terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Tudo junto e misturado


Eu vou e volto. Ah, já me habituei a isso. E tenho prazer nisso. Assim que ...volto ao que um dia foi Deir Amar. Foi, pra meu avô paterno, Hassen. Para nós, Salinas. Voltei até lá este ano. Uma mistura rara de prazer e raiva. Perdi as contas de quantas férias passei com meu avô ali. Ele dizia que era muito parecida com sua cidade natal no Líbano, e por isso chegou a morar ali cerca de dez anos, se minha memória não me trai. Em 2013, a praia da Corvina se revelou o lugar do prazer para nossa família. Areia alvinha; mar gostoso; brisa incorrigível; sem disputas de sons ou perigo de carros atropelarem a quem quer que seja. Caranguejo no toc-toc, sem frescuras. Mas a cidade... ah, as cidades... ali estava ela a nos colocar os pés na realidade fatídica. A falta de paciência com os idosos na fila do banco é um trágico sintoma da... modernidade? Não, da falta de consciência e de solidariedade. A falta de estacionamento numa “puta” Yamada. Onde estão os órgãos reguladores que não colocam cada um em seu devido lugar, quando estes fingem não sabê-lo? Casas originais, que me embebedam de nostalgia, vão abaixo e produzem uma tristeza indizível no meu peito falido. To ficando velha? Ah! Não importa! Importa a beleza da vida! A graça do bate-papo com os vizinhos. Os azulejos com imagens religiosas. A caminhada sem temor de um bate-carteira. Saudamos 2013. Que ele venha feito São Jorge, vestido com suas roupas e armas, a abrir nosso peito. O ano é regido por ele. Nenhuma alusão à novela [PelaAmorDeDeus]

2 comentários:

Geraldo Roger Normando Jr disse...

Abrir peito? Tô nessa... Onde é mesmo, hein!???

Erika Morhy disse...

hahaha Roger, eu sei que é difícil se desapegar. Eu, por exemplo, se vejo uma vírgula fora do lugar ou noto uma informação distorcida, já me tremo todinha. Mas, força, amigo, força! rs