quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Neuromarketing



Muito se fala em Neuromarketing na mídia, como se esta nova "ciência" tivesse a real capacidade de ajudar a vender os mais variados produtos, de carros a shampus.
Apesar do grande potencial, o uso prático da Neurociência como ferramenta efetiva de marketing com o intuito de desvendar os segredos da mente de eventual consumidores, me parece ainda embrionário.
O sucesso e/ou o fracasso de um produto, de um logotipo ou de qualquer tipo de lançamento no mercado depende muito da resposta do comprador, da empatia gerada pela propaganda ou da estratégia de marketing utilizada.
Como interpretar as mínimas variações na reação de um olhar diante do produto, das alterações ínfimas no ritmo cardíaco ou do registro das ondas cerebrais por eletrencafalograma?
Na verdade, a maneira como o consumidor conhece a marca influencia a localização do “arquivo” na sua memória afetiva, e o posterior valor dado ao mesmo.
Resumindo, o primeiro contato é importantíssimo para a atitude da pessoa, a curto e a longo prazos.
No Brasil, que seja do meu conhecimento, apenas a firma Millward Brown, sócia do IBOBE, utiliza o método.
A restrição que eu faço, como leigo em marketing e como profissional da área neurológica, diz respeito ao exame mais utilizado no momento, o eletrencefalograma, bastante primitivo para a finalidade.
Com o avanço e maior disponibilidade de outros exames, como a Ressonância Funcional, talvez então as nossas mentes sejam invadidas pouco a pouco.
E não restam dúvidas de que os primeiros “astronautas” que “pisarão’ no solo virgem de nossos cérebros serão os marketeiros, a serviço dos empresários.
Será uma verdadeira “Cruzada Capitalista” nos territórios da memória e do desejo.
Para a nossa sorte e glória, ainda demorará bastante.
Eu espero.

2 comentários:

Val-André Mutran  disse...

O maior postulado dessas investigações, ao fim e ao cabo Scylla, é o tamanho do bolso do infeliz, e não as ondas cerebrais alfa, beta e...
O nego liso, quer é garantir um prato quente de comida.
Saciado o estômago, até operário vira salvador da Pátria.
E por quê não?
Hummm...!!
Pá, pá, pari, pará. Brasil!!!!
O atalho das teses científicas.
O Eldorado não conhecido.
Valei-me Darwin.
Valei-me meu Pai.

Scylla Lage Neto disse...

Val, o dinheiro será sempre o objetivo "secreto" a mover a ciência.
Always!