terça-feira, 30 de julho de 2013

Let there be beer!


Mesmo para os que não bebem cerveja (como eu), o lançamento da marca AC/DC no Brasil, na próxima sexta (02/08), promete sacudir as prateleiras.
A lata é muito bonita e certamente ficará muito bem ao lado de uma Duff em qualquer bar com pretensões "off the mainstream".
Para os mais afobados, a pré-venda já começou no site AC/DC Brasil Store.
Let it roll!

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Os fantásticos livros voadores



Começar a semana assistindo ao premiado curta-metragem The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore, vencedor do Oscar em 2012, é um irresistível convite ao onírico.

domingo, 28 de julho de 2013

Daí que...

Daí que ela saiu de manhã de casa. Sim, esse detalhe faz diferença para quem tem a vida noturna como seu dia. Daí que ela saiu ao som de um duo dramático; melancólico. A poesia encaminhava aquela mulher a seu cotidiano e a seus desejos mórbidos. Caminhava quase por outros caminhos, no ensurdecer de um trânsito sempre desagradável. Agradava a dor tida e a não-tida também; talvez mais ainda. O descontexto, em toda sua dualidade, logo aterrissava num plano iluminado por outras cores, outros cheiros, outra gente, diferente da que parecia representada nos afetos daquele duo. Na sua leviandade irreversível, ela saltou com gosto. Vez ou outra, ela interrompe seu contemplar com a beleza e a feiúra do arredor que, ao mesmo tempo, lhe estimula e apavora e a confunde. Os detalhes delicados de prédios abandonados; o grotesco de estruturas conservadas. Gente em duvidoso estado de conservação se dedicando aos mais saborosos sabores que seus lábios já provaram. Gente num esforço de alimentar barrigas e fantasias. Gente atravessada pelo ladrão-de-galinha, que apanha e vomita o ouro alheio ostentado em praça pública. Um homem moribundo matiza o rio com seu mijo bêbado. Tudo pertencia a ela. Ela reconhecia tudo e já pouco lembrava das emoções provocadas pelo som dramático e melancólico que lhe acompanhou até ali. Já a meio caminho andado, ela pensou em convidar alguém para lhe fazer companhia naquela manhã; e para que ela servisse de companhia também. Seu círculo de amizades talvez acreditasse que ela não precisava de ninguém mais e abdicava de convidar aquela personagem? Não convidou ninguém. Ela investia afeto naquela solidão. Gozo. Foi ao encontro de suas metas da manhã cheia de sol. Parte delas estava fechada em si. Outra parte estava falante, ofegante e expressava seus sentimentos por ela. E ela se inquietava com tanta doação. Queria oferecer algo que aquela gente rejeitava, no texto do carinho, no argumento do amor. Daí que ela sempre se metia em confusões. De noite ou de dia. Com ou sem frases feitas.

sábado, 27 de julho de 2013

É hoje: rock na jugular

Para os amantes do velho e bom rock, um duelo de bandas cover, hoje (27 de julho), no Studio Pub. Vale conferir. Um lembrete especial: Ontem Jagger fez 70 anos e os fãs estão ardorosamente esperando o parabéns. 
É o bom rock na terra da Gaby, ela lá e eles aqui...

O grande bis de Gaby Amarantos



O Sfinks Mixed Festival, em Antuérpia, Bélgica, acaba de anunciar que Gaby Amarantos volta ao palco do festival hoje à noite em horário nobre, 21 h. Ontem, ela se apresentou no Sfinks às 18 horas, como uma estreante, mas abalou o festival. Sortuda, Gaby, que teria um dia de descanso hoje, foi chamada para substituir,  hoje à noite, um grupo cubano que não conseguiu chegar à Bélgica. No anúncio do festival, os organizadores dizem que "ela causou furor ontem com uma apresentação de tirar o fôlego e assim estamos contentes de tê-la de volta".


sexta-feira, 26 de julho de 2013

Ela chegou lá, ou melhor, aqui

Semana passada ela estava no Central Park in NY. Ontem , estava no Barbican Centre, em London, com resenha no jornal The Guadian. Hoje, ela sobe ao palco do simpático Festival Sfinks, em Boechout, em Antuérpia, considerado a vitrine de novidades entre os mais de 250 festivais de música na Bélgica - muita gente que passa por lá volta em outros festivais nos anos seguintes.
Gaby Amarantos tem tudo para fechar a mini-turnê internacional hoje na Europa com novos convites para o ano que vem. Tomara!

