sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Arroyo, 910

Minha atual conjuntura, especificamente estar morando na Argentina, não me permite fazer lá muitas divagações sobre a atual campanha eleitoral que está nas ruas de Belém, como no Brasil inteiro. Apesar de estar acompanhando as postagens na TL e no face. Por um lado, posso dizer que é uma “forra”. Mas o vício de olhar me persegue.

Este ano de 2012, a Argentina lembrou do atentado fatal à Embaixada de Israel no país, que completou 20 anos, no último mês de março. Campanhas "publicitárias", atos públicos, atividades culturais mobilizaram relativamente a cidade. Mas devo dizer que o que mais me tocou foi o depoimento de um taxista aqui em Buenos Aires. Não tomo tanto taxi por aqui, mas, neste dia, fui buscar minha filha na escola em um deles e, quando informei o endereço ao motorista, foi a primeira coisa que o senhor que me conduzia me disse: Nossa, bem na frente na antiga Embaixada de Israel. Não fez sentido pra mim, de pronto, porque eu só enxergava uma praça na frente do colégio Madre Admirable. Mas era justamente ali naquela praça que funcionava a sede do órgão, na rua Arroyo, 910, no fino bairro da Recoleta. Funcionava ali desde 1950 até às 14h50 do dia 17 de março de 1992. Tudo virou destroços pavorosos, deixando 29 mortos e dezenas de feridos, entre funcionários, vizinhos e transeuntes. Que olhar desatento o meu, não? Eu só via uma praça dedicada à triste memória.

 Antiga sede da Embaixada de Israel, que virou pó

 Detalhes do que sobrou do prédio tombado na explosão do carro bomba

 Raspas e restos nos interessam?

 O inverno portenho torna detalhes da arquitetura mais desoladores

 A praça mantém restos do prédio que ruiu

 Corredor de árvores na praça

 Alguns prédios vizinhos da Embaixada

Aquele senhor sabia bem do que falava, em especial porque me disse que naquele preciso dia havia deixado um funcionário da Embaixada no mesmo endereço. Nem eu nem ele temos qualquer apreço pela posição política de Israel, muito pelo contrário. Mas como aceitar tamanha violência? E tamanha violência em tempos de tantas ferramentas de negociações (pelo menos em tese). Foi apenas há 20 anos! Eu tinha exatos 15 de vida em 1992. E não me lembro de ter me impactado tanto naquela época, em Belém. Ou mesmo de ter me informado sobre. E já estava prestes a fazer vestibular, quando tinha uma densidade de informações sobre geopolítica bem maior que em outros anos.

Daí que volto a um tema que tem sido recorrente a mim desde que vim pra Argentina: acho que circulam pouquíssimas informações no Brasil sobre o que se passa nos países vizinhos. E, olha, que fazemos limite com praticamente todos os irmãos latino-americanos, dada nossa extensão geográfica. Responsabilidade minha? Também. Mas “percuro” e acho quase nada. Acredito que seja mais justo compartilhar essa irresponsabilidade.

Com este aperto no coração, resolvi fazer algumas imagens dessa que, um dia, foi a sede da Embaixada de Israel na Argentina e agora é uma praça, cara-a-cara com um colégio católico...

Que haja espaço para flores... natureza viva

The book is on the table


Rever The Italian Man Who Went to Malta, cinco ou seis anos depois do sucesso do pequeno vídeo no You Tube, gerou uma saraivada de risadas aqui em casa hoje à noite.
Ficamos imaginando como seria um hipotético filme denominado The Brazilian Man Who Went to New York...

A catarse de Drummond

“No mar estava escrita uma cidade.”
Carlos Drummond de Andrade

A frase epigrafada acima está lapidada no banco onde está talhado Carlos Drummond de Andrade, no calçadão de Copacabana. Deixa bem clara a cumplicidade poética entre o mar e a princesinha, sob a tinta do nosso poeta maior. Existem cidades, mundo afora, que gostariam de ter as curvas anatômicas que o Rio de Janeiro perfila em suas montanhas, praias... garotas. Recentemente a própria UNESCO concedeu-lhe o merecido prêmio de patrimônio cultural da humanidade: foi a catarse drummondiana.
Em algumas cidades encantadoras, deparo-me com fartas questões: Paris é bela, mas não tem mar; Londres é bela, mas não tem mar; Praga é bela, mas não tem mar. Têm respectivamente no Sena, Tâmisa e Vltava, rios que as adornam com curvas sensuais, mas que servem apenas de alegoria ao homem, arquiteto de cidades. Há quem ache esses rios formosos. Não acho, eu. Tenho pra mim que são rios mortos, e não guardo boa relação com defuntos. Tenho em mim, mesmo, rios vivos onde fui criado me asseando e jogando anzol para ouvir a pulsação da água. Tanto é que moro defronte ao Guajará, que todo dia enxágua minha janela de sentimento e me banha em poesia.
Madrid é bela, mas não tem rio. Moscou se limita ao um córrego que chamam de rio; São Paulo nem se fala. Buenos Aires tem um porto totalmente descaracterizado da natureza, apesar de belo. Regozijo o Tejo, esse sim. O rio da aldeia de Fernando Pessoa corre na minha veia e desemboca no coração atlântico de todos nós. Talvez seja esse o motivo de permanecermos umbilicados a Lisboa.
Mas rio - que é rio mesmo - é o Amazonas, com todo respeito aos Nilo e São Francisco. No Amazonas conheço uma cidade, Macapá, mas que não teve arquiteto. Em que pese o descuido da população e dos governantes, a cidade olha para o Amazonas numa relação linear, a formar ângulo de 45 graus com o sol equinocial, 90 com a linha do equador, 180 com o rio-mar e 360 com a poesia. Isso basta. É relação visceral e estrondosa, em forma de pororoca, auscultada no pulmão dos artistas de suas ribeiras: “O nosso rio, esse ano, despencou no varjão. Onda quebrou, onda bateu, onda derrubou toda maromba. Engoliu a plantação”, vocifera Ruy Barata em "Macaréu". No fado plangente do mundo, Chico Buarque e Ruy Guerra declamam: “e o rio Amazonas, que corre trás-os-montes e numa pororoca deságua no Tejo”.
            Mas falta a Macapá o marco que ensandeça as ribeiras desse rio, por isso, ulula nas minhas ideias um épico seqüestro: desarraigar aquele Drummond de Copacabana - com ou sem os óculos-, embarcar a peça num Ita e fincá-la ao pegado da Fortaleza de São José sem esquecer aquela poesia. Traria o poema numa algibeira e mudaria seu dizer, ao hibridizar com o jeito tucuju de cantarolar: “nesta cidade está escrito um rio de alma e cor brasileira”.
Para: Joãozinho Gomes e Val Milhomem

