segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

Morre Pinochet, o carniceiro.


Salvador Allende, ao centro, resistindo em La Moneda

11 de setembro de 1973. Uma data que se repetiria fatídica quase três décadas depois, por conta do enfrentamento do Islã com a principal potência econômico-militar do mundo, os Estados Unidos da América. Ocorre que estamos no centro de Santiago, na sede do governo chileno, e o presidente eleito, o médico Salvador Allende está entrincheirado com pouco menos que vinte homens fiéis a sua biografia e ao seu governo, resistindo contra um golpe militar que reunia contra si - ele não sabia - 90 mil homens. Tem nas mãos uma metralhadora presenteada por Fidel Castro, e sobre eles a aviação chilena, sublevada, despeja bombas.
Allende se recusa a capitular. Tudo indica que resiste com a esperança de que seu General de confiança garantirá a constituição e o seu mandato, somando-se a pequena resistência civil que era esfacelada nas ruas de Santiago e nas cidades do interior. O nome do homem é Augusto Pinochet Ugart, sujeito tido como moderado e legalista no processo de radicalização das elites chilenas contra o governo socialista de Allende.
Não houve socorro, o palácio do governo em chamas foi invadido e o presidente eleito encontrado morto, com a cabeça destroçada por uma rajada de metralhadora. Disseram que havia cometido o suicídio, embora nenhum dos sobreviventes testemunhe esse fato.
Seguiu-se então uma das maiores carnificinas já presenciadas na história das ditaduras latino-americanas, erguida não só pela usurpação do mandato presidencial, mas sobre a aniquilação física de seus oponentes, qualquer que fosse.
Pessoas presas no Estádio Nacional presenciaram e sofreram toda a sorte de brutalizações. Vitor Jara, considerado até hoje um dos mais importantes compositores populares chilenos, foi ali assassinado, sendo antes cortadas as suas mãos em vida.
No outro extremo, meganhas invandiam a Isla Negra e a casa de Pablo Neruda, Prêmio Nobel de Poesia da América Latina e , também, socialista e legalista. Sem encontrar quem buscavam destroem uma das mais importantes coleções de conchas marinhas do país e depredam todo o imóvel que tem importância para um dos principais tema da obra de Neruda: o mar.
Dias depois a viúva do presidente deposto, sob constrangimento, teve que enterrá-lo quase como indigente no cemitério da capital. Teve, porém, a coragem de gritar para as baionetas e coveiros presentes que ali se estava enterrando um homem de bem, o presidente eleito do Chile, Salvador Allende. E assim seguiu-se a brutalidade comandada por um único homem, exatamente aquele por quem tanto esperou Salvador Allende - o traidor da democracia chilena, o General Augusto Pinochet, supremo comandante entre os comandantes de uma das mais sangrentas ditaduras latino-americanas, só possível no contexto da Guerra Fria entre EUA e URSS e de movimentos congêneres no continente, dentre os quais o Brasil, que oferecera apoio técnico ao golpe.
Por 17 anos Pinochet fez fama de ser um escroto honesto até que a democracia foi restabelecida e vieram de vez a tona suas responsabilidades sobre assassinatos de opositores, no país e no exterior, com a novidade que, além de todo o sangue com que encharcara a história chilena, amealhara uma fortuna pessoal injustificável para o salário de general, ou de presidente usurpador.
Apesar dos 91 anos, Pinochet não viveu o suficiente para pagar por seus crimes hediondos, mas capitulou no dia de seu maior inimigo - 10 de dezembro de 2006 -, o dia em que se comemoram os direitos humanos. Que lhe sirva de epitáfio.

domingo, 10 de dezembro de 2006

Em boca fechada...

Do Senador Cristovão Buarque (PDT - DF): O governo Lula é um governo do voto, não é um governo da nação!

Melhor que seja assim, professor. Sua idéia ecoa muito mal, por que remete a idéias totalitárias que só trouxeram sangue e lágrimas para a humanidade. Ainda não se viu no mundo governo de nação que não terminasse muito mal para os governados. Da Alemanha pós-Weimar, nacional-socialista, ao Cambodja do Khmer Vermelho.

sábado, 9 de dezembro de 2006

Olympia, vivinho da silva


(crédito: O Liberal)

Boa notícia de fim de semana. O Olympia, o mais antigo cinema brasileiro em funcionamento (1912), ressurge para a cidade sob a gestão da Fundação Cultural Município de Belém (FUMBEL). Vítima da mudança na ambiência do mercado cinematográfico e do descaso das autoridades e empresários o cinema encerrou suas atividades no ano passado.
Embora, este ato de salvamento cultural se destaque no deserto de realizações da atual administração de Belém, vale observar que, para dar certo o projeto, é absolutamente necessário a imediata revitalização de todo o complexo da Praça da República, com a recuperação dos jardins, disciplinamento das atividades econômicas informais ali praticadas e, last but not least, um programa de segurança a ser desenvolvido pela Guarda Municipal em cooperação com a comunidade residente naquele logradouro público.
Quanto a FUMBEL estabelecer o Olympia como espaço privilegiado para a projeção de cinema nacional, especialmente se nele incluir o resgate de obras hoje fora do circuito comercial, é medida eqüanime em razão das regras vigentes no mercado, hoje favorecedoras de grandes estréias nacionais - mas com pouquíssimos filmes nacionais - eficientemente articuladas pelas grandes produtoras de cinema norte-americano.
Portanto, o resgate do quase centenário Cinema Olympia representa sem dúvida um ganho para a história do cinema brasileiro e deve ser comemorada por todos.

