-----------
Só com boa intenção,
o caminho do inferno.
[...] As hidrelétricas são um poderoso desafio para os amazônidas, talvez o maior do momento. Mesmo grandes barragens, porém, e ainda se considerando seus impactos mais difusos, representam ocupação de espaço muito menor de que fazendeiros ou madeireiros, por qualquer critério que se analise. O contraste entre a combatividade em relação aos maiores desmatadores e desorganizadores sociais é uma acusação, um libelo a exigir mais lucidez e resultados efetivos dos que se empenham em favor da Amazônia.
Coincidência ou não, a medida judicial que continha o avanço das empreiteiras foi suspensa no final do ano passado. Belo Monte avança para se tornar um fato consumado e irreversível, como aconteceu com o distante Jirau e Santo Antônio. Muito combatidas, neste ano poderão começar a gerar energia para grandes consumidores a mais de 1.500 quilômetros de distância. A Amazônia deverá se tornar a maior provincia de energia bruta do Brasil. Colonial as usual.
Como diz o povo, o caminho para o inferno está pontilhado de boas intenções. Elemento necessário para continuar a caminhada, nunca é a companhia da chegada. No meio do percurso é preciso agregar o elemento vital: o conhecimento. Sem ele, fala-se besteira e, ao invés de ajudar, complica-se ou leva-se bandeira da causa ao naufrágio. Rota e ofendida.[...]
--------------
JORNAL PESSOAL de Lúcio Flávio Pinto,
1ª Quinzena/Janeiro de 2012. Ed. nº 504 . Ano XXV .
Nenhum comentário:
Postar um comentário