A indústria de tecnologia parece gabar-se de apresentar soluções para substituir todo paradigma existente no cotidiano da sociedade. Com efeito, nas últimas décadas, assistimos impressionados o surgimento de uma nova tecnologia, que acabava por fazer literalmente sumir do mapa outra. É o caso dos discos de vinil e do VHS.
Mas existe ainda, mais um complicador nesta questão, possivelmente associado a uma certa temporalidade. O VHS, possivelmente não deixará saudades, por ter sido tecnologia de vida curta . Já os discos de vinil, pela imensa variedade de títulos produzidos ao longo de décadas, no mínimo, obrigam seus aficcionados a investimentos adicionais na tentativa de salvar e converter as edições originais para música digital. Mas e as capas? Os antigos álbuns que marcaram uma época, uma infância, uma adolescência, ricamente editados com o melhor da arte gráfica disponível, com fotos, letras de músicas e outras informações importantes lá disponíveis, bastando para isso, o infinitesimal dispêndio de energia gratuita e reciclável para abrir seu par de olhos?
Lá estaremos nós fazendo conversões para continuar acompanhando a sede de cultura e conhecimento.
Entretanto, apesar de inúmeras tentativas tremendamente fracassadas, os livros permanecem incólumes às soluções que o mundo tech propõe de maneira paroxística para substituí-los.
Os problemas com estas "soluções" parecem sempre os mesmos: custo, baterias e o desconforto proporcionado pela rudeza e peso dos gadgets.
As baterias continuam sendo o principal problema da maioria dos dispositivos que contenham uma mera tela LCD, que continuam a consumir grandes porções de energia, que acabam por comprometer sua portabilidade, e de quebra, também o meio ambiente.
Mas o The New York Times publica hoje uma matéria (só para assinantes do UOL), onde vislumbra ao menos 2 novas propostas de potenciais substitutos dos livros.
Francamente, penso que ainda está por surgir algo no mundo que substitua o prazer de pegar um livro e ler com toda a traquilidade, em qualquer lugar e posição. Sem as preocupações que as traquitanas eletrônicas, invariavelmente ainda nos proporcionam, por mais elevada que seja sua tecnologia.
Não consigo imaginar uma pessoa lendo despropositadamente um livro eletrônico, sem o medo que o vento, a chuva, o fogo e outros elementos naturais e imprevisíveis, levem o investimento - quase sempre elevado - pelo ralo.
Tudo isso, levando em conta apenas os aspectos meramente tecnológicos, desprezando intencionalmente o aspecto social, tendo em vista que para muitos, todas estas tecnologias continuam e coninuarão por muito tempo inacessíveis.
Mas os telefones celulares há algum tempo, já foram um objeto inatingível.
E o que são hoje? E o que serão amanhã?
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Editada às 13:05 h
Para quem dominar o inglês e desejar ler o artigo original do The New York Times (de acesso livre) clique aqui.
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