No Redação Online, do sítio das ORM na internet, ontem, às 17:40hs:
O estudante da UFPA (Universidade Federal do Pará), do campus do Guamá, Cleiton J. F, de 34 anos, foi preso em flagrante no final da tarde desta segunda-feira (15) sob acusação de molestar uma criança de 12 anos no banheiro do Centro de Recreação da Universidade, conhecido como 'Vadião'.
Segundo a assessoria de imprensa da instituição, os funcionários do local perceberam uma movimentação suspeita do estudante levando a criança para o banheiro e acionaram imediatamente a segurança do campus. No local, foi constatado o crime e logo em seguida o fato foi comunicado a delegacia do Pró-Paz que cuida do caso.
O estudante foi preso em flagrante por crime de pedofilia e segundo informações do Pró-Paz, ainda ontem o acusado foi levado para a seccional de Icoaraci, mas ele acabou sofrendo agressões dos próprios presos e foi transferido hoje para a seccional de São Brás, onde está à disposição da justiça.
Em depoimento, o acusado nega o crime. Ele disse que estava apenas ajudando a criança que passava mal. O acusado irá responder por atentado violento ao pudor e favorecimento à prostituição.
A notícia foi veiculada hoje, também, no jornal O Liberal.
Já sobre o caso de pedofilia de que está sendo acusado o deputado Luís Sefer (DEM) somente há uma pequena frase, enigmática, na coluna Repórter 70 - como se o assunto fosse digno de um mero comentário (o negrito é meu):
Enfim, a pauta começou a andar na Assembléia Legislativa. Depois de uma reunião do Colégio de Líderes feita em meio à confusão em que vive a casa, foram votados e aprovados ontem o PPA, o projeto da Santa Casa e o Zoneamento Ecológico-Econômico da região oeste do Estado. Pelo andar da carruagem, op peíodo legislativo será encerrado amanhã. Hoje as comissões de Justiça e Finanças devem despachar para votação em plenário a Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Não poderá a empresa jornalística se queixar, depois, de queda em seu faturamento publicitário, se briga com aquilo que deveria ser a matéria-prima de seu negócio: a notícia.
7 comentários:
Ontem eu estava ouvindo muitos gritos vindos lá da Seccional de São Braz. Já era noite, e como moro no 11º andar de um prédio próximo, dá pra ouvir toda a gritaria da malandragem. Às vezes até consigo entender o que gritam, mas ontem não consegui. Vai ver estavam indignados com o novo colega.
Não deve ter sido, Ivan. O acusado ficou preso na Seccional da Cremação.
Mas há muitos motivos para gritos nas cadeias paraenses.
Graças à ampla variedade de jornais imparciais em nossa região, a audiência de blogs informativos como esse vem crescendo significativamente (sim! ainda podemos escolher!). Isso aumenta a responsabilidade dos 'posters'. Por outro lado, oferece aos leitores mais elementos para formularem suas próprias opiniões. Apesar da mediocridade que prolifera na internet, ainda acredito que a seleção natural prevalecerá. O fato de a maioria dos blogs não depender de faturamento publicitário para se sustentar constitui-se, a meu ver, numa grande vantagem. Afinal, "nada como o inútil para ser artístico".
Belenâmbulo,
Obrigado pelo comentário e estímulo. Sua avaliação está corretíssima, a meu ver, exceto por um ponto: o Flanar não é, nem pretende ser, um blog informativo. Aqui se procura dar opinião.
De qualquer maneira, a intenção permanece sendo abrir portas para o debate.
Abraço.
Caro Francisco,
a notícia não é a matéria prima do O Liberal. Pelo menos em seu estado puro, razão de ser dos jornais. Ali a notícia só é uma primazia se açambarcar interesses própris ou de amigos. ainda que - ou, no mais das vezes - interesses nada coletivos ou republicanos.
Vale também o vergonhoso avesso: nenhuma notícia é notícia se prejudicar a entourage, o que o caso do deputado Sefer, especialmente, vem demonstrando de forma emblemática.
O drama maior tem uma extensão que nem todos conhecem ou dão importãncia- uma violência deste tipo é indelével na vida de uma criança - mas vem sendo exemplar ao expor que falta pouco tempo para a falência desse tipo de imprensa. Falência financeira, pois a falência moral já ocorreu.
E agora, quero fazer uma consulta: caso sejam comprovadas as acusações contra o Deputado, ele pode ser considerado um agente do Estado? Se assim for, seu crime pode ser cobrado da instituição a qual pertence, da mesma forma que se pode exigir dos governos indenizações por agressões de policiais, ue são agentes públicos?
Além da justa reparação à criança, talvez fosse uma bela vacina contra futuros ilícitos, uma vez que a Casa do Povo talvez passasse a ser mais zelosa,ainda que não fosse na missão depreservar e proteger a dignidade humana,mas pelo temor de futuros prejuízos. Ainda assim, a sociedade lucraria.
Abração.
Bia,
Que a notícia não é a matéria-prima de O Liberal, todos sabemos. Por isso o verbo no futuro do pretérito: "deveria".
Quanto à sua indagação, a resposta é negativa. Sefer, se forem confirmadas as suspeitas que sobre ele recaem, terá agido na esfera de sua vida privada, e não no exercício do cargo de deputado ou em razão dele.
Logo, além da responsabilidade penal (que é personalíssima), os prejuízos civis eventualmente sofridos pela menina deverão ser indenizados pelo próprio Sefer. É bom que, neste caso, o algoz tem patrimônio suficiente para arcar com os danos experimentados pela vítima - se o crime e os prejuízos à menor forem comprovados, repito.
Sobre a postura da ALEPA, penso que os deputados têm que se mancar e, uma vez confirmado o que se diz de Luiz Sefer, cassá-lo e manifestar pública e expressamente sua repúdia ao suposto criminoso e a seus atos. Só assim não terão sua imagem vinculada à prática do mais sórdido crime que possa existir, com as conseqüências políticas que daí advirão.
Abração.
Bom dia, Francisco
obrigada pelo esclarecimento. Duplo. Na minha raiva, meu foco estava...desfocado.
Vamos à apuração e, se confirmado o crime, vamos à cassação. Esse é o bom combate. E isso contempla a minha questão difusa. De novo, obrigada.
Abração.
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