quinta-feira, 30 de setembro de 2010
Não Terminou o Golpe no Equador
Golpe Militar no Equador: Presidente Ferido
Show do Vampire Weekend
Minha semana está tão corrida que ainda não tinha tido tempo de blogar sobre o show do Vampire Weekend que assisti no domingo. "Assisti" não é bem o termo; "participei" seria mais adequado, já que é impossível ficar parado no show deles.
"Vampire Weekend" é uma banda alt-rock/punk/world de New York com um som incomparável. Eles declaram que o Paul Simon e Peter Gabriel são grandes influencias, mas não pára por aí. São instrumentistas de primeira, com um som inigualável, misturando ritmos que vão do punk ao reggae e à música africana.
Este clip acima (feito no meu iPhone) é de "Cousins", que chega até a parecer frevo em alguns momentos. Estou postando abaixo o video oficial da mesma música, porque vale à pena vê-lo também na sua versão original.
O show foi no Hollywood Bowl, aberto pelo "Beach House", numa gloriosa tarde-noite de verão brabo aqui em Los Angeles. A banda declarou durante o show que esta foi a maior plateia para a qual eles já tocaram, e a plateia delirou ao saber.
A imagem da elite e seu desespero
Imagem: Moacyr Lopes Junior/Folhapress - Folha Online |
Meu voto
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
Primo Rico e Primo Pobre: Salvando as Aparências
- Primo, da amanhã em diante temos de iniciar o ajuste dos questionários sobre a empresa, alinhando-os com o momento em que todos estejam chegando na boca da caixa. Estou te avisando desde sempre... não fica com essa cara de bebe chorão. Eu não entro em frias.
- É... Primo, não deu certo aquela minha idéia de um em um a Chimbica, minha galinha, encher o papo e multiplicar pintinhos.
O mais soberdo dos homens sentado naquela sala ensaia uma careta de desprezo e logo, dirigindo-se ao mordomo que assiste a conversa, ordena com os olhos na tela impressionista:
- Geooorge! Mande preparar meu Cessna Citation X e avise a criadagem de Paris que chegarei na Avenida Foch na manhã da próxima segunda-feira. Avise também aos agenciadores de conferências com sumidades aposentadas que lá ficarei pelo menos um ano, descansando do Brasil e dessa gente aborrecida que empana meu brilho e legado.
- Senhor, e o seu primo Zé aqui?
- O que? Ah, dê pra ele um vale transporte, um sorvete que enterre nesse testão engordurado que mais parece a pista de Congonhas em dia de chuva. O Zé nunca foi o cara, e foi por isso que o enxerido só me trouxe prejuízo com essas idéias de Maquiavel da Freguesia do Ó!
Cai o pano.
Evangélicos e Dilma: Conversando Nos Entendemos
A Convenção Nacional das Assembléias de Deus no Brasil - Ministério de Madureira, que representa 50% das igrejas evangélicas do Brasil, publicou há poucos instantes carta aberta à nação brasileira, em que afirma apoio ‘total e irreversível’ a Dilma e repudia as calúnias certamente orientadas de forma irresponsável pelos adversários da candidatura petista. A carta do Bispo Doutor Manoel Ferreira, da federação religiosa acima citada, classifica de "cruel e mentirosa" a boataria divulgada por emails, inclusive com a cooperação de algumas autoridades da Igreja Católica identificadas com setores conservadores da política brasileira.
O Fato Relevante
Nestas eleições um fato novo está acontecendo. Fato verdadeiramente relevante. Mas que não precisa ser publicado na grande imprensa.
Aliás, o fato relevante consiste exatamente nisto: o povo já não se guia pelos “fatos relevantes” publicados pela mídia. A grande imprensa perdeu o poder de criar a “opinião pública”.
A “opinião pública” não coincide mais com a “opinião publicada”.
O povo encontrou outros caminhos para chegar às suas próprias opiniões, e traduzi-las em suas opções eleitorais.
Já houve eleições que mudaram de rumo por causa do impacto produzido pela divulgação de “fatos relevantes”, tidos assim porque assim divulgados pela grande imprensa.
Agora, a grande imprensa fica falando sozinha, enquanto o povo vai tomando suas decisões.
Bem que ela insiste em lançar fatos novos, na evidente tentativa de influenciar os eleitores, e mudar o rumo das eleições. Mas não encontram mais eco. São como foguetes pífios, que explodem sem produzir ruído.
A reiterada publicação de fatos, que ainda continua, já não encontra sua justificativa nas reações suscitadas, que inexistem. Assim, as publicações necessitam se apoiar mutuamente, uma confirmando o que divulga a outra, mostrando-se interdependentes mais que duas irmãs siamesas, tal a impressão que deixam, por exemplo, determinado jornal e determinada revista.
