quarta-feira, 31 de agosto de 2011

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Almodóvar em transição





La Piel que Habito é o novo Almodóvar que chega às telas na Europa dividindo a crítica. Assistimos o filme e a impressão é que o diretor espanhol está em fase de mutação, mas continua em boa forma. O filme é puro Almodóvar: uma história que tem reviravoltas, revelações surpreendentes, situações que só não conseguem ser mais absurdas do que ...a vida real. Na fotografia, o diretor apurou o olho, dosando as cores fortes, mas não abandonando-as completamente. É um filme com muitas referências, como sempre nos filmes dele - toques de filme noir, trilha sonora instrumental à la Hitchkok (belíssima criação de Alberto Iglesias), citações do Brasil (na canção Pelo Amor de Amar, cantada em português pela espanhola Ana Mena, e num dos personagens que passou a infância numa favela). Os personagens escondem segredos e que agem movidos por paixões exacerbadas. A trama é baseada no livro Tarántula, do escritor francês Thierry Jonquet (1954-2009). Um cirurgião plástico (Antonio Banderas que, depois de 20 anos, volta a trabalhar com o diretor que o lançou) mantém uma paciente (a bela Elena Anaya) em cativeiro e faz experiências de criação e transplantes de pele. O novo Almodóvar não chega à genialidade de Todo sobre Mi Madre, mas a impressão é que ele está em transformação, apurando seu estilo que é seu ponto forte.


É também uma felicidade ver de novo a incrível Marisa Paredes. A excelente atriz espanhola é uma exceção: envelhece com dignidade, sem apelar à cirurgia plástica que uniformiza as celebridades em geral, incluindo a ex-bela Catherine Deneuve.


Curiosidades: o filme teve o primeiro poster divulgado em alguns jornais (acima, à esquerda) e continua no site da produtora dele, a El Deseo, mas a versão ao final (acima à direita) talvez tenha sido escolhida para ganhar as ruas pela fama de Banderas, principalmente no mercado norte-americano.


Outro ponto bom do filme é a revelação para o grande público da cantora espanhola Concha Buika que lembra a nossa Zezé Mota. Filha de imigrantes da Guiné Equatorial, Buika tem um vozeirão e uma presença impactantes.

Pela culatra



Estimular o estudo da língua francesa através de um derrière francês, em Salinas, pode não ter sido uma boa estratégia da Alliance Française.
Se é para apelar, não teria sido melhor um legítimo bumbum brasileiro?

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Gordinhos




Artigo publicado hoje no periódico Lancet revela que a metade dos americanos será constituída por obesos até o ano 2030.


Raciocinando como gordo, deduzo que, a partir de 2031, dominaremos o mundo...


Brincadeiras à parte, por que não tratam a junk food como droga e a proibem? Não seria uma medida de saúde simples, direta e perfeitamente viável?


quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Europalia - esquentando os tamborins


O Brasil está na pauta das editorias de arte da mídia européia nesse final de verão. Tudo por conta do Europalia Brasil, o mega festival das artes que vai de outubro a janeiro em diversas cidades da Europa tendo o Brasil como tema.
O Europalia tem um canal no You Tube. É possível ver o teaser já publicado aqui no Flanar e também curtas, como este, que mostra uma pernambucana que fala de cultura brasileira.

A morada da lua



Quando eu era bem pequeno, o meu sonho era descobrir para onde ia a lua durante o dia.

Hoje cedo, não fora o sono atroz que me levou de volta para a cama, eu acho que eu descobriria...

"Stay Hungry, Stay Foolish"



Não é a primeira vez que publicamos este vídeo no Flanar. Na verdade, o discurso  que Steve Jobs fez em Stanford em 12 de junho de 2005, é um clássico para quem acompanha a área de TI e Administração. Após enumerar alguns obstáculos que enfrentou em sua trajetória, ele finaliza com o supreendente stay hungry, stay foolish
Se bem entendido e contextualizado, o discurso mostra minimamente o que faz de nós pessoas tão diferentes. Algumas, de fato insubstituíveis.

Steve Jobs não é mais CEO da Apple

Imagem: CNN

To the Apple Board of Directors and the Apple Community:
I have always said if there ever came a day when I could no longer meet my duties and expectations as Apple’s CEO, I would be the first to let you know. Unfortunately, that day has come.
I hereby resign as CEO of Apple. I would like to serve, if the Board sees fit, as Chairman of the Board, director and Apple employee.
As far as my successor goes, I strongly recommend that we execute our succession plan and name Tim Cook as CEO of Apple.
I believe Apple’s brightest and most innovative days are ahead of it. And I look forward to watching and contributing to its success in a new role.
I have made some of the best friends of my life at Apple, and I thank you all for the many years of being able to work alongside you.
Steve