terça-feira, 28 de agosto de 2012

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Seminário irá discutir a recém aprovada Lei Valmir Bispo dos Santos, que cria o Sistema Municipal de Cultura

Seminário e debate entre candidatos a Prefeito discute a implementação da Lei que cria o Sistema Municipal de Cultura e sua importância para a Cultura de Belém


Novos e auspiciosos ares para a Cultura em Belém é o que pode se esperar a partir da aprovação da Lei “Valmir Bispo dos Santos” pela Câmara Municipal em 24/07/2012, que criou o Sistema Municipal de Cultura. Entre os instrumentos da nova Lei, pode-se citar a criação do Fundo Municipal de Cultura, que provoca uma imediata elevação do orçamento da área cultural de 0,3% para 2% do orçamento municipal, acrescendo em quase 5 (cinco) vezes o valor destinado para a área, equivalendo a aproximadamente R$ 45.000.000,00 (quarenta e cinco milhões de reais) por mês. Só esse crescimento de recursos já seria uma excelente notícia, pois atualmente a área de cultura só recebe aproximadamente R$10.000.000,00 (dez milhões de reais), que é quase toda consumida com pagamento de pessoal e despesas de custeio da Fundação Municipal de Cultura de Belém (FUMBEL), órgão municipal responsável pela gestão na área de cultura e que foi criado em 1989. No entanto, há vários outros instrumentos e recursos que podem ser captados por meio da criação do Sistema Municipal de Cultura. No entanto, para que a Lei “Vamir Santos” seja implantada efetivamente é necessária a sua regulamentação, antes de tudo, por meio de Decreto dos instrumentos e mecanismos de gestão previstos, como o Fundo Municipal de Cultura, o Conselho Municipal de Políticas Culturais e o Plano Municipal de Cultura. 

Vereador Marquinho, Presidente da Comissão de Cultura da CMB
É justamente com a finalidade de discutir a implantação do Sistema Municipal de Cultural e seus benefícios e recursos de apoio à cultura e aos produtores culturais, que está programado para o dia 30 de agosto, quinta-feira próxima, a partir das 15 horas, um seminário com este fim. Inicialmente, haverá uma palestra do Diretor de Programas Integrados da Secretaria de Articulação Institucional (SAI) do Ministério da Cultura (MinC), Bernardo da Matta Machado, sobre a importância do Sistema Municipal de Cultura para o fortalecimento da cultura de Belém. Em seguida, haverá uma mesa-redonda, com representantes da FUMBEL, Câmara Municipal, MinC Norte e Fórum de Cultura de Belém, abordando os desafios e oportunidades que a implementação da nova Lei oferecem no campo da cultura. E, finalmente, a partir das 18 horas, se dará um debate com os candidatos a Prefeito de Belém sobre as respectivas propostas de Política Cultural para a cidade de Belém. O seminário “a implantação da lei Valmir Bispo dos Santos e as perspectivas para a Cultura em Belém” realizar-se-á no plenário da Câmara Municipal de Belém, a partir das 15 horas até 20:30 horas, aproximadamente, no dia 30 de agosto, quinta-feira. 

Assinatura do Convênio do Governo Municipal com o MINC.
A proposta de criação de um sistema municipal de cultura se deu por meio de um amplo movimento social, que iniciou por meio de articulações nas bases da classe teatral, que agregou vários outros segmentos culturais. O fortalecimento desse movimento propiciou a formação da Comissão de Cultura da Câmara Municipal de Belém, além da criação do Fórum de Cultura de Belém, e desencadeou várias audiências distritais e a elaboração de um Projeto de Lei de Iniciativa Popular, visando à criação do Sistema Municipal de Cultura. A coleta de assinaturas em apoio ao projeto chamou a atenção da sociedade e do Poder Executivo, que resolveu enviar Mensagem do Prefeito à Câmara de Belém encaminhando o Projeto discutido pelos movimentos culturais. 