Florilégio

Hoje estou para a literatura. Faz tempo a agenda de trabalho tem me subjugado a cumprir leitura sobre assuntos bem áridos (inovação tecnológica, medicina translacional, transdução de sinal, diferenciação celular), assuntos sem dúvida apaixonantes também, mas de pesada digestão para o espírito.
Fui então à poesia oriental, que nos oferece entre tantas belas flores (florilégio) esta:

Sentenças e palavras
podem
entre si competir
Mas a mente é mestra

(Lu Chi's Wen Fu - The Art of Writing. Milkeed Editions, 1991)

O luxo e o lixo

Fuxico de quem não tem o que fazer - diria Denner. Mas, a Daspu não fará qualquer lance para arrematar a Daslu, que estaria afogada em dívidas desde que submergiu no escândalo de sonegação fiscal.
Segundo especialistas a situação será resolvida na ponta de um martelo - de madeira e sem grife mesmo - que encerrará as atividades do templo do luxo na capital paulista.

O que falta no celular?

A revista Veja lançou pela rede a seguinte pergunta: ”Que nova função você desejaria que os fabricantes incluíssem nos celulares?” A consulta foi feita para Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Austrália, Espanha, Argentina e México, além de Cingapura e, obviamente, o Brasil. As quase mil pessoas que responderam votaram, depois, em seus países, pela melhor resposta. Eis algumas sugestões:

  • Austrália: expansão de discagem por voz;
  • Argentina: videoconferência e GPS para casos de perda do aparelho;
  • Canadá: que o celular verifique a pressão arterial e funcione como monitor cardíaco, além de scaner de mão;
  • Espanha: uso de bateria solar; mais espaço para mensagens de texto;
  • México: recurso de teletransporte!;
  • Brasil: tradutor simultâneo; parte das mulheres pediu um sistema especial de GPS para localização de namorados e espelhinhos nos aparelhos para retocar a maquiagem.

Alguém se habilita a outras sugestões?

Juízo ainda que tarde!

Evo Morales sonha com uma integração latino-americana-caribenha com a União Européia. Sem dúvida essa multilateralidade é necessária neste mundo de poder unipolar, na primeira década deste século.
Mas, para tanto, é premissa que se construa uma unidade de ação em torno de eixos desenvolvimentistas e de mútuo respeito entre os governos nacionais da região. Supere-se, portanto, as hostilidades insensatas do presidente boliviano contra o Brasil, protagonizadas com o estímulo e a cumplicidade do condottiere venezuelano Hugo Chávez.
Afinal, com precisão, Bolívar já havia chamado a atenção que "de lo heroico a lo ridículo no hay más que um paso".

sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

Flanando pelo Google Earth


Cabo Horn - Terra do Fogo (Chile)

Situado na ilha Hornos, no arquipélago da Terra do Fogo de domínio chileno, o Cabo Horn é o ponto mais ao sul da américa latina. É onde começa a famosa Passagem de Drake, onde ventos fortes originados no pacífico em direção ao atlântico, geram mares com ondas acima de 10 metros, difíceis de navegar. Amir Klink tem relatos fantásticos de sua passagem pelo Drake durante sua primeira invernada antártica. A passagem de Drake vai do Cabo Horn até as ilhas Sheetland do Sul, já na Antártida.

Latitude: 55°58'44.17"S
Longitude: 67°16'34.58"W

Cangula pensa

O Liberal de quinta-feira volta a carga e anuncia o que foi intuído por este blogue duas semanas atrás.

Ontem à tarde, depois de longa negociação, o conselheiro Lula Chaves deixou a chapa onde seria o vice, no TCM. A eleição será hoje. Ronaldo Passarinho foi mantido como candidato a presidente. Aliás, o preferido dos funcionários. Laudelino Pinto passou de corregedor para vice, no lugar de Lula. A conselheira Rosa Hage, que havia sido colocada de lado, entrou na chapa no cargo de corregedora".

"A chapa para o Tribunal de Contas dos Municípios, tendo na presidência o conselheiro Ronaldo Passarinho, na vice-presidência Aloísio Chaves e na corregedoria Laudelino Soares, foi uma demonstração de força de Lula. O nome de Rosa Hage, segundo se falava, teria o apoio até da governadora eleita Ana Júlia. Como são cinco os eleitores e na chapa são três, a eleição de Passarinho está assegurada. A conselheira Rosa Hage mostra-se inconformada".

