1º erro: perpetrado por aquela terra de ninguém chamada Assembleia Legislativa do Estado do Pará. Quando o governo anterior falou em contratar empréstimo de 366 milhões de reais junto ao BNDES, a AL tratou a questão com a habitual falta de zelo pelo interesse público, tratando de convertê-la em moeda de troca com o Executivo, para obtenção de ganhos privatizáveis, na forma das emendas parlamentares, que deveriam virar votinhos dos currais dos deputados.
2º erro: na conta da gestão Ana Júlia. Devagar quase parando durante quatro anos e inábil para articular com quem quer que fosse, não impediu que a lei autorizadora do empréstimo saísse com a cara que os deputados (de oposição, sobretudo) queriam. Impedido de usar como pretendia os vultosos recursos obtidos em pleno ano eleitoral (conveniência suspeita), o Executivo então decidiu usar o dinheiro como achasse melhor, fora das limitações legais, confiando — pela fé da mucura — que seria vencedora na ação direta de inconstitucionalidade proposta contra a dita lei.
3º erro: a cargo do governo atual, que ainda não começou nem vai começar, porque passará os próximos três anos dizendo que está "pondo ordem na casa", arrasada pela gestão anterior — argumento que também será usado para pedir a re-eleição, como forma de, finalmente, poder trabalhar. Sem descer do palanque desde o ano passado, lança ao ar afirmações escandalosas, para desgastar os adversários e ficar bem na foto, mesmo sem ter feito nada para merecer aprovação. E a imprensa — que dispensa apresentações — estampa na capa do jornal que o governo atual vai processar o anterior. Já na reportagem, o "vai" é substituído por "pode".
Enquanto isso, o paraense é o abestado que caiu dentro do cofo de caranguejos e está levando uma sova muito bem dada, com direito a um fedor insuportável.
Um comentário:
Espetacular!
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