Assim, num e-mail simplório dirigido a diretoria da Apple, aconteceu hoje o fato mais importante do mundo da chamada Tecnologia da Informação. A notícia foi tão importante que neste exato momento, está na front page da CNN. O CEO da Apple, Steve Jobs, renunciou hoje ao posto mais importante da empresa que ajudou a criar e posteriormente impulsionar a um patamar jamais visto na história da microinformática. Tim Cook, como previsto, assume o posto com a mais espinhosa das missões: manter a empresa no rumo da extraordinária inovação que certamente impactou o concorrido mercado de computadores pessoais. 
Os leitores podem ter lá suas preferências e hábitos neste particular. Mas não poderão deixar de reconhecer,  no limite, que os estudados e planejados movimentos da Apple, mudaram a cara do PC que hoje tem em sua casa ou escritório. Quem não se lembra das caixas bege. Era tudo o que o PC nos dava, de forma monótona, há cerca de 10 anos atrás. 
Independente de suas místicas alternâncias de humor, sempre lembradas em qualquer suposta biografia, nem a Apple e nem o mundo deixarão de reconhecer-lhe o extraordinário empreendedorismo e o enorme talento pessoal em conduzir os caminhos da empresa que mais cresceu na última década.
Sobrevivendo a um câncer de pâncreas. uma doença terrível, que qualquer médico com mínima formação sabe da agressividade, Jobs de fato continua a lutar de maneira espantosa.
Tim Cook e Jobs
Contudo, notícias que chegavam de maneira tímida, davam conta de que a saúde de Jobs já dava sinais de progressiva e visível deterioração. A cada uma, das inesquecíveis keynotes de lançamentos de produtos, todos notavam constrangidos, o inegável emagrecimento que o CEO ostentava. Mas mesmo assim, como um esgrimista que era, ele fazia questão de participar de quase todas. Sabe lá a que custo pessoal. Mas participava. 
É possível que Jobs, ao renunciar agora há pouco, tenha não só sentido o peso do avanço da doença, bem como amadurecido ao longo do tempo em que permaneceu afastado, alguma maneira de deixar a empresa, com a tranquilidade de quem monta o planejamento mais importante de toda a sua vida: sair sem traumas.
Na verdade, só o tempo provará. Tim Cook, vice-Presidente Operacional da Apple, o cara que fazia acontecer as decisões estratégicas da empresa, conviveu com Steve de maneira muito próxima. E sem a menor dúvida, num raciocínio cartesiano, é o mais indicado para continuar o trabalho do CEO que renuncia.
A mim, que há cerca de apenas 4 anos acompanho os produtos desta empresa ímpar no setor de microinformática, resta torcer para que Tim consiga levar em frente, o que talvez seja,  um dos desafios mais difíceis de sua vida. Não exatamente pelas razões mercadológicas, que talvez nem representem a maior dificuldade. Mas pela gigantesca mística que cercava Jobs e sua vida quase que totalmente dedicada a Apple. 
Contudo, espero que Tim perceba que existe algo bastante claro. Algo que minimamente, ele deve perceber que não deve fazer, se quiser manter a empresa no rumo da inovação e qualidade. Algo constrangedoramente simples. Focar-se na gestão técnica da empresa, sem jamais ousar equiparar-se ao talento de Jobs. Este talento e toda a mística que o cercou ao longo dos anos, são exclusivos dele. Um  brilho próprio que é, e deverá ser para sempre dele. E de ninguém mais.
E podem anotar, as ações da Apple na NASDAQ irão despencar sim. Aliás, no momento deste post, já caíram 5%. Mas minha aposta é que em pouco tempo, todos irão ver o óbvio. Os iPhones, iPads, iPods, Macs, enfim, todos continuarão funcionando. As atualizações, os planos e tudo o mais, seguirão seu curso. Só então, o mundo poderá ter uma visão da empresa que Steve ajudou a construir. E acredito que tudo seguirá o caminho normal. 

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Quanto vale uma garrafa de Coca Cola?


Se alguém paga US$ 117,000 por uma garrafa de vinho branco (vide Quanto Vale Uma Garrafa de Vinho?), quanto você pagaria por uma garrafa de Coca Cola?

Eu já paguei US$ 7.50, do frigobar do Sheraton Montevideo, por uma preciosa lata de Coca Zero. E também US$ 5.00 por uma garrafa de 185 ml de Coca Light em Lucerna. Esse foi o meu recorde, eu acho.

Pois ontem um amigo me contou que a Coca Cola de 2 litros, PET, custa R$ 16,00 em Fortalezinha, belíssima praia na Ilha de Maiandeua, vizinha à Algodoal.

Curiosamente, a Cerpa Gold sai por R$ 2,50, no mesmo local.

Quem entende?




Fortalezinha

Lugar errado; hora errada

O assunto da manhã de hoje nos hospitais da nossa cidade é a prisão da médica Cíntia L., plantonista da Santa Casa, ocorrida ontem, acusada de omissão de socorro a uma parturiente de gêmeos, que vieram a falecer.
Todo o episódio, bastante lamentável e explorado exaustivamente pela mídia local e nacional, ilustra o estado de penúria crônica em que se encontra a nossa saúde.
Nós, médicos, sabemos que o estado do Pará tem provavelmente uma das piores condições de saúde pública do Brasil, e que tal fato remonta a tempos longínquos, tendo atravessado sem melhoria alguma por vários governos e prefeituras.
Eu não me sinto confortável para abordar o tema com a profundidade merecida, inclusive por não trabalhar no serviço público, mas também me sinto desconfortável com a vulnerabilidade da minha profissão.
Se, em tese, todos os hospitais da cidade e do estado estão trabalhando com falta de leitos e/ou de recursos técnicos, ser plantonista na urgência ou nas UTI's ou meramente trabalhar em qualquer Unidade de Saúde embute um risco de se defrontar com voz de prisão, diariamente.
Basta estar de plantão no lugar errado e na hora errada.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

De nomes e neurônios




Nomear os filhos como Júnior, Filho ou mesmo Neto infere uma deferência especial, uma espécie de homenagem vitalícia.


Quando os antepassados foram ou são boas pessoas, gente digna e respeitável, bom para os homenageados, que já levam uma carga positiva e, ao mesmo tempo, ruim para eles, pois com a carga vem uma certa responsabilidade embutida.


