quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Que venham os SSDs

Imagem: Wikipedia
Os hard disks convencionais integrados a maioria dos computadores atuais, parecem ter chegado ao limite de sua performance. A velocidade de acesso aos dados, a despeito de enormes capacidades de armazenamento, permanece estagnada no tempo. Não estaria exagerando em apontá-los no presente momento, como o mais vexatório gargalo da microinformática. A razão disso, é óbvia. Os discos rígidos sempre padecerão dos limites físicos impostos em qualquer tecnologia dependente de partes móveis. Ou seja, discos magnéticos girando em altas rotações, com leitores posicionados sobre eles, obrigados a percorrer setores e mais setores, em busca de seus preciosos dados. 
Há algum tempo, surgiram os chamados Discos de Estado Sólido ou SSDs (Solid State Disks). Como utilizam memória flash, (mesma tecnologia embutida em pen drives e cartões de memória) possuem velocidades de acesso absurdamente maiores que os HDs. 
Vejam no final do vídeo abaixo, uma comparação de velocidades de boot entre um Macbook Air e um Macbook de primeira geração. O primeiro, equipado com um drive SSD de 128 gbytes.




Perceberam a extraordinária diferença? O fato de possuir um SSD, faz do Macbook Air uma máquina  quase que instantânea.
Contudo, ao menos por enquanto, os SSDs tem um probleminha: continuam caríssimos, sendo que os mais acessíveis ao bolso do usuário doméstico chegam no máximo a 256 gbytes. Enquanto isso, os discos rígidos já armazenam terabytes de informação.
Mas um dia, esta tecnologia também deverá seguir o fluxo natural de todas as outras atualmente disponíveis. Deve se tornar mais uma desejável banalidade. Espero ainda estar vivo para comemorar.

7 comentários:

ASF disse...

Talvez esteja surgindo a tendência de não ser mais necessário enormes quantidades de armazenamento local nas máquinas graças à computação em nuvem.

Quem sabe num futuro próximo nossos dados estarão disponíveis em qualquer lugar e a qualquer tempo, fazendo com que o armazenamento local funcione apenas como um cache inteligente para agilizar o acesso a dados que usamos recentemente ou com maior frequência.

Algoritmos sofisticados darão conta de prever quando precisaremos de determinada informação e se encaregarão de garantir uma cópia local para quando quiser acessá-la. Some-se a isso a ubiqüidade do acesso à rede proporcionada por tecnologias como LTE e WiFi que já começam a rivalizar com a performance das redes cabeadas nas suas gerações mais recentes (algumas ainda em fase de finalização e homologação pelas entidades responsáveis) e está construído o cenário ideal para esse futuro que não está tão distante.

A ampliação da capacidade e velocidade de acesso dos dispositivos de armazenamento de massa seguirá crescendo, mas os seus principais usuários devem passar a ser datacenters e concentradores de tráfego que passarão a armazenar nossos os nossos dados de forma permanente.

Esse futuro já começa a se concretizar através de serviços e produtos como o iCloud da Apple, Azure e Skydrive da Microsoft, iPhones, iPads, MacBook Air, dentre outros.

Carlos Barretto  disse...

Comentário esclarecedor, como de hábito.
Aba

Francisco Rocha Junior disse...

ASF, salvo minha mais absoluta ignorância de leigo, o armazenamento em nuvem dependerá sempre da velocidade do acesso à internet, não?

Se for isso mesmo, nós brasileiros (ou, mais particularmente, nós paraenses) ainda estamos a anos-luz dessa realidade nos ser eficaz, não achas?

Abs.

ASF disse...

Primeiro minha reposta mal humorada: não tome como referência e nem mesmo espere que a indústria paute o ritmo do avanço tecnológico pelos padrões da senzala.

Agora as minhas considerações à sério: fique tranquilo, mesmo nos rincões mais distantes os avanços chegarão, mesmo que seja com alguns anos de atraso.

