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Já com o diagnóstico de câncer terminal, Juvêncio de Arruda postou no Quinta Emenda uma nota que começava assim: Lúcio Flávio Pinto tem razão. Isto foi em sete de julho de 2009. Juvêncio de Arruda morre em 13/07/2009. O editor do 5ª Emenda havia travado seu derradeiro combate. Pois é, durante o tempo de existência do 5ª Emenda, discutíamos, Juvêncio e eu, sobre a torpeza com a qual era tratado o trabalho jornalístico de Lúcio Flávio Pinto, em Belém. Por aqui, todo e qualquer gesto do jornalista para se defender do poderio dos Maioranas, e dos grileiros e juízes corruptos, ou reacionários, era tratado como inveja, dor de cotovelo, e ausência de razão. Seria Lúcio Flávio Pinto um louco? Seriam "os votos de pobreza" de Lúcio Flávio Pinto, um sintoma de demência? Seria a luta de Lúcio Flávio Pinto contra os imbecis, o sintoma maior de sua demência? Ouvi de gente intelectualizada, coisas impressionantes sobre as atitudes de Lúcio Flávio Pinto. Ouvi de pessoas atingidas por sua caneta implacável, coisas terríveis e tolas. Por que Lúcio Flávio Pinto não foi morar nos EUA? Lá ele viveria bem! Lá a Imprensa é livre! Lá ele seria respeitado e viveria com mais folga......e por aí vai. Na feudal Belém, coragem e lucidez são artigos escassos. As bravatas são muitas; a coragem? Rarefeita. Penso que este componente do caráter de Lúcio Flávio Pinto incomoda muita gente;e causa uma certa repulsa naqueles acostumados a lamber botas; e a não dar limites em suas convicções de que ficar rico é o grande barato desta vida; seja por que meios forem. Lúcio Flávio Pinto é apenas um homem comum diante de uma máquina de moer aos moldes kafkanianos. Mas, parece que a sua condição de homem comum é o que lhe impulsiona. Eu o admiro; e muito. Tenho nele um porto e uma salvaguarda das informações que julgo democráticas e cidadãs. Ouvi, uma certa vez, de eminente autoridade petista, que "nós respeitamos o Lúcio Flávio Pinto pelo tempo e pela coragem com que ele leva o Jornal Pessoal; mas ele não está sempre com a razão!". Desliguei o telefone e pensei: "quem pode estar sempre com a razão?" Daí deduzi que a tal razão de que falava o eminente petista, nada mais era do que o fim das convicções daquele sujeito. E que diante do pragmatismo político que rege a orquestra paraense, ele havia decidido que a nossa trilha sonora seria a de sempre: Uma marcha fúnebre na qual dizemos adeus aos preceitos de cidadania e democratização. Lúcio Flávio trouxe, nesta última edição, uma matéria para lá de instigante sobre o modo petista de gestão. Sob o título de A nova safra de bilionários: um produto da gestão do PT, ele revela os caminhos que são adotados na "ascensão súbita e exponencial desses ricaços,..." Gostaria de poder lê-la ao eminente petista; mas não será possível.....De qualquer forma, e a cada dia que passa, entendo mais da comovente decisão de Lúcio Flávio Pinto em resistir contra a burrice, os desmandos, e a violência, que grassam neste Pará. Ele é um ser kafkaniano: a única maneira que ele encontrou para continuar vivo foi denunciar os horrores cometidos pelas elites brutais que aqui existem.