E quando não foram tão exemplares assim, bem, aí não há muito o que ser feito. Talvez se esconder em apelidos seja a melhor solução...


Eu tenho o nome do meu avô, Scylla Lage da Silva, que já havia sido homenageado no nome do meu pai, Scylla Filho.


Paradoxalmente tive pouca convivência com ele, que faleceu em pleno jogo Brasil X Peru, na Copa de 1970 e as poucas lembranças que tenho podem ter sido (pelo menos parcialmente) induzidas por relatos posteriores.


Recentemente encontrei a foto que ilustra esta postagem e resolvi adotá-la no meu perfil por um tempo, entendendo que trata-se de “outro” Scylla, mas, em termos genéticos e psicoevolutivos (neologismo criado neste segundo) também é, ao menos um pouquinho, o “mesmo” Scylla.


Como ele foi médico, muito escutei e escuto falar de pacientes e principalmente de parentes (filhos e netos) de pessoas que ele tratou de tuberculose, operou a vesícula ou mesmo fez o parto. Isto sempre fez dele um herói para mim, pois trabalhando numa era de especializações e sub-especializações médicas, eu jamais tive a capacidade de resolver uma gama tão grande de problemas de saúde, como o meu avô fazia.


Outro lado dele que me fascina é o da poesia. O Vovô Scylla escrevia ótimos poemas com extrema facilidade e parece que conquistava as moças assim, aliando poesia com generosidade e um jeito muito, muito suave. Mas sobre isso me censuro de comentar...


É muito curioso como sinto saudades de um Vovô Scylla que pouco conheci. Saudades do seus passos largos, calçados por enormes sapatos, dos animais que conservava na casa da Tv. Dom Pedro (garças, macacos, papagaios, galinhas, muitas galinhas!), dos tiros de espingarda que dava para espantar as mucuras que vinham atacar o galinheiro à noite (hoje me pergunto se não eram mucuras de duas pernas?!) e, principalmente, do que poderíamos ter vivido juntos por mais um punhado de anos.


Shakespeare escreveu em Sonhos de Uma Noite de Verão, algo assim como “o que há num nome? O que chamamos de rosa, não teria, com outro nome, igual perfume?”.


No nome, no DNA e nos neurônios das áreas da memória afetiva, certamente há muito o que se entender.


Ou tentar entender.


segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Sem Dizer Adeus

Imagem: Divulgação
De Edyr Augusto Proença, nosso amigo virtual há mais de 5 anos nesta nem sempre tranquila blogosfera, titular do blog Opinião Não Se Discute.

Amigos
Eu vos acompanho diariamente, admirando, acima de tudo, as opiniões emitidas sobre os mais diversos assuntos. Venho fazer um apelo. Algo que penso ser absolutamente normal em pessoas tão cultas, envolvidas no dia a dia cultural da nossa cidade. O Grupo Cuíra já está entrando na terceira semana da segunda temporada da peça "Sem Dizer Adeus", adaptação do livro "Eu e as últimas 72 horas de Magalhães Barata", escrito por Dalila Ohana, sua última companheira, livro lançado em 1960 na livraria Dom Quixote, de Haroldo Maranhão. No palco, o grande Cláudio Barradas e Zê Charone, que considero a melhor atriz paraense de sua geração. O Teatro Cuíra tem 100 lugares, poltronas, ar condicionado, enfim, condições mínimas de conforto. Todos têm o direito inalienável de escolher seus programas culturais, é claro. Mas gostaria de fazer um apelo para que fossem assistir a peça. O resultado é muito bom. De repente, bom programa, assistir o Cuíra e depois sair para jantar, conversar, debater, como nos bons tempos se fazia. Que tal?
Abs

Sobre a peça Sem Dizer Adeus, leia também este post no blog de Edyr. Leia também esta matéria publicada no Guiart.com.br.


SERVIÇO
"Sem Dizer Adeus”, de Edyr Augusto Proença. 
Com Cláudio Barradas e Zê Charone e participações de Henrique da Paz, Olinda Charone, Saulo Sisnando, André Mardock, Roni Hofstatter e Flávio Ramos. 

  • 21h, no Teatro Cuíra (Rua 1º de Março, esquina com Riachuelo, Campina). 
  • Ingressos: R$ 20 (com meia-entrada para estudantes). 
  • A temporada segue até dia 4 de setembro, sempre às sextas, sábados e domingos, às 21h.

Imagens

Imagem: Carlos Barretto. Todos os direitos reservados
Como titular uma imagem como esta? Eu não sei. Apenas a busquei loucamente. Sem tripé. E consegui exatamente o que queria.

domingo, 21 de agosto de 2011

Especulação

"Se o líder líbio for forçado a sair do poder, haverá dúvidas quanto à capacidade da oposição de restabelecer a estabilidade no país exportador de petróleo. O comando das forças rebeldes tem sido abalado por disputas e rivalidades."
Transcrito de http://www1.folha.uol.com.br/mundo/963133-rebeldes-dizem-controlar-tripoli-com-excecao-do-complexo-de-gaddafi.shtml


Aposto que os Estados Unidos, generosos como sempre, e preocupados com a liberdade do povo líbio, de bom grado aceitariam administrar o país por algum tempo, até as disputas e rivalidades internas se resolverem.
Pode ser ou eu viajei?

