quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

1984 - O ano que não poderemos esquecer

Os dois vídeos abaixo, são históricos. 
Em 1984, época em que a então gigante IBM iniciava sua trajetória hegemonica no nascente mercado da  microinformática, este jovem rapaz, ousado e impaciente, após ter íntimo e radical contato com a chamada contra-cultura americana (que só mais adiante entenderia os computadores pessoais como ferramentas úteis para mudar o mundo), lançava de maneira muito especial o primeiro Macintosh.

É um vídeo longo. Tem cerca de 9 minutos! Mas é um registro precioso de uma época. E vale a pena ser visto até o fim.


Nele, vemos um inacreditável Steve Jobs. Quase que totalmente careta, se compararmos com as keynotes dos mais recentes lançamentos feitos pela Apple.
Vestido em um hilariante terninho preto, com gravata borboleta, lendo a apresentação, tira da caixa o Macintosh, e, ao som da trilha sonora de Chariots of Fire (Vangelis), faz a sua primeira inicialização. Tudo com pompa e circunstância, acompanhado pelos habituais aplausos e espantos de uma platéia atenta. E possivelmente, adequadamente estimulada.
Nada poderia ser mais careta! Rsss

No segundo vídeo, uma peça publicitária premiada, antológica, parou os americanos em pleno Super Bowl. 


Dirigido por Ridley Scott e filmado na Inglaterra, o vídeo é assustador. Mas foi perfeito em vários aspectos. Impossível entendê-lo, sem contextualizar.
Aproveitando o ano de 1984, a citação ao Big Brother do livro de George Orwell é inevitável e, obviamente, adequada e proporcional às necessidades estratégicas da Apple. Jobs sabia que estava enfrentando a IBM e seus clones.
O resto, é história.

6 comentários:

Lafayette Nunes disse...

Acho-o, nesta época, tão parecido com o Federer... acho que é a genialidade e uma aparente timidez, junta com outra aparente humildade ao se apresentarem, sabendo que estão dando show.

Esta tua postagem me fez viajar aqui. Lembrei quando ganhei do velho o meu 1º "computador" pessoal. Ele já tinha me dado, em 81 ou 82, o Atari, e me deu o TK-85.

É isto aqui: http://pt.wikipedia.org/wiki/TK_85

E Encontrei isto aqui. Era assim mesmo a parada: http://chester.blog.br/tk85-html

Bons tempos!

Carlos Barretto  disse...

Boa lembrança, Lafa.

Vc foi mais avançado que eu. Só tive contato com o primeiro computador pessoal, através de meu irmão, que resolveu deixar por uns dias em casa, um velho PC 386 com Windows 3.11.
Daí em diante, meu fascínio pela microinformática se deflagrou.

Abs

Lafayette Nunes disse...

Barreto, eu teria um futuro promissor, mas "aquela coisa dava miopia", dizia a mamãe, para emputecimento do papai.

"Era coisa que tá alienando o Lafa", repetida a mamãe, todas as tias. Lembro (não sei se lembras) que passou um Fantástico ou um Globo Repórter sobre isso, e pior, não discordavam totalmente. Diziam até que fritava o cérebro.

Só sei que, mais ou menos em 84/85, saí do TK-85 e passei para um "CP 400 Color" e, logo depois, para um "CP 400 Color II".

Fui buscar no wiki, pra lembrar e olha só a "configuração" surpreendente, super-ultra-mega-power (...e, pra 84/85 ERA MESMO! rsrsrs):

