Para João Lusco-fusco, viçoso pela reza da palavra
Se João Lusco-Fusco
anda inquerindo, então Labareda
volta zunindo tão logo setembro reluz em cérebro desidratado de tantos corredores
e cercanias de uma cidade polvorosa visitada
por tantos benfeitores, professores
da paixão no peito sob o risco do equador e as delícias do milagre da multiplicação dos peixes.
Não se
espante, João, se eu,
Labareda, do bando de Corisco (braço direito de Lampião, tentando sobreviver no cangaço das palavras atravessadas), escambotear
aqui ou levar um tombo ali e me ferir com certos verbos do presente e do pretérito. É por conta da ciência, cuja percepção
poética fica minguada, feito Cantareira e Cariri, que dá escasseamento
na moleira e
fragilidade osteoporótica nos fêmures que
põe Labareda em risco de trincar e cair.
Se queda ocorrer,
de fato, não ajunte
os ossos, não, João. Basta remediar o versista com carimbó. Esse tira
qualquer um da paraplegia, tiriça, ziguezeira
e astenia. E fará o homem saracotear em sorriso e simpatia.
Uma vez findada
a missa-missão, então sigamos
feito processão de velas no rumo
do milagre da ceia: hóstia,
vinho, pão (peixe,
açaí, camarão).
Não sei o
tamanho da exaustão de labareda, só sei
que saí varando Marajó e rios: Amazonas, Guajará, Guamá. E, em braçadas e madrugadas adentro, tentei discernir a margem que me desafiava, insinuando-me que da vida pouco sei, pouco vi,
mas que me situa me dá um norte. Por isso preciso
insistir um pouco mais.
Se achegue, Labareda de mim, e traga reza e palavra.
Se achegue, Labareda de mim, e traga reza e palavra.
Labareda,
do bando de Corisco, braço direito de Lampião, tentando sobreviver no cangaço
das palavras atravessadas.
2 comentários:
bom retorno, Labareda!
palavras atravessadas - desde que bem postas no lombo - podem aguentar muitos solovancos.
o importante é a partilha do verbo continue.
estaremos aqui, sempre, prontos para a degustação.
Um abraço adornado por suas palavras vale mais que um quinhão de dinheiro.
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