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Franssinete Florenzano recebe ameaça de morte

Quem pensa que vida de blogueiro é fácil, está redondamente enganado. Apesar de alguns poucos nem sempre se pautarem pelas atitudes mais responsáveis no tocante ao conteúdo que produzem, todos, sem exceção, podem ser vítimas de violências as mais variadas. Normalmente, partindo de elementos nocivos à sociedade. Verdadeiros sociopatas. Estes, ao invés de usarem do direito de resposta automaticamente concedido na caixa de comentários, frequentemente procuram os tribunais acionando os autores, muitas vezes em verdadeiras litigâncias de má fé, felizmente logo detectadas por juízes sérios e atentos, invertendo-lhes a ação, e penalizando-os com o pagamento dos honorários advocatícios de quem acusam, bem como uma condenação, às vezes correspondente a 10% do valor da suposta (e sempre indecente) indenização que pleiteavam.
O cenário dos tribunais, apesar de desnecessário na maioria dos casos, é legítimo e cidadão. Muito embora, dependendo do contexto, sobrecarregar a justiça com questiúnculas é no mínimo uma falta de bom senso. Mais ainda quando, cinicamente, por trás de um poder econômico inegável, os litigantes buscam não exatamente o direito legítimo de provar sua inocência. Muito ao contrário, muitas vezes acusam com o intuito de intimidar, e criar constrangimentos aos acionados,  em sonolentas ações de injúria e difamação.
Neste sentido, tenho certeza, que mesmo os blogs jornalísticos responsáveis, que moderam e aceitam comentários anônimos, sabem a importância de garantir o direito de resposta a quem se sentir ofendido, injuriado ou difamado. Caminho mais razoável a quem de fato, nada tem a temer. Mesmo assim, pessoalmente, reconheço a via legal como aceitável. Especialmente, se comparada ao que vamos tomar conhecimento na sequência.
Existe de fato um outro cenário, que desponta historicamente como alternativa palpável nestas paragens, cada vez mais bombado pela inércia estatal em contê-lo. Um pistoleiro, segundo dizem, pode cobrar alguns poucos reais para eliminar um desafeto de encomenda. No estado do Pará, abundam exemplos que apontam a existência e persistência desta via indecente, inaceitável em qualquer país que se diga democrático. Alguns elementos - usualmente réus quase confessos - quando flagrados na ilegalidade, fazem opção pelo verdadeiro faroeste caboclo. Como não podem recorrer a justiça e nem tem vergonha na cara de atuar em defesa própria nas caixinhas de comentários de cara limpa, fazem coisas como a que vamos descrever agora.

No dia 12 de agosto, a jornalista paraense Franssinete Florenzano publicou em seu blog o seguinte post, mostrado abaixo em captura de tela.

Foi o que bastou para que recebesse a nojenta manifestação (anônima, é claro!) na caixinha de comentários.

Captura de tela
Como podem ver, os porcos parecem não se contentar mais em chafurdar na lama. Andam preferindo a "vara". E pelo visto, devem merecê-la, numa ação exemplar que a justiça paraense poderia executar, solicitando ao Google/Blogger a identificação de seu autor e consequente punição. Especialmente, tendo em vista a gravidade do cometimento comezinho e covarde. 
Por outro lado, não é bom subestimar as ligacões sempre perigosas destes meliantes sociopatas. Garantias de vida devem ser oferecidas à jornalista e sua família.
O poster vai acompanhar. Já entrei em contato com Franssinete pelo telefone e prestei-lhe irrestrita e absoluta solidariedade.
Agora, com a palavra, as autoridades e suas aguardadas providências, de absoluto interesse da sociedade e da democracia. E que prevaleçam sempre a liberdade de opinião e de expressão. A tolerância, é sempre o caminho mais adequado e elegante. Caso seja incabível aos ânimos das partes, (e sempre em último caso) as barras dos tribunais existem para assegurar direitos constitucionais. Não podem ser toleradas em nenhuma hipótese a barbárie, a molecagem e muito menos a covardia.

Before iPad


Charges Uol

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Google Street View na Amazônia

Imagem: Gizmodo
Segundo o Gizmodo, a equipe do Google Street View já vai iniciar o árduo trabalho de fotografar determinados rincões da Amazônia. Utilizando aquele equipamento bizarro de captura de imagens georeferenciadas, adaptado a triciclos e barcos, a equipe deve começar fotografando cerca de 50 km de extensão do Rio Negro, entre as comunidades de Tumbira (perto de Manaus) e Terra Preta. 

Imagem: Gizmodo
Ainda segundo afirma o Gizmodo, a exemplo do que já faz com lojas e restaurantes, a equipe deverá registrar imagens panorâmicas de escolas e centros comunitários da região.
Em breve, o mundo poderá acessar estas imagens através do Google Maps ou do maravilhoso software Google Earth.

[Via Gizmodo]

O ovo ou a galinha?


Essa é realmente muito engraçada. Nada como analisar a evolução de uma idéia, para perceber quem afinal imita quem. Vejam esta imagem publicada nos foruns do MacRumors e deliciem-se.