Membros do Governo, Câmara, MINC, artistas e Grupo de Trabalho.
A efetivação do Sistema Municipal de Cultural (SMC) representa a possibilidade de se ter uma política efetivamente pública e participativa de cultura, que possibilite, a partir de um inventário cultural, identificar nichos de mercado. Outra medida importante é a identificação de arranjos produtivos culturais e sua articulação em torno de um sistema, assim como a instituição de um Conselho Municipal de Políticas Culturais, com ampla representação de segmentos produtores de bens culturais e artísticos. Assim como abre a possibilidade de acessibilidade a equipamentos culturais por meio da abertura de pautas e a circulação da produção local, assim como a formação artística, técnica e de platéias. Outra medida prevista no SMC é o fomento e potencialização da economia criativa, assim como a implantação de editais de cultura. Esse conjunto de ações e instrumentos, se implementados, certamente resultarão na ampliação e qualificação de serviços e bens culturais, tornando-os mais abrangentes. Isso, de um lado, pode tanto permitir a valorização da cultura local e afirmação de identidades sociais pautadas na cultura e no território, assim como pode permitir a sinergia com outros sistemas sociais e culturais, estimulando, dessa forma, padrões de comportamento baseados na solidariedade e tolerância em relação às diferenças culturais e sociais. 

Programação: 

Data: 30.08.2012 (5ª feira) 
Local : Plenário da Câmara Municipal de Belém 
Endereço: Travessa Curuzu, 1775 (entre 25 e Almirante) 

30.08.2012

15:00h – Apresentação Cultural: Pássaro Colibri de Outeiro 
15:10h - Abertura: CMB, FUMBEL, MinC, Fórum de Cultura de Belém e Movimento Viva Valmir 15:20h – Palestra: “A importância do SMC (Lei Municipal nº 8.943 de 31/07/2012) e sua implementação para o fortalecimento da cultura no município de Belém.” 
Expositor: Bernardo da Matta Machado (Diretor de Programas Integrados da Secretaria de Articulação Institucional do Ministério da Cultura) 
16:00h - Mesa Redonda: “O que é o Sistema Municipal de Cultura ou Lei Valmir Bispo dos Santos e os desafios para sua implantação.” 
Debatedores: FUMBEL, CMB, MinC Norte e Fórum de Cultura de Belém Mediação: Lélia Fernandes
17:00 às 17:30h - Debate e Encaminhamentos 
17:30 às 18h - Intervalo- Lanche 

DEBATE COM OS CANDIDATOS A PREFEITURA DE BELÉM : Qual a agenda para a Cultura na sua Gestão à frente da Prefeitura?
18:00h - Abertura e Composição da Mesa 
18:20 às 19:30h - Exposições dos Candidatos a Prefeitura de Belém 
19:30 às 20:30h – Debate 

Realização

  • Fórum de Cultura de Belém 
  • Comissão de Cultura da Câmara Municipal de Belém 


Quem foi Valmir Santos


Valmir Santos discursando sobre o “Custo Amazônico”    
Valmir Carlos Bispo Santos (1962-2012) foi um historiador e gestor público que se notabilizou pela sua trajetória política, sobretudo no meio estudantil, onde foi o único presidente da UNE (União Nacional de Estudantes) originário da Amazônia na gestão de 1988/89. Depois disso, Valmir seguiu uma carreira profissional como gestor público em diversos órgãos culturais e ambientais, sendo que em boa parte deles ocupou funções de direção. Entre as funções que assumiu, pode-se destacar a Superintendência da Fundação Curro Velho, durante a gestão da governadora Ana Júlia Carepa (2007-2010), e a Direção do Bosque “Rodrigues Alves”, no segundo mandato de Edmilson Rodrigues à frente da Prefeitura de Belém (2001-2004). 

Na sua gestão á frente desses órgãos, Valmir conseguiu implementar algumas ações inovadoras, como a ampliação das atividades da Fundação Curro Velho para municípios do interior do Estado e a inclusão de quilombolas e etnias indígenas entre os segmentos sociais atendidos pela Fundação. Na Direção do Bosque Rodrigues Alves, Valmir propôs, articulou e conseguiu transformá-lo em Jardim Botânico de Belém, inserindo-o na rede nacional de jardins botânicos, ampliando, desta forma, as possibilidades de captação de recursos da instituição.

Mas Valmir se destacava também pela sua personalidade singular, onde se mesclavam a sua capacidade de liderança e articulação com um jeito descontraído, pode-se dizer até travesso e “moleque” (no bom sentido), que contrastava, por vezes, com o meio sóbrio ou mais sisudo onde circulava. Mas era essa sua personalidade alegre e moleque que conseguia atrair pessoas de diferentes credos, etnias ou posições políticas, que admiravam essa postura inusitada. E até hoje, a política e a cultura ainda se sentem órfãos daquele “baixinho” determinado, que conseguia aliar obstinação e transigência com irreverência e sensibilidade.

TRAJETÓRIA PESSOAL E PROFISSIONAL DE VALMIR SANTOS

Nascido em Belém do Pará no dia 20 de fevereiro de 1962, 3º filho do engenheiro civil Valdir Sergio dos Santos e da professora Antônia Bispo Santos, irmão da psicóloga e empreendedora Vânia Santos, do engenheiro e empreendedor Valdir Santos Jr, do professor de economia Valcir Santos (UFPa) e da jornalista Joice Santos (MPEG).

1979 – Começa sua carreira de militante estudantil após ser aprovado entre os 20 primeiros colocados na área de Ciências Biológicas, aos 16 anos, no Curso de Medicina da UFPa.

1980 – 1982 – Participa do Diretório Acadêmico de Medicina da UFPa, lutando por melhores condições de ensino

1982 - participa da gestão do DCE/UFPa, com a chapa "Pé no Chão";

1983 – Troca a Medicina pelo curso de História da UFPa, articula o Centro Acadêmico de História, criando cargos novos, como as diretorias de Cultura e Esporte.