Observem nas breves linhas d'O Liberal o quanto essa eleição (?) se parece com aquela brincadeira infantil das cadeiras. Convem ao leitor saber que os TCM do Pará e o de São Paulo são os únicos que ainda mantêm as portas abertas no Brasil, ainda que sob suspeições de instumentalização política, nepotismo e gasto desenecessário dos recursos públicos.
É hora de dar um basta nessa corte cara aos bolsos do contribuinte, e habituada a pouca luz sobre os folguedos que a distraem.
Para dar conta desse serviço , como todo o resto da federação já está careca de saber, basta apenas a concorrência do Tribunal de Contas do Estado.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

Cangula desgovernada

Sobre o caso de zonas cegas, surdas e mudas no espaço aéreo brasileiro como uma possível causa do acidente da Gol, o jornalista Samuel Lima escreveu neste sábado sobre a metodologia possivelmente pouco judiciosa de outro jornalista, implantado no Fantástico da Rede Globo. Leia o Blog do Jeso no post A era das "quase-notícias".

Enquanto isso, vamos em frente enovelados no pânico, nos imediatismos e na falta de informações verdadeiramente confiáveis.
Mais interessante é ver que antes do terrível acidente da Gol, ninguém dava uma palavra a respeito de tantos e tamanhos riscos a aviação comercial no Brasil. De repente, parece que não dá nem para esticar o pescoço sem ser atingido por um Legacy perdido ou por uma cangula desgovernada. Como se um suposto castelo de areia desmoronasse sobre os viajantes.

Mas nada vai me impedir de estar em julho de 2007 no Peru. Só um assalto no Umarizal; ou um atropelamento no Shopping Iguatemi (nas calçadas não mais destinadas aos pedestres, relegados ao humilhante beiral do perigo, disputando com carros e uma infinidade de ônibus); uma intoxicação exógena ou soterramento pelo monturo de lixo que algum animal joga todos os dias na esquina de minha rua; ou algum problema de saúde. Só isso.

Como já disse em outro momento, adeus amigos. Mas eu vou! Vou levando cantil, colchonete, bromazepam, entre outros penduricalhos. Não para suportar o trekking na montanha Inca pré-colombiana ou na planície de Nazca. Mas para suportar o ambiente adverso em que se transformaram os aeroportos brasileiros, de modo meio que súbito. Pior é saber, que após enfrentar o aeroporto, ainda tem o avião. Mas eu vou! Ponto!

Polaroads

A série Bibelôs do blog Polaroads de Edyr Augusto está ótima. E já está lá desde setembro de 2006 e merece ser lido da frente para trás ou de trás pra frente. Ele conseguiu resumir a impressão que tenho sobre as obras da SECULT nos 12 anos que passaram. Recomendo a visita e tasco link no Flanar.

Alternativa diante da inércia

Pelo menos um restaurante localizado na área de guerra do Umarizal, já tomou providências no sentido de proteger seus clientes e seu negócio.
É o que informa o Repórter Diário hoje.

A direção da churrascaria Picanha & Cia informa que, desde o último assalto que sofreu, há dois anos, reforçou a segurança do lugar. Por isso, o restaurante escapou por pouco da onda de assaltos que varreu aquela área, nas últimas semanas.

Enquanto o isso, o Quinta Emenda no post Efemérides, ao qual se associa o Flanar, conta os dias para a saída de Manoel Santino da Secretaria de Defesa Social. Contamos também os dias para a saída também de outras "personalidades" não menos "importantes", por assim dizer.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

Vim, vi e venci

Terça-feira, no Rio de Janeiro. Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim, 16:00 horas. Ali, no Galeão, se podia ouvir qualquer coisa menos bossa nova. A situação estava absolutamente caótica, com pessoas no salão de embarque aguardando ordem de embarque desde as 11 horas da manhã, quando lá cheguei para pegar meu vôo.
Com o black out da navegação aérea do país, ali se via de tudo e aquela voz sussurrante, de suprema sacerdotisa da camoniana ilhas dos amores, havia sumido do sistema de som interno do aeroporto. Seria ainda uma octogenária Iris Lettieri a dona daquela voz, interroguei comigo.
Compunham aquela cena vários executivos sentados no chão, matutando problemas guardados em notebooks, crianças as carreiras, velhinhas passando mal de fome, passageiros pedindo sempre a mesma informação no balcão das companhias aéreas e a novidade de evangélicos com a Bíblia em punho imprecando aos gritos contra aquela situação. Um deles, em alto e bom som, percorria o salão de embarque esclarecendo a quem lhe desse ou não o ouvido que tudo não passava de um sinal dos tempos, fruto da vida de descrenças dos homens no reino divino!
Depois de esperar quatro horas, finalmente, a voz da velhota Lettieri ou de alguma cover sua chamou-me para embarque imediato.
Dentro da aeronave, já sentado, novo tumulto na lenta contagem regressiva para chegar em casa. Estavam embarcando passageiros de vôo anterior cancelado, com igual destino, mas desde que estivessem sem bagagem, ou apenas com bagagem de mão.
Ocorre que um cidadão não aceitou a diretriz da companhia e em carreira do finger ao charuto alcançou o primeiro assento que pode alcançar e, zás, afivelou-se, assumindo a posição fetal. Ao seu lado, na janela, uma velhinha mal piscava de pânico.
Aos apelos dos comissários o insurgente dizia com toda calma que dali não sairia, ninguém o tiraria, e a companhia que lhe mandasse a bagagem despachada no outro vôo, que fosse dali a quinze dias, a quinze meses, a quinze anos, ou, se não quizesse, não mandasse, porque naquela situação pouco lhe importava. O que ele queria mesmo era sair dali e logo.
Alguém mais afoito pede que chamem a polícia, quem sabe ansioso por algum apelo de lincha, tão comum a maldade nessas situações limites. Felizmente um e outro apelo não foram atendidos em razão da solidariedade dos demais passageiros, que poderavam que aquela situação estava fora da rotina, e, como tal, obrigava que se usasse de bom senso para solucionar o problema.
Depois de idas e vindas, finalmente a companhia aérea aquiesceu ao óbvio e o insurgente pode ser deixado em paz, sem que fosse necessária a concorrência de qualquer medida extrema.
Enquanto isso, ao meu lado, a garota de pouco mais de vinte anos enviava ao namorado um torpedo, quando foi interrompida pela comissária com o aviso de que as portas da aeronave logo seriam fechadas e, em razão das normas de segurança, deveria desligar o equipamento de imediato.Com ar contrariado pela interrupção, a dona da gargantilha Ana Lídia desligou o aparelho não sem antes beijá-lo, como complemento de um ritual que a levaria o mais depressa possível para os braços do amado, decerto impacientíssimo em algum saguão de aeroporto brasileiro, com olhos fixos no monitor de chegadas/ arrivals, todas em situação de atraso técnico ou canceladas.
Quando o comandante informava que alcançáramos altitude de cruzeiro, ouço na fileira ao lado o insurgente explicar a velhinha que o avião é o meio
de transporte mais seguro no mundo, e que decidira agir rápido, daquele modo, porque se não deixaria de ser padrinho no casamento do tio mais novo, que aconteceria na manhã seguinte, em Santo Antonio do Descoberto, interiorzão de Goiás. Tinha razão a turma do deixa disso. Solidariedade está acima de tudo.

