Imagem: Carlos Barretto. Todos os direitos reservados |
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
terça-feira, 30 de agosto de 2011
Almodóvar em transição
La Piel que Habito é o novo Almodóvar que chega às telas na Europa dividindo a crítica. Assistimos o filme e a impressão é que o diretor espanhol está em fase de mutação, mas continua em boa forma. O filme é puro Almodóvar: uma história que tem reviravoltas, revelações surpreendentes, situações que só não conseguem ser mais absurdas do que ...a vida real. Na fotografia, o diretor apurou o olho, dosando as cores fortes, mas não abandonando-as completamente. É um filme com muitas referências, como sempre nos filmes dele - toques de filme noir, trilha sonora instrumental à la Hitchkok (belíssima criação de Alberto Iglesias), citações do Brasil (na canção Pelo Amor de Amar, cantada em português pela espanhola Ana Mena, e num dos personagens que passou a infância numa favela). Os personagens escondem segredos e que agem movidos por paixões exacerbadas. A trama é baseada no livro Tarántula, do escritor francês Thierry Jonquet (1954-2009). Um cirurgião plástico (Antonio Banderas que, depois de 20 anos, volta a trabalhar com o diretor que o lançou) mantém uma paciente (a bela Elena Anaya) em cativeiro e faz experiências de criação e transplantes de pele. O novo Almodóvar não chega à genialidade de Todo sobre Mi Madre, mas a impressão é que ele está em transformação, apurando seu estilo que é seu ponto forte.
Pela culatra
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
Gordinhos
Artigo publicado hoje no periódico Lancet revela que a metade dos americanos será constituída por obesos até o ano 2030.
Raciocinando como gordo, deduzo que, a partir de 2031, dominaremos o mundo...
Brincadeiras à parte, por que não tratam a junk food como droga e a proibem? Não seria uma medida de saúde simples, direta e perfeitamente viável?
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
Europalia - esquentando os tamborins
O Brasil está na pauta das editorias de arte da mídia européia nesse final de verão. Tudo por conta do Europalia Brasil, o mega festival das artes que vai de outubro a janeiro em diversas cidades da Europa tendo o Brasil como tema.
O Europalia tem um canal no You Tube. É possível ver o teaser já publicado aqui no Flanar e também curtas, como este, que mostra uma pernambucana que fala de cultura brasileira.
A morada da lua
"Stay Hungry, Stay Foolish"
Não é a primeira vez que publicamos este vídeo no Flanar. Na verdade, o discurso que Steve Jobs fez em Stanford em 12 de junho de 2005, é um clássico para quem acompanha a área de TI e Administração. Após enumerar alguns obstáculos que enfrentou em sua trajetória, ele finaliza com o supreendente stay hungry, stay foolish.
Steve Jobs não é mais CEO da Apple
Imagem: CNN |
Assim, num e-mail simplório dirigido a diretoria da Apple, aconteceu hoje o fato mais importante do mundo da chamada Tecnologia da Informação. A notícia foi tão importante que neste exato momento, está na front page da CNN. O CEO da Apple, Steve Jobs, renunciou hoje ao posto mais importante da empresa que ajudou a criar e posteriormente impulsionar a um patamar jamais visto na história da microinformática. Tim Cook, como previsto, assume o posto com a mais espinhosa das missões: manter a empresa no rumo da extraordinária inovação que certamente impactou o concorrido mercado de computadores pessoais.
Tim Cook e Jobs |
E podem anotar, as ações da Apple na NASDAQ irão despencar sim. Aliás, no momento deste post, já caíram 5%. Mas minha aposta é que em pouco tempo, todos irão ver o óbvio. Os iPhones, iPads, iPods, Macs, enfim, todos continuarão funcionando. As atualizações, os planos e tudo o mais, seguirão seu curso. Só então, o mundo poderá ter uma visão da empresa que Steve ajudou a construir. E acredito que tudo seguirá o caminho normal.
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
Quanto vale uma garrafa de Coca Cola?
Se alguém paga US$ 117,000 por uma garrafa de vinho branco (vide Quanto Vale Uma Garrafa de Vinho?), quanto você pagaria por uma garrafa de Coca Cola?