1984/85 - eleito presidente do DCE/UFPa, na chapa "Arueira", cuja gestão se destaca pela Campanha pela 1/2 passagem estudantil. No período, ocorre o primeiro enfrentamento do governador eleito Jader Barbalho com os estudantes. A mobilização envolvia a formação de comitês por cursos para pular a roleta dos ônibus - ação "EU PULO”-, marchas diárias até a residência do Governador, passeatas e comícios em frente a sede do Governo do Estado. Valmir Santos esteve à frente desta luta!

1987/88 - Eleito presidente da União Nacional dos Estudantes - UNE, em uma chapa composta por estudantes de correntes políticas identificadas com o PT - Partido dos Trabalhadores e dissidentes do PC do B, quebrando uma hegemonia de 10 anos de gestões ligadas ao PC do B. A gestão organizou a participação dos estudantes na Constituinte de 1987/88, no Movimento Pró-Participação Popular na Constituinte em oposição ao Centrão, na luta contra o aumento das mensalidades escolares, na luta pela Assistência Estudantil, mobilizou pela valorização da Cultura Popular, revivendo os CPCs e realizando o festival QUARUP. A liderança de Valmir garantiu a unidade do movimento e inseriu na pauta da UNE questões caras a juventude como: comportamento, direitos individuais e liberdades individuais.

1989/92 – Após se formar como bacharel em História, participa da equipe da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, cujo titular foi Paulo Freire, na gestão Luiza Erundina (então PT) na Prefeitura de São Paulo.

1992/97 – Faz concurso e ingressa na Secretaria Municipal de Educação de Santos (SP), trabalhando nas gestões de Telma de Souza e David Capistrano Filho (ambos do PT). É selecionado para o Programa de Mestrado em História da PUC-SP com projeto que analisa os movimentos abolicionistas e as marcas destes na paisagem urbana de Santos.

1998/2000 – Retorna a Belém e ocupa a Diretoria de Eventos Culturais e depois a Diretoria de Patrimônio Histórico e Cultural da FUMBEL, na gestão de Edmilson Rodrigues (então PT).

2001/2004 - Vai para a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e assume a Direção do Bosque Rodrigues Alves, propõe, articula e consegue transformá-lo em Jardim Botânico de Belém, ampliando as possibilidades de captação de recursos da instituição. Era a segunda gestão de Edmilson Rodrigues.

2004/2006- Participa da ong IMAZON como consultor e coordenador do projeto Belém Sustentável. É selecionado para o Programa de Mestrado em História Social da Amazônia (UFPa) com projeto de pesquisa sobre a bacia aqüífera e a zona verde em torno de Belém, buscando analisar conflitos cotidianos entre a natureza (e sua preservação) com o desenvolvimento humano, problemas de habitação e a existência de notórias práticas culturais e saberes populares.

2007/2010 – Assume a Superintendência da Fundação Curro Velho, na gestão de Ana Jùlia Carepa (PT) no Governo do Estado do Pará, ampliando as atividades da entidade para municípios do interior do Estado e incluindo quilombolas e etnias indígenas na linha de ação da Fundação.

2011/2012 – Assume a Direção do Núcleo de Artes e Cultura da UEPA - Universidade Estadual do Pará, na gestão da Reitora Marilia Brasil.

19/04/2012 – Valmir Carlos Bispo Santos é encontrado morto em sua casa em circunstância ainda não esclarecida. Homenagens post mortem recebidas na ALEPA, Câmara Municipal de Vereadores de Belém, Associação Sul-Sul (Itália), UNE, Regional Norte do Ministério da Cultura, no Plenário II da Câmara dos Deputados, no Encontro Nacional do PT (Setorial de Cultura), Faculdade de História (UFPa)

Ao dia de amanhã: Matisse!

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Os intelectuais e a Cultura

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Sérgio Paulo Rouanet, aos 78 anos de idade,  não gosta de  falar de uma lei de incentivo à cultura que leva o nome dele: Lei Rouanet. Curioso que a lei cause tanto mal estar ao filósofo. Não sei o que lhe incomoda mais: se é ter sido secretário de Cultura do governo Collor -1990/92 - ou se é o fato da lei não desonerar o Estado como gostariam que acontecesse. Vi a agonia do MASP por falta de um mecenato paulistano que ajudasse o museu a  manter a reserva técnica, e a adquirir mais acervos. No Brasil é muito complicado pensar em políticas culturais sem onerar o Estado. E em outros países, isso acontece? É a iniciativa privada que mantém políticas culturais na Europa e nos E.U.A.? Por aqui só vejo a gritaria e a insatisfação. E mesmo em Belém, vejo que os produtores esperam a abertura do Edital da Rouanet para manter seus projetos culturais em funcionamento. Qual é a tua Rouanet?


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No Blogosfera

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Opinião do Prof. Alan


Há um clamor geral, nas redes sociais, de que o julgamento do Mensalão precisa terminar com todos os réus condenados. Se isso não acontecer houve mamata. Só a condenação absoluta, irrestrita, a qualquer preço, só isso trará justiça.

Vamos dar uma olhada em alguns pontos da acusação, movida pelo Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, que fazem qualquer pessoa em sã consciência refletir sobre essa vontade de condenar a qualquer preço:

1) A confusão das "votações compradas": Roberto Gurgel acusou os réus parlamentares, na denúncia, de ter recebido dinheiro de José Dirceu pra votar a favor do Governo. Tirando a bizarrice de que o Governo estaria "comprando voto" de deputados petistas e da sua base aliada, na denúncia Gurgel disse que isso aconteceu na votação das reformas da Previdência e Tributária.

