quinta-feira, 10 de março de 2011

Outro moleque, aqui em Belém

Escrevi um comentário para a postagem "Quando eu era criança, lá em Belém", imediatamente anterior a esta. Ao terminar, estava me divertindo com a lembrança, então decidi compartilhá-la:

Ah, como eu me lembro! Quando criança, eu odiava a Semana Santa porque já sabia, de antemão, que seria aquele inferno: não pode isso, não pode aquilo. E eu nem era uma criança danada. Só queria brincar com meus carrinhos ou, talvez, pendurar bonecos nas árvores do quintal. Nem fazia barulho!

O almoço era sempre pirarucu no leite de coco. Sempre! Delicioso, mas eu também tinha raiva, pois minha mãe dizia ser um prato indigesto e, depois de comê-lo, não podíamos sequer olhar para baixo! Eu me perguntava por qual razão, então, alguém comia um diabo de comida daquelas!
Levei anos para fazer as pazes com o pirarucu, hoje um dos meus peixes favoritos. Sofri esses dissabores na infância, mas hoje, quando me lembro, dá vontade de rir. Não foi um trauma. É provavelmente algo de que minha filha rirá muito, daqui a algum tempo.

A lembrança em questão pode ser meio patética, mas é bom ter lembranças de infância que nos provoquem sorrisos.

3 comentários:

Paulo Santos  disse...

Que engraçado, quando criança, morando em São Paulo, meus pais reuniam amigos da terra natal para degustarem comidas como pirarucú, aquela altura não entendia como os adultos comiam algo tão mal cheiroso. Hoje um dos meus pratos preferidos .

Scylla Lage Neto disse...

Yúdice e Paulo, depois que eu descobri o pirarucu fresco, ganhei um desprezo do salgado que me conduziu de volta ao sentimento que tinha quando moleque: ô trem fedorento!
Abs.

Paulo Santos  disse...

Ambos adorariam ver a pesca do pirarucú em Mamirauá. Maravilhosa.