-Microprocessador Motorola MC6809E, de 890 KHz a 1,8 MHz
-Memória:
-ROM: 16 KBytes (contendo o "Extended Color BASIC" ou "ECB")
-RAM: versões de 16 ou 64 KBytes
-Teclado:
--Modelo 1: "chiclete" com 55 teclas, incorporado ao gabinete
--Modelo 2: "profissional" com 59 teclas, incorporado ao gabinete
-Display: Microprocessador Motorola MC6847, 9 cores
-Modo texto (com 32 x 16 caracteres)
-Gráficos de baixa resolução (com 64 x 32 pixels)
-Gráficos de média e alta resolução (podendo chegar aos 256 x 192 pixels, 2 cores por pixel, totalizando 49.152 pontos)
-Suporte à impressora serial, joysticks analógicos, gravador de fita cassete e unidade de disco flexível (CP450)
-Porta de expansão (onde era possível conectar cartuchos com programas, jogos etc)
-Outras Portas:
--1 saída para TV colorida PAL-M, canais 3 ou 4 VHF
--1 porta serial RS-232C
--2 portas para joysticks analógicos
--1 porta para monitor RGB
--1 porta para gravador cassete
--1 porta para fonte de energia externa 110/220V
-Armazenamento Magnético:
-Gravador cassete em 1500 bauds, com controle remoto do motor
-Unidade de disquete CP450, com até dois drives de 180K, face simples.

Era PODER! rs

Lafayette Nunes disse...

Em 85/86, seu amigo aqui já fazia alguns programinhas, a maioria gráficos, caleidoscópios, tabelas de estudos.

Ah, fiz uma Tabela Periódica massa. Com tudo, peso atômica, nox, coloração pro metais, ametais etc, que ficavam piscando! Tudo numa velocidade incrível! (imagine)

Juntei-me com o irmão do meio de um amigo de infância, o Charles Salim (não sei se você, ou alguém do Flanar, ou até mesmo, leitor, saca esta família. Só gente boa).

O Charles tinha uns 2 anos a mais que eu, e era/é um gênio (gênio mesmo!). Irmão do José Tuffi, o meu amigo de infância e do Tuffizão, professor de educação física e técnico de Volei do Santa Catarina.

Eu e o Charles (mais ele, claro), chegamos ao ponto de destrinchar o TK-85, o 90 (um outro mais potente) e os CP 400 I e II. Fizemos, inclusive, um Frank desses modelos, e turbinamos (imagine a velô!!! rs) um novo que surgiu.

Chegamos ao ponto de construir uma caneta-sensor (escrevia-se numa placa e registrava na tela da TV (quer dizer, quase) e um sensor-de-massa, para instalar numa porta, por exemplo, e saber se alguém tinha passado (bastava olhar pra porta, mas tudo bem).

Lá pelos idos de 88/89/90 fui desgostando até que virei apenas usuário. Charles continuou, se especializou, formou, trabalhou com computação gráfica no Liberal, mudou-se para o Rio, trabalhou com o Hans Donner, criou sua empresa, e há tempos mora em São Paulo fazendo trabalhos digitais de última geração, inclusive partes gráficas de filmes! rsrs

...e eu virei advogado, que apanha quando o Windows trava! rerere

Carlos Barretto  disse...

INACREDITÁVEL!
Vc deve ter sido uma criança muito feliz, olha. Tem a mesma história do Antonio Fonseca, que também inaugurou seu vício na microinformática com hardware semelhante, se não o mesmo.
Lembro que a primeira vez que cheguei a pensar num PC doméstico, foi olhando a vitrine de uma loja, que exibia um vistoso Gradiente.
Não estou certo. Mas, acho que ele fazia parte de uma "arquitetura" de hardware da época, que se chamava de MSX.
Veja aqui:
http://pt.wikipedia.org/wiki/MSX
Mas era muito caro pro meu bico na época.

Abs

Lafayette Nunes disse...

Putz, Barreto, essa tua postagem tá sendo uma viagem...

Lembro deste Gradiente Expert XP-800, ou algo parecido. Um amigo do Charles levou um desses pro "laboratório" (...uma figura que o que tinha de gente boa, tinha de estranha. Era ruivo, com barba e tudo, em que pese ter uns 18 anos no máximo. Sabia tudo de eletrônica, inglês técnico e de FILMES! Aliás, este cara virou um crítico de cinema, cineasta ou ago que o valha, pois, uns anos atrás o vi num programa na Tv Cultura local falando sobre o assunto).

Mas, já era algo quase um CP. Com cabos, entradas, disquetes e tal. Não sei se tinha monitor ou se era na Tv também.

Pô, valeu!