Voxer é o "walkie-talkie" no seu iPhone

Depois do Viber, WhatsApp entre outros, a nova onda entre aplicativos de comunicação gratuita para iPhones é o Voxer. Com ele, você vai se comunicar com os contatos que também possuem o aplicativo instalado, de forma semelhante aos celulares da Nextel. Como se estivesse utilizando a tecnologia push-to-talk, com o Voxer você precisa apertar um botão, mantê-lo pressionado, falar toda a mensagem e soltá-lo. A mensagem de áudio é enviada via rede 3G/WiFi. Após alguns segundos, recebe a resposta. É como se fosse aqueles radinhos Motorola, estilo walkie-talkie
É algo estranho e demora um pouquinho pra gente se acostumar. Mas é divertido, funciona e totalmente grátis. Entretanto, tenha em mente que se utilizar a tecnologia 3G, ele vai consumir sua franquia de dados. Se utilizar via rede WiFI, será um abraço. Além disso, por enquanto ele está disponível apenas para o iOS.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

O encontro









Imagine a cena: um jovem de 15 anos, que acredita ser capaz de escrever poesias, submete à apreciação da diretora da escola onde estuda, em Temuco (Chile), algumas de suas primeiras obras, temeroso de que ela, poeta famosa em seu país pela obra Sonetos de la Muerte, pudesse desdenhar dos poemas feitos com o seu coração adolescente.
A Diretora, cujo nome verdadeiro era Lucila de Maria del Perpetuo Socorro Godoy Alcayaga, manda chamar o jovem Ricardo Eliécer Neftalí Reyes Basoalto e num encontro de poucos minutos o estimula a continuar escrevendo poesia.
A educadora continuou escrevendo, sempre com o pseudônimo de Gabriela Mistral, e ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 1945. O jovem Ricardo começou a escrever mais e mais, e ganhou o Prêmio Nobel de Literatura de 1971, com o pseudônimo que o consagrou: Pablo Neruda.

Ela, um exemplo de moral e de dedicação profissional. Ele, cercado de escândalos, política e mulheres. Unidos por um encontro, pela nacionalidade e pela poesia. Para sempre.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Meu resumo da ópera



Yael Naim é uma cantora israelense que já foi citada no Flanar uma vez. E não por acaso, durante o lançamento deste produto. Uma de suas músicas, lindamente batizada de Far Far é notável. E tem conseguido dar uma espécie de resumo da ópera para meu momento atual. Especialmente no trechinho em que afirma de forma singular o seguinte: How can you stay outside. There is a beautiful mess inside. Instigante!


Far far, there's this little girl
She was praying for something to happen to her
Everyday she writes words and more words
Just to speak out the thoughts that keep floating inside
And she's strong when the dreams come cos' they
Take her, cover her, they are all over
The reality looks far now, but don't go

How can you stay outside?
There's a beautiful mess inside
How can you stay outside?
There's a beautiful mess inside
Oh oh oh oh

Far far, there's this little girl
She was praying for something good to happen to her
From time to time there're colors and shapes
Dazeling her eyes, tickeling her hands
They invent her a new world with
Oil skies and aquarel rivers
But don't you run away already
Please don't go oh oh

How can you stay outside?
There's a beautiful mess inside
How can you stay outside?
There's a beautiful mess inside

Take a deep breath and dive
There's a beautiful mess inside
How can you stay outside?
There's a beautiful mess
Beautiful mess inside

Oh beautiful, beautiful

Far far there's this little girl
She was praying for something big to happen to her
Every night she hears beautiful strange music
It's everywhere there's nowhere to hide
But if it fades she begs
"oh lord don't take it from me, don't take", she says

I guess i'll have to give it birth
To give it birth
I guess, i guess, i guess i have to give it birth
I guess i have to, have to give it birth
There's a beautiful mess inside and it's everywhere

So shake it yourself now deep inside
Deeper than you ever dared
Deeper than you ever dared
There's a beautiful mess inside
Beautiful mess inside

Mosqueiro sempre tem algo a revelar

Imagem: Carlos Barretto (Todos os direitos reservados)

Imagem: Carlos Barretto (Todos os direitos reservados)

Imagem: Carlos Barretto (Todos os direitos reservados)
Resultado de um único dia em Mosqueiro. Uma série de 300 imagens, das quais, selecionei estas, que achei interessantes. 

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

A parte que nos cabe, vai ficando menor e mais cara

Imagem: Carlos Barretto (Todos os direitos reservados)

Imagem: Carlos Barretto (Todos os direitos reservados)

Murakamimania



Graças a uma postagem do Edvan Feitosa sobre o filme japonês Norwegian Wood, baseado num livro de Haruki Murakami, reacendi o impulso da leitura deste que talvez seja o principal romancista em língua japonesa da atualidade.
Destaco os livros Kafka à Beira-mar, o próprio Norwegian Wood e Minha Querida Sputinik, todos disponíveis no Brasil.
Como Murakami mora nos Estados Unidos e também é tradutor, resolvi enfrentar a leitura dos livros restantes em inglês e comecei por After Dark (em português lançado como Depois do Anoitecer; 2004; Editora Alfaguara).
Encontrei uma obra levemente densa, como a névoa noturna do inverno nipônico, com as características indefectíveis do autor: personagens femininos fortes, homens hesitantes e submissos, pitadas de surrealismo, ilusão dos sentidos e sensualidade incipiente.
Um belíssimo fragmento de noite, assim eu definiria o livro. Focando no indivíduo e no todo, Murakami nos eleva do chão e nos induz ao onírico.
Fiquei imaginando como seria um romance semelhante, viajando na noite belenense. Algo assim como After Charque...

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Em busca de outros horizontes

Imagem: Carlos Barretto (Todos os direitos reservados)

Imagem: Carlos Barretto (Todos os direitos reservados)

Desbravadora de outros horizontes

A imagem do post Sem Horizontes, já foi feita com minha última aquisição. Uma teleobjetiva Nikon 300 mm 1:2.8. Usada, mas em perfeito estado operacional, a objetiva é um monstro que consegue a façanha de pesar mais do que a câmera. Uma Nikon D80 com grip de duas baterias. 

Imagem: Carlos Barretto (Todos os direitos reservados)
Quando precisar utilizá-la, (possivelmente em momentos bem pontuais), terei que conviver com o fato de ter que transportar quase 2 kg em equipamento fotográfico. Isso, se incluirmos o tripé ou monopé, quase indispensáveis ao manejo seguro e adequado do equipamento.