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Mistérios da meia noite

Apreciei a lua cheia de ontem, aqui em Belém, com minha pequena cidadã e prontamente lembrei deste tema que fez parte da trilha sonora da inesquecível novela Roque Santeiro. Quem sabe não consigo revê-la em Buenos Aires? Sim, porque as novelas brasileiras, pra variar, fazem sucesso por lá. Por agora, é Caminho das Índias que rola. Mas vai que...

Fica meu bom dia como simbólico parabéns ao colega Roger. Que tenha ainda muitos anivsários e dias felizes para comemorar.

Cinquenta anos




Cinquenta anos são bodas de sangue
Casei com inconstância e o prazer
Perdoo a todos
não peço desculpas
Foi isso que eu quis viver
Acolho o futuro de braços abertos
Citando cartola:
- eu fiz o que pude
Aos cinquenta anos
Insisto na juventude.
Cristovão Bastos/Aldir Blanc

Vim aqui prestar contas - como refém dessa poesia de Aldir Blanc.

Ontem estava lendo o dia pelo buraco da agulha quando inclinei a cabeça para marcar a distância entre mim e o Sol, tal como fez Aristarco, antes de Cristo nascer. Eu sentado defronte ao Atlântico, finzinho de tarde, propus-me apenas desafiar esse astrônomo grego. Foi aí que o Febo nas águas ecoou seu espelho e me fez parecer estar a uns 10 metros dali conforme meu astrolábio. Ele foi-se em seguida, a leste do horizonte da Praia do Farol Velho – Salinas, sem deixar pegadas.

Febo mergulhou no mar e pôs fim à praia, ao dia, ao meu último dia. Eu recuei para dentro do próprio umbigo, a mercê de marcar o tempo no pulso. Quando dei por mim já era quase noite e tinha perdido o tic-tac das horas.

O lusco dourado havia talhado aquele fim de tarde de domingo em minha memória e ali seria (ou foi) o último pôr-do-sol antes de eu completar idade nova (como a praia fica solitária sem aquela bola de fogo alumiando o dia, exclamei). Depois, amiúde, vem uma segunda turma que se delicia com a noite. Nada, porém, substitui aquela imagem no horizonte, que parece tornar finito o que não tem fim, todos os dias, desde quando a terra guardava os desenhos ptolomaicos.

Foi aí que baixei a cabeça para voltar a ler pelo buraco da agulha o que havia se passado naquela estranha rotina da natureza, após ter vivido mais de 172.500 pores-de-sol. Li com meu olho esquerdo, pelo lado de dentro, e fui capaz de tecer, com muitas falhas, o que se passou na minha alma: De poucos acertos/De erros sem fim/ Eu tropecei tanto as tontas/ Que acabei chegando no fundo de mim. Com o olho direito, pelo lado de fora, fui capaz de ver só aquele pôr-do-sol. Chegava, verdadeiramente, ao fundo de mim.

Quando cheguei em casa, recolhido no meu velho calção de banho, já na cinza das horas, os irmãos me receberam pela idade e minha mãe pelo espanto. Ela franziu a testa e esbugalhou os olhos: 50 anos? A mão parou de tremer e a terra parou de gemer naquele segundo fotográfico. Depois dei as mãos aos filhos e ganhei um beijo da minha menina. Esse é o fundo de mim e tenho cá nas ideias que a fugacidade dos minutos só pode ser lembrada se escrevermos. Eis eu aqui - então eu -, como formiguinha, carregando cada letra para juntar palavras para tornar frase esse momento. 
Quando o escurão invadiu a noite, logo me acheguei ao travesseiro e procurei olhar para trás de modo a fazer uma leitura de (quase) tudo, ao silêncio daquele pôr-do-sol. Impossível. Descubro, enfim, que o filme da vida não quer despedida. Foi uma noite em Blanc para chegar a este final. Foi duro tentar ser o que não sei.

