sábado, 9 de março de 2013

Um Borges, no sábado

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limites



Há uma linha de Verlaine que não voltarei a lembrar.

Há uma rua próxima proibida a meus passos,
há um espelho que me fitou pela última vez,
há uma porta que fechei até o fim do mundo.
Entre os livros de minha biblioteca(posso vê-los agora)
há um que não mais abrirei.
Neste verão farei cinquenta anos;
a morte me desgasta, incessante.

(De Inscripciones, de Julio Platero, Montevidéu, 1923.)



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Um comentário:

Marise Rocha Morbach disse...

O fazedor(1960), de Jorge Luis Borges. Para mim, de longe, nesta miscelânea de textos, estão "as melhores coisas" de Borges.