Esta autonomia frente à grande imprensa, se traduz também em liberdade diante das recomendações de ordem autoritária. Elas também já não influenciam. Ao contrário, parecem produzir efeito contrário. Quando mais o bispo insiste, mais o povo vota contra a opinião do bispo.
Este também é um “fato relevante”, às avessas. Não pela intervenção da Igreja no processo eleitoral. Mas pela constatação de que o povo dispensa suas recomendações, e faz questão de usar sua liberdade.
Este “fato relevante” antecede o próprio resultado eleitoral, e pode se tornar ponto de partida para um processo político muito promissor. O povo brasileiro mostra que já aprendeu a formar sua opinião a partir de “fatos concretos”, que ele experimenta no dia a dia, dos quais ele próprio é sujeito. Já passou o tempo das falácias divulgadas pela imprensa, onde o povo era reduzido a mero expectador.
Em tempos de eleições, como agora, fica mais fácil o povo identificar em determinadas candidaturas a concretização da nova situação que passou a viver nos últimos anos. Mas para consolidar esta mudança, e atingir um patamar de maior responsabilidade política, certamente será necessário trabalhar estes espaços novos de autonomia e de participação, que o povo começou a experimentar.
Temos aí o ponto de partida para engatar bem a proposta de uma urgente reforma política, e também de outras reformas estruturais, indispensáveis para superar os gargalos que impedem a implementação de um processo democrático amplo e eficaz.
O fato novo, a boa notícia, não consiste só em saber quem estará na Presidência da República, nos Governos Estaduais, e nos parlamentos nacionais e estaduais. A boa notícia é que o povo se mostra disposto a tomar posição e assumir o seu destino de maneira soberana e responsável.
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Um olhar europeu
A Política em Três Pontos
Pesquisa Ibope (29/09/2010). Fonte: UOL
1. Rubnei Quícoli negou na PF que o dinheiro obtido no achaque a empresários seria para as campanhas do PT e de Dilma Roussef. Na saída, indagado novamente pelos repórteres sobre o assunto respondeu:
Nunca posicionei uma informação dessa. A única informação que eu coloquei foi que o Marco Antonio me pediu esse valor para poder acertar alguma coisa entre eles lá. Eu nunca disse que esse dinheiro era para PT, para a campanha da Dilma. Isso daí nunca foi relacionado. Essas perguntas muitas vezes relacionadas para favorecer uma parte ou outra não tem cabimento.
Ainda assim, dois dias depois, gravou para o programa político de José Serra afirmando o contrário do que disse na PF e aos repórteres.
2. Luxo só. Não há dúvida que a Rede Globo se tornou em puxadinho eletrônico da campanha do tucano José Serra. E o faz com grande dedicação. Por exemplo: até agora não deu nada da pesquisa Ibope que confirma a tendência de vitória de Dilma Roussef no primeiro turno das eleições presidenciais. Ontem, ao contrário, a família Marinho tanto alardeava desde cedo a Datafolha como a redentora, quanto de cambulhada anunciava uma onda verde que firmou-se na prática como a famosa Batalha de Itararé, aquela que nunca houve.
3. Deveria ser regulada por lei a participação de grandes corporações de comunicação nas eleições, pois o que temos assistido no Brasil não passa de forma disfarçada de abuso do poder econômico não necessariamente pelo viés do financiamento direto, mas indiretamente pelos bens (tecnologia e produtos de comunicação) que disponibilizam para aqueles candidatos que estejam apoiando.
Atualizando: Nesse momento, 11:05 da manhã, a Rede Globo anuncia a pesquisa Ibope com uma serenidade que destoa do frenesi de ontem. A jornalista Cristina Lobo chegou a afirmar: há total estabilidade no quadro eleitoral. E contrastou o resultado Ibope com aquele apresentado ontem pelo Datafolha. Nada como um dia atrás do outro.
Eles e seus carros maravilhosos
Aston Martin DB9 |
Imagem: Blog MacMagazine |
Marina Vai à Feira
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Fazendo onda no Twitter e na cidade
Conversa Afiada: A Globo NÃO É Você
Este Conversa Afiada já apresentou um “Manual do Golpe, ou a testemunha bomba do Ali Kamel”.
A primeira fase desta etapa final do Golpe, em sua 995ª. versão, é a manipulação do Globope e do Datafalha.
Saiu hoje, na primeira página, o Datafalha que o jornal nacional utilizará para tentar levar a eleição para o segundo turno.
