quinta-feira, 17 de maio de 2012

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O Scylla tá levantando uma ótima polêmica com o post da campanha da Benetton. Aproveito a carona prá entrar em outro: o dos anunciantes. O poder de uma marca como a Benetton é gigantesco. Mas ela não teria o poder que tem se não fosse um grande anunciante. Não se tem ideia do que significa para um veículo um anunciante. Naquela polêmica na qual se envolveu o grupo maiorana  e o IVC, e que foi muito bem acompanhada pelo Quinta Emenda - resultando até no neologismo que Juvêncio Arruda criou, o Ivecezal -, o que estava em discussão eram os números que envolviam as relações entre agências de publicidade, anunciantes e o jornal O Liberal. Quanto maior a audiência de um veículo, maior o valor cobrado pelo anúncio feito naquele veículo; e maior o volume de anunciantes. Não é à toa que na guerra pela audiência vale tudo: de chute em imagens de santos até revelações  sobre a vida privada dos donos de veículos. O Jornal Pessoal é um caso raríssimo de veículo de informações que não tem anunciante, vive da venda do exemplar. Pela necessidade de manter o veículo é que se dá o grande atrelamento dos jornais aos governos e aos grupos econômicos. Isso explica também o silêncio da maioria dos veículos em temas como a corrupção ou a crise financeira. Sem anúncios não se vive; nem se mantém as taxas de lucro dos veículos. Daí a  polêmica sobre o fato da Grande Imprensa não poder ser considerada  "livre". Vocês querem ver isto mais abertamente? Comprem os jornais que são editados  no interior do estado. A grande maioria vive dos anúncios  dos governos - estadual e federal - e das prefeituras locais. Fica muito difícil ser oposição aos governos sem ter anunciantes. Não vamos longe. Lembram daquele jornal  Público? Ele era publicado por um grupo que se formou em Marabá. Depois foi atrelado ao governo de Ana Júlia Carepa. E acabou  no balcão da Big Ben como propaganda oficial velada(?!?). É muito complicado manter um veículo funcionando e dando lucro; muito! O tema da liberdade de expressão e do controle dos meios de comunicação passa diretamente por este agente: Anunciantes! Querem ver mais? Imaginem o que significa um deputado federal como o Wladimir Costa/PMDB ser proprietário de concessões públicas de Rádio AM e FM? Vocês não imaginam o poder desses veículos no interior do estado; e mesmo na capital. Isto pode significar uma rede de cooptação e chantagem sobre prefeitos e vereadores. Imagine  se os proprietários de rádios resolvem fazer campanhas difamatórias e perseguir grupos e candidatos. É um deus nos acuda! Estava esquecendo de citar O Paraense. Este é um jornal que é financiado pelo grupo do PSDB. Hoje ele está em formato Web, mas quando a competição eleitoral aparece: ele reaparece para arrebentar o grupo do PMDB. Isto é histórico e facilmente comprovável. O mesmo podemos dizer do Diário do Pará, que em processos eleitorais é considerado um jornal de partido. Ou seja, é preciso ter anunciantes: abertos ou velados.

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6 comentários:

André Batista disse...

Resumindo: Tudo dominado!
Ótima postagem Marisa.

Marise Rocha Morbach disse...

Ótimo é saber que você leu a postagem. Bj velho comunista(tô lendo a agenda, depois comentamos).

Carlos Barretto  disse...

Ahahahahah!
Marise, "pelamor".
Acho que vc está confundindo o André Batista, com o André Nunes.
Kkkkkk

Marise Rocha Morbach disse...

André fiz confusão sim, tava na correria de sair, e o André Nunes gosta desses assuntos. Mas você foi confundido com uma linda pessoa, da qual só fã: nada grave. Um abração e desculpe, vou tomar mais cuidado da próxima vez.Obrigado pelo comentário!

Lafayette Nunes disse...

Marise, estamos aguardando, roendo todas as unhas, sua resenha acerca do "A Agenda...".

Adianto, sem qualquer influência e importância, que é um dos 10 melhores livros que já li, nesta minha parca vida.

Marise Rocha Morbach disse...

Poxa Lafayette agora fiquei com medo, rsrsrs. Será um prazer, quero fazer isso com calma; mais uma viagem ao Marajó e fecho o cerco, rsrsrs. Bjs em pai e filho.