terça-feira, 13 de março de 2012
Bicuda, Imperador!
Não vou me ater a uma reflexão técnica sobre o futebol de Adriano, o Imperador. Talvez os rapazes, em especial, fiquem insultados com meu domínio neste campo do saber. O fato é que sempre me intrigaram algumas situações espetaculosas, paradoxais e, talvez por isso mesmo, façam sentido. Como deve ser duro ter de entrar numa rotina e ritmo que nunca foram os seus e de forma tão rígida, abrupta e ainda exposta midiaticamente. Não é para qualquer um. É para pouquíssimos. O que me parece é que o mercado do futebol necessita de máquinas que não são compatíveis com as séries inventadas até agora de ser humano. Penso nos horários impostos para alimentação, para atividade física e para sexo. Eu só pensaria em driblar a todos - os horários. Penso nos impedimentos previamente determinados para consumo de drogas lícitas e ilícitas, nas negociações de cachês para tudo, na falta de espaço para dias atípicos compatíveis com as variações de humor. Eu seria infratora, na certa. Os caras não podem nem manter as amizades no morro! Ah! E não é simples escolha, não. Não dá pra dizer que “eles estão lá porque querem”. Para alguns, é tido como tábua de salvação, já que, no Brasil, é de praxe que a maioria dos jogadores não saia das escolinhas de futebol, mas das várzeas. Certo. Verdade. E isso apenas torna a “escolha” mais angustiante. É tudo muito pesado. Será mesmo que há motivo para tamanho rigor? Que gente maluca inventou isso? Bicuda nele! E me refiro ao rigor, gente, bicuda no rigor; não sou dada a atitudes nobres.
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2 comentários:
Erika Morhy estou surpresa com as suas declarações: "bicuda no rigor", rsrsrs. Eu não gosto do Adriano, é fato! Não gosto dessa mistura de "morro" e narcotráfico; não gosto do tratamento dado as mulheres; não gosto de nada dessa cultura carioca zona sul misturada com pequenos delitos que enaltecem a prática da violência e a ausência de regras. Vejo o Adriano como o resultado de tudo isso: violência, preconceito, marginalidade, muita grana e um entendimento sobre as mulheres que me causa horror. Sou corintiana por influência paterna, e não sei como o Corinthians aturou o Adriano. Não nego nada: cartolagens, corrupção, maluquices de toda a ordem; mas se há uma vitima nisso tudo é o futebol brasileiro e seus admiradores e torcedores nas mãos dessa cambada de contraventores e de péssimos exemplos. Até aceito a ideia do excessivo rigor e da exploração das "tábuas de salvação". Respeito a suas opiniões, mas o Adriano prá mim é mais um exemplo acabado do que a ausência de valores e a mística do sucesso faz com as "cabeças dinossauros". Bj.
Pronto, Marise! Você resumiu tudo o que eu queria dizer aqui: "Vejo o Adriano como o resultado de tudo isso: violência, preconceito, marginalidade, muita grana e um entendimento sobre as mulheres que me causa horror". E se ele é fruto disso tudo, não acho bacana que ele seja o foco das críticas que são feitas por tantos de nós seja em bares, seja na mídia, enfim. É bater na ponta mais frágil, e uns fazem isso de forma conveniente, outros por desconhecimento... sei lá eu.
Daí que prefiro estar com ele do que bater nele. Acho similar ao que foi feito na Confraria do Horto. Soube superficialmente do caso, mas, pelo que eles mesmos disseram no facebook oficial, "a polícia parece ter encontrado o queria no bar". O que eu via, como admiradora em especial da gó com pirão servida ali, eram estudantes, professores e outras pessoas "comuns" fumando baseado. Daí foi mais fácil apontar o dedo para os consumidores do que debater a questão sob uma outra ótica mais que necessária, a da "cadeia produtiva", por exemplo... Aí rola papo. bjão, querida.
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