domingo, 30 de julho de 2006
Ortotanásia II
(...)"A história da Medicina mostra casos de pacientes em coma durante anos e que de repente recobram a consciência. Nos casos dos pacientes considerados terminais, acho que o médico tem o direito de lutar com todos os recursos para salvar o seu paciente'. (...)
Ora. Se o paciente é terminal , não existe mais nenhum recurso que possa salvá-lo. Que recursos exatamente o médico deve utilizar para fazer além de sua capacidade?
Por acaso somos Deuses, Dr Gouveia?
Isso é mero desconhecimento de causa.
E causa técnica/conceitual, o que é pior.
Insatisfação de quem mesmo?
Insatisfação
Em Belém, como de resto em todo o Brasil, militares da reserva das Forças Armadas não gostaram nem um pouco do convite para uma palestra feito pelo comandante da Escola Superior de Guerra ao coordenador nacional do MST, João Pedro Stédile. Altos oficiais consideram que foi um gesto impróprio e inoportuno. Mesmo nos quartéis, entre oficiais da ativa, a presença de Stédile na ESG foi recebida com enorme desconforto, para dizer o mínimo.
Trata-se da Escola Superior de Guerra. E para formar um valoroso exército profissional, longe das quarteladas de outrora (que a reserva e o R70 devem estar saudosos), há que se tomar contato com diferentes setores da sociedade, incluindo aí os mais radicais, que a reserva e o R70 historicamente abominam.
Mas esta é apenas a opinião pessoal do R70. Sem ilusões.
Doação de Órgãos
Doações
Os médicos do sistema público de saúde ainda lamentam bastante a falta de conscientização no que diz respeito à doação de órgãos e tecidos. Mais que isso, se queixam da ignorância. Na noite de sexta-feira passada, a mãe de um homem morto durante uma troca de tiros com a Polícia Militar foi chamada pela assistente social do PSM do Guamá para tentar conseguir a liberação das córneas do filho. Apesar da insistência, ela negou. Deixou o local comentando com a sobrinha: 'Eu é que não vou enterrar o meu filho sem as partes dele. Deus que me livre'.
Sem a menor dúvida, na prática diária da medicina, presenciamos com espantosa frequência fatos como este. O que chama a atenção para a solução do problema, já abordada pelos médicos junto ao Ministério Público em uma das inúmeras reuniões que o CNCDO (Central de Transplantes Estadual) convocou para resolver sua situação (já no MPE), como se o problema estivesse somente nos hospitais e não em suas estratégias erradas de abordagem do problema. Naquela oportunidade, o CNCDO estava de "salto muito alto" e tinha levado até uma apresentação eletrônica para com dados provavelmente "espantosos" de sua supostamente irrefutável (des) atuação, tentar mostrar que o problema era apenas dos hospitais que não notificavam os potenciais doadores. Que sucumbiu às críticas que lhe foram de imediato colocadas por boa parte dos membros "convocados", justamente no tocante a absoluta ausência de campanhas educativas para favorecer a doação de órgãos.
E lá foi dito que se o estado investisse mais em informação sobre o assunto ao invés de designar vultosas somas em mera propaganda política institucional, quem sabe esta realidade de "ignorância" já não seria diferente.
Afinal, ignorância se combate com informação e educação. Coisas que também o "maior do mundo" tem responsabilidades.
Ortotanásia: Discussão esclarecida já!
Ele é importante demais para ser torpedeado de maneira pouco esclarecida.
quinta-feira, 27 de julho de 2006
Belém no Google Earth
Praça da República no Google Earth.
Aviso aos navegantes. O Google Earth está atualizado para a versão 4.0 (beta) e agora, passa a mostrar imagens com boa definição de Belém e região das ilhas.
Para baixar a nova versão clique aqui.
Importante: só funciona em computadores com placas de vídeo 3D com no mínimo 128 mbytes de RAM.
E na China...
Fotos: Clarin
Em Xian, 30 metros da histórica Muralha da China vieram abaixo com as chuvas.
Segundo o diário portenho Clarin, grande muralha foi construída em 1370, com uma altura média de 15 metros e um espetacular perímetro de 13,75 km.
Para saber mais, clique aqui.
Chuva de Granizo em Buenos Aires
Olha só o tamanho...