Nas suas alegações finais Gurgel mudou a acusação: disse que foram "compradas" as votações da Reforma da Previdência e da Lei Geral de Falências. Ocorre que o projeto da Lei de Falências é de autoria do governo Itamar Franco, e na ocasião em que foi aprovado na Câmara os deputados do PT apresentaram declaração de voto contrário. Ou seja, José Dirceu pagou pela aprovação de um projeto de outro governo, no qual seu próprio partido votou contra?

Isso pra não falar da nulidade processual que é alteração da acusação de última hora, sem que os réus tenham se defendido de parte dela.


2) A conta bancária de Duda Mendonça: o publicitário Duda Mendonça foi acusado por Gurgel de "manter conta bancária em paraíso fiscal", com a finalidade de "dissimular a organização criminosa". Ocorre que a conta bancária de Duda Mendonça não fica num paraíso fiscal: foi aberta num banco grande (o Bank Boston), em Miami, EUA - país dos mais atuantes e eficientes no combate à lavagem de dinheiro.

Pra completar, Duda abriu a conta um ano antes de vencer as licitações dos contratos de publicidade de que supostamente se desviou dinheiro para pagar o Mensalão. Seria Duda um vidente, capaz de saber que ganharia as licitações que ainda nem existiam quando abriu a conta no exterior?

3) A acusação contra Luis Gushiken: Roberto Gurgel denunciou Gushiken com argumentos muito frágeis, e decidiu mantê-lo réu até o julgamento em Plenário no STF. Descobriu-se depois que o Procurador-Geral da República dispunha de documentos que inocentavam Gushiken, mas não os forneceu à defesa nem ao STF até o início do julgamento. Má-fé ou uma falha involuntária brutal? Seja o que for, foi algo que prejudicou a defesa do réu e o manteve na mídia na condição de acusado até agora. Gurgel vai pagar o dano moral de Gushiken?

Se, depois disso, você continuar achando que os réus tem que ser condenados a qualquer custo, e que só existe uma única verdade no Mensalão, então deixamos as coisas bem claras: você não quer justiça, e sim linchamento. E isso é tão ruim para a democracia como seria a absolvição sumária ou mesmo a falta de julgamento.

O Yúdice Andrade tem razões para duvidar!


Esta pesquisa foi feita entre 7 e 9 de agosto pelo IBOPE. Perceba a diferença entre a Pesquisa Estimulada e a Pesquisa Espontânea, no período coletado pelo IBOPE. Depois vão lá para a pesquisa do Vox Populi, publicada este domingo, em O Liberal.


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Pesquisa aponta Edmilson Rodrigues como favorito à prefeitura de Belém

Se as eleições fossem hoje, Edmilson Rodrigues (PSOL) venceria no primeiro turno


Edmilson Rodrigues
Na primeira pesquisa de intenção de voto à Prefeitura de Belém, o candidato Edmilson Rodrigues lidera. O resultado foi divulgado neste sábado (11), pelo IBOPE e TV Liberal, que encomendou a pesquisa de opinião. Os pesquisadores realizaram o levantamento em Belém entre os dias 7 e 9 de agosto.
O candidato do PSOL, Edmilson Rodrigues, ficou com 42% das intenções de voto, enquanto que, o segundo colocado, José Priante (PMDB), recebeu 22% das menções. Zenaldo Coutinho (PSDB) aparece na terceira colocação, com 12% das intenções de voto, Arnaldo Jordy (PPS) tem 7% e Jefferson Lima (PP) tem 5%. Anivaldo Vale (PR) e Alfredo (PT) receberam, respectivamente, 2% e 1% das menções, enquanto Marcos Rego (PRTB) não atinge 1% das intenções de voto.

Os nomes dos candidatos Leny Campelo (PPL) e Sergio Pimentel (PSL) constavam no disco apresentado aos entrevistados, porém, não foram citados por nenhum deles.
Branco ou Nulo – O percentual de eleitores que declararam intenção de votar em branco ou nulo é de 5%, enquanto que 3% não sabem ou preferem não opinar.
Os entrevistadores apresentaram um disco com os nomes de todos os candidatos à eleição municipal e fizeram a seguinte pergunta: ‘Se a eleição para Prefeito de Belém fosse hoje e os candidatos fossem estes, em quem o(a) sr(a) votaria?’. Na pergunta espontânea, sem a apresentação do disco com os nomes dos candidatos, pouco mais da metade dos eleitores (54%) não mencionou o nome de nenhum candidato, o que é comum no início das campanhas, já que os candidatos ainda são pouco conhecidos pelo eleitorado, segundo o instituto de pesquisa.
Espontaneamente, o candidato do PSOL recebeu 23% das menções dos eleitores, Priante foi mencionado por 7% e Zenaldo Coutinho por 6%. Os demais candidatos foram mencionados por entre 1% e 2% dos entrevistados, menos de 1% citaram outros nomes de candidatos e 4% têm intenção de votar em branco ou nulo.