Lugar errado; hora errada
Todo o episódio, bastante lamentável e explorado exaustivamente pela mídia local e nacional, ilustra o estado de penúria crônica em que se encontra a nossa saúde.
Nós, médicos, sabemos que o estado do Pará tem provavelmente uma das piores condições de saúde pública do Brasil, e que tal fato remonta a tempos longínquos, tendo atravessado sem melhoria alguma por vários governos e prefeituras.
Eu não me sinto confortável para abordar o tema com a profundidade merecida, inclusive por não trabalhar no serviço público, mas também me sinto desconfortável com a vulnerabilidade da minha profissão.
Se, em tese, todos os hospitais da cidade e do estado estão trabalhando com falta de leitos e/ou de recursos técnicos, ser plantonista na urgência ou nas UTI's ou meramente trabalhar em qualquer Unidade de Saúde embute um risco de se defrontar com voz de prisão, diariamente.
Basta estar de plantão no lugar errado e na hora errada.
terça-feira, 23 de agosto de 2011
De nomes e neurônios
Nomear os filhos como Júnior, Filho ou mesmo Neto infere uma deferência especial, uma espécie de homenagem vitalícia.
Quando os antepassados foram ou são boas pessoas, gente digna e respeitável, bom para os homenageados, que já levam uma carga positiva e, ao mesmo tempo, ruim para eles, pois com a carga vem uma certa responsabilidade embutida.
E quando não foram tão exemplares assim, bem, aí não há muito o que ser feito. Talvez se esconder em apelidos seja a melhor solução...
Eu tenho o nome do meu avô, Scylla Lage da Silva, que já havia sido homenageado no nome do meu pai, Scylla Filho.
Paradoxalmente tive pouca convivência com ele, que faleceu em pleno jogo Brasil X Peru, na Copa de 1970 e as poucas lembranças que tenho podem ter sido (pelo menos parcialmente) induzidas por relatos posteriores.
Recentemente encontrei a foto que ilustra esta postagem e resolvi adotá-la no meu perfil por um tempo, entendendo que trata-se de “outro” Scylla, mas, em termos genéticos e psicoevolutivos (neologismo criado neste segundo) também é, ao menos um pouquinho, o “mesmo” Scylla.
Como ele foi médico, muito escutei e escuto falar de pacientes e principalmente de parentes (filhos e netos) de pessoas que ele tratou de tuberculose, operou a vesícula ou mesmo fez o parto. Isto sempre fez dele um herói para mim, pois trabalhando numa era de especializações e sub-especializações médicas, eu jamais tive a capacidade de resolver uma gama tão grande de problemas de saúde, como o meu avô fazia.
Outro lado dele que me fascina é o da poesia. O Vovô Scylla escrevia ótimos poemas com extrema facilidade e parece que conquistava as moças assim, aliando poesia com generosidade e um jeito muito, muito suave. Mas sobre isso me censuro de comentar...
É muito curioso como sinto saudades de um Vovô Scylla que pouco conheci. Saudades do seus passos largos, calçados por enormes sapatos, dos animais que conservava na casa da Tv. Dom Pedro (garças, macacos, papagaios, galinhas, muitas galinhas!), dos tiros de espingarda que dava para espantar as mucuras que vinham atacar o galinheiro à noite (hoje me pergunto se não eram mucuras de duas pernas?!) e, principalmente, do que poderíamos ter vivido juntos por mais um punhado de anos.
Shakespeare escreveu em Sonhos de Uma Noite de Verão, algo assim como “o que há num nome? O que chamamos de rosa, não teria, com outro nome, igual perfume?”.
No nome, no DNA e nos neurônios das áreas da memória afetiva, certamente há muito o que se entender.
Ou tentar entender.
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
Sem Dizer Adeus
Imagem: Divulgação |
Abs
SERVIÇO
"Sem Dizer Adeus”, de Edyr Augusto Proença.
Com Cláudio Barradas e Zê Charone e participações de Henrique da Paz, Olinda Charone, Saulo Sisnando, André Mardock, Roni Hofstatter e Flávio Ramos.
- 21h, no Teatro Cuíra (Rua 1º de Março, esquina com Riachuelo, Campina).
- Ingressos: R$ 20 (com meia-entrada para estudantes).
