sexta-feira, 30 de junho de 2006
Brava Argentina!
Lago Nahuel Huapi em dia lindo, com os Andes
ao fundo.
O dia bonito, convida os habitantes ao passeio
obrigatório à beira do lago.
Tem que pegar na água gelada pra acreditar
que é de verdade.
E o sol se pondo, apenas um pouco à esquerda
do local de onde surgiu, ao amanhecer.
Águas transparentes, azuladas, com pedras
multicoloridas no fundo.
Bariloche, 30 de Junho de 2006
Altitude: 800 metros
Temperatura: 2 graus
Humidade: 60%
Pela primeira vez em 9 dias, hoje o dia amanheceu lindo, com sol e céu azul total. E quem conhece estes invernos austrais sabe que céu azul é sinônimo de mais frio. De fato os 2 graus (registrados em nosso termômetro digital de viagem que botamos do lado de fora de nossa janela) comprovam que lá fora não está para brincadeira. Reforçamos nossas vestimentas e saímos para um passeio. Um passeio antológico que certamente ficará registrado para sempre em nossa memória (e na câmera digital, é claro). O lago Nahuel Huapi estava lindíssimo, com águas calmas pela ausência absoluta de vento, feito um espelho e as montanhas a oeste estavam totalmente visíveis com seus picos de 2300 metros nevados. Apesar do frio cortante, bem aquecidos, fizemos um passeio à beira do lago absolutamente romântico e inesquecível. As pedrinhas multicoloridas que forram o fundo do lago, em suas águas perfeitamente transparentes, reveladas pela luz do sol intensa, que também batia na lateral das montanhas nevadas, ampliando sua majestade. E também foi interessante notar o sol nascendo a leste e num semi-círculo se pondo um pouco a esquerda do local de onde nasceu no horizonte. Daí as noites serem tão prolongadas por aqui no inverno. Um fenômeno notável e ao mesmo tempo estranho. Acordar cedo por aqui significa sair ainda na escuridão da madrugada até por volta das 9 horas, quando o sol finalmente dá o ar de sua graça.
Bem. Com este céu azul celeste os argentinos de Bariloche acordaram sentindo provavelmente um certo prenúncio de bom resultado no jogo de hoje com a Alemanha. E acreditem. Foi realmente muito triste ver a decepção estampada nos rostos de todos após a derrota por penaltis contra a Alemanha. A Argentina foi brava guerreira em todo o tempo do jogo e buscou a vitória como nunca, fazendo pressão no final da prorrogação. A derrota por penaltis nao lhes fez justiça e os brasileiros de Bariloche torceram muito por eles e foram solidários em sua tristeza. Talvez, quem sabe, para merecer o mesmo colo quando nossa vez chegar.
Enquanto isso, viva a brava Argentina!
quarta-feira, 28 de junho de 2006
Apreensão
O frio intenso traz o inusitado
Caminhada revela surpresas
Centro Comercial
Museu da Patagônia
Centro Cívico (Prefeitura)
Bariloche, 29 de Junho de 2006
Altitude: 800 metros
Temperatura: 11 graus
Humidade 70%
Na véspera do jogo com a Alemanha, os argentinos de Bariloche nao escondem sua apreensão. Já temendo talvez um mal resultado, alguns alegam que se a Copa do Mundo já nao estiver "reglada" (combinada) para a vitória da Alemanha - dona da casa - a Argentina deve conseguir a vitória amanhã. Saibam entao todos, que se a Argentina perder o jogo, eles afirmarão que a Copa estava "reglada".
Nós, Brasileiros, somos mesmo fanáticos por futebol. Mas nunca a este ponto.
Hoje o dia amanheceu nublado como sempre mas a temperatura estava muito agradável. Só no meio da tarde, caiu aquela garoazinha fria que "sin embargo" não prejudicou um excelente passeio a pé pela cidade. Estadia em Bariloche, acredito que 4 dias seja suficiente. Afinal, após vencermos os principais atrativos turísticos da cidade, só nos restam os 800 metros do centro comercial para fazer compras, que talvez sejam mais aconselháveis em Buenos Aires mesmo, ou no Duty Free do aeroporto. Depende muito do que se deseja. "Hay" que caminhar bastante e pesquisar preços. Eu que já vou completar 8 dias aqui (vim antes de minha família para uma Convençao Internacional de Médicos no Hotel Llao Llao (que alíás vai merecer capítulo especial neste blog), confesso-me bastante entediado, louco para finalmente aproveitar as belezas da capital argentina, com muitas opçoes de divertimento.
Contudo, hoje como previsto, fizemos o "full contact" com a cidade visitando o Centro Cívico, o interessantíssimo Museu da Patagônia e após ir ao maior shopping da cidade (bem pequeno) caminhamos de volta ao centro conhecendo os lugares onde as pessoas trabalham, compram víveres, enfim, onde fato moram, longe do desagradável agito turístico (com todos aqueles turistas brasileiros com "uniformes" da CVC, aaarrrgghh!). Nao entendo como ainda tem gente que "paga estes micos" de viajar pela CVC. Se eles sequer imaginassem como são vistos por aqui, jamais cometeriam o mesmo erro.
Viajar, acima de tudo, é estar mais livre do que nunca para caminhar, sentir odores, estabelecer vínculos, sem esquecer de planejar e evitar os locais inseguros. Tudo isso é possível sem a tutela de nenhuma empresa uniformizada e equipada com rádios e outras traquitanas para "vigiar" seus "tutelados". Conhecemos outros brasileiros e backpackers por aqui (incluindo bons a amáveis paulistas) que foram unânimes nesta opiniao: CVC é uma bobagem que chega a ser irritante e mal vista pelos habitantes locais. Se eles não deixassem tantos pesos, talvez enfrentassem outra realidade.
Que sejam felizes também em suas viagens. Mas avisem ondem estarão para que eu me distancie, sempre que possível.
Futebol na cabeça dos latinos
Aqui só se fala em futebol. E em Bariloche especialmente, os argentinos que tenho conversado dizem se sentir mais amigos do Brasil do que o resto do mundo.
Se isto for verdade, em minha lógica de cidadao, encontraria variadas explicaçoes para tal fenomeno. Mas o fato é que os brasileiros sao a esmagadora maioria entre os turistas aqui nesta grande estaçao de inverno (que é muito frequentada e linda também no verao). E sao de importancia significativa para economia desta pequena cidade de apenas 18000 habitantes. De fato o turismo é sua principal fonte de renda. E sendo os brasileiros seus mais habituais frequentadores, melhor aos habitantes daqui dizer que nos amam de verdade.
E de fato nos tratam muito bem.
Para ilustrar este cenário, relato um depoimento de um lojista da Rua Mitre (principal do centro comercial).
Me disse o seguinte:
Nós argentinos nao esquecemos o posicionamento firme do governo brasileiro durante a Guerra das Malvinas, quando um caça inglês fez um pouso de emergência no aeroporto do Rio por falta de combustível. Lembro que naquela oportunidade, o governo brasileiro abasteceu o aviao alegando razoes humanitárias e os mandou sair de seu espaço aéreo.
Ora. Mas isto nao é mesmo uma conversa mole? Ou será que este prolixo comerciante de fato ainda avalia esta longínqua historieta como importante para o relacionamento bilateral?
Sinceramente, em tempos de copa do mundo, com "los hermanos" pegando fogo com as peripécias de Messi e da lerdeza de Ronaldo (que parece aos poucos melhorar sua performance), acredito que este papo seja uma típica "cortina de fumaça", ou bajulaçao pura.
Mas continuamos aqui a dar pontos a eles. Sua carne mnaravilhosa, seus vinhos excelentes e baratos, amolecem nosso juízo e favorecem o bom relacionamento.
Por ora, viva a argentina!
Se isto for verdade, em minha lógica de cidadao, encontraria variadas explicaçoes para tal fenomeno. Mas o fato é que os brasileiros sao a esmagadora maioria entre os turistas aqui nesta grande estaçao de inverno (que é muito frequentada e linda também no verao). E sao de importancia significativa para economia desta pequena cidade de apenas 18000 habitantes. De fato o turismo é sua principal fonte de renda. E sendo os brasileiros seus mais habituais frequentadores, melhor aos habitantes daqui dizer que nos amam de verdade.
E de fato nos tratam muito bem.
Para ilustrar este cenário, relato um depoimento de um lojista da Rua Mitre (principal do centro comercial).
Me disse o seguinte:
Nós argentinos nao esquecemos o posicionamento firme do governo brasileiro durante a Guerra das Malvinas, quando um caça inglês fez um pouso de emergência no aeroporto do Rio por falta de combustível. Lembro que naquela oportunidade, o governo brasileiro abasteceu o aviao alegando razoes humanitárias e os mandou sair de seu espaço aéreo.
Ora. Mas isto nao é mesmo uma conversa mole? Ou será que este prolixo comerciante de fato ainda avalia esta longínqua historieta como importante para o relacionamento bilateral?
Sinceramente, em tempos de copa do mundo, com "los hermanos" pegando fogo com as peripécias de Messi e da lerdeza de Ronaldo (que parece aos poucos melhorar sua performance), acredito que este papo seja uma típica "cortina de fumaça", ou bajulaçao pura.
Mas continuamos aqui a dar pontos a eles. Sua carne mnaravilhosa, seus vinhos excelentes e baratos, amolecem nosso juízo e favorecem o bom relacionamento.
Por ora, viva a argentina!
A Cordilheira de cada um
Na porta do Hotel Llao Llao, com um companheiro
de viagem, preparado para ir ao primeiro contato
com a neve: Cerro Catedral
Cerro Catedral - 2300 metros de altitude e
uma visão impressionante dos Andes.
Temperatura: 2 graus negativos
No primeiro contato com a neve, a gente faz
coisas estranhas.
Bariloche, 28 de Junho de 2006
Altitude: 2000 metros
Temperatura: 11 graus
Humidade: 70%
Neve, neve e mais neve. Aqui já andei na neve, deslizei em trenós, escorreguei ladeiras muito inclinadas, comi um pouquinho, e vesti um montao de roupas todos os dias. Muito trabalho para botá-las e mais um tanto para tirá-las. Após algum tempo, esta trabalheira transforma-se em mais uma tediosa e cansativa rotina. Há que se partir para outro tipo de ataque turístico após vencer esta curiosidade natural em torno da neve. Entao resolvemos partir para o ataque cultural. Ir ao cinema, assistir as manifestaçoes públicas, pegar um onibus de linha, ir ao mercado municipal e ver as frutas e variedades de alimentos disponíveis aos nativos, enfim, partir para o "full contact" com a populaçao local. Esta é a parte mais interessante de uma típica viagem turística com toques de aventura. A parte onde se pode cambiar impressoes entre pessoas comuns e seus problemas, em todo lugar do mundo parecidos.
E aí, tendo a Cordilheira como uma grande barreira a ser transposta, conhecer a "cordilheira" de cada um. Um passeio fantástico e em tudo mais interessante em qualquer lugar, a qualquer hora e em qualquer dimensao.
Vamos ao ataque.
sábado, 24 de junho de 2006
Ao pé da grande cordilheira
Refúgio Neumeyer. Daqui inicia-se um trekking
pela neve até o pico do Cerro Blanco.
De Land Rover se chega até ao refúgio
Para estar neste ambiente, tem que estar assim...
...e mesmo assim, pode acontecer isso.
Nosso heróico grupo mantém firme o ritmo rumo
ao Cerro Blanco.
No caminho do trekking, bosques sob a névoa.
Ao chegar ao topo, começa a nevar.
Após a longa caminhada, parada para o chá.
Bariloche, Sábado, 24 de Junho de 2006.
Altitude: 1000 metros
Temperatura: 5 graus
Humidade: 70%
Daqui deste lugar esotérico, à beira do lago Nahuel Huapi, de águas azuis, cristalinas e doces, com profundidade máxima de 400 metros, ventos de até 100 Km/h transformam a sensação térmica para além de 1 grau negativo, obrigando o uso ostensivo e necessário de roupas de goretex, que se vestem como macacões grossos e pesados. Botas térmicas com meias de lã mais uma camada de vestimenta térmica colada ao corpo para manter o calor (segunda pele).
Daqui, vejo as àguas azuis do lago refletindo os picos nevados da Cordilheira nesta regiao com altitude máxima de 2300 metros.
Lá em cima, ventos fortíssimos podem mesmo limitar a visitacao e até a sobrevivencia.
A neve é firme, paraíso dos esquiadores, e permite a nós, criados no calor equatorial, andar tranquilamente porém com atencao para nao ser pego por um dos muitos esquiadores iniciantes que em desbalada carreira (melhor seria dizer, "quase em queda livre"), com potencial de te levar ao chao feito um strike no boliche. Mas aqui todos se perdoam. A natureza é grandiosa demais para ficarmos aqui com nossas torpezas. Tolerancia e solidariedade sao obrigatórias e até naturais em ambiente hostil. Mas nada tao selvagem assim. Afinal, ao lado de todo este cenário supostamente Antártico que descrevo, existe uma grande estrutura de apoio ao turista, de maneira que chega a ser irritante.
E no meio disso tudo me lembro: Brasil deu de 4 a 1 no Japao!
Quase me esqueco: Viva Brasil!!!
Mas como nao poderia deixar de ser, vale um pequeno comentário:
1) Comer boa carne argentina = 40 pesos
2) Beber um bom Malbec Terrazas ou Trapiche = 40 pesos
3) Ver o Brasil dar um baile no japao de 4 a 1 em pleno território argentino = NAO TEM PRECO !
Hasta la vitoria!
segunda-feira, 19 de junho de 2006
"Veja" tem a verdade?
Chico Cavalcante em seu blog Comunicação Militante fez um excelente "post" sobre "Veja" e suas relações perigosas.
