domingo, 3 de julho de 2011

Flanando num fusca azul-calcinha III*

Roger Normando
 “A vida é a arte dos encontros, embora haja tantos desencontros pela vida”.                   
Vinicius de Moraes

Imagem 1
Ontem eu me esbarrei com o amigo Scylla que, uma vez mais, cobrou-me uma fotografia do meu Fusca (aquele Azul Calcinha, de velhas crônicas postadas no “Flanar”)**. Hoje, domingo (03 de julho de 2011), quando já portava a câmera fotográfica e tinha resolvido fotografar o dito-cujo, aí nos desencontramos. Cheguei e saí um pouco mais cedo, nesse “vai-e-vem que se repete na estação”, conforme gorjeia Milton Nascimento em “encontros e despedidas”.
Resolvi, mesmo assim, registrar os rastros desse desencontro: do fusca, minha pegada aos domingos, embicado com as pegadas do Scylla (Foto 1). Tudo isso na garagem do Hospital Porto Dias. Mas, além do desencontro, um dos funcionários do Hospital, ao me ver empunhando o celular para fazer o “take” da baratinha, resolve me pedir um ensaio fotográfico ao mais anedótico estilo paparazzi... e ainda diz: -filma eu aí, dotô! Eu, sinceramente, achei que ele fosse perfilar ao lado da hipnotizante Mercedes. Ledo engano. Ele não quis. Preferiu o ex-pirento (Foto 2).
Imagem 2
Tem mais. Ainda abusou. Colocou no capô da Mercedes um copo melequento, que desconfio ter sorvete de açaí com andiroba (na foto 2 pode ser confundida com a histórica estrelinha da Mercedes). Outro funcionário viu todo aquele ensaio e, de sopapo, aproveitou para pedir R$ 2,50 para comprar uma “coca-litro” para completar o almoço da galera. Saquei do bolso o trocado todo misgalhado e, pela janela, estiquei o braço até o encontro de seus anseios. - Faltam 50 centavos. Disse-lhe ainda: – Pede ao Scylla para inteirar, quando ele voltar.
Esse texto não, mas a “inteirada”, afinal, seria a prova concreta e sem “trairagem” de nosso desencontro. Resta-nos saber, para encerrar, se o Scylla completou a coca-litro dos funcionários.

*Texto de Roger Normando, médico, cirurgião de tórax, peladeiro e amigo antigo deste poster. Portanto, vade retro safardanas!


** Flanando num fusca azul-calcinha (Março de 2010) e Flanando num fusca azul-calcinha II: a metamorfose ofuscante (Fevereiro de 2011)

7 comentários:

Scylla Lage Neto disse...

Homi, Seu menino!!!
O tar de Dotô Rogi, além de cirurgião danado, é letrado, respeitado e tem até livro publicado.
Só falta aprender um tiquinho então, Rogi, meu irmão, sobre a psicologia dos carrão alemão.
Pra vaga boa obter, Coca-litro nunca dá, não!
Tem que ser de grade ou de caixa, das loura bem gelada, o que dá quase vintão.
Haja complementação!

PS: um abraço do graúdo e parabéns pelo Ex-pirento. O apelido expirou. Precisamos rebatizá-lo!

Geraldo Roger Normando Jr disse...

Você muito bem sabe que uma maneira de despistar assaltantes, flanelinhas e pidões além dos "vade retro safardanas", é acelerar num fusca azul calcinha, pelo menos nas manhãs de domingo. Quanto ao novo batizado, vou esperar opinião dos fãs, eheheh.

Silvina disse...

Hahahaha!. Este post, com o comentário acima, foram os melhores da semana na blogosfera.
Danado di bão!
Scylla, cê ta inflacionando o mercado, mermão!

Scylla Lage Neto disse...

Roger, você bem sabe o quanto a morte do Gemada me abalou e eu confesso que sonho acordado com um "fusca azul-calcinha", seja ele um Opala, um Puma GTB ou um Fusca de qualquer cor.
Afinal, um poeta escreveu um dia que "nós somos feitos da matéria dos sonhos".
Quanto ao nome, que tal um concurso aberto no Flanar?
Um abraço.

Scylla Lage Neto disse...

Silvina, o Roger escancarou involuntariamente um segredo guardado há 3 anos.
A "Mercedura", apelido que pegou contra a minha vontade, é fruto de um vacilo num consórcio, de um sorteio então não desejado.
Também achei o post muito legal, e me diverti muito respondendo de improviso ao Roger.
Gostaria que ele nos surpreendesse sempre com suas colaborações.
Beijos.

Geraldo Roger Normando Jr disse...

Meus caros Scylla e Silvina. Vocês foram muito bondosos com meu modesto textículo. De qualquer maneira vou adiantar para vocês que estou escrevendo sobre os 40 anos da morte de Jim Morrisson (3 de junho de 2011, portanto, ontem). Não que eu seja um amante do rock, mas talvez uma homenagem ao meu filho João Pedro, contemporâneo do Enzo no "ginasial", e um apaixonado pelo James Morrisson e pelo rock.

Silvina disse...

Homi, nao posso afirmar (por absoluta falta de elementos suficientes à conclusão inequívoca)..., mas posso dizer que seus texticulos, de certo, sao modestos nao!