Cicatriz

Imagem: Scylla Lage Neto - Flickr

"Ninguém venha me dar vida,
que estou morrendo de amor,
que estou feliz de morrer,
que não tenho mal nem dor,
que estou de sonho ferido,
que não me quero curar,
que estou deixando de ser,
e não quero me encontrar,
que estou dentro de um navio,
que sei que vai naufragar,

já não falo e ainda sorrio,
porque está perto de mim
o dono verde do mar
que busquei desde o começo,
e estava apenas no fim.

Corações, por que chorais?
Preparai meu arremesso
para as algas e os corais.

Fim ditoso, hora feliz:
guardai meu amor sem preço,
que só quis quem não me quis"

domingo, 21 de julho de 2013

Outubro, 2013


A julgar pelo eletrizante trailer exibido na Comic Con de San Diego, a quarta temporada de The Walking Dead vem para romper os crânios.
O reinado dos zumbis continua!

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Adeus, TIM!



Falar mal das operadoras de telefonia celular brasileiras é tão corriqueiro que se torna no mínimo demodé.
Não posso, no entanto, deixar de compartilhar aqui no FLANAR o meu júbilo por ter me livrado ontem de uma "extorsão" praticada pela TIM, que já durava 45 dias.
Tudo começou com a cobrança de um suposto débito referente à fatura de maio, que acabou por me tomar horas no telefone, gerando três períodos de bloqueio do meu aparelho que me tiraram do ar por 15 dias, além de várias idas à loja da TIM.
A conta, que havia sido paga no vencimento, em dinheiro e no banco, foi escaneada e enviada pela própria loja por pelo menos três vezes, e mesmo assim o "débito" continuava no sistema.
Enfim, finalmente pude ter o telefone funcionando, e 30 minutos depois já havia trocado de operadora.
Qual a moral da história?
Um país como o nosso, que tem as agências reguladoras coniventes com o "telecrime", provavelmente é controlado pelo crime em todos os setores de atividade. Todos!
Quando vemos notícias tipo "A Claro foi multada em 22 milhões pela ANATEL", não podemos entender como "A Claro pagou 22 milhões à ANATEL", porque tal jamais acontecerá. Os advogados bem o sabem.
De qualquer modo estou feliz pelo mero fato de estar livre para escolher por qual operadora serei enganado. 
TIM, R.I.P.!

terça-feira, 16 de julho de 2013

Os mortos andantes


Os seguidores das transformações físicas e mentais de Rick Grimes e sua turma já podem se deleitar com os cartazes da quarta temporada da série televisiva americana The Walking Dead, feitos por Alex Ross.
Como as novas aventuras só iniciarão em outubro, nos EUA, sugiro aos viciados na série que mergulhem na leitura dos quadrinhos, disputados a tapa nas bancas e livrarias de Belém. Outra alternativa está na leitura on-line.
Fica no entanto a advertência de que os quadrinhos são bem mais interessantes do que a telessérie e que geram, portanto, uma dose muito maior de insônia e divagações noturnas.
Afinal, não é que pós-apocalipse vicia mesmo!?...

domingo, 14 de julho de 2013

L'enfant (terrible) de la Patrie

"Allons enfants de la Patrie
Le jour de gloire est arrivé..
Aux armes et caetera..."

A impagável versão da La Marseillaise, o hino nacional francês, que rendeu muita controvérsia a Serge Gainsbourg, em 1979.
Aumenta o volume aí, c'est Le 14 Juillet !!!! Vive La France !!! (apesar do insosso François Hollande...).