Prêmio UNB de Pesquisa - 2006


O Doutor em Biologia Celular (USP) Ricardo Bentes de Azevedo, professor do Instituto de Ciências Biológicas da UNB, foi distinguido com o Premio UNB de Pesquisa - 2006. Ricardo, amapaense, é biólogo graduado pela Universidade Federal do Pará (1985), com pós-doutorado no National Institute of Health - NIH, EUA. Tem autoria em mais de 60 trabalhos científicos, publicados em revistas nacionais e internacionais, dentre elas a seletíssima Nature.

Ferrolho

Em política, tudo acontece. Mas ao cidadão comum, como entender certas coisas?
Paulo Fonteles após fazer uma dramática carta de despedida, em cerca de uma semana, retornou ao PC do B. É o que informa agora o Blog do Barata.
Cara pálida

Último hit brasileiro no You Tube, este vídeo mostra uma cena totalmente inusitada na vida do apresentador Silvio Santos. Confira!

terça-feira, 5 de dezembro de 2006

Gol 1907 - peia na galera

O jornalista Alberto Dines do Observatório da Imprensa, manda ver hoje na cobertura da mídia do acidente da Gol, ocorrido em 29 de setembro. E manda ver também em afiadíssimos neocríticos da mídia, blogueiros,bloguistas ou meros linchadores.

No meio de bem fundamentadas afirmações escreve:

O jornalista do New York Times que voava no Legacy declarou logo nos primeiros dias que há "pontos cegos" no espaço aéreo da Amazônia.

Posso estar enganado mas, Dines esquece que não foi só isso que o jornalista americano disse em tão precoce momento. Apressou-se também a escrever uma pérola de imprensa sensacionalista quase que a dizer How I survived in the jungle. Não satisfeito, ainda levantou suspeitas de que os pilotos do Legacy estariam correndo perigo no Brasil. Conduta no mínimo igualmente questionável, para não dizer, ridícula. Prefiro supor que Dines concorde com este aspecto mas tenha preferido manter o foco nos desatinos da cobertura midiática.
Ora! Se os órgãos oficiais brasileiros erraram em antecipar as causas do acidente apontando os pilotos do Legacy como culpados, também errou Mr. Joe Sharkey quando tão precocemente apontou o problema que só hoje temos como fato. Sem as investigações, todos estavam de fato especulando.
Mas em um aspecto, concordo integralmente com Dines: a imprensa brasileira errou mais.
Em desatres aéreos, a multicausalidade é frequente, como chegou a afirmar um comentarista deste blog na época. E ninguém espere respostas imediatas nestes terríveis cenários.
Diria a Dines, para ler e reler a reportagem de Joe. Verá que a patriotada acabou por ser hegemônica em todo o curso das investigações. Aqui ou no New York Times.
Tem 80% de razão o jornalista neste aspecto específico. Patriotada é sempre ridícula.
Melhor mesmo é saber a verdade, desvinculando-se de discussões emocionais, com uso político ou superficiais.
E está recheado de razão, quando diz que a mídia e talvez a blogosfera terminaram por esquecer o drama da perda de 154 vidas humanas, embrenhadas num cipoal de superficialidades.
Só que os blogs, Dines, não produzem fatos. Comentam aquilo que a imprensa publica como fatos. E como voce pode ver, eles nem sempre são fatos.
Et pour cause...