Rejeição - Quando perguntados sobre em qual(is) candidato(s) não votariam de forma nenhuma, 25% dos eleitores mencionaram Jordy, 24% Priante e 22% Edmilson Rodrigues. Alfredo e Jefferson Lima foram citados por 18% cada um e os demais candidatos receberam entre 12% e 17% das menções dos eleitores. Aproximadamente 1 em cada 10 eleitores (9%) dizem que poderiam votar em qualquer um dos candidatos e 11% não souberam ou não opinaram sobre a questão. Nessa pergunta, o entrevistado poderia citar mais de um candidato.
Avaliação das atuais gestões – A administração do atual Prefeito Duciomar Costa também foi avaliada na pesquisa: 40% dos eleitores a consideram regular, 37% a classificam como ruim ou péssima e 21% a avaliam como ótima ou boa. A desaprovação da atual administração é de 57% e a aprovação é de 39%.
Em uma pergunta sobre áreas problemáticas no município, em que os entrevistados poderiam citar até 3 áreas, a saúde foi mencionada por 81% deles, enquanto segurança pública e educação receberam, respectivamente, 45% e 43% das menções. A administração do Governador Simão Jatene é bem avaliada (ótima/boa) por 43% dos eleitores da capital paraense. Outros 40% a avaliam como regular e 15% a classificam como ruim/péssima. Mais da metade dos eleitores (57%) avaliam a administração da Presidenta Dilma Rousseff como ótima ou boa, 31% a consideram regular e 10% ruim ou péssima.
Amostra – O IBOPE entrevistou 602 eleitores em Belém. A pesquisa tem margem de erro de 4 pontos percentuais para mais ou para menos, considerando um grau de confiança de 95%. A pesquisa está registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Pará sob o protocolo Nº 00036/2012.
Fonte: Portal ORM, com informações da TV Liberal

Incêndio

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Noite tensa na Av. Presidente Vargas. Incêndio de graves proporções no prédio da Receita Federal. Antes, estourou um transformador que fez surgir um clarão: este eu vi. Estamos diante da realidade pura e crua: a crise da Celpa e a precariedade das instalações elétricas da área central do comércio de Belém. O mais apavorante é que por aqui está o patrimônio histórico da cidade. Estamos diante de um grave problema.

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domingo, 26 de agosto de 2012

Onde os fracos não tem vez!

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Pará: Covardia é pouca! 

Agora é São Miguel do Guamá, no Nordeste paraense, quem sofre com mais uma manifestação de gente covarde e de mafiosos. Muitos salvam-se, é claro! Mas a prática continua lamentável. Remonta aos coronéis com suas práticas do  "a ferrro e fogo". Maravilhas contemporâneas: Estas que vemos aqui pelo Pará! Depois querem falar da Índia por sua estratificação social em  castas. Temos índices iguais aos de Bangladesh, e prefeitos da marca de Duciomar Costa. Enfim, sabemos tudo sobre exclusão e intolerância. Somos os tais nestas marcas. Deixo aí os mapas que localizam São Miguel do Guamá. Se encontrem por aí!








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Mais

Alguém acreditou?


A única diferença entre o momento da última pesquisa divulgada e hoje foi o início da propaganda eleitoral gratuita. Foram apenas três ocasiões dedicadas aos candidatos a prefeito. Mesmo assim, sem nenhum incidente, escândalo, revelação ou surpresa, a parceria ORM/Vox Populi reduziu em nada menos do que 10 pontos as intenções de voto em favor de Edmilson Rodrigues, ou em 17 pontos, se considerarmos que embora o quadro mostre 37%, o texto da matéria afirma, repete e insiste que ele tem apenas 30%. Um errinho sem importância, decerto.
O segundo candidato mais bem posicionado, Priante, que até aqui se mantinha na casa dos 15%, caiu para 11% e o terceiro, Zenaldo Coutinho, que vem a ser o nome do PSDB e portanto o amor de infância daquele grupo de comunicação, subiu de 7 ou 8% para 15%.
Até me parece plausível que o segundo tenha caído 4 pontos e Jordy, 2. Mas o terceiro virar segundo praticamente dobrando o desempenho e o primeiro simplesmente despencar numa queda livre, francamente...
Eleições continuam como sempre foram...

Tripla recordação

Mary, da versão 1990 de Total Recall

Quando assisti ao filme Blade Runner, no luminoso verão carioca de 1983, acabei projetado brutalmente em direção à obra do então recém-falecido escritor americano Philip K. Dick.
Encontrei muito mais do que a minha jovem mente jamais poderia esperar de um escritor de ficção científica, na forma de perguntas primárias sem resposta, ilusões dos sentidos, caos social projetado com maestria e, principalmente, a pergunta que até hoje assola as neurociências: o que é real?
Se tudo o que vivemos depende do que os nossos ainda pouco explorados sistemas neuronais arquivam, e de como o fazem, não podemos ser facilmente ilusões, arquivos errônea- ou propositadamente mal interpretados? Meros arquivos corrompidos???!!!
E na minha memória, Dick, que por acaso escrevia mal, assoberbado por tantas idéias em tão pouco tempo (vide o post Hipergrafia - talento ou doença?), produziu um punhado de contos geniais, entre eles We Can Remember It For You, Wholesale, Minority Report, Paycheck, A Scanner Darkly, The Golden Man e The Adjustment Team. Sua capacidade de síntese era assustadora - em 20 ou 30 páginas ele entuchava tantos pensamentos e contra-pensamentos que 2 ou 3 horas de filme não são capazes de dissecá-los todos.
Todos os contos mencionados acima foram filmados nos últimos anos (e mais alguns outros), e o primeiro  (Podemos Recordar para Você, por um Preço Razoável, em português), de 1966, ganhou sua segunda versão cinematográfica, Total Recall (fomos de novo premiados com o terrível título da versão brasileira de 1990, O Vingador do Futuro).
Antes de assistir à versão 2012, cometi o erro de reler o conto, e logo na véspera.
Depois de ir ao cinema, cometi o segundo erro, o de rever em DVD a primeira versão, do diretor holandês Paul Verhoeven.
Dick resumiria o filme assim: terabytes de ação, muita referência oca, atores fracos, nenhum humor, roteiro disforme e 125 milhões de dólares jogados fora.
Ok, menos - haverá lucro!
Mas aposto que nem a molecada criada no mundo digital dos games e dos filmes de ação vai lembrar deste filme.
Arquivo excluído definitivamente!