Muito risco ao atravessar a rua
Fotos: La Nacion
Buenos Aires viveu ontem seu dia de cão. Por volta de 16 h, o céu escureceu e começou a chover granizo. Bolas de neve de 2 a 7 cm de diâmetro atingiram os bairros de Flores, Belgrano, Palermo y Núñez e a zona central, incluindo a Casa Rosada que se alagou.
Uma tempestade de neve ocorrida nos Andes há dias, e os ventos frios chegando ao litoral argentino justificam o fenômeno. Muitos prejuízos foram observados em veículos, janelas, telhados e mesmo pessoas. 4 aviões no Aeroparque foram atingidos e tiveram que permanecer no solo para reparos.
Mas não faltou um pouco de humor no meio da confusão.
Em depoimento ao La Nacion, um simpático portenho afirmou que aproveitou as pedras de gelo de bom tamanho para gelar sua "gaseosa" (refrigerante).
Para mais informações, clique aqui.
terça-feira, 25 de julho de 2006
Compre seu Lula
Lula de Pelúcia
Você o ama ou odeia? Não importa.
Você pode visitar a exposição do artista plástico Raul Mourão na Galeria Lurixs em Botafogo no Rio de Janeiro e ver este e outros trabalhos do bem humorado autor.
E quem sabe, comprar seu próprio Lulinha, e dormir abraçado com ele.
Esta é uma sugestão do não menos bem humorado amigo Emmanuel Nassar.
sexta-feira, 21 de julho de 2006
Perigo na Apple?
MP3 Player da Microsoft
Já começam a circular na internet imagens daquilo que viria a ser o novo concorrente do iPod da Apple. E já mandam dizer que no pacote, virá também um software para sincronismo que irá superar o iTunes também da Apple. Este deverá ser o Windows Media Player 11, já disponível em versão beta para download aqui.
Para mais informações sobre o possível lançamento, clique aqui.
quarta-feira, 19 de julho de 2006
Google Logos
Todos já devem ter observado que a logomarca do Google muda em datas comemorativas. Mas alguém já procurou saber quem estaria por trás delas? Dennis Hwang, 28 anos. Um gênio total.
Veja a reportagem especial da CNN aqui.
E veja também uma sequência de logos comemorativos deste brilhante designer clicando aqui.
sábado, 15 de julho de 2006
Mero desprezo
Tapetão
As escadarias do Palácio Antônio Lemos voltaram a ostentar um novo tapetão de cor vermelha, novinho em folha. É a mesma cor do tapete antigo, retirado logo no início da atual administração, ao que se diz por ordem de Duciomar, e substituído por outro de cor azul. Dudu teria visto na cor do velho tapete mais uma armação do seu antecessor, com sua mania de colocar as cores do partido (PT, na época) em todos os bens municipais.
É o que eu penso. Perdeu tanto tempo tentando desmontar a administração passada que se esqueceu do que ia fazer na sua. E perdeu o senso do ridículo também.
Incompetência absoluta? Ou desprezo pela obra de terceiros?
Turismo assustador
Turista que pensava em atravessar a praça Waldemar Henrique, a caminho da Estação das Docas, esta semana, mudou de idéia. Deparou com o lugar tomado por dezenas de sem-teto, espalhados pela grama, amontoados nos bancos e deitados na concha acústica. O chão da praça estava tomado de lixo - sacos plásticos, restos de comida e muitas garrafas de cachaça vazias. Nos brinquedos - ou no que restava deles - peças de roupas secavam ao sol. O visitante deu a volta e preferiu fazer um caminho mais longo para chegar ao seu destino.
Nunca fui um admirador do estilo arquitetônico daquela praça. Mas deixá-la deste jeito enquanto se colocam "cápsulas espaciais" da Guarda Municipal (desumanas e quentes) no cruzamento da José Bonifácio com Magalhães Barata é na melhor das hipóteses dar uma flagrante demonstração de incompetência. Para não dizer mais.
quarta-feira, 12 de julho de 2006
terça-feira, 11 de julho de 2006
Vejam agora as fotos!
Sugiro que acompanhem a série desde o início, clicando na página incial nos posts de junho e os atuais. E comentem, por favor.
Fotografias Austrais
Hotel Llao Llao visto da igreja de San Carlos de
Bariloche (fundos com campo de golfe)
Hotel Llao Llao visto do Cerro Campanário
Entrada principal do hotel.
A visão que se tem do campo de golfe do Llao Llao
é impressionante.
Aqui, a visão que tinha de meu apartamento
para o Cerro Lopes.