"Veja" tem o direito de ser reacionária
"Veja" é uma revista reacionária, direitista e parcial. Isso está errado? Sinceramente, acho que não.Muita gente prega a neutralidade ou imparcialidade da imprensa. Não acredito nisso. Papai Noel e fadas não existem. Tal neutralidade não passa de um mito reacionário. Como o mito do "bom selvagem", que serve para justificar a submissão, a neutralidade da imprensa serve para encobrir sua parcialidade. É uma camuflagem.A imparcialidade que um jornalista imprime ou expressa num veículo de comunicação estará sempre limitada por dois parâmetros de ferro: os interesses do dono da mídia onde ele vende sua força de trabalho e suas próprias referências político-ideológicas. Balizada dessa forma, sua opinião não será imparcial, neutra. Tomará sempre partido."Mas o fato é neutro, é ocasional, conjuntural", você diria. "Se um homem morre, se um carro bate, se um candidato perde e outro ganha, se um império cai, se um tive ganha, são fatos inquestionáveis". Correto, você tem razão. Mas o que se publica não é o fato, mas a versão; é a leitura do fato que é publicada e toda leitura ou transcrição é parcial, ou seja, é uma forma de expor um (1) ponto de vista, portanto, de se tomar partido.Por entender que uma opinião, um ponto de vista, se baliza pelo acúmulo histórico de quem o expressa, acho justo que veículos de comunicação se alinhem nas diversas raias ideológicas e políticas que a sociedade produziu e sedimentou ao longo de séculos. Além de justo, é legítimo. A imprensa escrita começou com a imprensa partidária e não é indigno nem imoral que até hoje expresse pontos de vista partidários.O problema, portanto, não é assumir um lado; ao contrário, é esconder isso do leitor, é ocultar que aquilo que está sendo vendido como fato não passa de versão. Como "Veja" faz. O imoral em "Veja" é vender-se aos incautos como o espaço da verdade, da dignidade, da moral, da imparcialidade quando tudo o que vende em suas páginas é opinião parcial, de segunda-mão, escritas sob uma ótica reacionária, direitista, atrasada, intercalada por anúncios de bancos, companhias telefônicas e multinacionais de cosméticos.Mas onde está a verdade, afinal? A verdade não está em "Veja". Está nas ruas. A verdade não é patrimônio privado da imprensa, ela não pode ser aprisionada nem apropriada por uma empresa, cujo fim derradeiro não é assenhorar a verdade, mas aumentar seu lucro. A verdade é a apreensão individual de fatos historicamente determinados. Não é mercadoria e não se submete ao ditame da opinião; só se submete ao julgamento da História."Veja" queria derrubar Lula não porque ele "operava o mensalão", mas por preconceito de classe. Porque ele é um migrante nordestino que não cursou a Universidade e dirigia um partido que não passava de um ajuntamento de pobres, sindicalistas, grevistas, ativistas ambientais, militantes sociais, feministas, agricultores semi-analfabetos, intelectuais esquerdistas e religiosos subversivos. Tudo o que a direita odeia. Esse homem e sua gente não tinham o direito de tomar o poder onde "Veja" sempre teve assento privilegiado. Lula no governo é uma usurpação, um tapa da cara dos reacionários. E "Veja" sentiu e acusou o golpe.A eleição de Lula frustrou "Veja" que passou, então, a jurá-lo de morte: Lula é despreparado, é semi-analfabeto, Lula não fala inglês, o governo dele é fraco, Palloci é médico, Zé Dirceu é quem manda, Lula e Zé Dirceu têm a língua presa, a inflação vai voltar, o Brasil se tornou o pior lugar do mundo desde 2002, etc, etc.Quando as denúncias de Roberto Jefferson vieram à baila, "Veja" viu nisso uma oportunidade e tanto de vingar-se de Lula - não do Lula presidente, mas do Lula povo, ícone de uma gente até ali sem esperança."Veja" deu o sinal. Mas o povo não ouviu seus apelos de "fora Lula". Isso frustrou "Veja" mais uma vez. Não deveria. Afinal, a revista tomou para si uma tarefa que as massas não haviam se dado. Apenas "Veja" e a oposição de direita PSDB-PFL queriam derrubar Lula, esquatejá-lo, execrá-lo, apedrejá-lo em praça pública.Mas "Veja" fez a sua parte. Direitinho. Convocou as massas, decretou o fim do governo, fez acusações com base em ilações, escalou um retardado chamado Mainardi para cuspir em Lula e no PT, jurou de morte ministros e políticas públicas, inventou uma conta no exterior para o presidente e seus ministros, comemorou a cassação de Zé Dirceu, denunciou a sobrevida política de Zé Dirceu mas (opa!) silenciou sobre a descoberta casual de que o "valerioduto" que desaguou em Brasília começou com o PSDB de Minas. E agora, senhores e senhoras?E agora? Silêncio. A imparcialidade jaz. Procure em "Veja" uma única crítica ou denúncia contra o PSDB ou o PFL. Se achar, raridade, será fruto da luta interna do tucanato que, zonzo, começa a lavar a roupa suja em público - como fez na briga Serra versus Alckmin ou da disputa intestina entre PSDB e PFL pelos nacos de poder que dispõem.O engajamento de "Veja", bem entendido, não se faz em nome da justiça e dos bons costumes, menos ainda em nome da "imparcialidade da imprensa" - essa utopia capitalista. Se faz em nome do projeto de poder do bloco PSDB/PFL - que governou por oito anos o Brasil, impediu a instalação de todas a CPIs e, pelo que vejo, só deixou saudade no departamento comercial da Editora Abril e nos investidores privados, que assumiram o controle de estatais lucrativas a preço de banana."Veja" clamou no deserto. O povo não atendeu ao chamado de "Veja". Nem ouviu, nem viu. Que povo inculto! Que malta de insensatos! Que miseráveis volúveis! Não percebem que estão sendo manipulados por esse "sapo barbudo" e seu partido de malandros e trapalhões?Para "Veja" a dialética é uma aberração. Só a lógica formal vive e prospera. Por isso, diante de um fato tão surpreeendente para seus mentores e conselheiros (Lula ganhará as eleições, dizem as pesquisas, com uma diferença maior de votos do que venceu em 2002), "Veja" se apressa em encontrar culpados, e, eureka!, os encontra! São os pobres ("gente inculta", "sem escolaridade formal", "nordestinos") de novo, esses que não lêem "Veja" e, por isso, servem de fortaleza para Lula.Se pudesse, "Veja" instituiria campos de reeducação ou colocaria essa "gentalha" para ler suas edições encadernadas sob o sol.Os donos de "Veja" vendem a revista como se fosse a Bíblia Sagrada do jornalismo, mas esse pasquim não passa de papel ordinário e opiniões datadas e repetidas. Direita é direita em qualquer parte. Esquerdas são diferentes.Como personagem de desenho animado que planeja em um sótão iluminado por relâmpagos conquistar o mundo, "Veja" acha que Collor caiu por decisão de seu comitê editoral. Ora, então basta isso para derrubar Lula. Epa! Mas não funcionou! O que aconteceu?Uma revista não derruba governos. Nenhuma revista tem tamanho poder. Pode atiçar, instruir, convocar, difamar, destruir reputações, ficar impune, mas só o povo é quem pode derrubar governos e fazer revoluções. E o povo não estava nem aí para "Veja", suas instruções e seu ajuntamento de reacionários - descontando André Petry, um articulista progressita que serve para mostrar que toda regra vem uma vez por mês.Ainda assim, você acha que "Veja" é imparcial? Faça um teste. Se há um fato qualquer, "Veja" está sempre do lado direito da questão. Nas origens, silenciou enquanto a ditadura matava e prendia no Brasil e afinou o coro do "Ame-o ou deixe-o" enquanto o sangue de mártires tingia nosso solo; esteve com Bush nos ataques ao Afeganistão e ao Iraque. Está com os Estados Unidos contra o Irã para garantir que apenas o país de Bush tenha o direito de se defender e atacar usando armas atômicas. Está com Israel contra os palestinos. Está com a direita Venezuelana contra Chaves. Demoniza João Pedro Stédeli e criminaliza o MST. Silencia diante da evasão de divisas de parlamentares de outros partidos enquanto põe o PT na roda dos expostos. Reforma trabalhista na França? "Veja" apoia se cortar direitos dos trabalhadores. Reforma agrária? Vade retro, satanás! Eleições presidenciais no Brasil? Está com Alckmin contra o bom senso que manda ver São Paulo e escolher se queremos que o cerco da bandidagem se reproduza, em escala, em todo o país."Veja" é reacionária. Direitista. Poderia assumi-lo. Tem esse direito. Contudo, insiste em levantar a bandeira dos fatos, embora não resista a eles.Tudo bem, você ainda acha que estou exagerando. Então leia o suplemento "Mulher", que acompanha a edição 1958 de maio de 2006 e que está nas bancas. É a prova cabal de que um reacionário legítimo expõe seus preconceitos até quando quer fazer crer não possuí-los.Confundindo conquistas do feminismo com frustrações femininas que não passam de frustrações humanas, coloca a mulher de volta à margem e às futilidades; reafirma preconceitos ao descrever como função social dos gays serem eles os melhores conselheiros de mulheres - "desde que não dividam interesse pelo mesmo tipo de homem"; torcendo número, afirma que o destino das mulheres bem sucedidas e com formação superior completa é amargarem a solidão ("com diploma e sem marido") e, tendo Margareth Thatcher como modelo, afirma que "o poder é masculino", ou seja, as mulheres, embora tenham alcançado posição de mando na vida pública e na iniciativa privada, apenas "imitam" os homens quando chegam ao poder ("poderosas e frias como os homens que também chegaram lá")."Veja" tem o direito de ser reacionária. E você, o direito de ler "Veja" sabendo disso.
"Veja" tem o direito de ser reacionária
"Veja" é uma revista reacionária, direitista e parcial. Isso está errado? Sinceramente, acho que não.Muita gente prega a neutralidade ou imparcialidade da imprensa. Não acredito nisso. Papai Noel e fadas não existem. Tal neutralidade não passa de um mito reacionário. Como o mito do "bom selvagem", que serve para justificar a submissão, a neutralidade da imprensa serve para encobrir sua parcialidade. É uma camuflagem.A imparcialidade que um jornalista imprime ou expressa num veículo de comunicação estará sempre limitada por dois parâmetros de ferro: os interesses do dono da mídia onde ele vende sua força de trabalho e suas próprias referências político-ideológicas. Balizada dessa forma, sua opinião não será imparcial, neutra. Tomará sempre partido."Mas o fato é neutro, é ocasional, conjuntural", você diria. "Se um homem morre, se um carro bate, se um candidato perde e outro ganha, se um império cai, se um tive ganha, são fatos inquestionáveis". Correto, você tem razão. Mas o que se publica não é o fato, mas a versão; é a leitura do fato que é publicada e toda leitura ou transcrição é parcial, ou seja, é uma forma de expor um (1) ponto de vista, portanto, de se tomar partido.Por entender que uma opinião, um ponto de vista, se baliza pelo acúmulo histórico de quem o expressa, acho justo que veículos de comunicação se alinhem nas diversas raias ideológicas e políticas que a sociedade produziu e sedimentou ao longo de séculos. Além de justo, é legítimo. A imprensa escrita começou com a imprensa partidária e não é indigno nem imoral que até hoje expresse pontos de vista partidários.O problema, portanto, não é assumir um lado; ao contrário, é esconder isso do leitor, é ocultar que aquilo que está sendo vendido como fato não passa de versão. Como "Veja" faz. O imoral em "Veja" é vender-se aos incautos como o espaço da verdade, da dignidade, da moral, da imparcialidade quando tudo o que vende em suas páginas é opinião parcial, de segunda-mão, escritas sob uma ótica reacionária, direitista, atrasada, intercalada por anúncios de bancos, companhias telefônicas e multinacionais de cosméticos.Mas onde está a verdade, afinal? A verdade não está em "Veja". Está nas ruas. A verdade não é patrimônio privado da imprensa, ela não pode ser aprisionada nem apropriada por uma empresa, cujo fim derradeiro não é assenhorar a verdade, mas aumentar seu lucro. A verdade é a apreensão individual de fatos historicamente determinados. Não é mercadoria e não se submete ao ditame da opinião; só se submete ao julgamento da História."Veja" queria derrubar Lula não porque ele "operava o mensalão", mas por preconceito de classe. Porque ele é um migrante nordestino que não cursou a Universidade e dirigia um partido que não passava de um ajuntamento de pobres, sindicalistas, grevistas, ativistas ambientais, militantes sociais, feministas, agricultores semi-analfabetos, intelectuais esquerdistas e religiosos subversivos. Tudo o que a direita odeia. Esse homem e sua gente não tinham o direito de tomar o poder onde "Veja" sempre teve assento privilegiado. Lula no governo é uma usurpação, um tapa da cara dos reacionários. E "Veja" sentiu e acusou o golpe.A eleição de Lula frustrou "Veja" que passou, então, a jurá-lo de morte: Lula é despreparado, é semi-analfabeto, Lula não fala inglês, o governo dele é fraco, Palloci é médico, Zé Dirceu é quem manda, Lula e Zé Dirceu têm a língua presa, a inflação vai voltar, o Brasil se tornou o pior lugar do mundo desde 2002, etc, etc.Quando as denúncias de Roberto Jefferson vieram à baila, "Veja" viu nisso uma oportunidade e tanto de vingar-se de Lula - não do Lula presidente, mas do Lula povo, ícone de uma gente até ali sem esperança."Veja" deu o sinal. Mas o povo não ouviu seus apelos de "fora Lula". Isso frustrou "Veja" mais uma vez. Não deveria. Afinal, a revista tomou para si uma tarefa que as massas não haviam se dado. Apenas "Veja" e a oposição de direita PSDB-PFL queriam derrubar Lula, esquatejá-lo, execrá-lo, apedrejá-lo em praça pública.Mas "Veja" fez a sua parte. Direitinho. Convocou as massas, decretou o fim do governo, fez acusações com base em ilações, escalou um retardado chamado Mainardi para cuspir em Lula e no PT, jurou de morte ministros e políticas públicas, inventou uma conta no exterior para o presidente e seus ministros, comemorou a cassação de Zé Dirceu, denunciou a sobrevida política de Zé Dirceu mas (opa!) silenciou sobre a descoberta casual de que o "valerioduto" que desaguou em Brasília começou com o PSDB de Minas. E agora, senhores e senhoras?E agora? Silêncio. A imparcialidade jaz. Procure em "Veja" uma única crítica ou denúncia contra o PSDB ou o PFL. Se achar, raridade, será fruto da luta interna do tucanato que, zonzo, começa a lavar a roupa suja em público - como fez na briga Serra versus Alckmin ou da disputa intestina entre PSDB e PFL pelos nacos de poder que dispõem.O engajamento de "Veja", bem entendido, não se faz em nome da justiça e dos bons costumes, menos ainda em nome da "imparcialidade da imprensa" - essa utopia capitalista. Se faz em nome do projeto de poder do bloco PSDB/PFL - que governou por oito anos o Brasil, impediu a instalação de todas a CPIs e, pelo que vejo, só deixou saudade no departamento comercial da Editora Abril e nos investidores privados, que assumiram o controle de estatais lucrativas a preço de banana."Veja" clamou no deserto. O povo não atendeu ao chamado de "Veja". Nem ouviu, nem viu. Que povo inculto! Que malta de insensatos! Que miseráveis volúveis! Não percebem que estão sendo manipulados por esse "sapo barbudo" e seu partido de malandros e trapalhões?Para "Veja" a dialética é uma aberração. Só a lógica formal vive e prospera. Por isso, diante de um fato tão surpreeendente para seus mentores e conselheiros (Lula ganhará as eleições, dizem as pesquisas, com uma diferença maior de votos do que venceu em 2002), "Veja" se apressa em encontrar culpados, e, eureka!, os encontra! São os pobres ("gente inculta", "sem escolaridade formal", "nordestinos") de novo, esses que não lêem "Veja" e, por isso, servem de fortaleza para Lula.Se pudesse, "Veja" instituiria campos de reeducação ou colocaria essa "gentalha" para ler suas edições encadernadas sob o sol.Os donos de "Veja" vendem a revista como se fosse a Bíblia Sagrada do jornalismo, mas esse pasquim não passa de papel ordinário e opiniões datadas e repetidas. Direita é direita em qualquer parte. Esquerdas são diferentes.Como personagem de desenho animado que planeja em um sótão iluminado por relâmpagos conquistar o mundo, "Veja" acha que Collor caiu por decisão de seu comitê editoral. Ora, então basta isso para derrubar Lula. Epa! Mas não funcionou! O que aconteceu?Uma revista não derruba governos. Nenhuma revista tem tamanho poder. Pode atiçar, instruir, convocar, difamar, destruir reputações, ficar impune, mas só o povo é quem pode derrubar governos e fazer revoluções. E o povo não estava nem aí para "Veja", suas instruções e seu ajuntamento de reacionários - descontando André Petry, um articulista progressita que serve para mostrar que toda regra vem uma vez por mês.Ainda assim, você acha que "Veja" é imparcial? Faça um teste. Se há um fato qualquer, "Veja" está sempre do lado direito da questão. Nas origens, silenciou enquanto a ditadura matava e prendia no Brasil e afinou o coro do "Ame-o ou deixe-o" enquanto o sangue de mártires tingia nosso solo; esteve com Bush nos ataques ao Afeganistão e ao Iraque. Está com os Estados Unidos contra o Irã para garantir que apenas o país de Bush tenha o direito de se defender e atacar usando armas atômicas. Está com Israel contra os palestinos. Está com a direita Venezuelana contra Chaves. Demoniza João Pedro Stédeli e criminaliza o MST. Silencia diante da evasão de divisas de parlamentares de outros partidos enquanto põe o PT na roda dos expostos. Reforma trabalhista na França? "Veja" apoia se cortar direitos dos trabalhadores. Reforma agrária? Vade retro, satanás! Eleições presidenciais no Brasil? Está com Alckmin contra o bom senso que manda ver São Paulo e escolher se queremos que o cerco da bandidagem se reproduza, em escala, em todo o país."Veja" é reacionária. Direitista. Poderia assumi-lo. Tem esse direito. Contudo, insiste em levantar a bandeira dos fatos, embora não resista a eles.Tudo bem, você ainda acha que estou exagerando. Então leia o suplemento "Mulher", que acompanha a edição 1958 de maio de 2006 e que está nas bancas. É a prova cabal de que um reacionário legítimo expõe seus preconceitos até quando quer fazer crer não possuí-los.Confundindo conquistas do feminismo com frustrações femininas que não passam de frustrações humanas, coloca a mulher de volta à margem e às futilidades; reafirma preconceitos ao descrever como função social dos gays serem eles os melhores conselheiros de mulheres - "desde que não dividam interesse pelo mesmo tipo de homem"; torcendo número, afirma que o destino das mulheres bem sucedidas e com formação superior completa é amargarem a solidão ("com diploma e sem marido") e, tendo Margareth Thatcher como modelo, afirma que "o poder é masculino", ou seja, as mulheres, embora tenham alcançado posição de mando na vida pública e na iniciativa privada, apenas "imitam" os homens quando chegam ao poder ("poderosas e frias como os homens que também chegaram lá")."Veja" tem o direito de ser reacionária. E você, o direito de ler "Veja" sabendo disso.
