terça-feira, 19 de junho de 2012

O buraco é mais embaixo

O clube social mais elitista da cidade deu vexame com falta de energia elétrica em suas dependências, no último final de semana, com o detalhe de que havia um evento acontecendo lá. Como era o clube que é, o administrador judicial da Rede Celpa tratou de se coçar. Mas a pressa para contentar os "ricos" da cidade não esconde um problema muito mais grave.
No último dia 14, a ex-governadora Ana Júlia Carepa publicou uma irônica postagem em seu blog, acerca da inauguração de um conjunto habitacional no Município de Mocajuba, inaugurado agora, mas que teria sido feito à razão de 98% na gestão anterior. Motivo de não ter sido entregue antes? A Rede Celpa não ligara a energia.
Por fim, conta-me uma amiga que ela e o marido compraram uma sala no Urbe Office, elegante edifício comercial recentemente entregue, ali na Serzedêlo Corrêa com Rua dos Mundurucus, em Batista Campos. Há alguns dias, na reunião de instalação do condomínio, a construtora esclareceu que houve atraso na entrega por um motivo. Adivinham qual? Falta de energia. A Rede Celpa não teve, por algum tempo, como produzir a energia necessária para suprir a nova demanda.
Sintomas. Sintomas de que, a qualquer momento, poderemos estar totalmente às escuras ou viver no acende-apaga muito mais do que hoje. E sem chance de indenização pelos prejuízos, já que nossos créditos seriam quirografários. A cidade está crescendo e a todo momento surgem novos espigões, a demandar energia, assim como estabelecimentos econômicos. Como manter tudo funcionando? A solução, claro, já foi proposta e se encontra "em estudo" perante a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL): aumento da tarifa para o consumidor.
Quem mais poderia bancar essa fatura?
Com o detalhe que se estará pagando mais caro por um serviço cada vez pior. Ou serviço nenhum, Deus nos livre.

3 comentários:

Marise Rocha Morbach disse...

Yúdice esse é um problema real em Belém e no Pará. A coisa é séria e grave.Um dia desses ficamos a ver navios por horas. Mas que Estado é este nosso? Cidadãos apáticos diante da gravidade dos fatos. Isso é só o começo; tenho prá mim que esse vai ser o grande trunfo de Belo Monte. Que belo monte de merda é tudo isso!

Yúdice Andrade disse...

Este assunto é uma das maiores crônicas de uma morte anunciada que conhecemos. Quando houve a privatização, todos os avisos foram dados pela própria categoria profissional. No fim, tudo se confirmou. E nós pagaremos as duas contas: a fatura e o prejuízo.

Marise Rocha Morbach disse...

Bem lembrado Yúdice; é uma morte anunciada. Mas por aqui temos uma certa preferência por isso.