Vamos então começar a postagem de fotos de nossa aventura pelas terras austrais.
A viagem começou no dia 20 de junho com minha chegada em Bariloche para um Congresso Internacional.
Para este evento, fiquei hospedado por 4 dias no famosíssimo hotel Llao Llao, aos pés do Cerro Lopes a 20 km de Bariloche. Um 5 estrêlas para lá de suntuoso. São dele e de seu entorno as primeiras fotografias. Não há como descrevê-lo. É simplesmente uma tarefa muito difícil. Posso contudo falar de seu interior. Todo em madeira local, a maioria de cipreste e pinho. Iluminação elétrica imita os velhos candeeiros de outrora e é de tonalidade predominatemente amarelo pálido. Dentro, 3 restaurantes de nível internacional, uma lareira permanentemente acesa (mera decoração uma vez que possui aquecimento central), um spa completo com piscina aquecida e coberta. Além disso, campo de golfe, heliporto, bosques intermináveis e serviços perfeitos. Outrora já foi estatal, quando então permaneceu deficitário por muitos anos até ser completamente desativado. Há algum tempo, o governo argentino cedeu-o como concessão ao grupo Citybank que o administra até os dias atuais.
Foram 4 dias de absoluto encantamento com o Hotel. Apesar de bem diferente, de alguma maneira me lembrou o Hotel Quitandinha em Petrópolis. Pena que este tenha tido destino menos nobre.
Ao término do evento, me transferi para outro hotelzinho de preços mais acessíveis para receber a família e continuar a viagem que foi contada aqui nesta série que hoje se encerra.
Depois de tudo, o caos
Boeing 747-400 da Lufthansa que me trouxe
de BUE. Serviço de bordo impecável.
Nem queiram saber o que significa viajar no mês de Julho. Os aeroportos brasileiros nos proporcionam um espetáculo de tirar do sério qualquer cristão. Viajando pela Gol então, nem é bom falar. Mas ainda é a empresa aérea que nos oferece bons preços. Mas em troca nos oferece com um pouco de sorte, a chegada ao destino solicitado.
O número de imprevistos na volta para Belém (trecho SP - BSB - BEL) superou todas as expectativas. Para dar uma idéia, o avião de minha esposa e filhos ao invés de pousar em Guarulhos, pousou em Campinas (o mau tempo justificou a decisão do piloto). Se a questão é o mau tempo, tudo bem. O problema é o completo despreparo das equipes em terra para lidar com os passageiros e solucionar seus problemas consequentes. Os funcionários em terra chegam a se mostrar mau educados, para não dizer, grosseiros. Problemas de empresa nova em fase púbere, provavelmente. Mas já devia estar melhor.
Saímos de BUE com 8 graus, chegamos em SP com 18, Brasília com 20 e Belém com 30. Foi um aquecimento com curva suave nos primeiros trechos mas abrupta no final. Fui tirando a roupa pouco a pouco (literalmente). Já em BSB fiquei apenas com uma camiseta.
Mas enfim, chegamos bem.
domingo, 9 de julho de 2006
Voltando
Avenida de Mayo - No dia da Independência
argentina.
Casa Rosada - O Balcão de Evita
Detalhes tipicamente parisienses
Prédio Companhia de Águas de BUE.
Museu Nacional de Belas Artes e...
"O Beijo" de Rodin. Mármore
estonteante.
Puerto Madero - Restaurantes...
...e moradias de alto luxo, de mais de 1 milhão
de dólares. A Estação das Docas é um pouco
melhor.
Último dia em BUE, de céu azul total e frio de inverno, dia da independência argentina. Houve parada militar mas passamos bem longe.
Aproveitamos o belo dia para ir ao bairro da Regoleta e visitar o Museu Nacional de Belas Artes. Com a fachada toda em rosa escuro, reúne obras importantes de Renoir, Monet, Van Gogh, Degas, Toulouse-Lautrec, Miró, Modigliani, entre outros. E tem uma grande coleção de estatuas em bronze e mármore de Rodin, destacando-se entre elas, "O Beijo".
Já em compasso de retorno, fomos a Puerto Madero para almoçar já por volta das 15 h. Voltamos então ao hotel para assistir a final da copa do mundo, prosaicamente vencida pela Itália.
E agora, estamos arrumando as malas, naquela típica loucura de vê-las mais volumosas do que nunca, com a irritante constatação de que roupas de frio fazem um grande volume nas bagagens.