Pausa para férias
Estaremos dando uma pausa nos posts deste blog até o dia 10 de Julho. Mesmo assim, sempre que puder, de algum lugar mandarei notícias.
Adios
Adios
E tudo começa outra vez
No RD hoje, lemos a amplificação daquilo que todos já sabíamos. A "quitanda" aumenta o valor de seus produtos.
Goela grande
O grupo O Liberal, que recebe R$ 40 milhões por ano para fazer a propaganda do governo do Pará, além de receber o absurdo pagamento por usar as instalações e antenas da Funtelpa, sem contar o aluguel do jatinho da ORM Air para as viagens do governador, acaba de apresentar aos tucanos proposta de “cota extra” para o apoio total e entusiasmado na campanha eleitoral. Simplesmente a fábula de R$ 100 milhões. A goela cada vez aumenta mais e quem paga é o pobre do contribuinte.
Goela grande
O grupo O Liberal, que recebe R$ 40 milhões por ano para fazer a propaganda do governo do Pará, além de receber o absurdo pagamento por usar as instalações e antenas da Funtelpa, sem contar o aluguel do jatinho da ORM Air para as viagens do governador, acaba de apresentar aos tucanos proposta de “cota extra” para o apoio total e entusiasmado na campanha eleitoral. Simplesmente a fábula de R$ 100 milhões. A goela cada vez aumenta mais e quem paga é o pobre do contribuinte.
sábado, 17 de junho de 2006
Discurso Bombástico de ACM!
Por sugestão de leitor do blog Antonio Fonseca, veja aqui o vídeo do discurso bombástico de "Toninho Malvadeza" na Câmara, durante a invasão feita por integrantes do MLST.
Incrível como uma pessoa chega a tal displante.
A prova do crime.
Incrível como uma pessoa chega a tal displante.
A prova do crime.
Morre Bussunda. Um mestre do Humor.
Morreu hoje na Alemanha um dos mestres de nôvo humor televisivo. Uma triste notícia para o Brasil e para os Brasileiros.
Veja mais em FOLHA ONLINE.
Já dizia Einstein
E no blog Comunicação Militante, Chico Cavalcante comenta em extraordinário artigo, o programa do PFL desta semana. Ah! Este PFL... Logo quem para falar de corrupção e desmandos no poder. É um mundo de sujos falando de mal lavados.
Leia aqui.
Leia aqui.
Para os "insistentes"
E para aqueles que ainda continuam acreditando em VEJA, sugiro que leiam esta boa entrevista com Franklin Martins feita na Carta Maior. Peguei essa do blog "Pelos corredores do planalto" do Jornalista Val-André Mutran.
Leia aqui.
Leia aqui.
sexta-feira, 16 de junho de 2006
David Beckham mostra seu talento em jogo difícil
Em um jogo difícil contra os bravos jogadores de Trinidad e Tobago, a Inglaterra conseguiu uma boa vitória ontem. Para mim, o melhor em campo foi mesmo o Beckham que armou várias oportunidades com maestria que não tiveram boa finalização seja pela defesa apertada de Trinidad e Tobago além de má sorte de alguns atacantes ingleses.
Em casa, torcendo descaradamente por Trinidad e Tobago, ouvi um comentário muito interessante de uma mulher: "Mas como é difícil torcer por time ruim!"
O que prova que os rapazes do Totalmente-sem-noção podem mesmo estar algo enganados.
E hoje? Vamos todos torcer por Sérvia e Montenegro?
---------------------------------------------------------------
Editada às 13 h
Não adiantou. Argentina jogou maravilhosamente bem e aplicou 6 x 0 contra Sérvia e Montenegro. Agora me deu medo.
Em casa, torcendo descaradamente por Trinidad e Tobago, ouvi um comentário muito interessante de uma mulher: "Mas como é difícil torcer por time ruim!"
O que prova que os rapazes do Totalmente-sem-noção podem mesmo estar algo enganados.
E hoje? Vamos todos torcer por Sérvia e Montenegro?
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Editada às 13 h
Não adiantou. Argentina jogou maravilhosamente bem e aplicou 6 x 0 contra Sérvia e Montenegro. Agora me deu medo.
quinta-feira, 15 de junho de 2006
Turismo? Como assim?
Pelo menos 2 notas na internet fazem menção ao mesmo problema: que o turismo em Belém, só aumenta na propaganda oficial tucana.
A primeira vem da blogosfera no blog "Pelos corredores do Planalto" do Jornalista Val-André Mutran onde mostra inclusive uma reportagem terrivelmente desfavorável publicada na Folha de São Paulo, que reproduzo abaixo:
SABOR PARÁ
Prédios revitalizados se perdem na paisagem confusa, marcada pela sujeira e pelo clima úmido e quente Belém intercala encantos e problemas
HELOISA LUPINACCI
ENVIADA ESPECIAL A BELÉM (PA)
Bem no centro de Belém fica o forte do Castelo, construção ligada à origem da cidade. Erguido em 1616, está voltado para o encontro do rio Guamá com o mar. De lá, das grossas paredes que servem de apoio a grandes canhões, se tem a melhor vista para o principal ponto turístico da capital paraense: o mercado Ver-o-Peso.Entre o forte e o mercado, avista-se um trecho bastante degradado, em que homens e mulheres tomam banho nas águas do rio, comem açaí em barraquinhas e dormem em redes esticadas nos barcos que ficam ali atracados. Apesar de a descrição soar algo bucólica, a cena não é bonita. Tudo sujo, o mau cheiro toma o ar e o moço da farmácia no meio do cenário avisa: cuidado com o "mão fina" (batedor de carteira).Belém é assim: intercala lugares lindos a trechos degradados. À primeira vista, a cidade é feia. Suja, enlameada, quente, bagunçada. As calçadas são tomadas por barracas, que, à noite, se transformam em amontoados de gente e desencorajam o turista de caminhar.A reação é evitar o passeio. Mas ela pode ser exagerada. Um motorista de táxi se recusa a fazer a corrida: "Mas a Estação das Docas [destino da corrida] é a cinco quadras daqui, vá caminhando". Não é perigoso? "Não. Pode ir", garante.Ao passar dos dias, a cidade vai mostrando seu lado bonito. São museus, prédios, vistas do rio. Lugares únicos, que só poderiam estar lá, mas são isolados. Não formam um conjunto bonito, porque não estão colados uns aos outros. Ficam escondidos na bagunça geral, que camufla também iniciativas de revitalização, como a Estação das Docas, uma praça de alimentação montada dentro das docas reformadas, e o núcleo Feliz Lusitânia -onde ficam o forte, a Casa das Onze Janelas e o Museu de Arte Sacra. Pontos que são ilhas na cidade.À terceira vista, na volta da viagem, a primeira impressão é confirmada. A cidade é feia. Mas aqui e ali há lugares que compensam a longa jornada.A viagem, aliás, não é só longa como é cara. A passagem aérea pode custar R$ 1.440. Assim, é difícil encarar a cidade como um destino turístico -exceto para fãs de gastronomia e arquitetura.Porém, aqueles que rumam a destinos de natureza nos arredores passarão alguns dias na cidade. E, nesse tempo, poderão reunir boas lembranças.
A segunda saiu no RD de hoje, fazendo menção aquilo que todos vêem menos a propaganda oficial.
Fora da vitrine
O turismo de lazer, no Pará, não pode fazer bonito na Feira Internacional de Turismo da Amazônia, que começa, hoje, em Belém. Nos últimos anos, o fluxo de turistas desse segmento caiu cerca de 50%, segundo atordoados agentes de viagem. Ao mesmo tempo, o vizinho Maranhão comemora iguais 50%, mas de aumento no número de turistas de lazer.
E por 3 ou 4 governos municipais, ninguém quiz sofrer o desgate político de enfrentar os ambulantes e mantê-los em rígidos limites de urbanização. De tal forma que agora, é bem mais difícil reverter a situação. Até porque o atual, não parece estar muito preocupado com o retrato de sua cidade, tratando de enfeiá-la mais ainda com os "brocolis" laranja.
A primeira vem da blogosfera no blog "Pelos corredores do Planalto" do Jornalista Val-André Mutran onde mostra inclusive uma reportagem terrivelmente desfavorável publicada na Folha de São Paulo, que reproduzo abaixo:
SABOR PARÁ
Prédios revitalizados se perdem na paisagem confusa, marcada pela sujeira e pelo clima úmido e quente Belém intercala encantos e problemas
HELOISA LUPINACCI
ENVIADA ESPECIAL A BELÉM (PA)
Bem no centro de Belém fica o forte do Castelo, construção ligada à origem da cidade. Erguido em 1616, está voltado para o encontro do rio Guamá com o mar. De lá, das grossas paredes que servem de apoio a grandes canhões, se tem a melhor vista para o principal ponto turístico da capital paraense: o mercado Ver-o-Peso.Entre o forte e o mercado, avista-se um trecho bastante degradado, em que homens e mulheres tomam banho nas águas do rio, comem açaí em barraquinhas e dormem em redes esticadas nos barcos que ficam ali atracados. Apesar de a descrição soar algo bucólica, a cena não é bonita. Tudo sujo, o mau cheiro toma o ar e o moço da farmácia no meio do cenário avisa: cuidado com o "mão fina" (batedor de carteira).Belém é assim: intercala lugares lindos a trechos degradados. À primeira vista, a cidade é feia. Suja, enlameada, quente, bagunçada. As calçadas são tomadas por barracas, que, à noite, se transformam em amontoados de gente e desencorajam o turista de caminhar.A reação é evitar o passeio. Mas ela pode ser exagerada. Um motorista de táxi se recusa a fazer a corrida: "Mas a Estação das Docas [destino da corrida] é a cinco quadras daqui, vá caminhando". Não é perigoso? "Não. Pode ir", garante.Ao passar dos dias, a cidade vai mostrando seu lado bonito. São museus, prédios, vistas do rio. Lugares únicos, que só poderiam estar lá, mas são isolados. Não formam um conjunto bonito, porque não estão colados uns aos outros. Ficam escondidos na bagunça geral, que camufla também iniciativas de revitalização, como a Estação das Docas, uma praça de alimentação montada dentro das docas reformadas, e o núcleo Feliz Lusitânia -onde ficam o forte, a Casa das Onze Janelas e o Museu de Arte Sacra. Pontos que são ilhas na cidade.À terceira vista, na volta da viagem, a primeira impressão é confirmada. A cidade é feia. Mas aqui e ali há lugares que compensam a longa jornada.A viagem, aliás, não é só longa como é cara. A passagem aérea pode custar R$ 1.440. Assim, é difícil encarar a cidade como um destino turístico -exceto para fãs de gastronomia e arquitetura.Porém, aqueles que rumam a destinos de natureza nos arredores passarão alguns dias na cidade. E, nesse tempo, poderão reunir boas lembranças.
