Propaganda do novo i30 (Folha de São Paulo; 05/02)
Ao leitor mais atento, a propaganda do último lançamento da Hyundai, o novo i30, chama a atenção pela ausência de qualquer menção referente à motorização do veículo.
Talvez tal fato tenha a ver com a decisão da Hyundai de importar o novo modelo apenas com o motor 1.6 bicombustível (que rende 128 cavalos com etanol), aposentando assim o antigo motor 2.0 à gasolina (que rendia 145 cavalos, aliás bem divulgados quando de seu lançamento em 2009).
O motor desapareceu da propaganda e encolheu em tamanho na proporção inversa do preço, já que o novo modelo está custando até 20% mais caro (o preço varia de R$ 75.000,00 a R$ 85.000,00).
Curiosamente, a montadora coreana de automóveis Hyundai e sua subsidiária Kia são conhecidas pela agressividade em suas propagandas, o que já lhes rendeu multas e processos em vários países, inclusive recentemente nos Estados Unidos (por números de consumo manipulados).
Aqui no Brasil o imbróglio envolvendo o modelo Veloster, em 2011 acabou em pizza (vide postagem Veloster, Molóster ou Slowster?).
Mas é inegável que o carro é bonito e bem equipado e que vai concorrer bem contra rivais de peso, como Volkswagen Golf, Peugeot 308, Citroen C4 e Ford Focus.
Pessoalmente, não consigo me conformar que o mesmo carro custe apenas US$ 15,000.00 nos EUA.
Até quando seremos consumidores "bonzinhos"?!...
4 comentários:
Meu caro Scylla, penso que as industria de autos no Brasil adota um sistema de administrar consagrado mundialmente "pense global mas aja local". Então, perceberam que para o homem brasileiro, seu publico alvo, pouco importa o conteúdo do carro, o que o vende e' a aparência. Como vc mesmo diz, nao há que se negar que o novo i30 é bonito. Esse comportamento é tao forte no brasileiro, que adora bundas e barbies, com raríssimas exceções. Nao é uma critica ao homem, ja o sendo, mas um fato inegável do macho brasilis. Por isso, esse carro sem motor, de mais de 60 mil reais, vai vender, e muito... Ja o besouro (vide post anterior), que não é bonito, mas é potente, não vai alcançar, nem de longe, o sucesso do novo i30. Eu acho, ou não?
Embora eu me reconheça um admirador dos carros sulcoreanos, o grupo Hyundai-Kia tem tratado mal os brasileiros não é de hoje. Veja o caso do Tucson, que ganhou uma nova versão nos Estados Unidos. Normalmente, as novidades não chegam por aqui em tempo real (o que já começou a mudar). Mas a Hyundai trouxe o novo carro para o Brasil, só que chamado ix35 e sendo vendido mais caro, já que o Tucson tem boa aceitação até hoje.
Em suma, nossos carros já são muito mais caros do que no resto do mundo. Por aqui, o ix35 é mais caro que o Tucson, que é mais caro do que o "novo Tucson" dos Estados Unidos.
Ou seja, somos enganados em cascata.
Silvina, você está absolutamente correta.
A cultura automobilística brasileira sempre passou longe de motores possantes, e o que o consumidor quer (assim me parece) é um carro bonito, de preferência do "último modelo" e que tenha a aparência de ter custado bem mais caro do que realmente o foi.
Penso, todavia, que um pouco de potência a mais (no caso do i30 uns 20 cavalos, usando gasolina como combustível) pode significar a dose certa de segurança em situações de risco em que o motor precise ser realmente acionado.
Enfim, a Hyundai tem um vasto substrato para explorar nas propagandas, né?!
Kss.
Yúdice, na Alemanha se diz que os carros coreanos ocuparam o lugar desbravado pelos japoneses nas décadas de 1970 e 1980 no mercado automobilístico, e que os chineses serão os seus sucessores em uma ou duas décadas.
A qualidade de um Hyundai ou Kia não se discute, mas que eles estão fazendo escola em trapalhadas de marketing, isto é fato.
Abraços.
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