quarta-feira, 14 de março de 2012

Suspensão de sites de comércio eletrônico

A medida não nos atinge, aqui no Pará, mas considero importante divulgar o fato, para prevenção de quem pretende comprar através dos sites Americanas.com, Submarino e Shoptime. Afinal, se existe problema lá, por que não haveria aqui?
A notícia é que o PROCON de São Paulo suspendeu por 72 horas a realização de vendas nesses sites, que pertencem ao mesmo grupo econômico, além de impor multa. O motivo são irregularidades nas entregas e defeitos nos produtos.
Tendo comprado várias vezes das Americanas e Submarino, senti na pele uma perda de qualidade dos serviços. No ano retrasado, fizemos nossas compras de natal usando as Americanas, por comodidade, o que já havia dado certo num ano anterior. Desta vez, porém, apesar de as compras terem sido feitas ainda em novembro, por segurança, a coisa desandou. A poucos dias do natal, nada de nossas mercadorias. Minha esposa, aflita, consultava o site compulsivamente e um dia tomou um susto: lá constava que a entrega fora feita, sendo informados o dia e a hora.
Como os e-mails não eram respondidos, minha esposa fez um contato telefônico. Sabe o que disseram para ela? Mandaram que confirmasse em casa se alguém não havia recebido a encomenda! Que tal? Até parece que moramos numa mansão tão grande que haveria a possibilidade de não termos visto uma caixa enorme! Indignada, Polyana subiu o tom, mas ficou claro que o caso seria encaminhado para o "setor competente", sem previsão de solução. Ou seja, um natal sem presentes, embora comprados.
O caso foi resolvido por uma via inesperada. Minha mãe conhece um rapaz que trabalha na transportadora indicada no site como responsável pela entrega. Falamos com ele, que teve a gentileza de verificar na empresa e lá a nossa caixa foi encontrada. Suspeita-se que algum funcionário marcou a entrega como feita, para se livrar de eventual cobrança, e deixou a caixa lá, para ser encontrada algum dia, como uma falha a ser perdoada. Graças a esse vizinho, nossa encomenda enfim chegou, mas a caixa estava imunda, amassada, com produtos parcialmente expostos, também eles muito sujos e com embalagens danificadas. Entregamos os presentes com pedidos de desculpas pelas condições das embalagens.
No final, resolvemos o nosso problema, mas não foi graças à Americanas.com. Se fosse pela diligência desta, estaríamos esperando até hoje.

6 comentários:

Marise Rocha Morbach disse...

Todas as vezes que leio informações como esta penso na falácia do controle: na grande falácia do controle. É preciso que alguns "paguem o pato" para que todos tenham a real sensação de que tudo isso é uma falácia, nada mais. Abs Yúdice.

Anônimo disse...

Em compras pela internet todo cuidado é pouco. Sempre bom consultar o Reclame Aqui (www.reclameaqui.com.br), pra ver a idoneidade da empresa. Eu, na dúvida, prefiro pagar mais caro e comprar em sites de empresas já consolidadas e conhecidas.

ASF disse...

Permita criticar o título do post porque não concordo que esse seja um problema do "comércio eletrônico".

À propósito o Submarino nasceu como uma empresa puramente pontocom e durante anos foi um exemplo de sucesso e qualidade de serviços prestados. Chegou a se gabar de fazer entregas no mesmo dia para comprar realizadas em São Paulo.

A coisa desandou completamente após a aquisição pelo grupo controlador das Lojas Americanas.

Em um país minimamente sério essa fusão, dos dois maiores varejos on-line do país, seria no mínimo motivo de investigação e até mesmo questionada na justiça.

Alguém lembra do recente imbróglio envolvendo Carrefour e Pão de Açúcar? Pois é.

Mas como esse país é um balaio de gatos vagabundos e sarnentos tudo acabada em bandalheira (já não acaba mais em pizza, porque os políticos brasileiros acabaram com todas as fatias).

Exemplos da minha tese não faltam. Para citar apenas um: Oi anuncia que não vai cumprir as metas e respeitar os critérios de qualidade definidos pela Anatel. Em um país sério no mesmo dia as ações da companhia despencariam. Acontece o quê? Absolutamente nada.

Não há um risco inerente no comércio eletrônico. Em uma sociedade série e decente ele faz parte do cotidiano de milhões.

Desculpem, mas se por aqui ainda discutimos isso, 17 anos depois, é porque existe algo profundamente errado com o Brasil e com o povo desse país.

Yúdice Andrade disse...

Controle por meio de agências públicas, Marise? Foi isso que você quis dizer? Sem dúvida, o funcionamento delas é capenga. O maior de todos os controles ainda é um consumidor consciente, no que o brasileiro já melhorou bastante, mas ainda está longe de um nível satisfatório.

Só compro nas empresas bem avaliadas pelo público, Prof. Alan. E ainda prefiro entrar numa loja e sair com o meu produto na mão. Infelizmente, muitas vezes simplesmente não dá para fazer isso.

ASF, a intenção do título não foi criticar o comércio eletrônico em si, que considero uma bênção em termos de nos oportunizar acesso a mercadorias que não conseguiríamos de outro modo, mas apenas assinalar um fato: o de que a suspensão atingiu três sites de comércio eletrônico, o que de fato eles são.
Sei que a qualidade do Submarino despencou depois da fusão com as Americanas. E, sim, a operação deveria ter despertado maior atenção do CADE. Deve ter havido os procedimentos "legais" do gênero, mas nunca ouvi falar, embora tenha ouvido no que tange ao caso AMBEV ou à fusão entre Sadia e Perdigão, para citar dois exemplos bem conhecidos.
Dia desses me contaram sobre os prognósticos sombrios da qualidade da Amazon, caso se consolide sua operação no Brasil. Os motivos que me explicaram pareceram plausíveis e nos colocam no quarto mundo, ainda.
De fato, estamos atrasadíssimos. Uma lástima.

Val-André Mutran  disse...

Há um mês tive problemas com uma transação no Mercado Livre.
Se fosse um leigo nesse tipo de compra, sabe lá quem resolveria – e quando, o problema.
Agora já está tudo bem, no entanto, tive um trabalhão para concretizar a compra de um objeto raro, caro e que há muito tempo procurava.
Há de se ter muitos cuidados na compra em lojas e-comerce.
Voltarei aqui para dar algumas dicas.

ASF disse...

Caro Val o Mercado Livre começou como um site de leilão estilo eBay, hoje ninguém mais sabe o que ele é.

O nome no entanto permanece bastante apropriado: Mercado Livre. Onde vale tudo.

Mas não é uma loja de comércio eletrônico no estilo varejo on-line.