Voltamos a nos ver na terça-feira em Belém.
Obrigado por viajarem com a gente nestas férias.
sábado, 8 de julho de 2006
O "Mico" que não podia faltar
Café Tortoni - Onde você deve ir...
...apenas UMA vez.
Pagar mico em viagem, todo mundo um dia paga. Eu não demorei muito para pagar o meu.
O Café Tortoni, famoso café da zona central de BUE é conhecido pela beleza de sua arquitetura parisiense, sua decoração em madeira, vitrais "fileteados", seus shows de tango, seus garçons com traje à rigor e sempre vale ao menos UMA visita. Apenas UMA porque no mais, também é conhecido como "tourist trap". Armadilha para atrair turistas. Motivo: sua cozinha não é mesmo das melhores e existem centenas de cafés em BUE muitas vezes mais sofisticados e baratos neste particular do que ele. Mas, hoje chovia muito e afinal de contas ele fica ao lado de nosso hotel. Resolvemos então "comer alguma coisa" lá. Triste decisão.
Olhando o cardápio li: "Traviata de jamón cozido e queso". Em inglês, logo acima, lia-se: "Cracked Sandwichs". Imaginei algo quente e crocante com presunto e queijo.
Para minha total estupefação, o garçon chega com um prato de várias fatias de queijo e presunto FRIOS espremidos entre 2 bolachas "cream cracker"!!
Então tá, né?
Só faltava mesmo o "histórico articulista" do "maior do mundo" me pegar ali "pagando aquele mico". Sua risada certamente seria melhor do que a minha.
Concluindo: Café Tortoni. Visitem-no mas logo em seguida, esqueçam-no!
Encontros Austrais Inesquecíveis
Fugindo um pouco da melancolia, encontrei por aqui um histórico articulista de "O Liberal", comentarista literário da TV Liberal. Ele, certamente não me conheçe. Mas quem poderá dizer o mesmo dele no Pará?
Andava de mãos dadas com a esposa em plena Avenida Mayo, com ares de quem caminha no Boulevard Saint Germain. Atrás, muitíssimo provavelmente, uma turminha de paraoaras (difícil não reconhecer em qualquer lugar do mundo), e entre eles, uma idosa senhora, usando tamancos de salto alto com meias aparecendo.
Sem nenhuma intenção agressiva.
Mas que a cena era insólita e notável era.
Ah! Dou um doçe para quem descobrir quem era o "histórico articulista" do "maior do mundo" (mantendo as frequentes citações ao meu guru, titular do Quinta).
Don't cry for me Argentina
Apple MacStore
Museu Evita
Conforme previsto, volta o frio aos ares portenhos. Saímos do hotel com 14 graus e 3 camadas de roupas. O suficiente para o momento.
Fomos então à Av. Santa Fé novamente, desta feita para cumprir um objetivo específico: visitar a loja da Apple em Buenos Aires. Parece uma coisa meio estranha mas, acreditem. As lojas da Apple são um show em todo o mundo. Um espetáculo de "design" a exemplo de seus produtos de alta tecnologia (e preços também). A de BUE não poderia fugir a regra. E não o faz. Quase em uma esquina de um bairro movimentado da região central, instalada em um prédio antigo de perfil parisiense, a Apple Macstore é simplesmente indescritível por dentro. Toda transparente. Das paredes até o telhado. Após cerca de meia hora circulando por lá, não pude resistir. Saí com uma prosaica sacolinha de papel carregando um novo acessório para meu iPod. O marketing da Apple é assim no mundo todo. Quando você vê os consumidores saindo de suas lojas com aquelas sacolinhas, imagina que ali dentro vendem-se produtos comuns de suprema simplicidade. E sente vontade de sair de lá também com uma, com a logomarca da
maçã. Só que dentro daquela prosaica sacolinha pode haver um produto de alta tecnologia de cerca de 5000 dólares, na "pior" das hipóteses. É o que eu chamaria de "amaciar a facada".