- A temporada segue até dia 4 de setembro, sempre às sextas, sábados e domingos, às 21h.
Imagens
domingo, 21 de agosto de 2011
Especulação
"Se o líder líbio for forçado a sair do poder, haverá dúvidas quanto à capacidade da oposição de restabelecer a estabilidade no país exportador de petróleo. O comando das forças rebeldes tem sido abalado por disputas e rivalidades."Transcrito de http://www1.folha.uol.com.br/mundo/963133-rebeldes-dizem-controlar-tripoli-com-excecao-do-complexo-de-gaddafi.shtml
Aposto que os Estados Unidos, generosos como sempre, e preocupados com a liberdade do povo líbio, de bom grado aceitariam administrar o país por algum tempo, até as disputas e rivalidades internas se resolverem.
Pode ser ou eu viajei?
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
Franssinete Florenzano recebe ameaça de morte
O cenário dos tribunais, apesar de desnecessário na maioria dos casos, é legítimo e cidadão. Muito embora, dependendo do contexto, sobrecarregar a justiça com questiúnculas é no mínimo uma falta de bom senso. Mais ainda quando, cinicamente, por trás de um poder econômico inegável, os litigantes buscam não exatamente o direito legítimo de provar sua inocência. Muito ao contrário, muitas vezes acusam com o intuito de intimidar, e criar constrangimentos aos acionados, em sonolentas ações de injúria e difamação.
Neste sentido, tenho certeza, que mesmo os blogs jornalísticos responsáveis, que moderam e aceitam comentários anônimos, sabem a importância de garantir o direito de resposta a quem se sentir ofendido, injuriado ou difamado. Caminho mais razoável a quem de fato, nada tem a temer. Mesmo assim, pessoalmente, reconheço a via legal como aceitável. Especialmente, se comparada ao que vamos tomar conhecimento na sequência.
Captura de tela |
O poster vai acompanhar. Já entrei em contato com Franssinete pelo telefone e prestei-lhe irrestrita e absoluta solidariedade.
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
Google Street View na Amazônia
Imagem: Gizmodo |
Imagem: Gizmodo |
O ovo ou a galinha?
Voxer é o "walkie-talkie" no seu iPhone
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
O encontro
A Diretora, cujo nome verdadeiro era Lucila de Maria del Perpetuo Socorro Godoy Alcayaga, manda chamar o jovem Ricardo Eliécer Neftalí Reyes Basoalto e num encontro de poucos minutos o estimula a continuar escrevendo poesia.
A educadora continuou escrevendo, sempre com o pseudônimo de Gabriela Mistral, e ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 1945. O jovem Ricardo começou a escrever mais e mais, e ganhou o Prêmio Nobel de Literatura de 1971, com o pseudônimo que o consagrou: Pablo Neruda.
terça-feira, 16 de agosto de 2011
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
Meu resumo da ópera
Yael Naim é uma cantora israelense que já foi citada no Flanar uma vez. E não por acaso, durante o lançamento deste produto. Uma de suas músicas, lindamente batizada de Far Far é notável. E tem conseguido dar uma espécie de resumo da ópera para meu momento atual. Especialmente no trechinho em que afirma de forma singular o seguinte: How can you stay outside. There is a beautiful mess inside. Instigante!
Mosqueiro sempre tem algo a revelar
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
A parte que nos cabe, vai ficando menor e mais cara
Murakamimania
Graças a uma postagem do Edvan Feitosa sobre o filme japonês Norwegian Wood, baseado num livro de Haruki Murakami, reacendi o impulso da leitura deste que talvez seja o principal romancista em língua japonesa da atualidade.
Destaco os livros Kafka à Beira-mar, o próprio Norwegian Wood e Minha Querida Sputinik, todos disponíveis no Brasil.
Como Murakami mora nos Estados Unidos e também é tradutor, resolvi enfrentar a leitura dos livros restantes em inglês e comecei por After Dark (em português lançado como Depois do Anoitecer; 2004; Editora Alfaguara).
Encontrei uma obra levemente densa, como a névoa noturna do inverno nipônico, com as características indefectíveis do autor: personagens femininos fortes, homens hesitantes e submissos, pitadas de surrealismo, ilusão dos sentidos e sensualidade incipiente.
