quarta-feira, 2 de julho de 2008

Imagem do Dia



Esta é, sem nenhuma dúvida, a imagem mais marcante desta quarta-feira.

6 comentários:

Anônimo disse...

ak diz:
Flanar, Carlos: sei de você que é um médico sério e competente, além das lembranças de família.
Abra um espaço - um espação - pra discutir, ou conversar, sobre o atendimento à saúde, pública muito mais, e também a privada.
Governos, políticas públicas e dos profissionais de saúde.
Não é oportunismo - caso Santa Casa, PSM e pou e pou - mesmo que você deve saber que eu nunca fui oportunista.
Ando conversando bastante com pessoas mais pobres e é impressionante que a queixa maior é sobre o atendimento de médicos, médicas, enfim, os profissionais de saúde.
Não é o sobre os postos, unidades, locais de atendimento. É sobre quem atende.
Flanar, espero estar colaborando.
Afonso Klautau

Carlos Barretto  disse...

Amigo, este será um comentário longo.

O espaço está aberto, Afonso. Desde já e sempre.
Não me constranjo em nada com isso. E nem se preocupe em propor o debate.
De antemão, não o acho oportunista de modo algum. Muito embora eles existam aos montes, tenho certeza de sua sinceridade, pelo seu passado, sua história, que respeito de montão.
Portanto, esteja à vontade.
Como você sugere que eu abra o debate?

De antemão, devo dizer que em nada discordo de você. Ouço os mesmos pobres que vc, talvez até mais vezes do que você. E sei da crueldade com que são tratados. Da arrogância, da prepotência, da onipresença, e pou e pou.
E só do debate, poderemos aprofundar a questão aos detalhes. Não me sinto à vontade em fazer análise de meu próprio comportamento e atitude como médico. Muito embora, tenha uma avaliação pessoal sobre ele, é claro. Mas não ousaria fazer nenhuma auto-avaliação, que à vista dos leitores, obviamente, sempre vai aparentar contaminada. Morta desde o nascedouro. Seria no mínimo uma perda de tempo.
Deixo esta avaliação à sociedade, muito embora, bem poucos se habilitem a fazer o mesmo.

Quanto aos médicos, para ir adiantando as coisas, impossível, em minha humilde opinião, fazer o debate de comportamentos pontuais, misturado com o de problemas sistêmicos. Se não, seria fácil acabar com as distorções por decreto. Se simples assim fossem.
Como disse, em opinião no post de Oliver Remendos Baratos, que acho que vc deve ter lido, daí sua ressalva quanto aos oportunistas.
O problema pontual de parte dos médicos, em minha humilde opinião, é que poucos, muito poucos se permitem aventurar por algo a mais do que o contido nos livros de anatomia, fisiologia e patologia. E estes conhecimentos, já lhe exigem uma enorme capacidade de armazenamento de informações. Alguns, contudo, se satisfazem com esta missão elementar demais para a prática da medicina. E pouco fazem para complementar os demais 90% da missão (desde já tidos como conhecimentos complementares).
Alguns não ficam nem com 0,1% da elementar e nem com 1% da complementar. Enfim, se formos pensar, poderemos encontrar os mais variados tipos de produtos, oriundos dos centros de formação de recursos humanos. Estes, em boa parte responsáveis pelo que vemos por aí. Mas culpar as universidades é muito fácil, no ambiente degradante que se encontram há décadas. Não acredito que só isso sirva para explicar as distorções. Se levarmos em conta a dificuldade exigida atualmente para se adentrar em uma faculdade de medicina, veremos boa parte dos que entram (se não a maioria) são aqueles que tem posses para pagar um bom curso pré-vestibular. Daí, forma-se uma concentração extremamente elitizada de estudantes (no pior sentido). Mais do que o normal, talvez. Se isso importa isoladamente? Pense!
Mas acredito que tem lá sua participação.
Em outras palavras, apenas para concluir esta linha de raciocínio temporariamente, a exemplo dos desastres aéreos, toda e qualquer calamidade na área de saúde, é obrigatoriamente multifatorial. Não existe uma só razão, mas habitualmente, várias.
Pense um pouco nisso e desenhe como deseja que eu abra o debate.

Abs

Anônimo disse...

ak diz
Flanar : concordo totalmente com sua análise. A questão é multifatorial, da formação acadêmica à gerência do Estado na saúde. O ditado "não dá pra abraçar o mundo com as pernas" cai bem. São muitos focos, mas um tem me intrigado bastante : o atendimento.
Ouvi, ontem, a opinião de uma paciente do SUS contando que já saiu do posto de saúde se sentindo bem melhor por causa do atendimento atencioso e profissional de uma médica.
Palavras dela : - é a primeira vez que fui tratada como gente.
O debate que gostaria de ver, então, nessa questão multifatorial, é o fator do atendimento.
Não sei como fazê-lo. Talvez, depoimentos do pessoal de saúde sobre isso seriam um começo.
O que você acha ?
Um abraço,
Afonso Klautau

Carlos Barretto  disse...

Sim.
Acho que é o começo. E vou postar assim que o tempo permitir. Contudo, com a chegada de Julho e as férias, a frequência nas postagens vai cair. Não espere muitos participantes.
Mas vamos provocar.

Abs

Carlos Barretto  disse...

Pronto, AK.
Está dada a largada.
Alea jacta est!

Mais uma vez, obrigado por prestigiar o blog.

Abs

Yúdice Andrade disse...

Quanto à fotografia, devo dizer que, mesmo sem ter acompanhado mais de perto o caso de Ingrid Betancourt, fiquei muito emocionado com a notícia de sua libertação. Vi no jornal uma foto dela trocando com o marido um olhar e um sorriso tão plenos de sentimento, após seis anos de separação e tanto medo, que o coração se apertou. Vê-la com os filhos também é encantador.
Sem dúvida, um acontecimento para renovar nossas esperanças quanto aos rumos deste mundinho.