quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Eliminando a palavra

O editor-chefe do  DeMorgen, Wouter Verschelden, anunciou hoje, numa entrevista na TV, que a partir de amanhã o maior jornal flamengo deixa de usar a palavra allochtoon - em português, alóctone - um termo composto que vem do grego: allos (outros) + khton (terra), o que não é originário da região onde mora,  e antônimo de autóctone, nativo, originário do lugar onde vive.
Na edição de amanhã, o jornal explicará essa decisão, mas hoje na TV e  no site, se antecipou alguns argumentos. "Nós devemos reconhecer que allochtoon é uma maneira prática de classificar uma importante minoria no nosso país e certamente nas cidades. Tão prática que chega a ser um fenômeno linguístico único: em inglês e em francês essa terminologia simplesmente não existe. Não que França ou Reino Unido não tenha grandes problemas sociais com minorias etnico-religiosas, mas somente nunca essas minorias foram nominadas ou  colocadas sob o mesmo termo ou expressão", explicou o jornalista.
O interessante é a charge usada pelo próprio jornal para ilustrar o anúncio da decisão (acima). Diz o leitor do jornal: "Resolvido! Não há mais nenhum allochtoon nas celas das prisões".
 Mais uma vez, o cartunista Zak se firma como um dos meus favoritos. Como a gente diz no Brasil, tirou da minha boca o que eu penso.  Basta ver as estatísticas belgas: as taxas de desemprego, baixa escolaridade, condições de vida abaixo da linha da pobreza, ctiminalidade  etc são sempre maiores  quando se trata de allochtonen.
Eliminar a palavra não muda a realidade. Mas, enfim, quero ainda ler melhor o que o jornalão argumenta. Isso ainda vai gerar muita conversa. 

3 comentários:

Scylla Lage Neto disse...

Edvan, Zak é o cara!
Um abraço.

Andrea filha do Pedro do Fusca disse...

Como você diz, as estatisticas belgas retratam a realidade... nao adianta nada mudar de nome.

Mudando de assunto, vamos comer uma maniçoba (congelada, mas boa)e um açai (congelado, mas com a validade vencida :)) pelo Cirio. Se quiser dar uma volta por Namur, ficarei feliz em te conhecer assim que a familia.

Um Abraço

Edvan Feitosa Coutinho disse...

Oi Andrea, desculpa a demora em responder e publicar, mas a vida anda corrida. Vc sabe como é aqui. Sim, vamos nos ver. Qual o seu e-mail? Abs.