Leia mais em Tragédia Aérea, escândalo político, jornalismo complacente.

Flanando pelo Google Earth


Estreito de Gibraltar no Google Earth.

Farol de Tarifa, na ponta da Península Ibérica.

Navio cruzando o estreito.

Visto no Google Earth (GE), o estreito de Gibraltar é uma pequena ponta da Península Ibérica que quase se encontra com outra ponta do gigantesco continente africano.
Ao norte, a colônia inglesa de Gibraltar. Ao sul, Marrocos e Ceuta. Olhando assim, de longe, parece muito estreito mesmo. E de fato, Gibraltar se constitue um certo risco à navegação. Com uma largura mínima de 13 km e profundidade máxima de 300 m, trata-se de uma combinação de pouco espaço com alto fluxo de embarcações entrando e saindo do Mar Mediterrâneo. Radares e rádios ligados, todo cuidado é pouco quando se sabe quanto tempo um grande superpetroleiro pode demorar para cessar completamente seu movimento.
Se observarmos melhor no GE o espaço de mar entre as duas pontas, vamos encontrar várias embarcações. Pelo menos 3 de grande porte vindo no sentido Leste-Oeste e 1 no sentido Oeste-Leste. Mas, se aproximarmos mais ainda, poderemos ver que no meio deles todos, alguns pontos brancos também estão no mesmo cenário. Talvez pequenos veleiros.

Mais informações:

Wikipedia - Gibraltar
Wikipedia - Gibraltar - Português
CIA Factbook
Government of Gibraltar

Latitude: 36° 0'10.89"N
Longitude: 5°36'34.75"W

-----------------------------------------------
Editada às 18:50h

Leitor espanhol Daniel, corrige o poster. O Farol mostrado na foto é da cidade de Tarifa, a cidade mais ao sul da Espanha Peninsular, segundo afirma.
De fato, a cidade de Gibraltar, colônia inglesa disputada pelos espanhois, na verdade fica um pouco mais à nordeste, onde podemos ver o que os ingleses chamam de The Rock (A Rocha).
Ainda afirma o leitor que neste local estaria a praia onde foi flagrada a top model Daniela Cicarelli.

Sangue novo no Flanar

Os dois posts abaixo são de responsabilidade do mais novo articulista do Flanar. Outro médico, disposto a ir além da mera prática da medicina, enveredando com coragem nos meandros da blogosfera. Em breve seremos todos apresentados a ele, que no momento está cuidando de seu perfil no Blogger. Sugiro que ele mesmo se apresente aos leitores da maneira que achar melhor, com ou sem pseudônimo.
Ampliamos assim um pouco mais o projeto Flanar, trazendo não necessariamente a concordância, mas além da possível e saudável discordância, o desafio de ir construindo um blog com várias mãos. Sem que tenhamos que usá-las para nos espancar, é claro.
Continuamos assim o que talvez seja o principal objetivo do projeto Flanar. E o fascínio maior está em justamente saber se vai dar certo. Pessoalmente, acho possível não só pela maturidade dos escolhidos bem como pela qualidade de seus textos, em muito superiores aos meus cometimentos.
Mas se até casamentos - a princípio potencialmente bem sucedidos -, acabam, não seriam os blogs que gozariam de imunidades ou invulnerabilidades em se tratando de convivência.
Deixei o novo poster à vontade quanto a regularidade de suas postagens e, a exemplo do que combinei com Oliver, não exercerei nenhuma espécie de censura ou moderação. Afinal de contas, trata-se de uma atividade que deve ser acima de tudo prazeirosa. Não me furto em exercer alguma edição em aspectos meramente estéticos do blog como o tamanho das imagens, a regularidade da tipologia, os créditos das imagens, coisas assim bem básicas. Como também não me furtarei em moderar os comentários de leitores mais intoxicados de adrenalina, digamos assim.
Longe de mim a função de editor. Mesmo porque também para mim o tempo é exíguo e literalmente "time is money". E "money" nós precisamos para manter a família e um modesto padrão de vida, talvez injusto em função da responsabilidade da atividade profissional que escolhemos. Mas isso é outra história. História que os 3 posters médicos poderão contar vez por outra.
Neste momento, pagamos para ver e desejamos que os leitores apreciem a proposta e divulguem nosso blog. Sem grito.

Viva o Livro!

Millor Fernandes escreve em Veja desta semana um texto legal sobre um velho companheiro do homem, responsável pelo maior avanço que ele pode experimentar ao longo dos tempos.


Um novo e revolucionário conceito de tecnologia de informação

Millôr Fernandes


Na deixa da virada do milênio, anuncia-se um revolucionário conceito de tecnologia de informação, chamado de Local de Informações Variadas, Reutilizáveis e Ordenadas - L.I.V.R.O.

L.I.V.R.O. representa um avanço fantástico na tecnologia. Não tem fios, circuitos elétricos, pilhas. Não necessita ser conectado a nada nem ligado. É tão fácil de usar que até uma criança pode operá-lo. Basta abri-lo!Cada L.I.V.R.O. é formado por uma seqüência de páginas numeradas, feitas de papel reciclável e capazes de conter milhares de informações.
As páginas são unidas por um sistema chamado lombada, que as mantêm automaticamente em sua seqüência correta.