O Datafalha, já se sabe, está fora da curva das pesquisas.
O Datafalha tem problemas de amostra.
O Datafalha entrevista mais eleitores do Serra do que da Dilma.
Entrevista por telefone.
E há duvidas sobre se entrevista os eleitores ou se os submete a uma sessão de tortura.
O Datafalha anabolizou o Serra até onde pode, ajudou a destruir a candidatura presidencial do Aécio, e, só depois, sob a pressão da Vox e da Sensus, entrou “na linha”.
O Datafalha volta hoje a sair da “da linha”.
Ele não tem nada a ver com o que diz, todo dia, o tracking da Vox.
(Ou seja, Dilma tem 49 contra 37, soma do jenio com Bláblárina…)
Mas, isso não tem importância.
O Datafalha não é para medir a intenção do eleitor.
O Datafalha é para municiar o jornal nacional do Ali Kamel.
E para dar o Golpe.
Como dizia o Caetano, antes de trabalhar para a Globo: assisto ao jornal nacional não para saber o que aconteceu, mas para saber o que o jornal nacional quer que eu pense que aconteceu.
Agora, é tudo ou nada !
Levar a eleição para o segundo turno e, lá, como Lázaro, o jenio ressuscitar.
O interessante na “pesquisa” do Datafalha é que o jenio, “a elite da elite”, transformou-se num ser inanimado.
Clique aqui para ler “E diziam que ele ia virar nos debates”.
O Datafalha registra a fantástica experiência de uma “onda verde”, sob a liderança de uma candidata que não consegue articular três idéias além do óbvio, a Bláblárina Silva.
Um Tiririca de rico.
Será, como diz o amigo navegante, a “candidata laranja”: se levar a eleição para o segundo turno, quem disputa é outro.
O Datafalha registra hoje um fenômeno inaudito, se comparado com o que acabou de dizer o Marcos Coimbra, da Vox, para quem a “Dilma vence de Norte a Sul, de Leste a Oeste”:
Hoje, Dilma lidera em todas as regiões do país, jogando por terra as análises que imaginavam que as eleições consagrariam um fosso entre o Brasil “moderno” e o “atrasado”. Era o que supunham aqueles que leram, sem maior profundidade, as pesquisas, e acreditavam que Serra sairia vitorioso no Sul e no Sudeste, ficando com Dilma o voto do Nordeste, do Norte e do Centro-Oeste. Não é isso que estamos vendo.
Ela deve vencer em todos os estados, em alguns com três vezes mais votos que a soma dos adversários. Vence na cidade de São Paulo, na sua região metropolitana e no interior do estado. Lidera o voto das capitais, das cidades médias e das pequenas. É a preferida dos eleitores que
As pesquisas dão a Dilma vantagem em todos os segmentos socioeconômicos relevantes. É a preferida de mulheres e homens (sepultando bobagens como as que ouvimos sobre as dificuldades que teria para conquistar o voto feminino), de jovens e velhos, de negros e brancos. Está na frente entre católicos, evangélicos, espíritas e praticantes de religiões afro-brasileiras.
Vence entre pobres, na classe média e entre os ricos (embora fique atrás de Serra entre os muito ricos). Lidera entre beneficiários do Bolsa Família e entre quem não recebe qualquer benefício do governo. Analfabetos e pessoas que estudaram, do primário à universidade, votam majoritariamente nela.
Mais uma ligação com o Face Time
Blackberry Playbook: mais um "killer"?
- Processador dual core Cortex A4 de 1 GHZ com 1 gbyte de RAM;
- Sistema operacional desenvolvido pela RIM Blackberry Tablet OS;
- Compatibilidade com Flash e HTML 5;
- Porta Mini-USB e Mini-HDMI. Esta última, possibilita apresentações em datashows de alta definição (1080 p);
- 2 câmeras HD sendo que uma frontal (3 mpyxels) e outra traseira (5 mpyxels);
- Vídeo em HD 1080 p: H.264, MPEG 4 e WMV;
- Conectividade WiFi 802.11 a/b/g/n.
Dominicanas
Carta ao Povo Brasileiro
Em uma democracia, todo poder emana do povo, que o exerce diretamente ou pela mediação de seus representantes eleitos por um processo eleitoral justo e representativo. Em uma democracia, a manifestação do pensamento é livre.
Em uma democracia as decisões populares são preservadas por instituições republicanas e isentas como o Judiciário, o Ministério Público, a imprensa livre, os movimentos populares, as organizações da sociedade civil, os sindicatos, dentre outras.