A segunda saiu no RD de hoje, fazendo menção aquilo que todos vêem menos a propaganda oficial.
Fora da vitrine
O turismo de lazer, no Pará, não pode fazer bonito na Feira Internacional de Turismo da Amazônia, que começa, hoje, em Belém. Nos últimos anos, o fluxo de turistas desse segmento caiu cerca de 50%, segundo atordoados agentes de viagem. Ao mesmo tempo, o vizinho Maranhão comemora iguais 50%, mas de aumento no número de turistas de lazer.
E por 3 ou 4 governos municipais, ninguém quiz sofrer o desgate político de enfrentar os ambulantes e mantê-los em rígidos limites de urbanização. De tal forma que agora, é bem mais difícil reverter a situação. Até porque o atual, não parece estar muito preocupado com o retrato de sua cidade, tratando de enfeiá-la mais ainda com os "brocolis" laranja.
quarta-feira, 14 de junho de 2006
Machismo? Como assim, cara pálida?
No blog Totalmente sem-noção os rapazes continuam aprontando das suas. Desta vez, o tema são as mulheres na copa.
Lançaram o Manual Feminino de Conhecimento Básico de Seleção Brasileira para a Copa de 2006.
Imperdível!
Cique aqui e divirta-se.
Lançaram o Manual Feminino de Conhecimento Básico de Seleção Brasileira para a Copa de 2006.
Imperdível!
Cique aqui e divirta-se.
Lula x Ronaldo
Leitor deste blog que se identifica como "eu bem que tentei gostar do pt" faz o seguinte comentário sobre a resposta de Ronaldo à Lula:
Não confunda ideologia política com paixão futebolística. Ronaldo não deve nada a Lula, muito pelo contrário. Lula também não merece todo esse respeito que você está cobrando. Sim ele é o presidente da República, mas não se comporta da forma correta que o cargo exige ou preocupa-se com todos os que o elegeram.
Lula na presidência só preocupa-se com seus interesses particulares (familiares inclusive) e de seus companheiros petistas. Segue como dica um artigo do Gaspari para a Folha que versa um pouco sobre a digna postura de "nosso guia".
Ah, antes que eu me esqueça, Ronaldo apenas verbalizou (porque tem cacife pra isso) o pensamento de uma boa parte da população brasileira, acredite você ou não. Exclua-se aqui é claro o campo majoritário do PT, as militâncias acéfalas e os desvalidos dos vários rincões brasileiros, eletores fiéis de "nosso guia".
Artigo do Gaspari
Não confunda ideologia política com paixão futebolística. Ronaldo não deve nada a Lula, muito pelo contrário. Lula também não merece todo esse respeito que você está cobrando. Sim ele é o presidente da República, mas não se comporta da forma correta que o cargo exige ou preocupa-se com todos os que o elegeram.
Lula na presidência só preocupa-se com seus interesses particulares (familiares inclusive) e de seus companheiros petistas. Segue como dica um artigo do Gaspari para a Folha que versa um pouco sobre a digna postura de "nosso guia".
Ah, antes que eu me esqueça, Ronaldo apenas verbalizou (porque tem cacife pra isso) o pensamento de uma boa parte da população brasileira, acredite você ou não. Exclua-se aqui é claro o campo majoritário do PT, as militâncias acéfalas e os desvalidos dos vários rincões brasileiros, eletores fiéis de "nosso guia".
Artigo do Gaspari
Platéia atenta
E para quem acha que lendo "Veja" está por dentro de tudo, Chico Cavalcante também comenta:
Primeira Leitura joga a toalha
Como a revista "Veja", a revista "Primeira Leitura" é tucana. Em artigo publicado na versão eletrônica, o jornalista Rui Nogueira faz um exercício de contorcionismo político radical para dizer que Geraldo Alckmin ainda pode mudar o rumo dessa prosa eleitoral, mas no final se entrega, enumerando os elementos que fazem de Lula um candidato imbatível:
"1) Como não há mais espaço para manobras surpreendentes do ponto de vista político e legal, tudo indica que a disputa se dará mesmo com poucos candidatos. Logo, a se manter o quadro atual, há uma boa chance de Lula virar presidente reeleito no primeiro turno;
2) O percentual dos que avaliam o governo como “ótimo” e “bom” retornou ao patamar de junho de 2003, isto é, ao primeiro semestre da lua-de-mel dos seis primeiros meses da gestão petista;
3) A soma dos que avaliam este ano como “muito bom” e “bom” chega a 73% dos entrevistados, contra 25% que acham que o ano está sendo ou “ruim” ou “muito ruim”; só 2% não souberam responder ou não quiseram opinar;
4) Se é verdade – e é – que a eleição é voto em expectativa, eis mais um dado que complica a candidatura tucana: a expectativa em relação ao “restante de 2006” dá este quadro: 77% acham que o restante do ano será “muito bom” e “bom”, contra apenas 14% que acham que o ano será “ruim” ou “muito ruim”. Só 9% não souberam responder ou não quiseram opinar;
5) Da pesquisa trimestral de março para a de junho, caiu 6 pontos percentuais, de 42% para 36%, a expectativa de aumento da inflação. As expectativas sobre desemprego e renda são realisticamente estáveis, com poucas variações negativas, pois os entrevistados demonstram acreditar que o governo Lula continuará mantendo o crescimento econômico no ritmo medíocre de sempre: o país não explode de desenvolvimento, mas Lula também não explode com a estabilidade econômica;
6) A avaliação do governo cresceu em todos os segmentos e regiões, exceção apenas entre os que têm renda de mais de dez salários mínimos, a elite. O saldo da avaliação positiva (“ótimo” e “bom”) entre eleitores com idade entre 25 e 29 anos, que em março era de 12 pontos, na pesquisa de junho subiu para 28 pontos positivos;
7) No segmento da instrução superior, pela primeira vez o saldo de avaliação passou a ser positivo: 33% consideram o governo “ótimo” ou “bom” (positivo), contra 29% que o consideram “ruim” ou “péssimo” (negativo). Em março, esse número fazia um cruzamento ao contrário, era mais negativo (31%) do que positivo (29%). Sinal de que até nas classes mais instruídas penetrou o raciocínio de que “o governo é ruim, mas é preferível votar em Lula a votar em um tucano”. A avaliação positiva cresceu 8 pontos percentuais na região Sudeste, a mais rica e instruída;
8) A aprovação do presidente Lula, isto é, a aprovação da maneira pessoal de “presidencializar”, também cresceu, voltando ao patamar anterior ao início das denúncias do mensalão. O saldo de aprovação pessoal nos últimos três meses cresceu 10 pontos percentuais, de 16% para 26%. Só no estrato do ensino superior é que a avaliação pessoal de Lula continua negativa 4 pontos percentuais (45% de aprovação contra 49% de desaprovação). Mas esse percentual, nesse estrato do ensino superior, três meses atrás, era de 10 pontos percentuais (43% de aprovação contra 53% de desaprovação)."
Ou seja, Primeira Leitura jogou a toalha.
Primeira Leitura joga a toalha
Como a revista "Veja", a revista "Primeira Leitura" é tucana. Em artigo publicado na versão eletrônica, o jornalista Rui Nogueira faz um exercício de contorcionismo político radical para dizer que Geraldo Alckmin ainda pode mudar o rumo dessa prosa eleitoral, mas no final se entrega, enumerando os elementos que fazem de Lula um candidato imbatível:
"1) Como não há mais espaço para manobras surpreendentes do ponto de vista político e legal, tudo indica que a disputa se dará mesmo com poucos candidatos. Logo, a se manter o quadro atual, há uma boa chance de Lula virar presidente reeleito no primeiro turno;
2) O percentual dos que avaliam o governo como “ótimo” e “bom” retornou ao patamar de junho de 2003, isto é, ao primeiro semestre da lua-de-mel dos seis primeiros meses da gestão petista;
3) A soma dos que avaliam este ano como “muito bom” e “bom” chega a 73% dos entrevistados, contra 25% que acham que o ano está sendo ou “ruim” ou “muito ruim”; só 2% não souberam responder ou não quiseram opinar;
4) Se é verdade – e é – que a eleição é voto em expectativa, eis mais um dado que complica a candidatura tucana: a expectativa em relação ao “restante de 2006” dá este quadro: 77% acham que o restante do ano será “muito bom” e “bom”, contra apenas 14% que acham que o ano será “ruim” ou “muito ruim”. Só 9% não souberam responder ou não quiseram opinar;
5) Da pesquisa trimestral de março para a de junho, caiu 6 pontos percentuais, de 42% para 36%, a expectativa de aumento da inflação. As expectativas sobre desemprego e renda são realisticamente estáveis, com poucas variações negativas, pois os entrevistados demonstram acreditar que o governo Lula continuará mantendo o crescimento econômico no ritmo medíocre de sempre: o país não explode de desenvolvimento, mas Lula também não explode com a estabilidade econômica;
6) A avaliação do governo cresceu em todos os segmentos e regiões, exceção apenas entre os que têm renda de mais de dez salários mínimos, a elite. O saldo da avaliação positiva (“ótimo” e “bom”) entre eleitores com idade entre 25 e 29 anos, que em março era de 12 pontos, na pesquisa de junho subiu para 28 pontos positivos;
7) No segmento da instrução superior, pela primeira vez o saldo de avaliação passou a ser positivo: 33% consideram o governo “ótimo” ou “bom” (positivo), contra 29% que o consideram “ruim” ou “péssimo” (negativo). Em março, esse número fazia um cruzamento ao contrário, era mais negativo (31%) do que positivo (29%). Sinal de que até nas classes mais instruídas penetrou o raciocínio de que “o governo é ruim, mas é preferível votar em Lula a votar em um tucano”. A avaliação positiva cresceu 8 pontos percentuais na região Sudeste, a mais rica e instruída;
8) A aprovação do presidente Lula, isto é, a aprovação da maneira pessoal de “presidencializar”, também cresceu, voltando ao patamar anterior ao início das denúncias do mensalão. O saldo de aprovação pessoal nos últimos três meses cresceu 10 pontos percentuais, de 16% para 26%. Só no estrato do ensino superior é que a avaliação pessoal de Lula continua negativa 4 pontos percentuais (45% de aprovação contra 49% de desaprovação). Mas esse percentual, nesse estrato do ensino superior, três meses atrás, era de 10 pontos percentuais (43% de aprovação contra 53% de desaprovação)."
Ou seja, Primeira Leitura jogou a toalha.
Resposta de Ronaldo à Lula
No blog Comunicação Militante, Chico Cavalcante comenta a participação de Ronaldo no jogo de terça-feira, entre outras coisas.
Em campo, Ronaldo respondeu a Lula
"O Brasil poderá ou não vir a confirmar o favoritismo absoluto que lhe foi atribuído neste arranque do Mundial, mas uma coisa é certa: os 90 minutos da estreia em Berlim mostraram que a equipa de Parreira está longe de ser a galáxia inacessível que a pressão mediática das últimas semanas fez supor. Não que a vitória sobre a Croácia (1-0) seja injusta. Olhando as coisas com frieza, e apesar de a equipa europeia ter discutido o jogo palmo a palmo, tiveram camisola amarela as melhores coisas vistas no majestoso estádio de Berlim. Mas, mesmo não falhando o essencial, o Brasil não deu o murro na mesa que todo o planeta esperava. E como tal, a concorrência ganhou a certeza de que o título mundial não está já entregue". O comentário é de Bruno Madureira, correspondente português na Alemanha. "O título mundial não está já entregue". Infelizmente, foi o que ficou patente na partida medíocre jogada pelo Brasil contra a fraca Croácia em Berlim na tarde do dia 13: o Brasil não é imbatível. O título mundial não está entregue; está em disputa. Jogando essa bolinha, se a estréia fosse contra uma equipe do porte da Argentina, Itália ou mesmo da Alemanha, o Brasil teria amargado uma derrota.
O desempenho do Brasil pode ser relativizado se considerarmos que a seleção de Parreira jogou o primeiro tempo e metade do segundo apenas com 10 homens em campo. Ronaldinho "Fenômeno" parado como um poste gordo entre os zagueiros da Croácia, deu um único chute a gol. Pra fora. Não apenas não jogou, mas ocupou espaço, um estorvo travando a movimentação do ataque brasileiro. Sua manutenção na próxima partida fere a lógica, posto que Robinho jogou mais muito mais em 20 minutos que o obeso centro-avante em 60 minutos, vaiado ao ser substituido no meio do segundo tempo - o que teria sido evitado se o técnico da seleção o substituisse durante o intervalo, poupando o ser humano Ronaldo do constrangimento a que o atleta fez por merecer. Aliás, mantê-lo fere a lógica futebolística, mas confirma a lógica do mercado: quem paga a conta, escala o time. Patrocinador pode, sim, fazer exigências. Havia um Ministro da Ditadura, acreano, que dizia que futebol é tão importante no Brasil que se torna "assunto de estado". Agora, se tornou vítima do marketing, além de assunto de estado. Talvez por isso Lula, o presidente, tenha perguntado a Parreira, o técnico, se Ronaldo, o Fenômeno, estava acima do peso. A imprensa fez disso uma crise de estado. A partida de ontem respondeu a pergunta de Lula. Ronaldo não está apenas acima do peso, mas fora de forma. Uma caricatura do craque de 2002. O fato de Dida ter sido o melhor jogador brasileiro em campo dá a dimensão exata de que o sonho do Hexa ainda está longe de ser realidade. Isso é bom. Faz a milionária equipe brasileira baixar a bola. Futebol se joga em campo e não nos comerciais de tevê.
Em campo, Ronaldo respondeu a Lula
"O Brasil poderá ou não vir a confirmar o favoritismo absoluto que lhe foi atribuído neste arranque do Mundial, mas uma coisa é certa: os 90 minutos da estreia em Berlim mostraram que a equipa de Parreira está longe de ser a galáxia inacessível que a pressão mediática das últimas semanas fez supor. Não que a vitória sobre a Croácia (1-0) seja injusta. Olhando as coisas com frieza, e apesar de a equipa europeia ter discutido o jogo palmo a palmo, tiveram camisola amarela as melhores coisas vistas no majestoso estádio de Berlim. Mas, mesmo não falhando o essencial, o Brasil não deu o murro na mesa que todo o planeta esperava. E como tal, a concorrência ganhou a certeza de que o título mundial não está já entregue". O comentário é de Bruno Madureira, correspondente português na Alemanha. "O título mundial não está já entregue". Infelizmente, foi o que ficou patente na partida medíocre jogada pelo Brasil contra a fraca Croácia em Berlim na tarde do dia 13: o Brasil não é imbatível. O título mundial não está entregue; está em disputa. Jogando essa bolinha, se a estréia fosse contra uma equipe do porte da Argentina, Itália ou mesmo da Alemanha, o Brasil teria amargado uma derrota.
