---------------------
A seca do Nordeste é um flagelo retumbante. Quantas e quantos? Ela está em Vidas Secas de Graciliano Ramos; e em Os Sertões de Euclides da Cunha. Está nos rostos dos milhares de migrantes que atravessaram as fronteiras da Bahia, de Pernambuco, do Piauí e do Maranhão, sonhando com a água da Amazônia. A seca torna duros os semblantes e os homens. Tira-lhes a coragem; destrói as esperanças. Reduz os sonhos a tomar um banho. Quantas tristezas sinto diante das calamidades de um seca prolongada como a que acontece, hoje, no Nordeste. Quantas sonoridades me traz a palavra abundância? Quantos desejos me provoca a umidade? E Baleia, o cachorro de Graciliano Ramos? E o Antonio Conselheiro de Euclides da Cunha? Louco, beato; transtornado pela miséria e pela seca; arregimentando milhares pela dor e pela desesperança. A seca me comove; simplesmente.
---------------------------------------
A seca do Nordeste é um flagelo retumbante. Quantas e quantos? Ela está em Vidas Secas de Graciliano Ramos; e em Os Sertões de Euclides da Cunha. Está nos rostos dos milhares de migrantes que atravessaram as fronteiras da Bahia, de Pernambuco, do Piauí e do Maranhão, sonhando com a água da Amazônia. A seca torna duros os semblantes e os homens. Tira-lhes a coragem; destrói as esperanças. Reduz os sonhos a tomar um banho. Quantas tristezas sinto diante das calamidades de um seca prolongada como a que acontece, hoje, no Nordeste. Quantas sonoridades me traz a palavra abundância? Quantos desejos me provoca a umidade? E Baleia, o cachorro de Graciliano Ramos? E o Antonio Conselheiro de Euclides da Cunha? Louco, beato; transtornado pela miséria e pela seca; arregimentando milhares pela dor e pela desesperança. A seca me comove; simplesmente.
---------------------------------------
6 comentários:
De SEca nasceu SERrtão, assim como José “espermatizou” Jesus. A palavra mais ardente na literatura de todos os citados é SERTÃO, na forma climatológica de SECA. Seca e Sertão estão juntas como siameses. Seu texto é tão ardente quanto a palavra Sertão. É farpante como a flor do Cactus. Lindo seu palavreado, o seu jogo de ideias, pois o sertão é assim: nós, uns nos outros, diria Guimarães Rosa, se vivo estivesse e que se encantou em Riobaldo. Ele não está mais entre nós, sendo assim, então diz você, digo eu, essezinho pequeno diante da palavra tão grande, tão assediada pelos que daqui olham para lá com "dordolho". Sertão é rascante como a seca em "Morte e Vida Severina", de João Cabral de Melo Neto. Ali mora em mim a seca, o ser tão e mais vivente da literatura, João, que pisa com os pés no chão gretado desse Brasil. É isso.
"Ali mora em mim a seca, o ser tão e mais vivente da literatura, João, que pisa com os pés no chão gretado desse Brasil. "
QUE LINDO! Gostei muitíssimo. Ser tão forte nao é para os fracos.
Obrigado Roger: como diria o Guimarães Rosa sobre o Riobaldo: "Éramos dois: diversos?".
Corrigindo Roger a "fala" do Riobaldo:"Eu era dois: diversos?". Éramos? São as minhas lembranças, rs.
Mas Guimarães é assim mesmo: esquipático no pensar com as palavras. Dá nó no cérebro da gente. Desquadra, como ele próprio costumava dizer. O meu miolo ficou todo desquadrado depois que comecei a lê-lo. Acho que você foi desquadrada também por esse contorcionismo rosiano. Estás aperdoada. Não fique quassa...
Valeu Roger: sou diversa e prá lá de dispersa, rsrsrsrs
Postar um comentário