Telefoto de 300 mm montada em uma Nikon D80 (Imagem: Carlos Barretto)
Com poucos dias de uso, aprendi algumas coisinhas sobre objetivas realmente profissionais. Em primeiro lugar, a quase absoluta ausência do plástico, material predominante nas objetivas mais baratas. Isto, confere a elas uma robustez e resistência sem igual no mercado. Em segundo lugar, a qualidade dos elementos óticos, possibilita imagens mais claras com velocidades de exposição mais altas. Um limite terrível das câmeras semi-profissionais. E por último, pelo peso e robustez, elas acabam por criar um novo paradigma técnico, para portá-las em modo sem tripé.  Simplesmente, somos obrigados a segurar a câmera pelo corpo da lente.
E antes de concluir, só um detalhe besta. Observem abaixo o esmero com que o fabricante marca o seu produto.

Uma plaqueta metálica, identifica o modelo da objetiva. (Imagem: Carlos Barretto)
Perceberam? Nas lentes baratas, de plástico e "escuras", o modelo é meramente impresso no corpo plástico da objetiva. Nesta, um plaqueta metálica devidamente aparafusada ao corpo metálico, deixa clara a seriedade com o produto.

Concluindo, devo confessar que estou absolutamente espantado em entrar em contato, com o primeiro equipamento verdadeiramente profissional, que aos poucos, certamente, ainda vai me permitir vencer outros limites impostos pelas objetivas mais modestas.
Aqui, deixo meu abraço forte, a um amigo/irmão, que fez um preço muito camarada pelo kit com facilidade de pagamento. 

Sem horizontes

Imagem: Carlos Barretto (Todos os direitos reservados)

Há algum tempo, publiquei a série Horizontes, mostrando todos os firmamentos que pude registrar em Mosqueiro. Agora, que tal esta imagem, que procura nos mostrar os horizontes que vamos perdendo, bem diante de nossos olhos?

Arqueologia digital



Há poucos dias encontrei em casa o DVD do filme A Rede, de 1995, com Sandra Bullock, curiosamente ainda intacto, com o lacre da loja.


Não lembrando a origem precisa do filme, se fora comprado ou recebido de presente, resolvi vê-lo imediatamente, antes que uma nova onda de abandono o atingisse.


O tema central, a internet, então em uma fase embrionária, é abordado com uma dose de preocupação sobre a questão do controle do estado (e das companhias de software) sobre o cidadão.


Apesar de não ser em hipótese alguma um grande filme, pelo contrário, é bem previsível, é muito interessante vê-lo hoje, 16 anos depois da explosão da WWW. Algo assim como entrar num túnel do tempo.


Tenho certeza de que o nosso Charlie Barretto dará muitas e muitas risadas ao ver (ou rever) este filme.


Recomendado para um weekend bem light.


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Leo Fender e suas maravilhas históricas


Eis aqui um ótimo artigo da Wired, sobre Leo Fender. Aquele que desenhou e inventou a mais famosa das guitarras. Nascia em 1909 para fazer toda a diferença. Leia o artigo clicando aqui.

Pará de contradições

No Consultor Jurídico:

O estado do Pará vive hoje um processo contraditório. Por um lado, se consolida no cenário nacional pelo acelerado crescimento econômico, a frente do ranking de exportação do país. Por outro lado, carrega um dos piores índices de desenvolvimento humano e social.

A economia paraense está em plena expansão, hoje com um promissor polo industrial e uma sólida economia de mineração que fez o estado registrar nos cinco primeiros meses de 2011 o segundo maior superávit (US$ 4,416 bilhões) do país, perdendo apenas para Minas Gerais (US$ 5,886 bilhões).
Considerado o segundo maior estado do Brasil em dimensão territorial, o Pará tem hoje 143 municípios(*) e 7,1 milhões de habitantes. O estado apresenta um quadro altamente concentrado de riquezas e investimentos públicos.
Das dez regiões mais pobres do Brasil, cinco estão no Pará. Estudo do Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará — Idesp — mostra que a região prevista para Carajás recebe somente 4,7% dos gastos públicos estaduais em segurança, hoje fortemente marcada por conflitos agrários e considerada seis vezes mais violenta do que o estado de São Paulo (Ministério da Justiça/2011).
Ainda segundo o Idesp, são baixíssimos os gastos com educação e desporto (1,3%) e transporte (10%). A enorme diferença de repasses de recursos públicos costuma ser explicada pelo baixo contingente populacional e peso da economia, embora a região ocupe o 13º lugar no ranking do PIB e tenha população maior do que oito estados do país.

Matéria completa, sobre a divisão do Estado: http://www.conjur.com.br/2011-ago-08/eleitor-respondera-separacao-tapajos-carajas

(*) Na verdade, são 144 Munícípios, incluído o de Mojuí dos Campos, desmembrado de Santarém, cuja criação formal se deve à Lei estadual n. 6.268, de 1999. A efetiva instalação depende da realização das primeiras eleições municipais, no próximo ano.

Sempre há quem torça o nariz. Mas apanha lá na frente.