PS: sim, Mary, a prostituta de três peitos, dá um canja na nova versão.

sábado, 25 de agosto de 2012

Entrevistando o candidato

O Jornal Liberal 2ª edição passou a semana entrevistando os cinco candidatos à prefeitura de Belém mais bem cotados nas pesquisas realizadas até aqui. Outro dia fiz um comentário sobre a entrevista de Jefferson Lima. E agora vi, pela Internet, a de Edmilson Rodrigues, que encerrou a série.
Edmilson foi o prefeito cuja trajetória conheci melhor. Antes dele era complicado para mim, dada a minha pouca idade e porque, reconheço, fui um adolescente bastante despolitizado, bastante porforizado. Mas quando Edmilson assumiu, já em seu primeiro mandato fui trabalhar como assessor na Câmara Municipal de Belém, em um gabinete da base de sustentação do governo, mas não um gabinete amigo. Foi um aprendizado e tanto. No segundo mandato, fui convidado para a função de procurador do Município, portanto trabalhei no próprio Poder Executivo. Ali aprendi outras lições importantes.
Tudo o que vi, escutei ou soube por outros modos me levou a ter simpatia por Edmilson e lamentar que ele tenha governado tendo todos contra si: a própria Câmara dos Vereadores, a imprensa, o empresariado e o maior e mais covarde de todos os inimigos: o governo do Estado, o que trouxe no pacote a Assembleia Legislativa e outras instituições, que deveriam ser imparciais e foram tudo, menos isso.
Isso, todavia, nunca tapou os meus olhos aos defeitos do rapaz, que são muitos. E na entrevista pude ver que Edmilson continua Edmilson, revelado por seu discurso inflamado, imagético, passional e com um acento incomodamente messiânico. Não gosto disso, nem da perda de objetividade que representa. E igualmente não gosto nem um pouco da ideia de alguém governar a cidade por três mandatos. Mas diante do cenário que se apresenta, com esse bando de candidatos mequetrefes, e da necessidade de eleger alguém que se oponha de fato, e não apenas por conveniência, à confraria que atualmente destroi a cidade (sim, eu me refiro aos tucanos), o psolista é a minha opção.
Resulta daí o meu alívio quando ele respondeu de maneira objetiva e informada a pergunta sobre saúde, que é o grande nó a ser enfrentado pelo próximo prefeito. Já a resposta sobre a bolsa escola não me pareceu muito conveniente, mas decerto muito ideológica.
Seja como for, esta campanha mostrará se a tese sempre repetida de que partidos pequenos e sem dinheiro não conseguem eleger candidatos majoritários está correta ou não. É uma campanha contra duas máquinas. Ou três, se incluirmos os interesses umbilicais do Grupo RBA.

O Cortejo da Árvore de Ouro II

E já é possível ver  o Cortejo Gouden Boom 2012 no Youtube, numa edição bacana para quem quiser sentir esse clima histórico em Brugge.

O Cortejo Árvore de Ouro - a reinvenção

Na Europa, as velhas cidades  costumam recriar fatos históricos em grandes cortejos que atraem turistas e promovem essa aura histórica. É assim com o Pálio, a corrida de cavalos medieval em Siena, na região da Toscana, na Itália. Aqui na Bélgica, há vários cortejos, mas talvez nenhum tão grandioso quanto o Grande Cortejo da Árvore de Ouro (em neerlandês De Praalstoet van de Gouden Boom). Para começar, ele acontece somente a cada cinco anos: ou seja, quem perder os dois domingos de desfile em 2012, só vai ter outra chance em 2017. 
Este ano, é a segunda vez que assisto o cortejo. O argumento básico é um fato histórico. Na metade do século XV,  Flandres era um riquíssimo condado governado por Carlos, o Temerário (Karel, de Stoute). Para firmar alianças, o então Conde de Flandres se casa com Magarita de York, irmã Eduardo IV e Ricardo II, reis da Inglaterra. O casamento foi realizado em julho de 1468. A noiva veio da Inglaterra e desembarcou em Damme, a 5 km de Brugge. De lá, veio em grande cortejo e entrou na cidade. Imaginem os festejos. Um dos eventos na praça central foi um torneio de cavaleiros com lanças, chamado torneio da Árvore de Ouro.
Pois, essa história toda foi remontada num cortejo já no meio do século XX. A primeira vez foi em 1958 e aí se estabeleceu que seria quinquenal. Nessa 12ª edição, pelo menos 2.000 atores e figurantes desfilam pelas ruas de cidade. O cortejo tem momentos de teatro de rua, com encenações e falas históricas e muita música ao vivo, garantida pelas bandas sinfônicas e fanfarras. Eles contam não somente o casamento de Carlos e Margarita, mas também relembram fatos históricos de Brugge, como por exemplo, a invasão viking, antes da Idade Média...


a luta contra dragões (este mostrengo fica estacionado, antes de entrar em cena,  na porta da nossa casa, pois a concentração dos atores e figurantes é aqui no nosso bairro).


a riqueza dos bruggelingen (os moradores da Brugge  medieval)...

que deixou Margarita de York (abaixo) abismada: "Eu pensava que não haveria gente tão elegante fora da Inglaterra, e aqui eles são centenas!"


Aqui, os pais do noivo, Felipe, o Bom e Isabel de Portugal.


E, à direita, o feliz Carlos, o temerário - aqui numa versão 2012,  um tanto baby face.

A escolta do conde, os temidos cavaleiros flamengos.