O desempenho do Brasil pode ser relativizado se considerarmos que a seleção de Parreira jogou o primeiro tempo e metade do segundo apenas com 10 homens em campo. Ronaldinho "Fenômeno" parado como um poste gordo entre os zagueiros da Croácia, deu um único chute a gol. Pra fora. Não apenas não jogou, mas ocupou espaço, um estorvo travando a movimentação do ataque brasileiro. Sua manutenção na próxima partida fere a lógica, posto que Robinho jogou mais muito mais em 20 minutos que o obeso centro-avante em 60 minutos, vaiado ao ser substituido no meio do segundo tempo - o que teria sido evitado se o técnico da seleção o substituisse durante o intervalo, poupando o ser humano Ronaldo do constrangimento a que o atleta fez por merecer. Aliás, mantê-lo fere a lógica futebolística, mas confirma a lógica do mercado: quem paga a conta, escala o time. Patrocinador pode, sim, fazer exigências. Havia um Ministro da Ditadura, acreano, que dizia que futebol é tão importante no Brasil que se torna "assunto de estado". Agora, se tornou vítima do marketing, além de assunto de estado. Talvez por isso Lula, o presidente, tenha perguntado a Parreira, o técnico, se Ronaldo, o Fenômeno, estava acima do peso. A imprensa fez disso uma crise de estado. A partida de ontem respondeu a pergunta de Lula. Ronaldo não está apenas acima do peso, mas fora de forma. Uma caricatura do craque de 2002. O fato de Dida ter sido o melhor jogador brasileiro em campo dá a dimensão exata de que o sonho do Hexa ainda está longe de ser realidade. Isso é bom. Faz a milionária equipe brasileira baixar a bola. Futebol se joga em campo e não nos comerciais de tevê.
terça-feira, 13 de junho de 2006
Gordo? Talvez não. Mas pesado, Sim!
Ronaldo foi mesmo uma tranqueira neste jogo da Croácia. Ando meio insatisfeito com ele. Figurou no time o tempo todo, a exemplo de Beecham na Inglaterra. Quase não tocou na bola e até a feição era de desânimo total (a TV mostrou em close). Zidane foi mais digno que ele no empate da França com a Suíça. Além do mais, deu uma resposta "torta" ao Presidente da República (que por acaso é o Lula), em meu ponto de vista, absolutamente desnecessária, e talvez sintomática do ponto de vista psicanalítico. Ele precisa se recuperar não só como jogador mas também como cidadão. Ou então, dar uma banana mesmo para todo o mundo e curtir uma tranquila aposentadoria. Mas mal-criação não tem cabimento.
O nôvo "Topline" da Motorola
Comentado no post Briga boa em convergência digital, o nôvo celular da Motorola já foi lançado nos EUA pela operadora Verizon Wireless. Chamado de Motorola Q o aparelho é fininho, tem tela grande, teclado QWERTY, câmera digital de 1,3 megapixels, rede wireless banda larga de alta velocidade, vem com Windows Mobile 5.0 e é uma belezinha. Está sendo vendido por cerca de 300 dólares mas ainda não é compatível com redes de telefonia celular brasileiras. Pode ser visto aqui.
segunda-feira, 12 de junho de 2006
Sexo em sexto plano???
Incrível o resultado da pesquisa publicado em O Liberal hoje.
Paraense deixa o sexo para o sexto plano? Estaria nesta ordem: amor, respeito, fidelidade, diálogo, sinceridade e só então, o sexo!??
Não posso acreditar nisto! Dizem ter entrevistado 469 pessoas na região metropolitana de Belém. Mas parecem ter entrevistado a "Liga das senhoras católicas" inteirinha.
Sinceramente, gostaria de acessar a metodologia desta pesquisa para saber se não obtiveram uma amostragem viciada.
Paraense deixa o sexo para o sexto plano? Estaria nesta ordem: amor, respeito, fidelidade, diálogo, sinceridade e só então, o sexo!??
Não posso acreditar nisto! Dizem ter entrevistado 469 pessoas na região metropolitana de Belém. Mas parecem ter entrevistado a "Liga das senhoras católicas" inteirinha.
Sinceramente, gostaria de acessar a metodologia desta pesquisa para saber se não obtiveram uma amostragem viciada.
Bisbilhotice eletrônica
Olhar o e-mail de terceiros pode dar cadeia. Além de representar um verdadeiro ataque a privacidade de alguém, que mesmo com o casamento, deve ser preservada.
O IDG Now nos mostra um excelente artigo sobre o assunto explosivo.
No centro da questão, estão o ciúme e a insegurança. Problemas antigos que encontraram uma nova forma de expressão. A internet, mais uma vez, não é a culpada.
Lá você pode encontrar alguns sinais de ciúme exagerado da chamada geração conectada.
Entre eles:
- desejo de controlar a vida do outro;
- vasculhar últimas ligações de celular;
- verificar lista de amigos em comunicadores instantâneos;
- tenta ler e-mails do parceiro, não só os recebidos, mas também os enviados;
- entrar continuamente em sites como Orkut, na conta do parceiro, para checar recados e lista de amigos;
- conferir sites visitados na lista do navegador do parceiro;
- instalar programas no micro do parceiro para monitorar o que ele faz no computador;
- criar artifícios, explícitos ou não, para que o parceiro use menos o computador;
- tirar conclusões apressadas, e muitas vezes erradas, a partir de qualquer indício que lhe levante alguma suspeita de traição.
Fonte: Núcleo de Pesquisas em Psicologia e Informática da PUC-SP.
Clique aqui e leia.
Você pode um dia precisar destas informações.
O IDG Now nos mostra um excelente artigo sobre o assunto explosivo.
No centro da questão, estão o ciúme e a insegurança. Problemas antigos que encontraram uma nova forma de expressão. A internet, mais uma vez, não é a culpada.
Lá você pode encontrar alguns sinais de ciúme exagerado da chamada geração conectada.
Entre eles:
- desejo de controlar a vida do outro;
- vasculhar últimas ligações de celular;
- verificar lista de amigos em comunicadores instantâneos;
- tenta ler e-mails do parceiro, não só os recebidos, mas também os enviados;
- entrar continuamente em sites como Orkut, na conta do parceiro, para checar recados e lista de amigos;
- conferir sites visitados na lista do navegador do parceiro;
- instalar programas no micro do parceiro para monitorar o que ele faz no computador;
- criar artifícios, explícitos ou não, para que o parceiro use menos o computador;
- tirar conclusões apressadas, e muitas vezes erradas, a partir de qualquer indício que lhe levante alguma suspeita de traição.
Fonte: Núcleo de Pesquisas em Psicologia e Informática da PUC-SP.
Clique aqui e leia.
Você pode um dia precisar destas informações.
Meu IVC
Consultando o Google Analytics, cheguei as seguintes conclusões:
1) Tenho em média 25 leitores contumazes (que sempre retornam)
2) De todos os visitantes (incluídos os não fiéis), 40% digitam o nome do blog em seus navegadores (ou o tem entre os seus favoritos), 15% são oriundos do link do Quinta Emenda, 13% vem do Blogger, 10% do Google e o restante, visitantes únicos de variados lugares do mundo.
3) Do total, 50% vem de links em websites, 40% digitam o nome do blog em seu browser, e o restante, são chamados de orgânicos (oriundos de ferramentas de busca).
4) 85% dos visitantes são brasileiros e 15% do exterior.
5) Quarta-feira, por alguma razão, aparece o pico de visitantes mas varia bastante com o conteúdo postado.
Enfim, são resultados modestíssimos mas para mim, satisfatórios, tendo em vista os 4 meses de existencia do blog. E também tendo em vista seu tom absolutamente despretensioso e certamente com muitos erros de língua pátria e estilo. Dos quais me penitencio e peço sinceras desculpas.
Agradeço ao Quinta Emenda pela generosa fatia de 15% de visitantes.
Aliás, recomendo aos blogueiros o uso do Google Analytics. Uma ferramenta poderosa de auditagem na web. Para poder utilizar a ferramenta, é necessário ser convidado. Para tanto, você pode preencher um formulário solicitando um convite. Clique aqui para ir direto ao formulário.
Acupuntura no SUS
Mais uma notícia para meu camarote, desta feita na Folha Online também do último dia 10.
Esta nos informa que Associações médicas brasileiras ameaçam entrar na Justiça contra a portaria do Ministério da Saúde que permite que profissionais da saúde não-médicos exerçam a acupuntura no SUS.
Esta é mesmo uma questão muito polêmica. Pessoalmente, em favor até mesmo da qualidade do atendimento, sou plenamente favorável a regulamentação do trabalho médico. Todos os outros profissionais de saúde tem suas atribuições regulamentadas. Até então, só os médicos ainda não estavam regulamentados. E agora, quando finalmente resolveram fazê-lo, eis que aparecem muitos para reclamar. E sempre argumentando a mesma coisa: os médicos estariam fazendo "reserva de mercado". Um argumento estranho, a meu ver, pois se volta contra quem o utiliza, que parece se preocupar com o mercado e não com a qualidade do serviço prestado. O currículo médico, mesmo que criticável sob muitos aspectos, ainda é infinitamente diferente dos currículos de outras especialidades da área de saúde, não bastando conhecimentos elementares de anatomia e fisiologia para credenciar qualquer um a aplicar esta ou outra terapêutica. Volta-se além da anatomia e fisiologia, para o diagnóstico e tratamento de uma infinidade de acometimentos, estando o médico plenamente capacitado a aplicar terapêutica e controlar suas complicações. O que efetivamente não acontece com outros profissionais de saúde. Quanto aos maus profissionais, estes existem aos quatro cantos em variadas especialidades médicas e não médicas. Não cabendo o uso deste argumento para ceder capacitação a quem acha que deve tê-la.
E de fato o MS vem tomando algumas medidas onde salta aos olhos o mero objetivo de barateamento de recursos onde, de fato existe um vácuo histórico de sua atuação. É o que se vê por exemplo no caso da Anvisa querer resolver a questão do real déficit de UTIs públicas no Brasil, reduzindo-lhes as exigências técnicas de funcionamento e ainda querendo substituí-las por unidades semi-intensivas. Quando o correto seria trilhar os dois caminhos simultaneamente, criando as semi-intensivas e construindo novas UTIs onde a demanda se mostrasse superlativa.
Por outro lado, existe sim a necessidade de conter custos, que sou plenamente favorável. Existem também aqueles que indicam mal os pacientes de UTI. Existem os gastadores, portanto. E devem ser monitorados mas não fazer a gastança de uns, onerar a todos aplicando a plaina cega, nivelando tudo por baixo. Para todas estas distorções, existem soluções diferentes. E me parece um flagrante sofisma tentar resolver estes problemas, deixando de atender demandas reais de UTIs públicas, sugerindo medidas "falsamente" corretivas. A diferença entre a legítima e necessária racionalização de recursos e o mero barateamento é muito sutil e exige exaustivas discussões com as entidades representativas. Incrementar a interface entre o MS e as entidades representativas para que uma parte saiba das dificuldades da outra - trazendo real benefício à população - é missão árdua que deve continuar.
Ainda temos muito o que discutir neste particular.
Esta nos informa que Associações médicas brasileiras ameaçam entrar na Justiça contra a portaria do Ministério da Saúde que permite que profissionais da saúde não-médicos exerçam a acupuntura no SUS.
Esta é mesmo uma questão muito polêmica. Pessoalmente, em favor até mesmo da qualidade do atendimento, sou plenamente favorável a regulamentação do trabalho médico. Todos os outros profissionais de saúde tem suas atribuições regulamentadas. Até então, só os médicos ainda não estavam regulamentados. E agora, quando finalmente resolveram fazê-lo, eis que aparecem muitos para reclamar. E sempre argumentando a mesma coisa: os médicos estariam fazendo "reserva de mercado". Um argumento estranho, a meu ver, pois se volta contra quem o utiliza, que parece se preocupar com o mercado e não com a qualidade do serviço prestado. O currículo médico, mesmo que criticável sob muitos aspectos, ainda é infinitamente diferente dos currículos de outras especialidades da área de saúde, não bastando conhecimentos elementares de anatomia e fisiologia para credenciar qualquer um a aplicar esta ou outra terapêutica. Volta-se além da anatomia e fisiologia, para o diagnóstico e tratamento de uma infinidade de acometimentos, estando o médico plenamente capacitado a aplicar terapêutica e controlar suas complicações. O que efetivamente não acontece com outros profissionais de saúde. Quanto aos maus profissionais, estes existem aos quatro cantos em variadas especialidades médicas e não médicas. Não cabendo o uso deste argumento para ceder capacitação a quem acha que deve tê-la.
E de fato o MS vem tomando algumas medidas onde salta aos olhos o mero objetivo de barateamento de recursos onde, de fato existe um vácuo histórico de sua atuação. É o que se vê por exemplo no caso da Anvisa querer resolver a questão do real déficit de UTIs públicas no Brasil, reduzindo-lhes as exigências técnicas de funcionamento e ainda querendo substituí-las por unidades semi-intensivas. Quando o correto seria trilhar os dois caminhos simultaneamente, criando as semi-intensivas e construindo novas UTIs onde a demanda se mostrasse superlativa.
Por outro lado, existe sim a necessidade de conter custos, que sou plenamente favorável. Existem também aqueles que indicam mal os pacientes de UTI. Existem os gastadores, portanto. E devem ser monitorados mas não fazer a gastança de uns, onerar a todos aplicando a plaina cega, nivelando tudo por baixo. Para todas estas distorções, existem soluções diferentes. E me parece um flagrante sofisma tentar resolver estes problemas, deixando de atender demandas reais de UTIs públicas, sugerindo medidas "falsamente" corretivas. A diferença entre a legítima e necessária racionalização de recursos e o mero barateamento é muito sutil e exige exaustivas discussões com as entidades representativas. Incrementar a interface entre o MS e as entidades representativas para que uma parte saiba das dificuldades da outra - trazendo real benefício à população - é missão árdua que deve continuar.
Ainda temos muito o que discutir neste particular.