Através do uso intensivo do recurso TPA - Tecnologia do Papel Opaco - permite-se que os fabricantes usem as duas faces da folha de papel. Isso possibilita duplicar a quantidade de dados inseridos e reduzir os seus custos pela metade!Especialistas dividem-se quanto aos projetos de expansão da inserção de dados em cada unidade. É que, para se fazer L.I.V.R.O.s com mais informações, basta se usar mais páginas. Isso, porém, os torna mais grossos e mais difíceis de serem transportados, atraindo críticas dos adeptos da portabilidade do sistema.

Cada página do L.I.V.R.O. deve ser escaneada opticamente, e as informações transferidas diretamente para a CPU do usuário, em seu cérebro. Lembramos que quanto maior e mais complexa a informação a ser transmitida, maior deverá ser a capacidade de processamento do usuário.

Outra vantagem do sistema é que, quando em uso, um simples movimento de dedo permite o acesso instantâneo à próxima página. O L.I.V.R.O. pode ser rapidamente retomado a qualquer momento, bastando abri-lo. Ele nunca apresenta "ERRO GERAL DE PROTEÇÃO", nem precisa ser reinicializado, embora se torne inutilizável caso caia no mar, por exemplo.

O comando "browse" permite fazer o acesso a qualquer página instantaneamente e avançar ou retroceder com muita facilidade. A maioria dos modelos à venda já vem com o equipamento "índice" instalado, o qual indica a localização exata de grupos de dados selecionados.

Um acessório opcional, o marca-páginas, permite que você faça um acesso ao L.I.V.R.O. exatamente no local em que o deixou na última utilização mesmo que ele esteja fechado. A compatibilidade dos marcadores de página é total, permitindo que funcionem em qualquer modelo ou marca de L.I.V.R.O. sem necessidade de configuração.


Além disso, qualquer L.I.V.R.O. suporta o uso simultâneo de vários marcadores de página, caso seu usuário deseje manter selecionados vários trechos ao mesmo tempo. A capacidade máxima para uso de marcadores coincide com o número de páginas.

Pode-se ainda personalizar o conteúdo do L.I.V.R.O. através de anotações em suas margens. Para isso, deve-se utilizar um periférico de Linguagem Apagável Portátil de Intercomunicação Simplificada - L.A.P.I.S. Portátil, durável e barato, o L.I.V.R.O. vem sendo apontado como o instrumento de entretenimento e cultura do futuro. Milhares de programadores desse sistema já disponibilizaram vários títulos e upgrades utilizando a plataforma L.I.V.R.O.

Flanando pela memória médica

Neste oito de dezembro diversas turmas diplomadas em medicina pela UFPa. comemoram suas formaturas. Considerada uma tradição ao longo dos quase noventa anos de instalação do curso — iniciado em 1º de maio de 1919 —, nem sempre esta data foi escolhida para as cerimônias de colação de grau, embora seja a de maior freqüência. A primeira formatura, exemplo, aconteceu em 16 de abril de 1925 e a primeira colação de grau realizada em 8 de dezembro foi a dos concluintes do ano de 1934. Resta saber qual a origem da escolha da data.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

Gulag dos tempos pós guerra fria


Foto: New York Times

Esta foto parece mostrar um trabalhador de indústria química. Ou um prisioneiro de algum Gulag soviético da época da guerra fria.
Mas é um prisioneiro muslim americano Jose Padilla, acusado de participar de um complô terrorista.
Aqui ele é visto quando era levado ao dentista para fazer tratamento de canal.

Several guards in camouflage and riot gear approached cell No. 103. They unlocked a rectangular panel at the bottom of the door and Mr. Padilla’s bare feet slid through, eerily disembodied. As one guard held down a foot with his black boot, the others shackled Mr. Padilla’s legs. Next, his hands emerged through another hole to be manacled.

Wordlessly, the guards, pushing into the cell, chained Mr. Padilla’s cuffed hands to a metal belt. Briefly, his expressionless eyes met the camera before he lowered his head submissively in expectation of what came next: noise-blocking headphones over his ears and blacked-out goggles over his eyes. Then the guards, whose faces were hidden behind plastic visors, marched their masked, clanking prisoner down the hall to his root canal.

Nem vamos falar de Guantanamo.

Leia mais a respeito no New York Times.

domingo, 3 de dezembro de 2006

OLPC



One Laptop per Child. Este é o projeto do laptop de 100 dólares entregue na semana passada ao Presidente Lula pelo seu idealizador, Nicholas Negroponte.
Teórico do MIT, Nicholas explica neste vídeo que o OLPC não é um projeto de tecnologia, mas de educação.
Para ele, ensinar informática para as crianças com Powerpoint e Excel não seria construtivo.
As crianças não precisam aprender PowerPoint, precisam aprender a aprender.

O OLPC utiliza Linux e software open source.
O grupo que desenvolve o OLPC (que inclui além de Nicholas, Seymour Papert e Walter Bender) mantém um website exclusivo sobre o projeto.