Um belíssimo fragmento de noite, assim eu definiria o livro. Focando no indivíduo e no todo, Murakami nos eleva do chão e nos induz ao onírico.
Fiquei imaginando como seria um romance semelhante, viajando na noite belenense. Algo assim como After Charque...
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
Em busca de outros horizontes
Desbravadora de outros horizontes
Imagem: Carlos Barretto (Todos os direitos reservados) |
Telefoto de 300 mm montada em uma Nikon D80 (Imagem: Carlos Barretto) |
E antes de concluir, só um detalhe besta. Observem abaixo o esmero com que o fabricante marca o seu produto.
Uma plaqueta metálica, identifica o modelo da objetiva. (Imagem: Carlos Barretto) |
Concluindo, devo confessar que estou absolutamente espantado em entrar em contato, com o primeiro equipamento verdadeiramente profissional, que aos poucos, certamente, ainda vai me permitir vencer outros limites impostos pelas objetivas mais modestas.
Sem horizontes
Arqueologia digital
Há poucos dias encontrei em casa o DVD do filme A Rede, de 1995, com Sandra Bullock, curiosamente ainda intacto, com o lacre da loja.
Não lembrando a origem precisa do filme, se fora comprado ou recebido de presente, resolvi vê-lo imediatamente, antes que uma nova onda de abandono o atingisse.
O tema central, a internet, então em uma fase embrionária, é abordado com uma dose de preocupação sobre a questão do controle do estado (e das companhias de software) sobre o cidadão.
Apesar de não ser em hipótese alguma um grande filme, pelo contrário, é bem previsível, é muito interessante vê-lo hoje, 16 anos depois da explosão da WWW. Algo assim como entrar num túnel do tempo.
Tenho certeza de que o nosso Charlie Barretto dará muitas e muitas risadas ao ver (ou rever) este filme.
Recomendado para um weekend bem light.
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
Leo Fender e suas maravilhas históricas
Pará de contradições
O estado do Pará vive hoje um processo contraditório. Por um lado, se consolida no cenário nacional pelo acelerado crescimento econômico, a frente do ranking de exportação do país. Por outro lado, carrega um dos piores índices de desenvolvimento humano e social.
A economia paraense está em plena expansão, hoje com um promissor polo industrial e uma sólida economia de mineração que fez o estado registrar nos cinco primeiros meses de 2011 o segundo maior superávit (US$ 4,416 bilhões) do país, perdendo apenas para Minas Gerais (US$ 5,886 bilhões).
Considerado o segundo maior estado do Brasil em dimensão territorial, o Pará tem hoje 143 municípios(*) e 7,1 milhões de habitantes. O estado apresenta um quadro altamente concentrado de riquezas e investimentos públicos.
Das dez regiões mais pobres do Brasil, cinco estão no Pará. Estudo do Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará — Idesp — mostra que a região prevista para Carajás recebe somente 4,7% dos gastos públicos estaduais em segurança, hoje fortemente marcada por conflitos agrários e considerada seis vezes mais violenta do que o estado de São Paulo (Ministério da Justiça/2011).
Ainda segundo o Idesp, são baixíssimos os gastos com educação e desporto (1,3%) e transporte (10%). A enorme diferença de repasses de recursos públicos costuma ser explicada pelo baixo contingente populacional e peso da economia, embora a região ocupe o 13º lugar no ranking do PIB e tenha população maior do que oito estados do país.
Matéria completa, sobre a divisão do Estado: http://www.conjur.com.br/2011-ago-08/eleitor-respondera-separacao-tapajos-carajas
(*) Na verdade, são 144 Munícípios, incluído o de Mojuí dos Campos, desmembrado de Santarém, cuja criação formal se deve à Lei estadual n. 6.268, de 1999. A efetiva instalação depende da realização das primeiras eleições municipais, no próximo ano.
Sempre há quem torça o nariz. Mas apanha lá na frente.
Mais uma aposta de como seria o iPhone 5 |
Aurora aprisionada
Imagem: Scylla Lage Neto
Não sei qual o crime cometido pelos moradores do bairro do Umarizal, mas a pena me é clara: prisão perpétua, sem direito ao nascer-do-sol.
E é bom aproveitar os últimos reflexos indiretos, pois em breve mais uma parede se fechará.