É apenas mais um, dos inúmeros "mockups" existentes por aí. Apenas mais um, baseado em mais rumores. Ou seja, pode ser tudo bobagem mesmo. Mas se este último de fato vingar, há uma pergunta que não quer calar. Mas antes de fazê-la, veja as imagens divulgadas agora há pouco pelo Blog MacMagazine.
Mais uma aposta de como seria o iPhone 5

Viram? Perceberam alguma similaridade? Algo familiar?
Pois é. 
Lembram quando o iPad foi lançado? Muitos torceram o nariz e aplicaram-lhe o equivocado adjetivo de "iPhonão".  Gente "totalmente-sem-noção",  existe aos bandos por aí. Alguns nativos, inclusive. E devo dizer que foi uma beleza encontrá-los na lista de espera do iPad 2 da Saraiva. Hehehehe. 
E agora? Acho difícil. Seria muita babaquice. Mas assim caminha a humanidade, não é? Nestas plagas, tudo é possível. 
Mas será? 
Se o "mockup" da imagem de fato vingar, será que eles agora vão chamar o iPhone 5 de "iPadzinho"?

Aurora aprisionada


Imagem: Scylla Lage Neto

Não sei qual o crime cometido pelos moradores do bairro do Umarizal, mas a pena me é clara: prisão perpétua, sem direito ao nascer-do-sol.
E é bom aproveitar os últimos reflexos indiretos, pois em breve mais uma parede se fechará.
Como diz o provérbio argentino, "nós estávamos melhor quando estávamos pior"...

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Femme Fatale



Nico, talvez a mais enigmática figura da cena underground / pop art dos anos 60. Linda, loura e louca. Um ícone, como no documentário Nico Icon, da diretora Susanne Ofteringer, feito em 1995 e que só agora vimos, graças à Márcia Moro - amiga paranaense bruxelloise antenadíssima. Recomendo o filme. A canção deste vídeo é do antológico LP The Velvet Underground & Nico (1965).

O primeiro carro




Ao ver ontem, em pleno engarrafamento na Rua dos Mundurucus, um Volkswagen Gol bem desbotado, outrora dourado, meu coração deu uma acelerada forte, meio que engasgando.


Era um carro igualzinho ao meu primeiro, um Gol 1980, comprado pelo meu pai na Belauto como presente por eu ter passado no vestibular.


Dentro do velho veículo estava um idoso casal, ambos de cabelos brancos, a senhora com o braço esquerdo passado por cima do banco do intrépido motorista. Ele, concentrado, brigava por espaço com um ônibus e um táxi simultaneamente, fugindo das obras que supostamente cessarão as enchentes daquele perímetro.


Deixei-os passar com o sincero intuito de admirar o carro, que apesar de bem surrado ainda mantinha uma certa pose, típica daqueles que conhecem o caminho e que são donos das suas verdades e dos seus destinos.


Era certamente um carro feliz.


segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Uma boa rede, na hora certa




Viena, Áustria, em pleno badalado quarteirão dos museus, a gente tem uma agradável surpresa: um galpão chique com redes Made in Ceará em quatro pavimentos. É a Flederhaus, um oásis de relaxamento desenhado por top arquitetos para provar que sim, é possível construir usando madeira reciclada. O público dos museus tem adorado.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Amazônia Exótica

Será lançado em 11 de agosto próximo o livro Guia Histórico - Amazônia Exótica, de autoria da pesquisadora do Museu Emilio Goeldi Olimpia Resque, com colaboração de Daniel Giese.
O evento dar-se-á na Fox da Dr. Moraes, às 18 horas.
Neste momento histórico vivido pela nossa Amazônia se torna imperioso rever algumas lições do passado e o lançamento desta obra pode trazer à tona a era das expedições dos naturalistas estrangeiros à nossa região e suas lições.
Imperdível.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Medidas extremas

Em outras épocas, quando eu saía para jogar bilhar com um grupo de amigos — todos incompetentes para  o jogo, embora nenhum tanto quanto eu —, um deles costumava dizer que, na dúvida sobre qual jogada fazer, só havia uma opção: "porradão". Aí ele dava a tacada mais violenta que podia e esperava as consequências.
A técnica de jogo do meu amigo (se é que se pode chamar para isso de "técnica") parece ter sido levada para a vida real por alguém na Assembleia Legislativa. Pelo menos foi o que noticiou o plantão do Portal ORM às 8h28 desta manhã:

Caso Alepa: Deputado denuncia que processos desapareceram

Deputado Edmilson Rodrigues (PSol) denunciou que 53 processos licitatórios sumiram da sala da Comissão Especial de Licitações de Obras (Celo) da Assembléia Legislativa do Pará. Arquivos contidos no computador do referido grupo técnico também foram apagados. O presidente do Poder, deputado Manoel Pioneiro (PSDB), informou que ambos os problemas, que prejudicam a investigação sobre as fraudes no Legislativo, estão sendo averiguados.
Da tribuna, Edmilson Rodrigues cobrou explições da presidência por causa dos prejuízos que a perda de documentos administrativos pode causar às investigações das fraudes ocorridas na Alepa antes de 2010, ano administrativo em análise pelo Ministério Público Estadual.
Ele levantou a suspeita de queima de arquivo porque o suposto sumiço ocorre em meio à denúncia feita pelo MPE de que 105 processos licitatórios realizados em 2010 foram fraudados.
Para o psolista, o fato se torna ainda mais estranho ao se observar que a comissão de licitações responsável pelos processos classificados pelo MP como fraudados é a mesma que organizava os processos agora tidos como desaparecidos.

A prática não é inédita. Dizem as más línguas que, quando vira um governo que não fez seu sucessor, é um tal de HD desaparecendo que muito me intriga ninguém ter sido preso por isso até hoje.
A ser verdadeira a acusação do pré-candidato a triprefeito de Belém (o que, presumo, ninguém duvida), o fato, com sua inevitável carga criminal, pode respingar no atual presidente da casa, que até aqui se tem esforçado por fazer todo mundo acreditar que ele não tem culpa de nada, já que assumiu o bonde somente em 2011.
Mais um capítulo emocionante dessa triste novela.