Após almoçar umas trutas com creme de ervas, fomos render nossas homenagens a grande dama argentina. Bem ali perto, no elegante bairro de Palermo, está o Museu Evita. Uma bela casa onde ela exerceu seu trabalho social que tanto encantou os argentinos. Uma "casa de trânsito", traduzida à grosso modo, onde ela recebia os "descamisados" e atendia as suas necessidades. Logo na entrada, sua máscara mortuária em metal brilhante e solenemente iluminada, fazia ver toda sua beleza. Morreu aos 33 anos vitimada por um câncer em pleno exercício do poder, fato que comoveu os argentinos e a transformaram em mais um de seus inúmeros mitos. A tentativa da ditadura militar em esconder seu corpo enterrando-a com outro nome em Milão, na Itália, só contribuiu para aumentar-lhe a eternidade. E lá, vivemos um momento de profunda emoção, ao ouvir e assistir seu último discurso às multidões, antes de sua morte. Um momento forte, profundo, onde com voz embargada, roga para que Deus lhe dê saúde para
continuar suas conquistas sociais. Dentro contexto populista vigente naquela época, de culto à personalidade, Evita conseguiu se sobressair e fazer algo mais. Defendeu árduamente o nova constituição argentina, o voto feminino, as reformas trabalhistas e brilhou pela enorme capacidade de mobilizar as massas com discursos memoráveis, sempre de tom emocional, com a verdadeira demonstração do poder da palavra.
Além do mais, era linda, de origem humilde, vestia-se como uma deusa, foi atriz, usava sapatos adquiridos em Paris e casou-se com o General Juan Domingo Peron. Qual o povo que poderia resistir a tantos encantos?
Deixamos as análises políticas de contexto para outro momento e curtimos Evita e sua aura de Deusa, fincada em nossa memória para sempre.
Para encerrar o nosso dia precocemente, além do frio, veio a chuva. E chuva mesmo, com raios, trovões, metrô lotado e toda uma série de desconfortos urbanos se abateram sobre nós. Foi quando então, percebemos: Buenos Aires começa a despedir-se de nós.
Iniciamos então um outro tom em nossos escritos a partir deste "post". O tom melancólico característico das despedidas. Voltamos só na segunda mas o pé já está se movendo em direção à Belém. Amanhã, a meteorologia promete um dia de sol e frio, típico do inverno que ainda não vimos por completo em BUE. A tempestade que neste exato momento se abate sobre a cidade, constrói o descrédito na previsão do tempo. Mas se não pudermos nos despedir de BUE com o devido respeito e elegância, que seus aromas, música, vinhos e a aura de Evita o façam em nossa memória para sempre.
"Don't cry for me, Argentina!"
sexta-feira, 7 de julho de 2006
Bichos criados soltos
Parque Temaikèn
...onde um belo dia...
...e amplas áreas verdes...
...proporcionam estranhas reações.
Hoje o dia foi para as crianças. O plano era ir até o parque Temaiken. Um zoo privado a 50 km de BUE com um perfil muito mais interessante que o Zoo de BUE - também privado - na zona central. Limpo, com extensos gramados e muita diversão para "los niños".
E o dia foi quase de verão. Buenos Aires amanheceu com 22 graus e sol com céu azul total.
Passamos o dia inteiro lá e ao voltarmos para nosso hotel na Avenida Mayo, constatamos o seguinte: dos 7 dias que estamos aqui, em cerca de 5 houve manifestações do Partido Obrero. Pela libertação dos presos palestinos.
Já está virando rotina chegar ao hotel e encontrá-los à caminho da Casa Rosada.
quinta-feira, 6 de julho de 2006
Calor e Salas Fantásticas
El Ateneo - Fachada de Cine Teatro esconde...
... uma Megalivraria onde...
...o antigo...
...e o novo se articulam em harmonia.
Teatro Colón
Praça de San Martin
Praça de San Martin - A Torre dos Ingleses...
...e o Monumento aos Mortos nas Malvinas.
Alinhados os opostos.
Estação ferroviária do Retiro. Elegância francesa.
Hoje o calor veio com força total. 21 graus registrados agora à noite. Tiramos as jaquetas e atuamos bem o dia inteiro com apenas 2 camadas.
Fomos primeiro a uma espetacular livraria localizada na Calle Sta. Fe: "El Ateneo". Montada em um extraordinário prédio do antigo Teatro "Grand Splendid". Construído em 1919 por um imigrante destinado a ser um cine-teatro, desativado na década de 70 e reaberto recentemente para abrigar a megalivraria. Gardel apresentava-se lá tendo a casa de espetáculos servido como templo da década de ouro do tango argentino.
Lá adquiri o livro "Facundo" (10 pesos!!) do historiador argentino Domingos Sarmiento, sugerido por um velho amigo, comentarista frequente deste blog que prefere o anonimato. A ele, desde já, dedico este "post" pois tenho certeza que o dia de hoje seria o programa que ele mais gostaria de fazer.