Como diz o provérbio argentino, "nós estávamos melhor quando estávamos pior"...
terça-feira, 9 de agosto de 2011
Femme Fatale
Nico, talvez a mais enigmática figura da cena underground / pop art dos anos 60. Linda, loura e louca. Um ícone, como no documentário Nico Icon, da diretora Susanne Ofteringer, feito em 1995 e que só agora vimos, graças à Márcia Moro - amiga paranaense bruxelloise antenadíssima. Recomendo o filme. A canção deste vídeo é do antológico LP The Velvet Underground & Nico (1965).
O primeiro carro
Ao ver ontem, em pleno engarrafamento na Rua dos Mundurucus, um Volkswagen Gol bem desbotado, outrora dourado, meu coração deu uma acelerada forte, meio que engasgando.
Era um carro igualzinho ao meu primeiro, um Gol 1980, comprado pelo meu pai na Belauto como presente por eu ter passado no vestibular.
Dentro do velho veículo estava um idoso casal, ambos de cabelos brancos, a senhora com o braço esquerdo passado por cima do banco do intrépido motorista. Ele, concentrado, brigava por espaço com um ônibus e um táxi simultaneamente, fugindo das obras que supostamente cessarão as enchentes daquele perímetro.
Deixei-os passar com o sincero intuito de admirar o carro, que apesar de bem surrado ainda mantinha uma certa pose, típica daqueles que conhecem o caminho e que são donos das suas verdades e dos seus destinos.
Era certamente um carro feliz.
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
Uma boa rede, na hora certa
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
Amazônia Exótica
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
Medidas extremas
A técnica de jogo do meu amigo (se é que se pode chamar para isso de "técnica") parece ter sido levada para a vida real por alguém na Assembleia Legislativa. Pelo menos foi o que noticiou o plantão do Portal ORM às 8h28 desta manhã:
Caso Alepa: Deputado denuncia que processos desapareceram
Deputado Edmilson Rodrigues (PSol) denunciou que 53 processos licitatórios sumiram da sala da Comissão Especial de Licitações de Obras (Celo) da Assembléia Legislativa do Pará. Arquivos contidos no computador do referido grupo técnico também foram apagados. O presidente do Poder, deputado Manoel Pioneiro (PSDB), informou que ambos os problemas, que prejudicam a investigação sobre as fraudes no Legislativo, estão sendo averiguados.
Da tribuna, Edmilson Rodrigues cobrou explições da presidência por causa dos prejuízos que a perda de documentos administrativos pode causar às investigações das fraudes ocorridas na Alepa antes de 2010, ano administrativo em análise pelo Ministério Público Estadual.
Ele levantou a suspeita de queima de arquivo porque o suposto sumiço ocorre em meio à denúncia feita pelo MPE de que 105 processos licitatórios realizados em 2010 foram fraudados.
Para o psolista, o fato se torna ainda mais estranho ao se observar que a comissão de licitações responsável pelos processos classificados pelo MP como fraudados é a mesma que organizava os processos agora tidos como desaparecidos.
A prática não é inédita. Dizem as más línguas que, quando vira um governo que não fez seu sucessor, é um tal de HD desaparecendo que muito me intriga ninguém ter sido preso por isso até hoje.
A ser verdadeira a acusação do pré-candidato a triprefeito de Belém (o que, presumo, ninguém duvida), o fato, com sua inevitável carga criminal, pode respingar no atual presidente da casa, que até aqui se tem esforçado por fazer todo mundo acreditar que ele não tem culpa de nada, já que assumiu o bonde somente em 2011.
Mais um capítulo emocionante dessa triste novela.
"Eu tenho tesão é no mar"*
(...)
Eu tenho tesão é no mar
Assim que o inverno passar
Bateu uma saudade de ti
Tô a fim de encarar um siri
Com a benção de Nosso Senhor
O sol nunca mais vai se pôr.
*Bye Bye Brasil - Chico Buarque.
Letra na íntegra clicando aqui.
Mar
Imagem: Raul Touzon
"Quando eu morrer voltarei para buscar
Os instantes que não vivi junto ao mar."