sábado, 13 de julho de 2013

A trilha do fim de semana - Cactus Festival em Brugge

O verão nos traz os festivais, entre eles o Cactus Festival, em Brugge, Bélgica, considerado o melhor pequeno festival da Europa - pequeno quer dizer com público por volta dos 25 mil -30 mil espectadores por dia. Hùa trës anos, escrevi aqui sobre esse evento anual, que tem mais de três décadas. Ontem, fomos  à abertura da edição 2013. E a atração principal foi o grupo belga Hooverphonic. A apresentação foi a do mais recente trabalho do grupo: Hooverphonic with Orchestra (no vídeo, a canção Mad about You, um hit do grupo que vendeu mais de 300 mil cópias desse álbum). O show foi de tirar o fôlego. E é incrível, como eles conseguem uma altíssima qualidade de som num parque - o Minnerwater, o mais belo espaço verde de Brugge (foto abaixo).



quarta-feira, 10 de julho de 2013

INDIGNAÇÃO REPRIMIDA

José J. Camargo (*)

    Todos os que tentam explicar a intensidade crescente do clamor do povo nas ruas, citam fatos e circunstâncias, mas há um pasmo geral pela densidade dos protestos que revelam uma demanda de indignação reprimida, a ponto de uma simples revolta pelo aumento do preço de passagens ter servido de gatilho para um movimento que não parece ter data para terminar.
     O que impressiona mais é a mudança de atitude de um povo que aparentava alienação e que, de repente, se descobriu poderoso e indomável.
    Há cerca de três anos, estava em São Paulo esperando um avião para voltar para casa, quando fui surpreendido pela greve dos controladores de vôo e assisti estarrecido à naturalidade com que centenas de passageiros, diante da noticia de que não haveria decolagens naquela noite, assumiu a postura de cordeirinhos submissos, e sem mais que uns resmungos inconsequentes, deitaram no chão do saguão do aeroporto de Congonhas, a lamentar sua sorte, conformados e inertes.
     Aquele gesto representou para mim o emblemático comportamento de um povo que, desrespeitado nos seus direitos mais elementares, se encolheu como um cão de rua, revelando a perda absoluta de sua incapacidade de indignação.
     Mas aquilo foi apenas um incidente minúsculo do infindável rosário de atropelamentos de sua já combalida auto-estima. Mais estava por vir. E veio.
    Depois disso, as denúncias de corrupção inundaram os noticiários, a falta de segurança nos transformou em pigmeus amedrontados, os mais pobres passaram a morrer nas filas de espera por atendimentos nos hospitais sucateados, enquanto se construíam arenas milionárias em cidades onde nunca mais se jogará futebol depois da Copa.
     Como a espiral do acinte é ilimitada, se sucederam alguns primores de humilhação: um senador que renunciara temendo ser cassado por corrupção, voltou ao palco do poder para assumir a presidência da casa, deputados condenados no processo do mensalão assumiram postos na Comissão de Constituição e Justiça (!) e, quando se sentiram intocáveis e prestigiados, iniciaram um movimento para reduzir o poder de quem os condenara.
     Em nome da governabilidade, que é a justificativa técnica para o que conhece como conchavo, os ministérios se multiplicaram e, até as 17 horas, quando enviei esta coluna, já eram 39.
    Quando a crise da saúde pública ficou intolerável, os médicos foram convocados para assumir a culpa, porque eles se negavam a trabalhar nos rincões mais remotos do País sabendo que lá não existem hospitais, nem exames elementares, nem medicamentos, e que estariam condenados ao exercício de impotência de assistir às mortes evitáveis.
Diante da negativa, a solução solerte foi anunciar a importação de médicos estrangeiros sem exame de capacitação, quando os bem informados sabem que tudo não passa de uma manobra despistadora para repatriar os companheiros, que incapazes de passar no vestibular no Brasil, foram enviados para um faz de conta de estudar medicina lá fora. E agora estava hora de trazê-los de volta para a pátria amada, idolatrada.
     E claro, sem nenhum exame de revalidação, que serviria para desmascarar o arremêdo de formação técnica que tiveram. Se não fosse assim, por que se recusar a fazer a prova a que se submetem regularmente todos os estrangeiros que pretendam fazer medicina em outro país?
     Verdade que o povo mais humilde não lê jornais, mas pela TV, antes da novela da 9, deve ter ficado estarrecido quando anunciaram que o governo brasileiro, no instante em que a economia estagnou e inflação está de volta, anunciou garboso, o perdão de uma dívida de quase um bilhão de dólares.
     Com esta sucessão de sandices e desmandos, se acabou atingindo o limite de tolerância. A pressa em consertar os estragos, e o turbilhão de projetos desengavetados (e se eram tão bons porque não foram utilizados antes?) revelam a enorme perplexidade que tomou conta dos nossos governantes.
     Provavelmente o maior erro que cometeram foi ignorar que quem é obrigado a dormir no chão, um dia levanta com raiva. Muita raiva!
JJ Camargo é Médico - Cirurgião torácico -, e amigo particular. Membro Titular da Academia Nacional de Medicina.