As Organizações Sociais na Saúde Pública
No Estado de São Paulo do último dia 10, uma notícia chama a atenção pois tem o potencial de "balançar os coqueiros" por aqui também.
O Estado de S.Paulo
10/06/2006
Metrópole
Justiça proíbe OS de administrar saúde municipal
Decisão só afeta futuros contratos; MPF alega privatização do setor
A Prefeitura foi proibida ontem pela Justiça de contratar empresas privadas para prestar serviços públicos na área da saúde. A decisão liminar é da juíza federal Maria Lúcia Lencastre, da 3ª Vara Cível de São Paulo, sobre uma ação do Ministério Público Federal (MPF) contra a Prefeitura e o governo federal.
Na ação, o MPF alegou que a Prefeitura está qualificando empresas privadas como organizações sociais (OS) sem licitação e que pretende "a privatização dos serviços públicos de saúde em São Paulo repetindo a experiência desastrosa com o PAS (Plano de Assistência à Saúde), desenvolvido entre 1995 e 2000".
Para o MPF, a lei municipal é inconstitucional por descumprir a regra constitucional de que os serviços do Sistema Único de Saúde(SUS) devem ser prestados pelo poder público, e ilegal por colidir frontalmente com a Lei Orgânica da Saúde (LOS). No ano passado, o Fundo Nacional de Saúde repassou R$ 846 milhões em recursos para o SUS em São Paulo.
Segundo o MPE, tanto a Constituição quanto a LOS só admitem participação de instituições privadas (em suas próprias instalações e com seus próprios recursos humanos e materiais) no SUS em caráter complementar.
A ação alega também que as OS receberão do poder público bens e recursos financeiros, além de servidores, e que haverá precariedade do controle da atividade e da aplicação dos recursos públicos. A ação do MPF pedia que fossem proibidas a contratação de novas empresas e a retirada das que já prestam serviços. Na liminar concedida ontem, contudo, a Prefeitura fica proibida apenas de firmar novos convênios na saúde. As OS que já atuam não precisam deixar os serviços públicos. A juíza entendeu que essa decisão poderia causar prejuízo à prestação do serviço de saúde. Tanto o MPF quanto a Prefeitura podem recorrer da decisão. A Assessoria de Imprensa da Prefeitura afirmou que não iria se manifestar porque não havia recebido a notificação da Justiça.
Voltemos ao camarote para acompanhar o desenrolar dos fatos. Aliás, meu camarote anda cheio ultimamente.
O Estado de S.Paulo
10/06/2006
Metrópole
Justiça proíbe OS de administrar saúde municipal
Decisão só afeta futuros contratos; MPF alega privatização do setor
A Prefeitura foi proibida ontem pela Justiça de contratar empresas privadas para prestar serviços públicos na área da saúde. A decisão liminar é da juíza federal Maria Lúcia Lencastre, da 3ª Vara Cível de São Paulo, sobre uma ação do Ministério Público Federal (MPF) contra a Prefeitura e o governo federal.
Na ação, o MPF alegou que a Prefeitura está qualificando empresas privadas como organizações sociais (OS) sem licitação e que pretende "a privatização dos serviços públicos de saúde em São Paulo repetindo a experiência desastrosa com o PAS (Plano de Assistência à Saúde), desenvolvido entre 1995 e 2000".
Para o MPF, a lei municipal é inconstitucional por descumprir a regra constitucional de que os serviços do Sistema Único de Saúde(SUS) devem ser prestados pelo poder público, e ilegal por colidir frontalmente com a Lei Orgânica da Saúde (LOS). No ano passado, o Fundo Nacional de Saúde repassou R$ 846 milhões em recursos para o SUS em São Paulo.
Segundo o MPE, tanto a Constituição quanto a LOS só admitem participação de instituições privadas (em suas próprias instalações e com seus próprios recursos humanos e materiais) no SUS em caráter complementar.
A ação alega também que as OS receberão do poder público bens e recursos financeiros, além de servidores, e que haverá precariedade do controle da atividade e da aplicação dos recursos públicos. A ação do MPF pedia que fossem proibidas a contratação de novas empresas e a retirada das que já prestam serviços. Na liminar concedida ontem, contudo, a Prefeitura fica proibida apenas de firmar novos convênios na saúde. As OS que já atuam não precisam deixar os serviços públicos. A juíza entendeu que essa decisão poderia causar prejuízo à prestação do serviço de saúde. Tanto o MPF quanto a Prefeitura podem recorrer da decisão. A Assessoria de Imprensa da Prefeitura afirmou que não iria se manifestar porque não havia recebido a notificação da Justiça.
Voltemos ao camarote para acompanhar o desenrolar dos fatos. Aliás, meu camarote anda cheio ultimamente.
Australia Campeã do Mundo no Futebol
Recebi um comentário inusitado no post "Minha boca é um túmulo". Provavelmente um australiano em visita ocasional a este blog, comentou o seguinte:
Hello.
Australia is going to win the world cup.
Sorry, that was a joke. :)
Trata-se obviamente de um simpático brincalhão. Ele já recebeu a resposta mas seria interessante que outros frequentadores deste blog também opinassem. Mas com "fair play", por favor.
Hello.
Australia is going to win the world cup.
Sorry, that was a joke. :)
Trata-se obviamente de um simpático brincalhão. Ele já recebeu a resposta mas seria interessante que outros frequentadores deste blog também opinassem. Mas com "fair play", por favor.
domingo, 11 de junho de 2006
Minha boca é um túmulo
E o Ministério Público Estadual continua alheio a tudo o que acontece a seu redor. A forte blindagem tucana, que já atravessa os tempos, permanece intocada. Hoje o Quinta Emenda chama a atenção sobre isso no post Procura-se Geral.
É constrangedora, para o Ministério Público Estadual, a cobrança em série que lhe faz o Diário do Pará. Agora pede o jornal que o MPE investigue o contrato com o jatinho que atende o governo do Pará.
O chefe do MPE, que só aparece com cara de mau que não assusta nem menino de colégio, faz de conta que não é com ele.
Mas é sim.
Quosque tandem?
Será que o MPE esqueceu para sempre suas atribuições?
É constrangedora, para o Ministério Público Estadual, a cobrança em série que lhe faz o Diário do Pará. Agora pede o jornal que o MPE investigue o contrato com o jatinho que atende o governo do Pará.
O chefe do MPE, que só aparece com cara de mau que não assusta nem menino de colégio, faz de conta que não é com ele.
Mas é sim.
Quosque tandem?
Será que o MPE esqueceu para sempre suas atribuições?
sábado, 10 de junho de 2006
Vivo: Viver ou morrer!
Leitor deste blog, Antonio Fonseca encaminha um instigante artigo do Webinsider que ilustra a delicada situação de uma importante operadora de telefonia móvel no Brasil. O artigo, além de elucidativo sobre as questões de tecnologia envolvendo a telefonia móvel, instiga os leitores a acompanhar "de camarote" as decisões nessa área.
CDMA ou GSM? Alguém tem idéia do que significa?
Tem que ler então o artigo no webinsider clicando aqui.
CDMA ou GSM? Alguém tem idéia do que significa?
Tem que ler então o artigo no webinsider clicando aqui.
sexta-feira, 9 de junho de 2006
Demônio ou "coisa ruim"?
Juro que tive vontade de rir quando li o post no blog "Pelos Corredores do Planalto" com os comentários de ACM (sim, ele mesmo, Antonio Carlos Magalhães) ou "Toninho Malvadeza" para os íntimos, sobre os condenáveis atos do MLST na Câmara Federal.
Teve os displante de chamar o Presidente da República de corrupto e ainda evocar a presença das forças armadas.
Quanto ao primeiro cometimento, deveria ele estar até hoje "caladinho da silva" pois se existe alguém no Brasil que não pode falar em corrupção é ele mesmo. No segundo cometimento, nada de se estranhar. Trata-se de "ato falho", talvez explicável do ponto de vista psicanalítico.
Acho que o ACM até mesmo quando tropeça, sente vontade de chamar as forças armadas.
Este é outro que já devia era estar vestindo o pijama, a exemplo de seus comparsas do passado.
Teve os displante de chamar o Presidente da República de corrupto e ainda evocar a presença das forças armadas.
Quanto ao primeiro cometimento, deveria ele estar até hoje "caladinho da silva" pois se existe alguém no Brasil que não pode falar em corrupção é ele mesmo. No segundo cometimento, nada de se estranhar. Trata-se de "ato falho", talvez explicável do ponto de vista psicanalítico.
Acho que o ACM até mesmo quando tropeça, sente vontade de chamar as forças armadas.
Este é outro que já devia era estar vestindo o pijama, a exemplo de seus comparsas do passado.
Meus visitantes
Analisando as estatísticas deste blog, concluí que apesar da esmagadora maioria ser mesmo de Belém (foco principal de nossa iniciativa pessoal), surpreendi-me com visitantes de Brasília, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e Santarém (PA). Agradeço a todos pela vista.
Para os "marqueteiros"
Uma sugestão interessante para avaliar informalmemnte o ranking de seu website junto ao Google.
É um aplicativo gratuito e pode dar uma boa ajuda.
Baixe aqui.
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quinta-feira, 8 de junho de 2006
Manto da Virgem
O RD de hoje nos informa sobre um assunto também muito caro aos paraenses: os preparativos do círio.
Virgem
A apresentação do cartaz do Círio 2006, pela Diretoria da Festa, será no próximo dia 21, às 20h, no auditório D. Vicente Zico. Com foto de Octávio Cardoso, a arte do cartaz valoriza elementos do interior da Basílica, que este mês foi elevada à condição de Basílica-Santuário de Nossa Senhora de Nazaré. O desenho do manto da Santa é da designer Maria Alice Pena, que projetou o manto do ano passado.
Acertadíssima a escolha dos dois. Em especial, Maria Alice Pena que desenhou o manto mais bonito que já tinha visto: o do ano passado.
Virgem
A apresentação do cartaz do Círio 2006, pela Diretoria da Festa, será no próximo dia 21, às 20h, no auditório D. Vicente Zico. Com foto de Octávio Cardoso, a arte do cartaz valoriza elementos do interior da Basílica, que este mês foi elevada à condição de Basílica-Santuário de Nossa Senhora de Nazaré. O desenho do manto da Santa é da designer Maria Alice Pena, que projetou o manto do ano passado.
Acertadíssima a escolha dos dois. Em especial, Maria Alice Pena que desenhou o manto mais bonito que já tinha visto: o do ano passado.
Bobagens de TI
Em TI, também se fazem muitas bobagens.
Em artigo especial, o IDG NOW nos mostra uma seleção de 10 produtos estranhos, para não dizer ridículos.
Clique aqui e veja outros.
terça-feira, 6 de junho de 2006
Simone Nua??
Impressionante!
Marcelo Tas, em seu Blog do Tas, nos surpreende com esta foto impressionante. E ainda comenta:
Finalmente, liberada a foto de Simone de Beauvoir que as feministas deviam esconder na gaveta há décadas.
A Simone que conhecíamos até então era a da feminista austera, com traços atraentes, mas já uma senhora de respeito, na foto envelhecida pela vida intensa que levou ao lado de seu partner, o filósofo Jean Paul Sartre.
O que é a mídia, sempre a mídia, desde sempre!
Agora, com o lançamento de "Tête-à-Tête", livro da inglesa Hazel Rowley, tivemos o prazer de acessar a foto acima. Que surpresa encontra uma virtude, digamos, brasileira em Simone, como a derriere abundante sem a atrofia e magreza irritantes das modelos atuais.
O livro traz outras delícias da vida do casal hiper moderno como a visita deles ao Brasil em 1960, quando Simone teria namorado uma jornalista pernambucana Cristina Tavares, futura assessora de Ulisses Guimarães. Mais tarde, Tavares emplacaria três legislaturas como deputada federal pelo então MDB.
Já a imagem acima foi capturada quando a escritora tinha 42 anos pelo "amigo" Art Shay. A foto recebeu apenas uma observação de Madame Beauvoir: "Homem travesso".
Ah, Simone...
PS: para os meninos e meninas que ainda não tiveram o prazer de um encontro com Simone, sugiro começar pelo livro: "Memórias de Uma Moça Bem-Comportada (1958)."
Ora, mas ser feminista não impede o cultivo de certas qualidades, não é verdade?
Bela para sempre?
Frágil como uma pena(Foto: Bill Anders)
Esta e outras fotos incríveis, vocês podem ver no The Digital Journalist.
segunda-feira, 5 de junho de 2006
Para sempre, Elisa IV
UM TRIBUTO A ELISA SÁ
Há pessoas que, na vida, são instituições. Por aquilo que constroem, na grandeza da doação e pelo amor à causa, tornam-se maiores que seus próprios limites. São indivíduos-coletivos, cuja obra ultrapassa o tempo biológico para se perpetuar na história. Por isso não morrem, ficam encantados – como diz Guimarães Rosa. Pelo trabalho e pelo exemplo legados, transformam-se em referência, símbolo, medida; alguns, em mito. Mas o que é o mito, senão uma inefável fabulação coletiva projetada para recriar continuamente no tempo, depurado das contingências do efêmero, o totem unificador de nossas aspirações e esperanças mais recônditas, encarnado na figura imorredoura do santo, do líder?
Elisa não se foi. Permanece. Está presente nas pessoas que, como ela – e por ela formadas –, continuam a sonhar e a acreditar na causa pública. Está transfigurada naqueles que sabem que para se erguer um país, uma nação, com toque republicano, na contracorrente das vantagens pessoais e das espertezas corporativas, o caminho é longo, árduo, mas possível. Renasce a cada dia em todos os que, certos de que não há espinhos sem rosas, continuam a cultivar o terreno árido do cotidiano, fertilizando-o como o suor e as lágrimas dos lutadores.
Elisa, marajoara, paraense, brasileira, está viva nas conquistas da saúde coletiva, na continuidade e expansão do SUS, nas colunas do Hospital Universitário João de Barros Barreto. Está no plano de crescimento e consolidação do HUJBB, sua paixão, por meio do qual planejava ampliar o atendimento em saúde dos mais necessitados. Elisa nunca se deixou desvanecer pelo obstáculo mais próximo e imediato, concentrada que estava em mirar o horizonte mais largo e longínquo da utopia. Por isso sempre o ultrapassava. Por isso o vencia. Por isso ela permanece entre nós e em nós, lembrando-nos, com a sua biografia, que o importante é acreditar e prosseguir.
Elisa é semente rara que morre para fazer nascer outras Elisas. Se possível, muitas Elisas. Múltiplas Elisas. Diferentes, diversas, nunca iguais, mas Elisas. Sim, porque o Pará precisa de Elisas. O Brasil precisa de Elisas. A Humanidade precisa de Elisas. Há falta de Elisas. Urgem homens-coletivos!
