileza elegantérrima!

Mas eu, como sou apenas um cabôclo que aprendeu a usar os talheres, digo com toda a sinceridade: desde que chegou no STF (salvo, acho, em dois julgamentos), Toffoli tem se limitado a esperar o voto do Gilmar Mendes e dizer em seguida: "voto com o meu deus Gilmar!". O despreparo do meu ex-chefe pra função é atroz!

Fux vai arejar aquela suprema corte. Não só pelo jeitão descolado, mas pela defesa do ativismo judicial, que ele já começou a fazer na sabatina da CCJ do Senado.

Francisco Rocha Junior disse...

Fux é judeu praticante, de frequentar sinagoga e tudo, Raul. Do ponto de vista do laicismo do Estado, não vejo grandes progressos. Certamente, no entanto, será um pensamento diferente sobre questões ainda em debate no STF, que mexem com sentimentos religiosos profundos.

Alan, esperar que Toffoli vá aprender no decorrer da carreira de ministro, como já vi alguns dizerem, é acreditar em Saci Pererê. Foi, certamente, a mais infeliz das escolhas do ex-presidente Lula.

Yúdice Andrade disse...

Não sabia que Fux é judeu. Esta seria uma oportunidade de questionar a laicidade do STF. Como se sentirá um judeu praticante numa corte que se comporta como declaradamente católica?
Sei que a muitos isso parecerá questão de menor importância, mas quando Fux tiver que votar questões de apelo religioso, como o abortamento de fetos anencéfalos, isso não será posto no balança pelos críticos? Se ele votar contra, vão tolerá-lo. Mas se votar sim, não o culparão por ser judeu? Aposto que tem gente de sobra para fazer isso.

Francisco Rocha Junior disse...

Yúdice,
Tem realmente gente de sobra para isso, como tem também para criticar a posição dos católicos militantes e praticantes, como o Toffoli, nos casos em que esta condição os leva a tomar determinada decisão.
Na verdade, não se pode negar que a formação pessoal do julgador entra na construção de seu convencimento. Há doutrinadores, como o alemão Robert Alexy, que falam disso melhor do que eu posso dizer.
O problema dos críticos não é serem católicos, judeus ou muçulmanos. É serem imbecis e nos tratarem como tal.

Raul Reis  disse...

O que eu quis dizer e que a presenca de um judeu praticante talvez ponha um freio a quaisquer decisoes de carater abertamente cristas ou catolicas.