Os gigantes legendários aparecem também no cortejo.

e no final, uma representação da nobreza medieval européia por crainças, mostrando que, apesar da crise, a Europa sabe ainda se reinventar.
As fotos acima foram feitas por mim tanto na edição de 2007 e quanto na edição de 2012, que aconteceu no domingo passado, dia 19 de agosto,  e se repete amanhã, dia 26. Brugge espera receber pelo menos 50 mil pessoas só para o ver o cortejo.

Ótimos!





Fernando Gonsales
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Caco Galhardo


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Allan Sieber
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Nada de Novo no Front!

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O que aconteceu com a criatividade e a genialidade do Marketing Político? O que aconteceu com os magos da publicidade, na política eleitoral? O que aconteceu com os eleitores diante dos programas eleitorais gratuitos? A audiência segue em queda livre; e faz tempo! Mas qual é a função da propaganda eleitoral? É encher de dinheiro o bolso das agências e dos marketeiros? É lustrar o ego dos que já não tem espaço para guardá-lo? É tornar os institutos de pesquisa em novos Oráculos modernos? O final do governo de Ana Júlia Carepa fez dos publicitários, e das agências de publicidade, o centro de uma pancadaria geral. Troca de acusações, lavagem de roupa suja, e por aí foi.....Foi triste; este é o ponto! Sumiu o eleitor; sumiu o cidadão; sumiram preferências eleitorais; sumiu tudo. Ficou só o ego e a incapacidade de argumentar e produzir análises de qualidade; e com o minimo de sensatez. Temos que voltar lá para analisar, com a máxima elegância, o quadro político do final de 2010. De publicitários baianos, até os magos da publicidade paraense, todos se engalfinharam. E o excesso de certezas e de sabichões, nublou o horizonte do debate. Quando coordenei a campanha de Lira Maia para Prefeito de  Santarém, em 2008, vi de perto o tamanho da maluquice. Alguns, se culpavam pela derrota; outros, se vangloriavam da vitória. Eu? Não sabia o que dizer diante de tamanha prepotência. Quem conhece política, e sabe ler pesquisa, fica cada vez mais intrigado com as análises que são feitas pós derrota eleitoral. De onde os indivíduos tiram tantas conclusões: de onde? Lembro de ter ouvido no IUPERJ, em 2006, um grande estudioso de mídia e política, dizer que quando os profissionais do marketing político entrassem em campo seria o fim de Lula. Tá bom! Mas o fim não veio. Este campo da política tem enfrentado sérios problemas; entre outros, porque não revela o mercado da opinião pública e o perfil dos formadores de opinião. Daí que um monte de achismos e burrices são produzidos na maior cara de pau. Vai ser um barato ver o Celso Russomano(PRB) levando a Prefeitura de São Paulo. E vai ser um barato ver o que acontecerá em Belém, mesmo com toda a fragmentação de candidatos  na disputa com Edmilson Rodrigues. Por que a suposição eterna de que a propaganda eleitoral é sempre decisiva em uma campanha política. De onde veio este Mito? Dizer que Obama levou as eleições americanas pelo ótimo marketing político, e pelo uso da internet, é duvidoso e temerário. Quem lucra com isso? Qual é o mercado da opinião nos EUA que tem poder de influenciar as decisões dos eleitores? Quem forma Opinião, em Belém? Qual é o perfil do eleitor mediano, em Belém? Qual é o papel da grande imprensa na decisão do voto, em Belém? Qual é a audiência do horário eleitoral gratuito, em Belém? Tem um monte de coisas entre os  eleitores e a difusão da política. Mas uma coisa é certa: acabou a hegemonia dos marketeiros: Acabou! O eleitor aprende com os gênios do Marketing Político. E não é o Eleitor quem decide em  quem votar. São os partidos que escolhem em  quem o Eleitor pode votar! E isto  faz toda diferença!

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sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Grande reflexão!


"Somos a geração perdida"

Emerson Fraga, aluno da UNB
na folhaonline
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Faço parte da primeira geração brasileira de nascidos após a Constituição de 1988. Não conhecemos, se não pelos livros de história, o regime antipopular instaurado pela ditadura militar no Brasil.
Não presenciamos a luta diária pela democracia representativa travada por milhões de brasileiros entre 1964 e 1985. Os que nos cercam não foram torturados em paus-de-arara. Já nascemos num país regido por uma Carta baseada na mais aprimorada ideia de democracia.
Como estudante da Universidade de Brasília, constato com tristeza que a maioria da "próxima geração" não emprega o devido valor à liberdade política. Não damos a importância merecida à conquista paga com sangue e suor de milhares de heróis anônimos. Somos uma geração acomodada aos direitos de voz e voto. E acomodados, infelizmente, ao ponto de banalizá-los.
Nossa falta de ponderação histórica traz grave ameaça de regressismo político e jurídico ao país. Ouço jovens universitários, formalmente educados, defenderem que é a mulher quem precisa cuidar dos filhos, enquanto o homem provê o sustento da casa. Ouço também que os direitos das minorias não podem prevalecer caso "incomodem" à maioria. Ouço, de jovens com cerca de 20 anos de idade, ideias impregnadas de preconceitos supostamente superados no século passado.
Sinto que há nesta geração um levante que não é liberal ou socialista, direitista ou esquerdista. É um movimento de supostos "apolíticos", que subjetivamente rejeitam a deliberação democrática, o poder popular. Uma tendência raivosa, retrógrada e extremamente perigosa. Um movimento silencioso contra as conquistas e progressos do Brasil recém-democrático.
Felizmente os legisladores da Constituição de outubro de 1988 garantiram preciosas liberdades políticas e individuais como fundadoras do Estado brasileiro. Tenho a triste impressão de que uma Constituinte formada por esta geração não teria fibra para legislar a metade delas. Tomara que esteja enganado.


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