A homenagem do Flanar ao Mestre Verequete, que foi tocar seu curimbó no céu, foi iniciada pelo nosso editor-chefe, no post aí de baixo.
Em complemento, linko aqui e aqui o documentário Chama Verequete, com roteiro e direção de Luiz Arnaldo Campos e Rogério Parreira, que ganhou o prêmio de melhor música no Festival de Gramado de 2002 e a menção honrosa do júri do Festival de Curitiba do mesmo ano.
O filme, poético, é um belo retrato do músico e verdadeira lenda da cultura paraense.
Ave, Mestre Verequete. Deus te receba de braços de abertos.
Ave, Mestre Verequete. Deus te receba de braços de abertos.
4 comentários:
Francisco e Barreto, Verequete é mais um Mestre das artes da terra, terra chão, raíz forte, antiga e madrugadora, que se vai, mas que, nosso povo papa-chibé desconhece e não dá o valor merecido em vida. Preferímos tupis e nambás, eletrônicos e tecnomassacrante, tecnobobos. Ou como diz Barreto ali, tecnoledsazuisdemaugosto.
Tive a sorte de ter com ele, sentado na beira duma porta, lá em Benevides, num sítio, 22 anos atrás. Nem me lembro direito como fui para lá, mas me lembro de ouvir contando umas histórias, e taborilou uns aboios.
Lá no meu blog já fiz minha homenagem ao Mestre. Vale a pena, inclusive, trazer pra cá, para os muito leitores dos flanares, os vídeos que linkei lá.
Vejam um vídeo recente dele cantando (o primeiro linkado), acho que deve ser um dos últimos gravados dele.
E vejam (este deveria ser viral) o vídeo do Trio Manari em Homenagem ao Verequete que tem lá. Coisa de arrepiar!
Chama Verequete, já!
Lafa,
A grandeza do Mestre Verequete para a nossa cultura realmente ainda não faz parte da consciência paraoara. Mas há exemplos de nichos onde isso ocorre.
Há muitos anos, assisti a um evento de cultura popular, no Teatro Margarida Schivazzappa, do Centur, em que Pinduca foi um dos homenageados. No meio de sua apresentação, uma galera levantou-se e começou a vaiá-lo, contestando sua autoria em muitas das músicas tocadas. Todos gritavam o nome de Verequete. Eram alunos do Carlos Gomes que militavam na cultura popular e sabiam que a maioria das canções executadas por Pinduca eram do Mestre. Parece que o valoroso dublê de PM e cantor não pagava direitos autorais ao Mestre, daí a razão do protesto. Verequete vivia, como desde sempre, em dificuldades.
Outra vez, muitos anos depois deste primeiro evento, fui a um show do sensacional Vitor Ramil, no Gasômetro. Lá pelas tantas, Ramil, um fã de cultura regional, homenageou o Mestre Verequete, chamando-o ao palco e tocando umas duas músicas com ele. Depois, o show foi só do Mestre: meia-hora de carimbó, com direito a gente em pé e saias rodadas. Show!
E assim, na tradição oral, vão sendo passadas de ouvido em ouvido as músicas do Mestre. O negócio, a partir de agora, é recolher, gravar e divulgar, em registro eletrônico, a obra de Verequete.
Assistir à trechos desse filme me dá arrepios. Participei de suas gravações. De forma tímida, mas participei. Também estiver por perto durante a pré-produção e ver o resultado final é sempre uma grande emoção.
Luis Arnaldo e Rogério Parreira foram muito felizes com esse projeto.
Quanto ao Mestre, bom... Sou uma dançarina nata de carimbó. Comecei a dançar aos 13 anos pelos terreiros e palcos onde o carimbó e outros ritmos regionais tinham espaço. E, claro, a voz rouca de Verequete nunca podia faltar.
Grande Mestre!
Bacana teu relato, Leiska. Enriquece a postagem.
Bjo.
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