One Laptop per Child

sábado, 2 de dezembro de 2006

Papel Carbono

O 70 dá a notícia de que a UFPa está investigando uma suspeita de plágio em dissertação de mestrado.
Infelizmente, não é assunto novo. Na ciência a fraude é assunto que choca os pesquisadores, mas se torna cada vez mais frequente, tanto no Brasil quanto em outros países.
Entre nós, em 2004, na prestigiada revista Ciência e Saúde Coletiva, tivemos a publicação de um artigo parcialmente copiado de trabalho da Dra. Maria Novais, professora da Faculdade de Medicina da USP. Na ocasião a revista publicou em desagravo carta de Novais, que defendia a mais a ampla divulgação dos fatos, para que fossem informados quem plagiou e qual foi o plágio, como forma de inibir o "corta e cola" de textos alheios.
Para a professora paulista esta seria a melhor punição que um punguista do conhecimento poderia receber; a desmoralização na academia e para a sociedade, encerrando assim uma carreira profissional fundamentada na produção desonesta de trabalhos copiados de outrem.
No caso da UFPa, contudo, comprovado o delito, e esclarecido o perfil de quem o praticou, medidas mais severas terão de ser necessariamente adotadas.
Quanto ao título deste post cabe um esclarecimento aos que, mais jovens, não conheceram a máquina de escrever, hoje peça de museu. Tratava-se de papel carbonado posto entre duas ou mais folhas, de modo a imprimir cópia do original que se datilografava na folha da frente. Usava-se também desse processo para a emissão de notas fiscais.

Primor de lucidez

O Quinta Emenda realizou hoje um feito inédito na blogosfera pensante paraense. Criou a melhor crítica sobre a postura do judiciário paraense, comentando a cerimônia de inauguração do nababesco prédio do TJE, ontem à noite. Já com o codinome de Palácio de Versailles, a obra é polêmica em um estado onde a justiça parece ver a realidade passar pela janela.

A corte assistiu em silencio.
E na avenida em frente ao Palácio, naquele fast motion das luzes no asfalto molhado das canções de Arrigo Barnabé, o tempo continuava, rápido, sem olhar para trás.
Igual a vida das pessoas.
Eles, lá dentro, precisam se ver assim. É o que são.

Não dá pra deixar de clicar aqui.

Bulas, ora bolas*

Aristóteles Guilliod de Miranda**

Dizem que o Finnegans Wake, do escritor irlandês James Joyce, é considerado o livro mais difícil que existe para leitura. Impenetrável para muitos, acessível apenas para determinados eleitos – os irmãos Campos, por exemplo, ou os irmãos Pinto, quem sabe? – que o escolheram como provável definitiva e única matéria de vida, razão de seu existir, – a(?)/ (o) “working in progress” dos iluminados com certeza perde e feio para a literatura produzida nas conhecidas bulas que acompanham os medicamentos.

Alguém, principalmente os não pertencentes ao meio médico, já se deu ao trabalho de garimpar em alguma dessas verdadeiras pequenas lojas de horrores e tentou traduzir os hieróglifos ali existentes? A dificuldade começa pelos caracteres microscópicos utilizados para a feitura do texto. Se o coitado do leitor buscava informações sobre um medicamento para a vista, já estaria aí um primeiro teste para a sua visão, além da sanidade mental, é claro!

Depois, o estilo. A acreditar-se que a bula seja um mero folheto informativo direcionado para o leigo (se não, não haveria a célebre observação presente em algumas: “ não desaparecendo os sintomas consulte seu médico”, ou “não tome remédio sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para sua saúde” ) o estilo empregado, se assim podemos considerar como tal, quando muito pode servir de deleite aos beletristas empedernidos, guarda-civis da língua portuguesa, principalmente os pertencentes a briosa confraria dos hipocondríacos literatos ou vice-versa. Que tal algo como “o cloridrato de piridoxina, convertido em fosfato de piridoxal, atua como coenzima de cerca de 60 enzimas, relacionadas, em sua maioria, com o metabolismo de proteínas e aminoácidos”?! Ou “telmisartam demonstrou não ter efeito mutagênico ou efeitos clastogênicos nos estudos ‘in vitro’. Nenhuma evidência de carcinogenicidade foi observada nos estudos conduzidos em ratos e camundongos”, por exemplo?! Não é de se entrar em estado de levitação hipocondríaca ( isto para quem é do ramo)?!

Bom, a questão é a seguinte: se as informações são técnicas, para orientação dos médicos, é pouca coisa, no que se refere às ações farmacológicas; se é para orientação de um público leigo, aí a coisa muda de figura – no máximo desencadeará pânico ou, verdadeiros orgasmos para os viciados. Vale lembrar mestre Millôr quando diz que “médico é um cientista que aplica drogas que mal conhece em pessoas que nem conhece” e que “50% das pessoas morrem de médico”! Será que ele não tem um pouco de razão?

Não sei como funciona a coisa por aí, no que se refere às bulas. Acredito que seja mais ou menos a mesma coisa, partindo-se do princípio que o Terceiro Mundo é o paraíso da indústria farmacêutica, onde são despejados algo em torno de 11 mil apresentações medicamentosas contra cerca de três mil na matriz. Terceiro Mundo?... Ainda não foi rebaixado? Apenas a título de informação, no Japão o médico prescreve a medicação através de uma numeração, que é levada à farmácia, onde é aviada ao paciente a quantidade adequada para o tratamento, evitando o que se tem por aqui que é comprar mais de uma caixa do remédio para completar o tratamento, ocasionando, sempre uma inútil sobra depois.

