Era meia-noite de sexta-feira-treze, quando Gato Preto cruzou a estrada, após ter passado por debaixo da escada. Jerônimo vinha a 80 e tentou frear. Não deu. Acertou o gato em cheio. Fez questão de enterrar. Caminhou no sentido da floresta, que tinha um fundo azul, cuja lua iluminava a dança, a roda, a festa. Chorando, lá despejou o gato. Na última mão de areia, outros gatos e um lobisomem surgem e atacam. Com medo, e o coração saindo pela boca, Jerônimo pegou o beco em disparada. Tropeçou e caiu na beira da estrada. Vinha um carro prata a 80, que passou por cima de seu braço estirado. Teve o rádio fraturado, segundo o ortopedista. Ficou bom tempo na tipoia. Todas as sextas-feiras-treze, ao ligar a ignição do carro, o rádio disparava um “Secos e Molhados”.
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