Quando sediou a Eco 92, o Rio de Janeiro foi invadido pelas Forças Armadas, que mantiveram os participantes da Cúpula das Nações Unidas sob segurança. Posteriormente, porém, o caos retomou seu espaço e hoje o descalabro da violência é o que se vê todos os dias, nos noticiários sobre a Cidade Maravilhosa.
Belém, por sua vez, iniciou as discussões a respeito do projeto de segurança para os mais 80 mil visitantes que, estima-se, acorrerão à cidade para participar do Fórum Social Mundial, no início do ano que vem. O Repórter Diário de hoje aponta investimentos no setor de 49 milhões de reais, "visando proteger a demanda suplementar".
Pergunto: e a demanda originária, como fica? Respondo: fica como o menino Gilberto, que morreu anteontem, vítima de um assalto nas imediações do Colégio Universo, em um bairro central de Belém.
Aparentemente, a solução carioca será adotada por aqui. Não haverá combate consistente ao crime, com o intuito de tornar Belém uma cidade segura. Haverá, isto sim, maquiagem, para esconder as crateras de deficiência e incompetência de onde emerge a violência que toma, a cada dia mais, as ruas da capital.
3 comentários:
Foi exatamente o que pensei ao ler o jornal, Francisco. Se enchermos a cidade de policiais durante os dias do encontro e depois tudo voltar ao estado anterior, a criminalidade não será contida ou combatida. Não será possível conter a escalada da violência.
O que eu gostaria de ouvir é quanto desses recursos será empregado em verdadeira infra-estrutura, que começa pela capacitação dos agentes públicos.
Coisa demais, para tempo de menos.
Caro Yúdice,
"O que eu gostaria de ouvir é quanto desses recursos será empregado em verdadeira infra-estrutura, que começa pela capacitação dos agentes públicos."
... e passa necessariamente pela reformulação do sistema prisional, pelo combate a corrupção nas policias, pelo fim de velhos vícios e promiscuidades entre a autoridade policial e o judiciário, etc, etc...
E quem sabe, em um futuro próximo, até mesmo pela unificação das forças policiais.
De pleno acordo, Antonio. Abraço.
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