Esse tal de Ano Novo faz de mim uma fritada de ovos mexidos.
Primeiro me alegro por responder presente à chamada; depois fico sorumbático e ensimesmado por saber que na próxima posso não estar na folha da chamada.
E aí?
E aí peço ajuda ao anda-Já e vou direto até a geladeira encher o copo com gelo pra congelar o tempo.
Não me diga que você achou que eu entrei nessa a partir do ser e o nada, ou, o mundo como vontade e como representação?
Mais respeito. Sou do Canil e também do Bando de Corisco. Tenho um copo a zelar. Ok, Labareda?
Então, voltando à cold cow, aqueço o gelo com uma boa dose de Cavalo Branco e ponho-me a pensar sobre o dilema do Ano Novo. Rio ou Choro? Ou faço uma composição dialética entre a tese a antítese e tomo mais uma como síntese?
Pensei ligar pros meus conselheiros espirituais: Zé, Luiz, Milton, Roger, Maca, Fernandinho... Desisti. Eles deviam estar muito ocupados com suas arrumações da virada do ano. Não era hora de incomodá-los com essas questões menores. Botei mais uma.
E assim se deu. Entre umas e outras, entre sínteses e dialéticas, conclui que era melhor aproveitar a festa e deixar a chamada pra outra hora.
Assim sendo: tim-tim. Feliz Ano Novo.
Corisco.
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