domingo, 13 de maio de 2012

A mais bela de todas as paisagens



Eu costumo dizer que tive a maior sorte do mundo por ter tido duas mães: Alcinda, minha mãe, e Nair, mãe de Alcinda,  a quem meus irmãos e eu chamávamos de mamãe. As duas se foram num espaço de dois anos. Hoje vivem apenas em mim.
Há alguns anos, ouvi a canção deste vídeo (aqui em versão original dos anos 60) num belíssimo filme do diretor belga Jaco Van Dormael, Le Huitième Jour (1996). No realismo fantástico da história, o cantor basco Luis Mariano (1914-1970)  é um personagem nas fantasias de Georges - um rapaz que também perdeu a mãe. A letra ( que está abaixo, e que me arrisquei a traduzir) é um achado, principalmente quando diz que os cabelos brancos da mãe é a mais bela paisagem que nós,  globetrotters, já vimos. Este post, então, é dedicado a todas as mulheres que tiveram a suprema coragem de serem mães - e em especial aos meus dois anjos que continuam a me guiar pela vida à fora.


Maman , la plus belle du monde

Mamãe, bonita mamãe,
Mamãe, tu és a mais bela do mundo
Ninguém à volta é mais bela
Para mim, tu tens, confesso que é estranho,
O rosto de um anjo do paraíso

Em todas as minhas viagens
Eu vi tantas paisagens
Mas nenhuma se iguala
A dos teus lindos cabelos brancos

Tu és, mamãe, a mais bela do mundo
E minha alegria é profunda
Quando tu colocas, mamãe, teu braço no meu braço.

Tu és, mamãe, a mais bela do mundo
Porque tanto amor inunda teus belos olhos
Para ti, é verdade, eu sou, apesar da minha
idade, ainda aquele garoto inteligente dos dias felizes

Eu tive sonhos
onde vivia amores eternos
Mas os sonhos acabaram
E para mim, somente tu ficastes

Tu és, mamãe, a mais bela do mundo
E quando tudo desmorona em torno de mim
Mamãe, tu estás aqui.

Maman, la plus belle du monde
Maman, Maman jolie
Maman tu es la plus belle du monde
Aucune autre à la ronde n'est plus jolie
Tu as pour moi, avoue que c'est étrange
Le visage d'un ange du paradis

Dans tous mes voyages
J'ai vu des paysages
Mais rien ne vaut l'image
De tes beaux cheveux blancs

Tu es, Maman, la plus belle du monde
Et ma joie est profonde
Lorsqu'à mon bras
Maman, tu mets ton bras

Maman tu es la plus belle du monde
Car tant d'amour inonde tes jolis yeux
Pour toi, c'est vrai, je suis malgré mon âge
Le petit enfant sage des jours heureux

J'avais fait des rêves
Où l'on m'aimait sans trève
Mais les rêves s'achèvent
Et toi seule m'est restée

Maman tu est la plus belle du monde
Et lorsque tout s'effondre autour de moi
Maman, toi tu es là

Um comentário:

Silvina disse...

Caramba, carambissima!
Eu, como mae e como filha, fiquei mais que emocionada com a beleza da poesia e da interpretação dessa música.
Sinto-me mais feliz depois que vi e ouvi o Flanar hoje.