Coração (latino) americano

Para Milton Nacsimento, ela era a voz da América Latina, quem sabe a voz do Terceiro Mundo: Mercedes Sosa, que hoje faria 78 anos anos, como bem lembrou Erka Morhy, em Celebremos a poesia, pos poetas,e as poetizas.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Celebremos a poesia, os poetas e as poetizas

Num dia como o de hoje, em 1980, Vinícius de Moraes passou a ocupar outro espaço poético. Deixava lágrimas e saudades em um bocado de gente. E olha que só de esposas foram nove! Amigos e admiradores, incontáveis. Eternizou-se o “poeta, poetinha vagabundo” com a beleza de suas obras, com sua boemia inveterada, com sua passionalidade por mulheres e parceiros de música. Mas foi também num dia como o de hoje, no ano de 1935, que nascia a igualmente bela Mercedes Sosa. A imponência não estava só na sua voz de intérprete, mas também no vigor e força de suas convicções revolucionárias. Assisti o recém-lançado documentário "Mercedes Sosa, la voz de Latinoamerica". Diria que é bom. Nem mais, nem menos. Há imagens de época que sempre ajudam a desmistificar ou mitificar ainda mais; há uma série de depoimentos significativos, inclusive de brasileiros - como já se deve saber. Não me agrada a idéia do filho dela ser o condutor das entrevistas. É como se buscasse protagonismo para ele mesmo. Melhor ficar por aqui, pra garantir o "bom".

Importante mesmo é que hoje, pelo menos pra mim, é um dia de celebrar a poesia, os poetas e as poetizas.

Foto: do site do filme indicado acima

Niet au serieux

Se tem uma coisa que adoro dos meus compatriotas belgas e brasileiros é essa capacidade de rir de si mesmo e das instituições. Na Bélgica, a gente costuma dizer, misturando neerlandês e francês, levar algo, alguém  niet au serieux - não à sério.
Na semana passada, depois de 20 anos de reinado, nosso rei Albert II, 79 anos de idade, anunciou, em rede nacional de TV e rádio,  que abdica o trono em favor do príncipe herdeiro Philippe, 53 anos de idade. A entronização do filho mais velho do atual soberano belga - que  provavelmente como rei se chamará Philippe I - será no próximo dia 21 de julho, data em que a Bélgica comemora  183 anos de independência. Ele será  o 7° Koning der Belgen / Roi des Belges - rei dos belgas, o título oficial do monarca da dinastia Saksen-Coburg en Gotha.
As charges, os cartoons nos jornais e na internet sobre o rei, o príncipe e entourage se superam cada dia. Mas o vídeo acima é um pimor. Para ver legendas em inglês ou francês, basta clicar na parte ondertiteling  abaixo, à direita.

90 minutos com Zizek



O entrevistado do programa Roda Viva de ontem (TV Cultura) foi o esloveno Slavoj Zizek, o "filósofo do momento".
Os noventa minutos de duração pareceram estreitos para tantas idéias, controvérsias e ironias que brotam aos borbotões deste interessantíssimo cérebro, e acabaram por mudar algumas opiniões pré-concebidas que eu tinha, especialmente sobre a esquerda.
Vale cada minuto!

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Novidade tecnológica


O vídeo não é tão recente, mas a ideia permanece super atual.
Afinal, existe algo mais tecnológico do que o... book?!

sábado, 6 de julho de 2013

Desencontro de dois gêneros. Ou a ordem não altera os fatores





















Sentença matemática prova que a ordem dos fatores, desta feita Blues & Jazz, não altera a ordem.

