sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Pois é!

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Na política temos um pensador chamado Carl Schmitt que trabalhou a fundo o tema da soberania política. Mais ainda: achava que a política era uma relação entre amigos e inimigos; - e não me interessa aqui discutir se ele era o braço dos nazistas, ou coisas do tipo. Era um pensador brilhante e feroz; e, ontem, tive a impressão de revisitá-lo depois de assistir o debate sobre o Plebiscito da Divisão do Pará na Band. A impressão que tenho é que Belém é a grande inimiga do Pará. Somos os responsáveis pela miséria do Pará. Somos egoístas, somos os inimigos dos paraenses. O apelo da campanha de Duda Mendonça chega ao paroxismo quando diz: "Você aí da periferia de Belém está satisfeito com isso?!?" Engraçado, muito engraçado! Da noite para o  dia os separatistas resolveram transformar a intolerância política no mote da campanha pela separação. Nos tratam como se fossemos inimigos ferozes que habitavam o mesmo território esperando o dia do despertar do Ódio. Fiquei pasma de ver como o deputado estadual João Salame do PPS se lançou na cruzada contra a Lei Kandir como se o PPS não fosse da base aliada do PSDB. Fiquei ainda mais impressionada de ver o deputado federal Lira Maia falar das dificuldades da saúde respondendo processos em relação ao INSS de quando foi prefeito de Santarém. Eu já coordenei um campanha de Lira Maia para prefeito de Santarém: trata-se de um homem educado e gentil. Mas  ali, no debate, estava  o nosso inimigo: o inimigo de Belém. A nossa vocação autoritária volta com  toda a intensidade nesta campanha de separação. Não há republicanismo, não há representação política, não há federação. Apenas amigos e inimigos.

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Um comentário:

Lafayette Nunes disse...

No próximo debate do Plebiscito, coloca-se uma pessoa do povo de cada área pra perguntar. Deixar só Políticos não é justo, eles sempre pretendem se eleger, independentemente do tema a ser debatido. ;-)