Veja, hoje mesmo na senzala, já dispomos de smartphones avançados, acesso à Internet via 3G e WiFi à 400Mbps.

Sabe aquelas previsões do futuro feitas nos anos 40 e 50? De que estaríamos andando em carros voadores e comendo comida de astronauta no começo do século XXI?

Hoje aos nossos olhos elas parece tolice e são. O erro cometido foi utilizar conceitos e tecnologias comuns na época para fazer as tais previsões.

Atente no meu comentário a referência aos algoritmos e novos padrões de telecom.

Uma boa referência está em você considerar a imagem publicada aqui mesmo no Flanar que compara a fauna de telefones celulares existentes antes do lançamento do iPhone (que ocorreu ainda ontem, em 2007) com a de hoje.

Para ilustrar ainda melhor o meu ponto de vista, considere que você provavelmente está usando a linha telefônica na sua casa para conectar a Internet em volocidade superior à 1 megabit por segundo, duas décadas atrás você conseguiria nessa linha telefônica uma velocidade de no máximo 28 kilobits por segundo.

Edyr Augusto Proença disse...

Também sou um bobo no assunto, mas penso que mesmo existindo a nuvem e se tornando popular, acho que os dados mais pessoais, mais importantes, continuaremos guardando em nossos próprios computadores ou HDs externos. Claro que nem assim estão completamente seguros, mas pode ser alguma coisa, não?
Abs

ASF disse...

Comentário bastante perspicaz Edyr.

Realmente uma das coisas que mais se discute nos dias de hoje são questões relativas a segurança, disponibilidade (de nada adianta manter as informações em segurança e não poder acessá-las) e sigilo dos dados armazenados na nuvem.

Parte disso pode ser endereçado pelo trabalho na criação de padrões e normas, parte por legislação (o elemento mais complicado nessa equação) e parte pelo uso de criptografia.

No que se refere a criptografia, hoje já é possível adotar algumas práticas e ferramentas que podem manter suas informações em segurança, não importa se armazenadas no computador, celular, tablet, pendrive, etc ou em armazenamento externo. Lembre-se, se as informações estão armazenadas no seu computador sem o uso de criptografia elas estão legíveis à qualquer pessoa que tenha acesso à sua máquina, trata-se de uma ilusão de segurança.

Todos os sistemas operacionais mais utilizados, em suas versões mais recentes, dispõem nativamente de recursos e ferramentas de segurança e criptografia. O uso mais simples e comum é a criptografia de volumes de disco (conteúdo do HD): FileVault 2 no Mac, BitLocker no Windows e diversas outras ferramentas nas principais distribuições do Linux.

Existem também softs confiáveis fornecidos por terceiros, bastante acessíveis, como é o caso excelente 1Password (disponível em versões para o computador, tablet e smartphone) ou o TrueCryt (ferramentas grátis e open source).

Há casos notórios em que o uso destas ferramentas manteve em sigilo as informações das pessoas inclusive sob processo judicial.

Dois casos bastante emblemáticos envolvem o ex-CEO da Acer (processado por fraude financeira) e no Brasil o dos computadores do banqueiro Daniel Dantas. Em ambos os casos nem mesmo as forças de segurança e agências de espionagem norte-americanas conseguiram acesso aos dados criptografados.

Para encerrar: nada impede que você criptografe suas informações e as armazene de forma segura já. Seja no HD do seu computador, no pendrive ou mesmo em algum serviço de armazenamento remoto como Dropbox e Skydrive.

Carlos Barretto  disse...

De fato, apesar de já estar utilizando o armazenamento em nuvem, comungo da mesma desconfiança do FRJ e Edyr quanto a chamada "cloud computing". Pelo simples fato de que é uma tecnologia com dependência crítica da qualidade das conexões em banda larga.
Mas acredito firmemente que esse cenário vem mudando até rapidamente por aqui.
Vamos em frente!