— Quer saber? Dane-se...!!  Se você não entendeu pôrra nenhuma disso...! Tanto melhor. O quê importa é a boa música.

Set List


1.       Natalie Cole - "Unforgettable"
2.       John Mclaughlin (Solo) - "Goodbye Pork Pie Hat"
3.       Art Blakey & The Jazz Messengers - "Moanin'"
4.       Julie London - "'Round Midnight"
5.       Diane Schuur & B.B.King - "You Don't Know Me" 03:48
6.       George Benson - "This Masquerade"
7.       Nat King Cole - "Autumn Leves"
8.       Billy Joel - "Baby Grand (feat. Ray Charles)"
9.       Nicki Parrott - "Besame Mucho"
10.   Billie Holiday - "I'm a Fool to Want You"
11.   Dinah Washington - "Mad About the Boy"
12.   Gary Moore - "Picture of the Moon"
13.   Natalie Cole - "Cry Me a River"
14.   Ella Fitzgerald - "Summertime"
15.   Sarah Vaughan - "The Man I Love"
16.   Joe Cocker - "Unchain My Heart (90's version)"
17.   Best Saxophone Tribute Orchestra - "Love Making Love"
18.   Nat King Cole - "Smile"
19.   Ray Charles - "If I Could"
20.   Etta James - "How Deep Is the Ocean"
21.   B.B. King & Eric Clapton - "The Thrill Is Gone (featuring...
22.   Ray Charles - "Sorry Seems To Be The Hardest Word (fe...
23.   Red Garland - "Hey Now"
24.   John Coltrane - "Body and Soul [Alternate Take]"
25.   Best Saxophone Tribute Orchestra - "Afternoon Breeze"

O encontro de dois gêneros





















Boa noite aos amantes da boa música.

De volta ao espaço para defender uma tese controversa. Trata-se de uma convicção que tenho sobre a natureza que separou — apesar da origem —, dois gêneros consagrados e por isso mesmo, muito populares da música.

Um dia, indaguei-me e comecei uma busca solitária. Tempos depois, anos depois, formulei solitariamente uma explicação que pudesse aplacar essa busca. Creio que o Jazz e o Blues, aqui definidos como organismos gêmeos bivitelinos; separados mas ao mesmo tempo juntos, para seguir o desígnio do sucesso, garantindo, desta forma, a trilha da imortalidade em nossos corações e mentes, não passam de irmãos gêmeos!!!!!

— Exemplos? Ok.

Ouçam com atenção "Prelude to a Kiss - with Ben Webster & Stuff Smith", em fenomenal interpretação jazzy da imortal Ella Fitzgerald. A diva empreende um sofisticado conjunto de técnicas vocais de vibrato e falsete, embora jamais permitir afetar a dicção fluídica do idioma (no conjunto de construção das frases).

— Ouviram?

Pois então, agora ouçam como o "mostro sagrado" Joe Cocker, hipnotiza-nos da mesma forma, cantando como um autêntico 'blue man' a maravilhosa canção "Hard Knocks". Notável a semelhança da técnica vocal, não é mesmo?

— E como rotular o espetacular estilo do maioral Ray Charles? Alguém se arrisca?!

Divirtam-se, portanto, com esse set, uma vez que o território está aberto, de modo que os inestimáveis leitores do blog possam brincar escalando os casais "bivitelinos".

— Ah! Estou disponível, se convidado for, para apadrinhar essas descobertas nas eventuais sementes geradas como frutos de encontros de celebração da vida, inspirados pela boa música. Rssssss!!!!!

Até a próxima.

Set List

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Prá rua!

-------------------------------------






---------------------------------------------------------------
André Dahmer

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Habitus

Pierre Bourdieu foi um sociólogo francês que desenvolveu o conceito de habitus. Sim, tem a ver com hábitos, com posturas arraigadas que acabam sendo transmitidas de uma geração a outra. Como o patrimonialismo e a safadeza entre os políticos brasileiros.

