sexta-feira, 1 de julho de 2011

Mergulho



Na sexta passada, após uma manhã inteira de palestras enfadonhas num congresso médico no Guarujá (SP), resolvi, de improviso, visitar velhas amigas: as tartarugas-do-mar, que há décadas moram na ponta da Praia das Astúrias.
O tímido sol invernal me ajudou (um pouco) a enfrentar a água congelante e após poucos minutos nadando já fui cercado por três ou quatro espécimes de razoável porte.
Permaneci durante uma hora na água, apenas curtindo o mágico momento de interação homem/mar/quelônio.
Ao deixar a praia eu carregava comigo uma sensação enorme de paz, bem semelhante àquela obtida na visita ao templo budista, relatada aqui no Flanar há poucos dias.
Fiquei imaginando como deveria ser linda essa praia há 50 ou 60 anos, antes da especulação imobiliária brutal que tomou conta do famoso balneário.
Enquanto isso, as tartarugas apenas nadam.



Praia das Astúrias; década de 1950

4 comentários:

Silvina disse...

Scylla, um único motivo te fez ir ao Guarujá semana passada - o congresso médico. No entando, tantos motivos te fizeram voltar a Belém - a paz! E ainda nos presentear com esse nostálgico, lindo e poético post.
Valeu, my dear!
Kss

Scylla Lage Neto disse...

Silvina, obrigado pelas bondosas palavras.
Aliás, PAZ é apenas uma palavra, do mar e do vento.
Kss.

Rz disse...

Olá Scylla,
Essa sua postagem e a lembrança daquela sobre os templos budistas recentemente visitados por você fizeram-me recordar outra passagem muito bela da sabedoria humana: "é no instante que surge o melhor momento".
Recordei também o fato da tartaruga ser para muitas cosmogonias, contos e lendas uma espécie de "suporte" do mundo!
Realmente, essas suas aventuras têm sido muito belas! Grata por compartilha-las conosco!
Abraço cordial, Rz

Scylla Lage Neto disse...

Bem lembrado, Rz.
As tartarugas têm um simbolismo todo especial de força, de suporte e de longevidade.
Mas, enquanto eu nadava entre elas, acho que consegui manter a mente bem vazia, pois foi uma hora que durou apenas um segundo. Algo assim como um "momento quelônio".
Obrigado e um abraço.