Sophia de Mello Breyner Andresen
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
Limites da inteligência
Nós temos dentro de nossas caixas cranianas uma poderosa “máquina de pensar”, uma espécie de “pudim de leite” constituído de neurônios (mais de cem bilhões), células de suporte, líquido cefalorraquiano e vasos sanguíneos. Podemos ficar ainda mais inteligentes do que somos, ampliando a nossa já enorme capacidade de processamento?
A primeira idéia que nos vem à cabeça é a de que os cérebros maiores levariam vantagens sobre os menores, um pensamento, aliás, bem vigente nas décadas iniciais do século XX. O alto consumo energético e a lentidão das conexões mais longas passam então a ser fatores limitantes à expansão da inteligência.
Aliás, é justamente nos axônios, nas conexões entre os neurônios, que reside a maior dificuldade física para o aprimoramento do funcionamento cerebral. Um melhor “cabeamento” cerebral aumentaria o consumo e precisaria de um espaço desproporcional em nossos crânios.
Tornar os nossos axônios mais “finos” talvez esbarrasse em limites termodinâmicos, criando uma comunicação “ruidosa” e pouco efetiva.
Se a nossa massa cinzenta é poderosa, o mesmo não podemos dizer de nossa massa branca, do nosso “lento” serviço de “correio” axonal, que transformou-se no nosso “calcanhar de Aquiles” da evolução cerebral.
Se, individualmente, não podemos aumentar a nossa inteligência, tendo que confiar na carga genética que recebemos de nossos ancestrais, coletivamente ainda o poderemos fazê-lo, como uma espécie.
Penso que o futuro mostrará que sim.
terça-feira, 2 de agosto de 2011
O Brasil é a Europalia 2011
O Europalia é bienal e dura cerca de três meses ( a edição brazuca vai de 04 de outubro deste ano até 15 de janeiro de 2012). É completo pois abrange artes plásticas, música, cinema, dança, teatro, letratura e gastronomia. Acontece em cidades da Bélgica, França, Holanda e Luxemburgo e atrai público de países como a Alemanha e a Inglaterra. A edição 2009, que teve a China como país-tema atraiu mais de um milhão de visitantes e espectadores.
A programação está quase fechada. E aqui estão destaques.
-Artes Plásticas: são mais de 10 exposições, que vão da arte indígena (Índios no Brasil, com curadoria de Lúcia Van Velthem do Museu Emílio Goeldi) até a fotografia contemporânea do nosso Luiz Braga (na exposição Extremos, que tem com um dos curadores o nosso Guy Veloso), passando pelos Modernistas de 1922 (Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti, entre outros) e pelos neo-concretistas de Lygia Clark, Volpi e Hélio Oiticica.
-Dança: a fina-flor do Brasil vem aos palcos europeus. Do Grupo Corpo (com as montagens Parabelo e Onqoto) até o Balé Folclórico da Bahia, a Companhia Lia Rodrigues e a companhia goiana de vanguarda Quasar.
-Música: vamos ver shows da Velha Guarda da Portela, Mart'nália, Egberto Gislmonti, Toninho Ferraguti entre outros.
-Teatro: O Oficina de São Paulo vem com As Bacantes (pode haver algo mais teatro brasileiro que o Zé Celso?). Enrique Diaz vem com La Mouette, e Antônio Araújo vem com o Teatro da Vertigem.
-Literatura: Milton Hatoum faz uma residência em Bruxelas. Paulo Lins e João Ubaldo Ribeiro fazem conferências. E uma grande exposição multimídia vai mostrar um pouco da obra de Clarice Lispector. Para completar, a Literatura de Cordel vai estar no centro de mesas-redondas, exposições e workshops.
-Cinema: serão várias mostras, entre elas uma dedicada aos pioneiros da cinematografia brasileira (Mário Peixote e seu Limite), os cineastas do Cinema Novo, um ciclo dedicado a Walter Salles e outro a Eduardo Coutinho.
Haverá ainda conferências de teólogo Leonardo Boff, do antropólogo Luiz Eduardo Soares e do rapper Black Alien.
E como centro do buchico, o Kunstberg/Mont des Arts, o quarteirão dos mais sofisticados centros culturais de Bruxelas, vai virar o Club.Brasil, com artes de rua, artensanato, gastronomia e pocket shows.
A programação completa pode ser vista na site do Europalia.