Há muito me identifico com a proposta da Psicanálise (ou das psicanálises). Nem todos conseguem engolir ou digerir a proposta, mas, pra quem tiver alguma disposição, vale a leitura do texto "A contribuição ética da psicanálise para a sociedade atual", escrito pela psicanalista Rita de Cássia de Araújo Almeida. Não tenho muitas referências dela. Mas como o artigo foi indicado por uma jornalista e articulista que aprecio, Eliane Brum, fui lá dar uma olhada com carinho. E gostei bastante. Ela corta e apara. Como faz tempo que não leio Maria Rita Kehl, quem sabe não encontro outras mãos delicadas assim pra cutucar meu peito, não é?
"Mas, a psicanálise propõe uma outra saída para o nosso desamparo. Se por um lado ele não pode ser curado, erradicado, pode ser administrado em favor da coletividade, do bem-estar comum. Podemos promover a gestão do desamparo e do mal-estar por meio da nossa ligação com os outros, pelos laços sociais que somos capazes de criar, manter e fortalecer. Em última análise, para usar os termos de Freud, precisamos amar para não adoecer.
Finalizando, se quisermos pautar nossas intervenções na ética proposta pela psicanálise devemos fazer duas perguntas, que são fundamentais: Estamos intervindo sem nos preocupar com um ideal preestabelecido? Estamos promovendo e fortalecendo os laços sociais? Se a resposta for sim para essas duas perguntas, estamos conseguindo escapar desses dois discursos que empobrecem e enfraquecem nossa sociedade: a medicalização do sofrimento humano e a judicialização das nossas relações interpessoais"
Finalizando, se quisermos pautar nossas intervenções na ética proposta pela psicanálise devemos fazer duas perguntas, que são fundamentais: Estamos intervindo sem nos preocupar com um ideal preestabelecido? Estamos promovendo e fortalecendo os laços sociais? Se a resposta for sim para essas duas perguntas, estamos conseguindo escapar desses dois discursos que empobrecem e enfraquecem nossa sociedade: a medicalização do sofrimento humano e a judicialização das nossas relações interpessoais"
4 comentários:
Ai,ai, que bom! Que bom, que bom que é:Amar! Seja prá fortalecer os laços com o mundo; seja por coisa nenhuma....
E mais: "Por menos de 8 contos vendê-la? Nunca."
Desafio e tanto que é amar... pra mim é. Pode até parecer "mensagem de auto-ajuda", mas os argumentos do texto são convincentes e estão bem longe do "meanstrean".
Vende então por 9 contos, Marise? rs Beijo, querida
Não: não vendo! Bj.
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