domingo, 4 de janeiro de 2009

A CADUCA DA PRAÇA DA REPÚBLICA








Estamos no inverno ou as nossas chuvas são de verão? Esta dúvida sempre me perseguiu, desde tempos imemoriais.

Uma pequena samaumeira, localizada quase na esquina da Av. Assis de Vasconcelos com a Tv. Oswaldo Cruz, resolveu a pendência: estamos no inverno, porém, à moda equatorial, creio eu.

Ao observar a referida árvore na segunda quinzena de outubro eu e minha esposa fomos testemunhas da perda rápida (em 5 a 7 dias, aproximadamente) de todas as suas folhas. Para a nossa surpresa, 15 dias depois a samaumeira já estava fogosa, carregada de folhas verdes e brilhantes.
Apesar de não entender nada de botânica deduzi que, se as árvores descíduas de latitudes mais altas perdem as folhas para permitir a passagem da luz e o seu consequente aproveitamento da energia pelo solo durante o inverno, além de provocar uma redução do gasto metabólico, como temos abundante luz invernal aqui na linha do Equador, mesmo as árvores caducas não precisam perder as folhas por muito tempo.
E torço para que a pequena árvore em questão esteja, em algumas décadas, tão bela quanto às samaumeiras do Largo de Nazaré, e que possa albergar no meses de setembro e outubro os periquitos, tradicionais romeiros do Círio.

4 comentários:

Anônimo disse...

Scylla, já morei, por uns quatro anos, de’com’fronte à Batista Campos e também fica observando a natureza daquela praça – bela e maltratada. Morei no Sílvio Maira, Tamoios com Padre Eutíqio.

Observava que a Samaumeira-mãe também tinha época de ficar peladinha – tadinha.

Outra coisa que me chamava a atenção eram as graças. Elas dormem na tal Samaumeira-mãe, da Assis. Costumava brincar que, no meu jardim tinha um pé-de-garça.

De manhã, vão se espreguiçando aos poucos, procurando o sol para secarem as penas.

De tarde, lá pelas 17, 17:30h, elas vão chegando. Interessante é que elas voam, geralmente, pelos corredores das grandes avenidas. Certa vez contei 65 garças na árvore.

Elas chegam elétricas, pulando de galho em galho. É macho fazem “a corte”, é garça se fazendo de gostosa. Uma festa! E aí, é um tal de botar as fofocas do dia em dia.

-Sabe a dona Branca?
-Quem? Perguntou a da esquerda.
-Aquela ali. A magrela da canela fina.
-Ah, ta! hummm... virou o bico
-Pois é. Soube que se meteu com o Zé Urubu.
-Quem? Lá do Porto do Sal?
-É.
-Aquele picudo?
-Ei, como tu sabes, heim?!?!

E por aí vai...

Mas, observei uma coisa. Acompanhei a construção de dois prédios na Assis. Um de militar (estão podendo), e outro “normal” e mais alto. Digo de platéia: -Eles mudaram e atrapalharam um ciclo ambiental e natural daquelas garças.

È que, o sol da manhã é importante pra’quelas garças. Com o crescimento da obra, a mesma ia bloqueando o sol, assim, “o amanhacer dele-pra-elas” ia ficando mais tarde. Elas começaram a migrar para outras árvores, mais pra dentro da praça, fugindo da sombra dos prédios.

Isto é mais marcante durante uma época do ano em que o sol nasce “no rumo” de tais prédios.

Mas, tudo bem. Se o homem não está nem aí para o Meio Ambiente, imagine se estaria para o Meio Ambiente Urbano (qual o que – como diria Chico – as autoridades não sabem nem que isso existe!)

Carlos Barretto  disse...

Faço acompanhamento de um Ipê Amarelo no HUJBB, Scylla.
É ótimo!

Scylla Lage Neto disse...

Lafayette, eu nunca tinha pensado sob este prisma. Quem sabe não mereça um relato em prosa, descrito por uma garça. Algo assim meio Jack London - Caninos Brancos / Chamado Selvagem, né? E com doumentação fotográfica, é claro.
Superinteressante!

Anônimo disse...

Olhem o que falei aqui, num fotoblog que publicava algumas fotos no passado:

http://xipaia.nafoto.net/photo20050920200729.html

http://xipaia.nafoto.net/photo20060829071136.html