Alex Fiúza de Mello
Reitor da UFPA
Há pessoas que, na vida, são instituições. Por aquilo que constroem, na grandeza da doação e pelo amor à causa, tornam-se maiores que seus próprios limites. São indivíduos-coletivos, cuja obra ultrapassa o tempo biológico para se perpetuar na história. Por isso não morrem, ficam encantados – como diz Guimarães Rosa. Pelo trabalho e pelo exemplo legados, transformam-se em referência, símbolo, medida; alguns, em mito. Mas o que é o mito, senão uma inefável fabulação coletiva projetada para recriar continuamente no tempo, depurado das contingências do efêmero, o totem unificador de nossas aspirações e esperanças mais recônditas, encarnado na figura imorredoura do santo, do líder?
Elisa não se foi. Permanece. Está presente nas pessoas que, como ela – e por ela formadas –, continuam a sonhar e a acreditar na causa pública. Está transfigurada naqueles que sabem que para se erguer um país, uma nação, com toque republicano, na contracorrente das vantagens pessoais e das espertezas corporativas, o caminho é longo, árduo, mas possível. Renasce a cada dia em todos os que, certos de que não há espinhos sem rosas, continuam a cultivar o terreno árido do cotidiano, fertilizando-o como o suor e as lágrimas dos lutadores.
Elisa, marajoara, paraense, brasileira, está viva nas conquistas da saúde coletiva, na continuidade e expansão do SUS, nas colunas do Hospital Universitário João de Barros Barreto. Está no plano de crescimento e consolidação do HUJBB, sua paixão, por meio do qual planejava ampliar o atendimento em saúde dos mais necessitados. Elisa nunca se deixou desvanecer pelo obstáculo mais próximo e imediato, concentrada que estava em mirar o horizonte mais largo e longínquo da utopia. Por isso sempre o ultrapassava. Por isso o vencia. Por isso ela permanece entre nós e em nós, lembrando-nos, com a sua biografia, que o importante é acreditar e prosseguir.
Elisa é semente rara que morre para fazer nascer outras Elisas. Se possível, muitas Elisas. Múltiplas Elisas. Diferentes, diversas, nunca iguais, mas Elisas. Sim, porque o Pará precisa de Elisas. O Brasil precisa de Elisas. A Humanidade precisa de Elisas. Há falta de Elisas. Urgem homens-coletivos!
Alex Fiúza de Mello
Reitor da UFPA
sábado, 3 de junho de 2006
Repercussão I
Em O Liberal On line Hoje. Um texto justo.
Pará perde Elisa Sá, ícone de saúde pública no Pará 03/06/2006 - 17h15m
Faleceu no final da noite da sexta-feira (02), em São Paulo, a médica sanitarista, professora da Universidade Federal do Pará (UFPa) e diretora do Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), Elisa Vianna Sá. Ela estava internada no Hospital Sírio Libanês desde meados de maio. Com o desaparecimento da grande sanitarista, o Pará perde um ícone da Saúde Pública no Estado. Ela deixa o marido, professor Samuel Sá, dois filhos e um neto, além de irmãos e uma legião de amigos.
O corpo chegará a Belém no início da madrugada deste domingo (04) e será velado no Instituto Evandro Chagas, onde Elisa Sá coordenava o Grupo de Pesquisa sobre Saúde Ambiental em Área Urbana.
Mestre em Antropologia da Saúde pela Universidade da Flórida (EUA) e especialista em Saúde Pública e Dinâmica Populacional, Elisa Sá começou sua carreira na Saúde Pública, em 1964 quando entrou para a Fundação Serviços de Saúde Pública, mais conhecida como Fundação Sesp, onde sempre exerceu cargos e funções de direção, tanto em âmbito regional como nacional.
Na instituição, ela foi coordenadora dos Programas de Tuberculose e Hanseníase para a Região Amazônica de 1966 a 1976, diretora regional de janeiro de 1985 a dezembro de 1986 e presidente nacional de janeiro de 1986 a dezembro de 1988. Em 1997, Elisa Sá tornou-se novamente presidente da instituição, que já tinha se transformado em Fundação Nacional de Saúde (Funasa), tendo, em seguida, sido coordenadora do Grupo de Trabalho do Ministério da Saúde para elaboração da Política Nacional de Saúde Ambiental.
Na Universidade Federal do Pará (UFPa), Elisa Sá ingressou em 1982, onde ministrou as disciplinas Saúde Ambiental, Antropologia da Saúde e Saúde Coletiva II. Exerceu cargos de assessoramento e participou de diversos grupos de trabalho como do Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia (Padact).
De 1990 a 1994, Elisa Sá assumiu, pela primeira vez, a direção do Hospital Universitário João de Barros Barreto, instituição referência em Infectologia, que teve o papel fundamental no controle da grande epidemia de cólera, que assolou o Estado.
Em 2001, ela voltou à direção do HUJBB, onde estava atualmente exercendo a sua segunda gestão consecutiva, tendo sido nomeada pelo reitor da UFPa, Alex Fiúza de Mello. Nesse período, o Hospital teve papel importante no atendimento das vítimas de raiva humana, dos municípios de Portel, Viseu e Augusto Corrêa.
No âmbito do Governo do Pará, Elisa Sá exerceu funções importantíssimas, contribuindo para o rumo da Política de Saúde Pública do Estado, tendo sido coordenadora do primeiro Curso de Saúde Pública da Amazônia, promovido pela Escola Nacional de Saúde Pública em parceria com a Sudam e Secretaria Estadual de Saúde (Sespa).
Foi coordenadora da Área de Meio Ambiente, diretora do Departamento de Ações Básicas, diretora da Divisão de Tuberculose da Sespa e secretária executiva de Saúde Pública de 1985 a 1986.
Desde 1997, Elisa Sá integrava o grupo de pesquisadores do Instituto Evandro Chagas, onde desde 1998 era coordenadora do Grupo de Pesquisa sobre Saúde Ambiental em Área Urbana, que continua em andamento.
Pará perde Elisa Sá, ícone de saúde pública no Pará 03/06/2006 - 17h15m
Faleceu no final da noite da sexta-feira (02), em São Paulo, a médica sanitarista, professora da Universidade Federal do Pará (UFPa) e diretora do Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), Elisa Vianna Sá. Ela estava internada no Hospital Sírio Libanês desde meados de maio. Com o desaparecimento da grande sanitarista, o Pará perde um ícone da Saúde Pública no Estado. Ela deixa o marido, professor Samuel Sá, dois filhos e um neto, além de irmãos e uma legião de amigos.
O corpo chegará a Belém no início da madrugada deste domingo (04) e será velado no Instituto Evandro Chagas, onde Elisa Sá coordenava o Grupo de Pesquisa sobre Saúde Ambiental em Área Urbana.
Mestre em Antropologia da Saúde pela Universidade da Flórida (EUA) e especialista em Saúde Pública e Dinâmica Populacional, Elisa Sá começou sua carreira na Saúde Pública, em 1964 quando entrou para a Fundação Serviços de Saúde Pública, mais conhecida como Fundação Sesp, onde sempre exerceu cargos e funções de direção, tanto em âmbito regional como nacional.
Na instituição, ela foi coordenadora dos Programas de Tuberculose e Hanseníase para a Região Amazônica de 1966 a 1976, diretora regional de janeiro de 1985 a dezembro de 1986 e presidente nacional de janeiro de 1986 a dezembro de 1988. Em 1997, Elisa Sá tornou-se novamente presidente da instituição, que já tinha se transformado em Fundação Nacional de Saúde (Funasa), tendo, em seguida, sido coordenadora do Grupo de Trabalho do Ministério da Saúde para elaboração da Política Nacional de Saúde Ambiental.
Na Universidade Federal do Pará (UFPa), Elisa Sá ingressou em 1982, onde ministrou as disciplinas Saúde Ambiental, Antropologia da Saúde e Saúde Coletiva II. Exerceu cargos de assessoramento e participou de diversos grupos de trabalho como do Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia (Padact).
De 1990 a 1994, Elisa Sá assumiu, pela primeira vez, a direção do Hospital Universitário João de Barros Barreto, instituição referência em Infectologia, que teve o papel fundamental no controle da grande epidemia de cólera, que assolou o Estado.
Em 2001, ela voltou à direção do HUJBB, onde estava atualmente exercendo a sua segunda gestão consecutiva, tendo sido nomeada pelo reitor da UFPa, Alex Fiúza de Mello. Nesse período, o Hospital teve papel importante no atendimento das vítimas de raiva humana, dos municípios de Portel, Viseu e Augusto Corrêa.
No âmbito do Governo do Pará, Elisa Sá exerceu funções importantíssimas, contribuindo para o rumo da Política de Saúde Pública do Estado, tendo sido coordenadora do primeiro Curso de Saúde Pública da Amazônia, promovido pela Escola Nacional de Saúde Pública em parceria com a Sudam e Secretaria Estadual de Saúde (Sespa).
Foi coordenadora da Área de Meio Ambiente, diretora do Departamento de Ações Básicas, diretora da Divisão de Tuberculose da Sespa e secretária executiva de Saúde Pública de 1985 a 1986.
Desde 1997, Elisa Sá integrava o grupo de pesquisadores do Instituto Evandro Chagas, onde desde 1998 era coordenadora do Grupo de Pesquisa sobre Saúde Ambiental em Área Urbana, que continua em andamento.
Para sempre, Elisa II
Uma bela e merecida homenagem a Elisa,Barretto. Sou daqueles que a morte não alivia a biografia, mas no caso de Elisa sua ausência não pesa nos elogios,justíssimos.É uma pena.
Juvêncio de Arruda
Juvêncio de Arruda
Para sempre, Elisa
Conheci Elisa Sá nos meados da década de 80, à época da fase final da transformação da Santa Casa de Misericórdia do Pará em uma fundação estadual. Eram tempos duros para aquela instituição. Elisa, representando a UFPa, movia-se incansável por soluções e para atenuar conflitos inevitáveis entre as forças políticas que alí estavam representadas. Mulher de opinião, sabia, contudo, contornar as arestas e armadilhas da vida administrativa e fazer garantir sua posição, mesmo quando não as tornava tão claras a princípio. Era interessante acompanhar seu desempenho numa mesa de negociação, quando conjugava ao mesmo tempo candura, objetividade e, não raras vezes, misteriosa teimosia.Depois desse tempo de Santa Casa nossos contatos foram raros, mas sempre que nos encontrávamos a amizade se iluminava. A última vez em que nos demoramos numa conversa ótima foi à ocasião da visita que fizemos Eu e Esther ao Anselmo, que convalescia no antigo INCOR de um susto coronariano. Cada um puxou um lado da orelha do amigo, censurando-o quanto ao tabagismo.Depois vim trabalhar em Brasília e vez por outra nos encontrávamos nos corredores e com alegria comentávamos nossos aborrecimentos com a saúde pública e a necessidade de "aturar" esse aborrecimento por muito tempo em nome do SUS, sistema que ela ajudou a construir com a geração de ouro de sanitaristas, entre os quais destaco o extraordinário Sérgio Arouca.Fará falta sem dúvida. Como ser humano e servidora pública dedicada. Como companheira de luta por um SUS que atenda às necessidades da população brasileira, consolide-se como política de estado e mereça de nossos governantes federais, estaduais e municipais a atenção orçamentária que a realidade social brasileira exige.Não farei votos de que descanse em paz, pois era feitio da Elisa estar sempre em movimento, arrumando ou construindo alguma coisa, sempre dinâmica. Avalio que, havendo o plano imaterial, continuará obreira nas grandes causas, como aqui o soube ser ao se tornar médica a vida inteira dedicada à saúde pública brasileira.
Itajaí
Itajaí
Tristeza e Saudades de Elisa Sá
Este blogger hoje vive momento de profunda tristeza pessoal. Acabo de tomar conhecimento do falecimento de Elisa Sá, Diretora do Hospital Barros Barreto, ocorrido por volta de 1 da manhã deste sábado, em São Paulo. A rapidez da evolução de sua doença contribui para dar um tom mais dramático e comover a todos que tiveram o privilégio de conviver com ela, mesmo que por relativamente curto período. O tempo para as despedidas, mesmo que subliminares, praticamente não houve. Foi como se um furacão se abatesse sobre todos.
Por força de nosso relacionamento administrativo no Hospital Barros Barretto, iniciamos um contato frequente e profícuo, que acabou por extrapolar os limites do meramente institucional. Ao visitá-la em seu gabinete, na maior parte das vezes levando-lhe uma montanha de problemas, costumávamos discutir as soluções entremeando assuntos absolutamente inusitados de caráter filosófico, político, humanista, ético, etc. Ao longo do tempo, acompanhando muitas vezes em silêncio suas ações administrativas, pude perceber sua imensa habilidade política, mesmo em meio às mais duras adversidades. Nestas horas, observava, ouvia e aprendia. Pouco falava. Ao final, dirigia-me sempre a ela de maneira privada e dizia: invejo a sua habilidade.
Com sua aparência de boa senhora, Elisa sabia como nunca utilizar seu talento para convencer e mobilizar.
Confesso que no início, não foi muito fácil estabelecer um relacionamento mesmo que administrativo com ela. Escaldado em minha vivência com políticos e administradores, cultivava a desconfiança e mantinha a necessária distância. Aos poucos, contudo, sua enorme e autêntica grandeza de espírito, de tom humanístico, longe de ser positivista, Elisa seduziu-me por completo. Baixei a guarda em questão de meses e passei a comparecer em seu gabinete, muitas vezes, para conversas informais agradabilíssimas. Mesmo na divergência, desenvolvemos uma relação madura, onde muitas vezes, alteramos a voz um com o outro. Mas isso nunca deixou qualquer rancor ou sinal de mágoa. No dia seguinte, lá estávamos nós atualizando as novidades do dia e aprofundando mais ainda nossas análises.
Com o enorme aprendizado que ela proporcionou e com a inestimável lição de tolerância, Elisa certamente irradiou seu perfume aos quatro cantos. Mesmo com a idade, que já lhe trazia seu preço, foi incansável na luta por verbas para o Barros Barreto. Enfrentou homens poderosos, intoxicados de testosterona (que era como eu os rotulava em nossas conversas), sempre com candura, inteligência e habilidade.
Muita dignidade. É como eu resumiria minha maior impressão de Elisa Sá nestes quase 5 anos de convívio. Foi pouco. Mereceria muito mais com ela.
