segunda-feira, 5 de abril de 2010
Imprensa tendenciosa?
Capa da revista Autoesporte - novembro de 1964
Todo mês eu leio invariavelmente muitos periódicos sobre carros (todos que consigo comprar, brasileiros ou não, sobre autos novos ou clássicos). E me prometo que no mês seguinte vou sustar este exagero e novamente caio na minha própria armadilha.
Assim tem sido há anos.
E de vez em quando percebo o que creio ser uma “tendenciazinha” de uma ou outra revista em elogiar demais uma marca ou um determinado carro, por várias edições.
Tal ocorreu com o Ford Focus, Honda Civic e mais recentemente com as marcas-irmãs coreanas (Hyundai/Kia).
De 6 meses para cá, além de propagandas pagas e do merchandising na televisão (Rede Globo, especialmente), o ataque coreano tem minado tradicionais publicações como a Autoesporte, da Editora Globo.
Na edição de Abril a referida revista reserva mais de 20 páginas de elogios para modelos como o Hyundai ix35, Kia Sorento, para o centro de design da Kia na Europa, além de inúmeras menções a outros modelos e a futuros lançamentos.
Eu nada tenho contra as marcas sul-coreanas – conheço entusiastas (como o Val André, que adora o seu sedan Azera) e detratores (como um tio meu que odeia a sua Tucson).
Apenas me questiono se devo continuar comprando uma revista que parece cada vez mais como uma publicação de um fã-clube oficial.
Que tal mudarem o nome para AutoHyundai ou Kiasport?
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2 comentários:
Essas revistas, Scylla, todas sofrem influência desses poderosos anunciantes. Recentemente troquei de carro, comprei um Agile LTZ da Chevrolet. Pois não há número da 4 Rodas que não chaveque o carro. Macaco velho, vejo que a crítica pega a exceção e a trata como se fosse regra. O carro é excelente.
Talvez não haja, Itajaí, uma só revista especializada sobre carros que não sofra "influência" das poderosas montadoras. Mas algumas parecem ter atingido um estágio elevado de "prostituição".
Um famoso caso recente é um comparativo entre o Hyundai i35 e o BMW 118. O primeiro parece ser ótimo carro, e foi testado na versão top de 70 mil reais e o segundo, na versão despojada de 100 mil.
É lógico que o BMW ganhou em quase tudo, mas a reportagem apresentava frases soltas de elogio rasgado somente ao coreano.
O resultado foi uma propaganda no mês seguinte ressaltado somente as frases "feitas", dando a impressão a quem não leu a matéria de que o comparativo havia sido vencido pelo Hyundai.
E nós leitores/consumidores sofremos.
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