Veja-se o caso de Henrique Eduardo Alves, atual presidente da Câmara dos Deputados. O parlamentar do Rio Grande do Norte é filiado ao PMDB, o que já diz muito sobre ele. Mesmo na persistência da onda de manifestações populares por todo o país, com suas graves consequências até o momento (de mortes à súbita aprovação, pelo Congresso Nacional, de matérias do mais alto interesse dos brasileiros), o cidadão não se pejou de ir bordejar no Rio de Janeiro, com familiares e agregados, para ver a final da copa das confederações, usando um jato C-99 da Força Aérea Brasileira. Ou seja, nós, contribuintes, pagamos o lazer dos aristocratas.

Para o azar do legítimo peemedebista, a Folha de S. Paulo estava na área e tornou público o malfeito (ganhando destaque até no New York Times) . Aí a coisa se resolveu, certo? Errado. Aí a coisa piorou. Porque Alves, a fim de tirar o seu da reta, mentiu descaradamente, dizendo ter requisitado o avião porque possuía um compromisso oficial com o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.

Ocorre que nem na agenda de Alves, nem na de Paes, havia o tal compromisso. A imprensa também tornou isso público. O que havia, isto sim, era o mencionado evento esportivo, ao qual Alves e seu séquito compareceram, ocupando cadeiras comuns e não a de autoridades, a revelar que o compromisso não era oficial. E como bons aristocratas contemporâneos, rechearam as redes sociais com fotos de seus momentos de deleite custeados com recursos públicos.

Paes ainda não admitiu a mentira. Como bom político pego coma boca na botija, tergiversou, disse que levou a família apenas porque havia lugar no avião. Mas já que mesmo isso é um problema, então mandou  pagar o valor correspondente às "passagens". Um santo, como se pode ver. Mas eu, que sou um demônio, insisto em perguntar: Não sendo a FAB uma companhia comercial, como se pode falar em "pagar passagens"? Como se chegou ao valor de 9.700 reais como despesas de viagem da patota inteira (segundo a Folha, o custo do voo chega a 158 mil reais)? Esses valores correspondem ao preço de mercado de passagens aéreas naquela data? Nesse montante foi incluído o custo da viagem do próprio deputado, já que o mesmo, comprovadamente, não viajou a serviço? Mesmo que, hipoteticamente, não houvesse prejuízo aos cofres públicos, a requisição indevida de uma aeronave não deveria ser objeto de investigação e punição?

E a pergunta mais importante de todas: o deputado mandou pagar as despesas com recursos próprios ou com verba de gabinete ou afins? Porque se usar dinheiro público, estará colocando dinheiro no nosso bolso direito e tirando de novo, do bolso esquerdo. Que é o que normalmente eles fazem.

Eu nem vou comentar aquelas declarações genéricas de virtudes que o Código de Ética e Decoro Parlamentar manda observar. Destaco, apenas, para o seguinte:

Art. 4º Constituem procedimentos incompatíveis com o decoro parlamentar, puníveis com a perda do mandato:
I - abusar das prerrogativas constitucionais asseguradas aos membros do Congresso Nacional (Constituição Federal, art. 55, § 1°);
V - omitir intencionalmente informação relevante ou, nas mesmas condições, prestar informação falsa nas declarações de que trata o art. 18;
VI - praticar irregularidades graves no desempenho do mandato ou de encargos decorrentes, que afetem a dignidade da representação popular.

Art. 5º Atentam, ainda, contra o decoro parlamentar as seguintes condutas, puníveis na forma deste Código:
VII - usar verbas de gabinete ou qualquer outra inerente ao exercício do cargo em desacordo com os princípios fixados no caput do art. 37 da Constituição Federal; 

Nem vou falar do uso de verbas públicas, porque não sei a esse respeito. Mas até onde compreendo, mentir acerca da atividade parlamentar e da utilização de recursos públicos constitui falta grave e deveria ser punida com a perda do mandato.

Vale lembrar, ainda, que em caso de ausência ou impedimento do presidente e do vice-presidente da República, é o presidente da Câmara dos Deputados que assume o comando do país (art. 80 da Constituição de 1988). E esse é um risco que eu não gostaria de correr, mesmo considerando que o vice-presidente da República já é o peemedebista Michel Temer. Jesus...