Acho que os cientistas, os acadêmicos, aqueles que ficam elocubrando a respeito do nada, produtores de pérolas tipo “o ângulo ideal de inclinação do acento agudo para a produção de vogais abertas” ou “o valor das fricativas na população tatibitate”, poderiam debruçar-se sobre estes palimpsestos a fim de dissecá-los para nós, pobres mortais. Seria um verdadeiro serviço de utilidade pública para a sociedade. Principalmente se considerarmos que muitos médicos estão mais para pacientes e leigos do que para profissionais, cientificamente falando.

Um outro dado interessante das bulas é uma espécie de advertência final – e “final”, aí, entra com toda sua carga semântica. Em muitas bulas lê-se o seguinte: “ Atenção – este produto é um novo medicamento e, embora as pesquisas tenham indicado eficácia e segurança quando corretamente indicado, podem ocorrer reações imprevisíveis, ainda não descritas ou conhecidas. Em caso de suspeita de reação adversa, o médico responsável deve ser notificado (grifo nosso)”! Quer dizer, no final sobra sempre para o médico! E a indústria farmacêutica fica de fora? E se o paciente não seguiu as orientações corretamente? E a automedicação, quem responde?

A propósito, o famigerado, ops, famoso, livro do Joyce citado no início foi lançado em volumes, cada um dedicado a um capítulo, tal a dificuldade de verter para o português esta peça literária, com o objetivo de torná-lo legível (digerível?) para os pobres monoglotas abrigados sob o manto da “última flor do Lácio inculta e bela”. Quem se habilita? Aceito empréstimo, depois. De preferência a tradução da tradução. Afinal minha cultura de almanaque Bristol não se permite a muitas concessões. Meus neurônios de estimação, os fabulosos, inigualáveis, inseparáveis e únicos Tico e Teco, penhoradamente agradecem.

* artigo exclusivo para o Flanar.
** Poeta, cronista, médico angiologista, mestre em literatura pela UFPa.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

Flanando pelo Google Earth


Aeroporto de Kansai. No Google Earth...

...com aproximação...

...gradual.

Vista aérea

Área de embarque de passageiros.

Detalhe dos arcos de aço inox que compõem a cobertura

Trem que leva a cidade de Osaka

No pós-guerra o Japão transformou-se em um importante centro econômico do continente asiático. Tal fato levou o aeroporto de Narita em Tóquio a experimentar uma sobrecarga em seu volume de passageiros. O Japão precisava de um novo aeroporto para atender a crescente demanda. Para uma ilha quase que inteiramente vulcânica, a questão do espaço para a construção civil é crítica. Decidiu-se então por construir uma ilha artificial na Baía de Osaka para fincar as estruturas do novo aeroporto.

Nascia assim o Kansai International Airport. Um grande feito da engenharia construído no tempo recorde de 38 semanas.

Kansai International Airport Website Oficial
Kajima.com
Wikipedia

Latitude: 34°25'52.21"N
Longitude: 135°14'33.44"E

O vôo de Ícaro

O Diário do Pará de hoje informa que o deputado federal Wladimir Costa (PMDB) está prestes a tomar um grande calote da candidatura Almir Gabriel (PSDB), a quem aderiu nas últimas eleições apesar do PMDB ser o principal aliado político da governadora eleita, senadora Ana Júlia Carepa (PT). Parece que o tempo é das vacas magras para alguns radialistas paraenses.

Paraíso das Bravatas

O caso do radialista "Zeca Diabo" (na verdade "professor" José Maria Trindade) flagrado extorquindo um empresário da cidade é emblemático. O rádio AM no Pará, há muito tempo é paraíso daqueles que "dizem nada temer", "doa a quem doer", "o homem da madeira", entre outras expressões auto-atribuídas em tom ameaçador. Outros, por trás desta imagem forjada, arranjam empregos em órgãos públicos e ficam bajulando o patrão. E depois vão pro rádio açodar pessoas decentes. E quando a cana vem, dizem-se "perseguidos" e toda aquela lorota que os cidadãos com algo a mais no cérebro sabem muito bem distinguir. É claro que no meio desta efêmera revoada, devem existir os sérios.
Quosque tandem?

piauí



O encontro foi num dia desses na Aeroviária de Congonhas. Eu, vencido pelo atraso do vôo. Ela, vendida em 27 x 35 cms de olímpica impressão .
Passada a surpresa, dei com um conteúdo inteligente, escrito num estilo jornalístico elegante e bem humorado, que me fez lembrar dos melhores cronistas do jornalismo brasileiro.
Também não é pra menos. As matérias são assinadas por um naipe que reúne gente como Ivan Lessa, João Moreira Salles, Antonio Prata, Marcos Sá Correia, Jaguar, Macklouf entre outros.
É assim que é escrita a piauí (grafado em minúsculas) e, embora incompleta, vale conhece-la no formato eletrônico.
Deliciem-se com a capa, uma síntese de antropologia da comunicação visual.