Estes valores democráticos, consagrados na Constituição da República de 1988, foram preservados e consolidados pelo atual governo. Governo que jamais transigiu com o autoritarismo. Governo que não se deixou seduzir pela popularidade a ponto de macular as instituições democráticas. Governo cujo Presidente deixa seu cargo com 80% de aprovação popular sem tentar alterar casuisticamente a Constituição para buscar um novo mandato. Governo que sempre escolheu para Chefe do Ministério Público Federal o primeiro de uma lista tríplice elaborada pela categoria e não alguém de seu convívio ou conveniência. Governo que estruturou a polícia federal, a Defensoria Pública, que apoiou a criação do Conselho Nacional de Justiça e a ampliação da democratização das instituições judiciais.
Nos últimos anos, com vigor, a liberdade de manifestação de idéias fluiu no País. Não houve um ato sequer do governo que limitasse a expressão do pensamento em sua plenitude.
Não se pode cunhar de autoritário um governo por fazer criticas a setores da imprensa ou a seus adversários, já que a própria crítica é direito de qualquer cidadão, inclusive do Presidente da República.
Estamos às vésperas das eleições para Presidente da República, dentre outros cargos. Eleições que concretizam os preceitos da democracia, sendo salutar que o processo eleitoral conte com a participação de todos.
Mas é lamentável que se queira negar ao Presidente da República o direito de, como cidadão, opinar, apoiar, manifestar-se sobre as próximas eleições. O direito de expressão é sagrado para todos – imprensa, oposição, e qualquer cidadão. O Presidente da República, como qualquer cidadão, possui o direito de participar do processo político-eleitoral e, igualmente como qualquer cidadão, encontra-se submetido à jurisdição eleitoral. Não se vêem atentados à Constituição, tampouco às instituições, que exercem com liberdade a plenitude de suas atribuições.
Como disse Goffredo em sua célebre Carta: “Ao povo é que compete tomar a decisão política fundamental, que irá determinar os lineamentos da paisagem jurídica que se deseja viver”. Deixemos, pois, o povo tomar a decisão dentro de um processo eleitoral legítimo, dentro de um civilizado embate de ideias, sem desqualificações açodadas e superficiais, e com a participação de todos os brasileiros.
ADRIANO PILATTI – Professor da PUC-Rio
AIRTON SEELAENDER – Professor da UFSC
ALESSANDRO OCTAVIANI – Professor da USP
ALEXANDRE DA MAIA – Professor da UFPE
ALYSSON LEANDRO MASCARO – Professor da USP
ARTUR STAMFORD – Professor da UFPE
CELSO ANTONIO BANDEIRA DE MELLO – Professor Emérito da PUC-SP
CEZAR BRITTO – Advogado e ex-Presidente do Conselho Federal da OAB
CELSO SANCHEZ VILARDI – Advogado
CLÁUDIO PEREIRA DE SOUZA NETO – Advogado, Conselheiro Federal da OAB e Professor da UFF
DALMO DE ABREU DALLARI – Professor Emérito da USP
DAVI DE PAIVA COSTA TANGERINO – Professor da UFRJ
DIOGO R. COUTINHO – Professor da USP
ENZO BELLO – Professor da UFF
FÁBIO LEITE – Professor da PUC-Rio
FELIPE SANTA CRUZ – Advogado e Presidente da CAARJ
FERNANDO FACURY SCAFF – Professor da UFPA e da USP
FLÁVIO CROCCE CAETANO – Professor da PUC-SP
FRANCISCO GUIMARAENS – Professor da PUC-Rio
GILBERTO BERCOVICI – Professor Titular da USP
GISELE CITTADINO – Professora da PUC-Rio
GUSTAVO FERREIRA SANTOS – Professor da UFPE e da Universidade Católica de Pernambuco
GUSTAVO JUST – Professor da UFPE
HENRIQUE MAUES – Advogado e ex-Presidente do IAB
HOMERO JUNGER MAFRA – Advogado e Presidente da OAB-ES
IGOR TAMASAUSKAS – Advogado
JARBAS VASCONCELOS – Advogado e Presidente da OAB-PA
JAYME BENVENUTO – Professor e Diretor do Centro de Ciências Jurídicas da
Universidade Católica de Pernambuco
JOÃO MAURÍCIO ADEODATO – Professor Titular da UFPE
JOÃO PAULO ALLAIN TEIXEIRA – Professor da UFPE e da Universidade Católica de Pernambuco
JOSÉ DIOGO BASTOS NETO – Advogado e ex-Presidente da Associação dos Advogados de São Paulo
JOSÉ FRANCISCO SIQUEIRA NETO – Professor Titular do Mackenzie
LENIO LUIZ STRECK – Professor Titular da UNISINOS