Já com o diagnóstico de câncer terminal, Juvêncio de Arruda postou no Quinta Emenda uma nota que começava assim: Lúcio Flávio Pinto tem razão. Isto foi em sete de julho de 2009. Juvêncio de Arruda morre em 13/07/2009. O editor do 5ª Emenda havia travado seu derradeiro combate. Pois é, durante o tempo de existência do 5ª Emenda, discutíamos, Juvêncio e eu, sobre a torpeza com a qual era tratado o trabalho jornalístico de Lúcio Flávio Pinto, em Belém. Por aqui, todo e qualquer gesto do jornalista para se defender do poderio dos Maioranas, e dos grileiros e juízes corruptos, ou reacionários, era tratado como inveja, dor de cotovelo, e ausência de razão. Seria Lúcio Flávio Pinto um louco? Seriam "os votos de pobreza" de Lúcio Flávio Pinto, um sintoma de demência? Seria a luta de Lúcio Flávio Pinto contra os imbecis, o sintoma maior de sua demência? Ouvi de gente intelectualizada, coisas impressionantes sobre as atitudes de Lúcio Flávio Pinto. Ouvi de pessoas atingidas por sua caneta implacável, coisas terríveis e tolas. Por que Lúcio Flávio Pinto não foi morar nos EUA? Lá ele viveria bem! Lá a Imprensa é livre! Lá ele seria respeitado e viveria com mais folga......e por aí vai. Na feudal Belém, coragem e lucidez são artigos escassos. As bravatas são muitas; a coragem? Rarefeita. Penso que este componente do caráter de Lúcio Flávio Pinto incomoda muita gente;e causa uma certa repulsa naqueles acostumados a lamber botas; e a não dar limites em suas convicções de que ficar rico é o grande barato desta vida; seja por que meios forem. Lúcio Flávio Pinto é apenas um homem comum diante de uma máquina de moer aos moldes kafkanianos. Mas, parece que a sua condição de homem comum é o que lhe impulsiona. Eu o admiro; e muito. Tenho nele um porto e uma salvaguarda das informações que julgo democráticas e cidadãs. Ouvi, uma certa vez, de eminente autoridade petista, que "nós respeitamos o Lúcio Flávio Pinto pelo tempo e pela coragem com que ele leva o Jornal Pessoal; mas ele não está sempre com a razão!". Desliguei o telefone e pensei: "quem pode estar sempre com a razão?" Daí deduzi que a tal razão de que falava o eminente petista, nada mais era do que o fim das convicções daquele sujeito. E que diante do pragmatismo político que rege a orquestra paraense, ele havia decidido que a nossa trilha sonora seria a de sempre: Uma marcha fúnebre na qual dizemos adeus aos preceitos de cidadania e democratização. Lúcio Flávio trouxe, nesta última edição, uma matéria para lá de instigante sobre o modo petista de gestão. Sob o título de A nova safra de bilionários: um produto da gestão do PT, ele revela os caminhos que são adotados na "ascensão súbita e exponencial desses ricaços,..." Gostaria de poder lê-la ao eminente petista; mas não será possível.....De qualquer forma, e a cada dia que passa, entendo mais da comovente decisão de Lúcio Flávio Pinto em resistir contra a burrice, os desmandos, e a violência, que grassam neste Pará. Ele é um ser kafkaniano: a única maneira que ele encontrou para continuar vivo foi denunciar os horrores cometidos pelas elites brutais que aqui existem.
6 comentários:
Jornal Pessoal; nº 530; Fevereiro de 2013; 1ª Quinzena; ANO XXVI.
Marise, que saudade dos rabiscos do Juca! Não tenho conhecimento que o Lucio publicou alguma coisa contra eu e voce, isto é sinal que não fazemos liberalidades nem barbalhidades. Espero que o Lucio tenha ainda o reconhecimento de todos ainda em vida. Um forte abraço.
Todo apoio ao Lúcio
Post excelente!
Lembro da postagem. Lembro que era importante ela ter sido feita. Lembro da minha esperança.
Marise Morbach
Obrigado, Marise e demais amigos. Este espaço democrático me permite relembrar os tempos de universitário em São Paulo. Lá na Sociologia e Política éramos de vez em quando chamados para enfrentar a "direita" em debates memoráveis no campus da USP. Havia "direitistas" de excelente formação. Contra eles não se podia apenas usar slogans e clichês cunhados sob a bênção metafísica do progresso, do "progressismo". Era preciso conhecimento, aquela "sustância" do caboco. A "esquerda" tinha excelentes militantes, cuja militância só permitia leituras apressadas, sem aprofundamento. Além disso, suas leituras eram sectárias, tendentes ao dogma. Jornalista desde a tenra idade, me viciei em ser escravo dos fatos e da verdade. Daí que só dizia que fulano era "direitista" se pudesse mostrar em que aspectos seu pensamento ou sua prática o caracterizavam como tal. Prova da verdade é a demonstração, uma construção com a argamassa de fatos e lógica. Por isso, éramos chamados para enfrentar essa "direita" ilustrada, produto de gerações de elites bem alimentadas e bem vividas. Tudo isto para dizer que não existe a verdade absoluta, A verdade. Às vezes acerto, às vezes erro. Mas estou em praça pública, à disposição para o teste da demonstração.A coisa é bem simples: é só crescer e aparecer.Ir pra praça e dialogar ou duelar. Sempre visando o bom combate. A Amazônia oferece a rara oportunidade de bons combates. Pena que a praça esteja vazia e os bares, lotados. Beijo. Lúcio Flávio Pinto
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