Levei também, por apenas 30 pesos um livro ilustrado sobre a arte do "fileteado" argentino, já comentado em "post" anterior. Em outras palavras, o prazer nesta singela visita a "El Ateneo" foi enorme pois além de admirar sua fantástica e preservada arquitetura, fizemos talvez o melhor investimento de toda viagem.
Em seguida, bem pertinho dali, outro "baile". Uma visita guiada ao Teatro Colón onde além da maravilhosa arquitetura, pudemos observar uma fantástica linha de produção de cultura de elite já vista. Visitamos tudo. Das oficinas de cenografia, costura, sala da filarmônica de BUE, corpo de baile (em plena atividade) e sua grande e estonteante platéia. Difícil descrever mas pensem em um Teatro da Paz em maior escala, adicionado de um subterrâneo cheio de salas enormes e muito ativo.
Após o almoço, visitamos o bairro de Retiro onde ficam os grandes hotéis do tipo Sheraton e Marriot. Além disto, lá estão 2 monumentos que apesar de aparentemente (e propositadamente) antagônicos, representam momentos históricos diferentes da Argentina. Lá estão, em plena Praça San Martin, frente a frente a Torre dos Ingleses e o Monumento aos Mortos da Guerra das Malvinas. O primeiro, uma torre com um relógio doado pelos ingleses imigrantes. O segundo, um grande painel de mármore com os nomes dos mortos nas Malvinas, 2 soldados da Armada Argentina vestidos em trajes de gala irretocavelmente perfilados, montando guarda ironicamente bem ao estilo dos guardas do Palácio de Buckingham.
A praça de San Martin, uma das mais bonitas de BUE é muito arborizada, com luminárias estilo "Central Park" e com um desnível gramado de 30 graus em direção à Torre dos Ingleses. O clima estava muito agradável para passear pela praça, o que fizemos com muita alegria.
Em frente, a principal "gare" ferroviária dos portenhos, construída bem ao estilo das principais "gares" francesas. Grande, movimentada e com todos os elementos destes lugares com grande concentração de populares.
BUE não poderia ter se apresentado mais linda para nós como neste belo dia de sol e temperatura amena, quase outonal, em pleno inverno austral.
quarta-feira, 5 de julho de 2006
Andando muito
Jardim Japonês em Palermo - Passeio relaxante
com direito a sushi no final.
O Zoológico de BUE tem um enorme urso polar
logo na entrada.
...com placas instigantes aos olhos
de brasileiros.
As lhamas são dóceis e representam uma
atração interessante do Zoo...
...e com direito a filhotes.
Hoje tudo aconteceu ao contrário de ontem. A temperatura mudou de repente de 20 para 14 graus e o céu amanheceu nublado. Alertados para o fato, desta vez saímos preparados e nao tivemos muito com o que nos preocupar.
O passeio de hoje foi de muita caminhada pela cidade que graças ao bom Deus é plana. Fomos ao Jardim Japonês e em seguida ao Jardim Zoológico, ambos localizados no elegante bairro de Palermo. Mais uma vez encaranmos o metrô misturados com multidões a caminho de seu trabalho rotineiro. Contudo, ainda é um meio de transporte seguro, rápido, barato e uma "mão na roda" para turistas. O de BUE é antigo mas eficiente e com alcance razoável uma vez que não conseguiu acompanhar o crescimento da metrópole e de seus principais atrativos, cada vez mais distantes do centro, obrigando-nos a completar caminhos com táxis, trens ou ônibus.
O Zoo de BUE é extraordinário. Empreendimento privado, possui uma ampla variedade de espécies selvagens e exóticas, em especial as Lhamas, Vicunhas e Alpacas, típicos da América Latina. Dois ursos polares gigantescos estão logo na entrada. Um show de focas, um passeio de barco pelo Zoo e uma prosaica simulação de floresta amazônica completam as atrações tradicionais. Um passeio para o dia inteiro onde caminha-se em média 5 km só dentro de seu amplo espaço físico. Algo que reservamos para as crianças mas absolutamente obrigatório para adultos também.
Após nossa longa e estafante caminhada, voltamos para o centro e soubemos da esperada derrota de Portugal para a França. Portugal está de parabéns pela excelente campanha neste mundial.
E agora? Quem leva a taça?