"Eu tenho tesão é no mar"*



(...)
Eu tenho tesão é no mar
Assim que o inverno passar
Bateu uma saudade de ti
Tô a fim de encarar um siri
Com a benção de Nosso Senhor
O sol nunca mais vai se pôr.

*Bye Bye Brasil - Chico Buarque.

Letra na íntegra clicando aqui.

Mar


Imagem: Raul Touzon


"Quando eu morrer voltarei para buscar
Os instantes que não vivi junto ao mar."

Sophia de Mello Breyner Andresen

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Limites da inteligência




Nós temos dentro de nossas caixas cranianas uma poderosa “máquina de pensar”, uma espécie de “pudim de leite” constituído de neurônios (mais de cem bilhões), células de suporte, líquido cefalorraquiano e vasos sanguíneos. Podemos ficar ainda mais inteligentes do que somos, ampliando a nossa já enorme capacidade de processamento?


A primeira idéia que nos vem à cabeça é a de que os cérebros maiores levariam vantagens sobre os menores, um pensamento, aliás, bem vigente nas décadas iniciais do século XX. O alto consumo energético e a lentidão das conexões mais longas passam então a ser fatores limitantes à expansão da inteligência.


Aliás, é justamente nos axônios, nas conexões entre os neurônios, que reside a maior dificuldade física para o aprimoramento do funcionamento cerebral. Um melhor “cabeamento” cerebral aumentaria o consumo e precisaria de um espaço desproporcional em nossos crânios.


Tornar os nossos axônios mais “finos” talvez esbarrasse em limites termodinâmicos, criando uma comunicação “ruidosa” e pouco efetiva.


Se a nossa massa cinzenta é poderosa, o mesmo não podemos dizer de nossa massa branca, do nosso “lento” serviço de “correio” axonal, que transformou-se no nosso “calcanhar de Aquiles” da evolução cerebral.


Se, individualmente, não podemos aumentar a nossa inteligência, tendo que confiar na carga genética que recebemos de nossos ancestrais, coletivamente ainda o poderemos fazê-lo, como uma espécie.


Penso que o futuro mostrará que sim.






Imagens: Eshel Ben Jacob (projeto Colonial Intelligence)

terça-feira, 2 de agosto de 2011

O Brasil é a Europalia 2011

A maior e mais prestigiada vitrine cultural da Europa se verde-amareliza. O Brasil é o país-tema do maior e mais completo festival de artes da Europa em 2011, o Europalia International Arts Festival. Bem, num continente onde a atividade cultural é encarada como o pão de cada dia, estar no Europalia é tão importante (e proveitoso e cheio de conteúdo) do que ganhar uma Copa do Mundo. E tem até selo postal da Bélgica para mostrar o quanto isso é importante e histórico (imagem ao acima).
O Europalia é bienal e dura cerca de três meses ( a edição brazuca vai de 04 de outubro deste ano até 15 de janeiro de 2012). É completo pois abrange artes plásticas, música, cinema, dança, teatro, letratura e gastronomia. Acontece em cidades da Bélgica, França, Holanda e Luxemburgo e atrai público de países como a Alemanha e a Inglaterra. A edição 2009, que teve a China como país-tema atraiu mais de um milhão de visitantes e espectadores.
A programação está quase fechada. E aqui estão destaques.
-Artes Plásticas: são mais de 10 exposições, que vão da arte indígena (Índios no Brasil, com curadoria de Lúcia Van Velthem do Museu Emílio Goeldi) até a fotografia contemporânea do nosso Luiz Braga (na exposição Extremos, que tem com um dos curadores o nosso Guy Veloso), passando pelos Modernistas de 1922 (Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti, entre outros) e pelos neo-concretistas de Lygia Clark, Volpi e Hélio Oiticica.
-Dança: a fina-flor do Brasil vem aos palcos europeus. Do Grupo Corpo (com as montagens Parabelo e Onqoto) até o Balé Folclórico da Bahia, a Companhia Lia Rodrigues e a companhia goiana de vanguarda Quasar.
-Música: vamos ver shows da Velha Guarda da Portela, Mart'nália, Egberto Gislmonti, Toninho Ferraguti entre outros.
-Teatro: O Oficina de São Paulo vem com As Bacantes (pode haver algo mais teatro brasileiro que o Zé Celso?). Enrique Diaz vem com La Mouette, e Antônio Araújo vem com o Teatro da Vertigem.
-Literatura: Milton Hatoum faz uma residência em Bruxelas. Paulo Lins e João Ubaldo Ribeiro fazem conferências. E uma grande exposição multimídia vai mostrar um pouco da obra de Clarice Lispector. Para completar, a Literatura de Cordel vai estar no centro de mesas-redondas, exposições e workshops.
-Cinema: serão várias mostras, entre elas uma dedicada aos pioneiros da cinematografia brasileira (Mário Peixote e seu Limite), os cineastas do Cinema Novo, um ciclo dedicado a Walter Salles e outro a Eduardo Coutinho.
Haverá ainda conferências de teólogo Leonardo Boff, do antropólogo Luiz Eduardo Soares e do rapper Black Alien.
E como centro do buchico, o Kunstberg/Mont des Arts, o quarteirão dos mais sofisticados centros culturais de Bruxelas, vai virar o Club.Brasil, com artes de rua, artensanato, gastronomia e pocket shows.
A programação completa pode ser vista na site do Europalia.