E é com esta impressão final que a deixarei para sempre em minha memória.
Adeus, Elisa. Missão cumprida.
sexta-feira, 2 de junho de 2006
Começa a reação aos "bobinhos"
Segundo nos informa o Blog do Jeso, os padres Edilberto Sena e José Boeing já prestaram depoimento à PF de Santarém hoje. E a PF já estaria no encalço dos 2 "bobinhos" Sidney Neumann, o Dé, e Derick Figueira - o primeiro criador da comunidade "Fora Greenpeace..."; o segundo, autor de ameaça de morte aos padres.
Estamos acompanhando.
Estamos acompanhando.
Surge forte concorrente ao iPod
Creative Vision:M
O WNews mostra em vídeo o mais forte concorrente ao iPod da Apple. Clique aqui e assista ao vídeo de demonstração do produto que traz diferenciais importantes que podem trazer alguma dor de cabeça a Apple.
Para ler um "review" sobre o produto, dê uma olhada no Everything USB ou na própria Creative, fabricante do equipamento.
Agora a coisa vai "pegar"
Usuários de cópias piratas do Windows terão uma surpresa a qualquer momento. A Microsoft incluiu entre as suas atualizações automáticas um programa que faz a verificação de autenticidade do windows. Se a cópia instalada não for autêntica, a partir de então, a cada nova inicialização do PC o usuário verá a seguinte mensagem: "Esta cópia do Windows não é original. Você pode ter sido vítima de falsificação de software." . Mais o pior ainda estaria por vir.
Leiam a notícia original na Folha Online clicando aqui.
Leiam a notícia original na Folha Online clicando aqui.
Briga boa em convergência digital
Para que levar um handheld e um celular se você pode levar os dois em um só aparelho? Esta tendência em tecnologia é frequentemente denominada na mídia especializada de "convergência digital". Nos EUA, seu representante máximo é o Blackberry, só agora disponível na TIM entre seus aparelhos top de linha (veja-o na TIM loja da Pe. Eutíquio). Este brinquedinho opera com sistema operacional Java e além de celular GSM, envia e recebe e-mails, tem um pequeno e desconfortável teclado associado, armazena milhares de contatos, tem agenda e toda aquela traquitana que os bons handhelds possuem. A Palmone também produz o Treo 650 que une o sistema operacional Palm OS com um telefone GSM completo. A Motorola até então, só apresentava o seu MPX 220 que combina celular GSM com o sistema operacional Windows Mobile. Contudo, para concorrer com o Blackberry (de estrondoso sucesso nos EUA) acaba de lançar o seu novíssimo Moto Q phone, que em quase tudo é parecido com o Blackberry. Para ler mais sobre este novo lançamento de uma olhada aqui.
Mas falando em convergência digital, falei de telefone e handheld e esqueci as câmeras digitais de celulares. Esqueci?
Na verdade não. É que aquelas câmeras embutidas nos celulares com péssima qualidade e resolução, associado ao alto custo de enviar estas imagens pela rede GSM, fazem com que pensemos mesmo em deixá-las no lugar que elas sempre mereceram: o esquecimento.
Óbvio que existe sempre alguém que gosta delas.
Não é meu caso.
25 piores produtos de TI de todos os tempos
A Revista PC World publicou uma lista com os 25 piores produtos de todos os tempos na área de tecnologia da informação. É interessante consultá-la. Como a reportagem é uma tradução da PC World americana, alguns produtos você provavelmente nunca ouviu falar. Outros, contudo, são nossos velhos conhecidos. Mas vale a pena dar uma olhadinha e saber as razões para a escolha de cada um. Publico abaixo a lista sem os comentários da reportagem original, que pode ser consultada aqui
1. America Online (1989-2006)
2. RealNetworks RealPlayer (1999)
3. Syncronys SoftRAM (1995)
4. Microsoft Windows Millennium (2000)
5. Sony BMG Music CDs (2005)
6. CD-ROM O Rei Leão, da Disney (1994)
7. Microsoft Bob (1995)
8. Internet Explorer 6 (2001)
9. Pressplay e MusicNet 2002
10. Ashton-Tate dBASE IV (1988)
11. Priceline venda de gasolina e comestíveis (2000)
12. PointCast Network (1996)
13. IBM PCjr. (1984)
14. A celebração do 10º aniversário da Gateway 2000 (1995)
15. Iomega Zip Drive (1998)
16. Comet Systems Comet Cursor (1997)
17. O Macintosh portátil" (1989)
18. IBM Deskstar 75GXP (2000)
19. OQO Model 1 (2004)
20. DigitalConvergence CueCat (2000)
21. Eyetop Wearable DVD Player (2004)
22. Apple Pippin @World (1996)
23. PCs gratuitos (1999)
24. DigiScents iSmell (2001)
25. Sharp RD3D Notebook (2004)
1. America Online (1989-2006)
2. RealNetworks RealPlayer (1999)
3. Syncronys SoftRAM (1995)
4. Microsoft Windows Millennium (2000)
5. Sony BMG Music CDs (2005)
6. CD-ROM O Rei Leão, da Disney (1994)
7. Microsoft Bob (1995)
8. Internet Explorer 6 (2001)
9. Pressplay e MusicNet 2002
10. Ashton-Tate dBASE IV (1988)
11. Priceline venda de gasolina e comestíveis (2000)
12. PointCast Network (1996)
13. IBM PCjr. (1984)
14. A celebração do 10º aniversário da Gateway 2000 (1995)
15. Iomega Zip Drive (1998)
16. Comet Systems Comet Cursor (1997)
17. O Macintosh portátil" (1989)
18. IBM Deskstar 75GXP (2000)
19. OQO Model 1 (2004)
20. DigitalConvergence CueCat (2000)
21. Eyetop Wearable DVD Player (2004)
22. Apple Pippin @World (1996)
23. PCs gratuitos (1999)
24. DigiScents iSmell (2001)
25. Sharp RD3D Notebook (2004)
quinta-feira, 1 de junho de 2006
Mais sobre "os bobinhos"
Os "bobinhos" Dé Neumann e Derick Figueira, respectivamente criador e comentarista da comunidade do orkut "Fora Greenpeace", estão enrrascados desta vez. No blog do Jeso os comentários são de indignação e já existe inclusive uma certa repercussão nacional sobre a imbecilidade cometida pelos marmanjos abastados. Lá podemos ler também, que o "bobinho" Dé Neumann vive apenas há 3 anos e meio em Santarém. É flagrantemente um "outsider" na região que provavelmente imagina que veio aculturar-nos e livrar-nos de nossas tangas e cocares.
Ainda sobre o assunto, aproveito e copio um comentário feito no blog do Jeso por um leitor bastante lúcido sobre a questão.
Antes de partir para a xenofobia pura e simples, é preciso que se encontre respostas para essas questões: quem é esse Dé Neumann, o que ele veio fazer em Santarém? O que fazem os pais deles? Por que ele faz esses ataques homicidas contra o Greenpeace? Não sei, mas acho que as respostas se concentrarão num só ítem: o Dé deve ser de família de sojeiros, que destruíram o cerrado matogrossense e agora chegaram com seu ímpeto destruidor no Tapajós.
Com certeza não são empresários corretos, mas grileiros que pretendem esgotar e contaminar o solo da região e depois partir para outras fronteiras, como estão fazendo desde o sul do país. Aí não se trata de identificá-los como matogrossenses, ou paranaenses, gaúchos ou qualquer outra naturalidade, mas sim como predadores sem pátria e sem escrúpulos. Apelar para a xenofobia é agir como esses estúpidos estão agindo, não leva a nada.
Importante neste debate é estar atento às intenções de sojeiros e Greenpeace, nem sempre as mais cidadãs no contexto da problemática amazônica. Mas quando se começa a ouvir o rufar de tambores, é hora de agir com rigor para reprimir atitudes incorretas e trazer à sociedade a questão com toda a sua amplitude. Os limites da lei existem justamente para isso: desarmar os "bobinhos" com pinta de colonizadores e os "mortos de verdes" e botá-los na ótica do cidadão amazônico, geralmente o último a ser informado e consultado sobre seu ambiente. E o que é pior, às vezes realmente desinteressado sobre seu entorno.
Veja e acompanhe você mesmo a questão.
Ainda sobre o assunto, aproveito e copio um comentário feito no blog do Jeso por um leitor bastante lúcido sobre a questão.
Antes de partir para a xenofobia pura e simples, é preciso que se encontre respostas para essas questões: quem é esse Dé Neumann, o que ele veio fazer em Santarém? O que fazem os pais deles? Por que ele faz esses ataques homicidas contra o Greenpeace? Não sei, mas acho que as respostas se concentrarão num só ítem: o Dé deve ser de família de sojeiros, que destruíram o cerrado matogrossense e agora chegaram com seu ímpeto destruidor no Tapajós.
Com certeza não são empresários corretos, mas grileiros que pretendem esgotar e contaminar o solo da região e depois partir para outras fronteiras, como estão fazendo desde o sul do país. Aí não se trata de identificá-los como matogrossenses, ou paranaenses, gaúchos ou qualquer outra naturalidade, mas sim como predadores sem pátria e sem escrúpulos. Apelar para a xenofobia é agir como esses estúpidos estão agindo, não leva a nada.
Importante neste debate é estar atento às intenções de sojeiros e Greenpeace, nem sempre as mais cidadãs no contexto da problemática amazônica. Mas quando se começa a ouvir o rufar de tambores, é hora de agir com rigor para reprimir atitudes incorretas e trazer à sociedade a questão com toda a sua amplitude. Os limites da lei existem justamente para isso: desarmar os "bobinhos" com pinta de colonizadores e os "mortos de verdes" e botá-los na ótica do cidadão amazônico, geralmente o último a ser informado e consultado sobre seu ambiente. E o que é pior, às vezes realmente desinteressado sobre seu entorno.
Veja e acompanhe você mesmo a questão.
Velhas posturas
O caso do "orkuteiro" que publicou ameaças contra os padres Edilberto Sena e José Boeing em nome dos sojeiros, ilustra tipicamente o comportamento de alguns "filhinhos de papai" mal orientados, que vivem no interior do Pará, que acham que tudo podem fazer ao arrepio da lei (geralmente inexistente ou impotente). Abastados em terras de muita pobreza, andam pelas paragens em cabines duplas de último tipo, tem posturas arrogantes junto à população pobre e as costas quentes sob a proteção do paizão poderoso ou bem relacionado. E nestes lugares, a polícia nada faz em defesa da população, que fica de fato à mercê dos desatinados, muitas vezes emberbes, sem os calos nas mãos da esmagadora maioria dos habitantes.
A diferença em questão, é que o típico comportamento do rico interiorano, saiu dos limites do real, semi-clandestino, para o virtual hiperexposto. Em ambos os cenários, todo mundo sabe o que acontece e ninguém tem coragem de tomar nenhuma providência a despeito do pleno amparo da lei.
E o R70 que em outras notas já assumiu escandalosamentea a defesa dos sojeiros, agora publica o resultado de sua atitude irresponsável.
ORKUT
Ameaça
O Ministério Público Federal apura as ameaças de morte feitas através da rede de relacionamento virtual Orkut, na comunidade 'Fora Greenpeace...', contra os padres Edilberto Sena, prêmio deste ano de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Pará, e José Boeing, presidente da comissão de Direitos Humanos em Santarém.
Criador
Os dois estiveram ontem à tarde com o procurador Renato Resende, que lhes comunicou já ter acionado a Polícia Federal para investigar e responsabilizar criminalmente o criador da comunidade, Dé Neumann, e Derick Figueira, o autor das ameaças. Concomitante à ação criminal, os padres prometem entrar com uma ação civil contra os acusados, por danos morais.
Para acompanhar e se indignar com o cometimento dos "bobinhos" visite o blog do Jeso e acompanhe o caso. Interessante é que após a denúncia ter sido feita e o MP avisar que iria iniciar investigação, o "bobinho" Derick Figueira, comentarista da comunidade "Fora Greenpeace", apagou a ameaça de morte e também seu perfil no orkut. De nada adianta pois o Jeso copiou os arquivos que estão disponíveis para leitura aqui. Esta é a prova que o "bobinho" vai ter que encarar. E ainda por cima é covarde. Típico comportamento de direita raivosa.
É preciso que o poder público reprima com absoluto rigor o comportamento de exaltados e a lei impere ao invés de esperar o pior acontecer.
Sinto cheiro de algo bem pior do que uma mera disputa paroquial.
Sinto cheiro de nazistas. Ou "skinheads" pseudo-amazônicos. Ou seja lá que rótulo nojento lhes caiba melhor.
A diferença em questão, é que o típico comportamento do rico interiorano, saiu dos limites do real, semi-clandestino, para o virtual hiperexposto. Em ambos os cenários, todo mundo sabe o que acontece e ninguém tem coragem de tomar nenhuma providência a despeito do pleno amparo da lei.
E o R70 que em outras notas já assumiu escandalosamentea a defesa dos sojeiros, agora publica o resultado de sua atitude irresponsável.
ORKUT
Ameaça
O Ministério Público Federal apura as ameaças de morte feitas através da rede de relacionamento virtual Orkut, na comunidade 'Fora Greenpeace...', contra os padres Edilberto Sena, prêmio deste ano de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Pará, e José Boeing, presidente da comissão de Direitos Humanos em Santarém.
Criador
Os dois estiveram ontem à tarde com o procurador Renato Resende, que lhes comunicou já ter acionado a Polícia Federal para investigar e responsabilizar criminalmente o criador da comunidade, Dé Neumann, e Derick Figueira, o autor das ameaças. Concomitante à ação criminal, os padres prometem entrar com uma ação civil contra os acusados, por danos morais.
Para acompanhar e se indignar com o cometimento dos "bobinhos" visite o blog do Jeso e acompanhe o caso. Interessante é que após a denúncia ter sido feita e o MP avisar que iria iniciar investigação, o "bobinho" Derick Figueira, comentarista da comunidade "Fora Greenpeace", apagou a ameaça de morte e também seu perfil no orkut. De nada adianta pois o Jeso copiou os arquivos que estão disponíveis para leitura aqui. Esta é a prova que o "bobinho" vai ter que encarar. E ainda por cima é covarde. Típico comportamento de direita raivosa.
É preciso que o poder público reprima com absoluto rigor o comportamento de exaltados e a lei impere ao invés de esperar o pior acontecer.
Sinto cheiro de algo bem pior do que uma mera disputa paroquial.
Sinto cheiro de nazistas. Ou "skinheads" pseudo-amazônicos. Ou seja lá que rótulo nojento lhes caiba melhor.
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