segunda-feira, 20 de maio de 2013

Inside Bowie

Fotos: Edvan FCoutinho

2013. De tudo o que aconteceu ou ainda possa acontecer neste ano, poucos eventos culturais se sobreporão à histórica exposição Bowie is no Victoria & Albert Museum, em London. Não foi à toa que os 42 mil ingressos foram vendidos em pouquíssimo tempo, estabelecendo um recorde nas exposições do respeitado V&A. Passamos horas na internet até conseguir um ingresso do tipo combi-ticket para uma outra exposição, mas mesmo esse meio está esgotado.

No quarto de David Robert Jones


 Foto: do site Kaltblut Magazine
A primeira parte da exposição é mesmo um mergulho na gênese de Bowie: o que ele escutava, o que ele lia, o que ele fezia, as pessoas que contribuiram para os primeiros passos. A instalação que mistura objetos e projeções de vídeo nos dá a sensação de estar no quarto de Bowie, ou melhor,  do ainda David Robert Jones.Já nesse espaço, a gente se impressiona com a qualidade do equipamento de áudio individual que cada visitante recebe. Basta chegar perto de um display de vídeo para ter o áudio claro no seu fone de ouvido.

Uma olhada no guarda-roupa de Bowie



 Foto: V&A Museum

Cartas, desenhos, livros, letras originais, instrumentos musicais. Tudo vai formando um quadro da obra de Bowie, entremeado por vídeos, fragmentos de áudio. Claro que a exposição dos  figurinos nos transporta no tempo e nos deixa de cara com os famosos modelitos de Ziggy Stardust e até diante daquela discreta extravagância dos casacos feitos por Alexander McQueen para Bowie  nos anos 1990.

Mergulho na tela e na  platéia


Foto: V&A Musem

Um espaço especial na exposição mostra trechos de alguns filmes de Bowie ator. Senti falta do super cult The Hunger (chamado de Fome de Viver, no Brasil), de 1983, onde ele fazia par vampiresco com Catherine Deneuve. Mas, na exposição estão trechos de clássicos como Merry Christmas, Mr. Lauwrence (do mestre Nagisa Oshima, de 1983) e Labyrinth, de 1986, e ainda descobertas, como The Prestige, filme feito em 2006, por Christopher Nolan.
A parte final da exposição é um mergulho nas performances live de Bowie, entre os anos 70 e 90, o período mais fértil dele. O apuro técnico impressiona: a tela - dois imensos paredões -  se divide e se unifica em diversos momentos, a qualidade sonora nos fones de ouvido nos transporte às platéias de shows entre os anos 70 e 90, o período mais fértil dele. Mas, a exposição tem um pé nos tempos atuais. Em várias partes, se mostra o processo de criação do novo álbum. The Next Day, lançado em março passado, com letras, arranjos e depoimentos dos colaboradores da mais mais recente obra bowiana. Bem, para quem ver mais, recomendo um belo depoimento em vídeo da jornalista cultural Sarah Crompton para a série I've just seen, do jornal inglês The Telegraph; Além, claro do inside exhibition próprio site do Victoria & Albert Musem.

2 comentários:

Marise Rocha Morbach disse...

Belo guarda-roupa. Belo ser. Bonito, este tal de David Bowie!

Edvan Feitosa Coutinho disse...

Marise, um detalhe que não está na exposição, mas que consta das biografias do nosso David. Nos anos 80, se não me engano, a rainha quis conceder a ele o título de Sir (que Paul MacCartney, Elton John, entre outros aceitaram de bom grado). Resposta de Bowie: NO, thank you.