LUCIANA GRASSANO – Professora e Diretora da Faculdade de Direito da UFPE
LUÍS FERNANDO MASSONETTO – Professor da USP
LUÍS GUILHERME VIEIRA – Advogado
LUIZ ARMANDO BADIN – Advogado, Doutor pela USP e ex-Secretário de Assuntos
Legislativos do Ministério da Justiça
LUIZ EDSON FACHIN – Professor Titular da UFPR
MARCELLO OLIVEIRA – Professor da PUC-Rio
MARCELO CATTONI – Professor da UFMG
MARCELO LABANCA – Professor da Universidade Católica de Pernambuco
MÁRCIA NINA BERNARDES – Professora da PUC-Rio
MARCIO THOMAZ BASTOS – Advogado
MARCIO VASCONCELLOS DINIZ – Professor e Vice-Diretor da Faculdade de Direito da UFC
MARCOS CHIAPARINI – Advogado
MARIO DE ANDRADE MACIEIRA – Advogado e Presidente da OAB-MA
MÁRIO G. SCHAPIRO – Mestre e Doutor pela USP e Professor Universitário
MARTONIO MONT’ALVERNE BARRETO LIMA – Procurador-Geral do Município de Fortaleza e Professor da UNIFOR
MILTON JORDÃO – Advogado e Conselheiro do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária
NEWTON DE MENEZES ALBUQUERQUE – Professor da UFC e da UNIFOR
PAULO DE MENEZES ALBUQUERQUE – Professor da UFC e da UNIFOR
PIERPAOLO CRUZ BOTTINI – Professor da USP
RAYMUNDO JULIANO FEITOSA – Professor da UFPE
REGINA COELI SOARES – Professora da PUC-Rio
RICARDO MARCELO FONSECA – Professor e Diretor da Faculdade de Direito da UFPR
RICARDO PEREIRA LIRA – Professor Emérito da UERJ
ROBERTO CALDAS – Advogado
ROGÉRIO FAVRETO – ex-Secretário da Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça
RONALDO CRAMER – Professor da PUC-Rio
SERGIO RENAULT – Advogado e ex-Secretário da Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça
SÉRGIO SALOMÃO SHECAIRA – Professor Titular da USP
THULA RAFAELLA PIRES – Professora da PUC-Rio
WADIH NEMER DAMOUS FILHO – Advogado e Presidente da OAB-RJ
WALBER MOURA AGRA – Professor da Universidade Católica de Pernambuco
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Da Globo Não se Aceitam Conselhos
OPINIÃO: Os Que "Defendem a Democracia"
Por trás dessa "defesa", há uma mutação;
com esses defensores, a democracia não precisa de inimigos.
A RETA FINAL desta campanha presidencial talvez seja lembrada como o início de um certo realinhamento da política brasileira. Durante o governo Lula, vimos várias críticas às práticas políticas do consórcio governista. De fato, um dos pontos fracos do governo foi a ausência de vontade política capaz de ultrapassar os vícios institucionais da democracia brasileira, suas negociações obscuras, impronunciáveis, assim como de inaugurar um ciclo de aprofundamento das práticas de participação popular na gestão do Estado.
No entanto, não foram problemas dessa natureza que levaram a oposição a terminar a campanha presidencial vociferando acusações como "fascismo", "igual a Mussolini", "chavismo", "autoritarismo" e "destruidor da liberdade de expressão e da democracia". Uma subida de tom que, provavelmente, não desaparecerá nos próximos anos. Por trás dessa "defesa" da democracia e da liberdade, há uma estranha mutação do sentido das palavras. Isto a ponto de podermos dizer que, com defensores desta natureza, a democracia brasileira não precisa de inimigos.
Por exemplo, eles gostam de dizer que a democracia exige instituições fortes e estáveis, mas normalmente temem qualquer um que lembre que, acima de tudo, a democracia exige poder instituinte soberano e sempre presente.
A democracia nunca temeu modificar e reconstruir instituições que funcionam mal. Poderia arrolar aqui a história da estrutura institucional de países como a França, para ficar em apenas um exemplo.
O fato realmente mortal para a democracia é quando alguns conseguem impor a opinião de que o aumento da visibilidade do poder instituinte, da força da participação popular, é um risco à "normalidade institucional". Tentar desqualificar a discussão sobre a participação popular como "chavismo" é tão tosco quanto dizer que a democracia parlamentar não passa da figura política da gestão do capital.
Por outro lado, acusar o governo de atentar contra a liberdade quando afirma que certos órgãos de imprensa agem como partidos políticos é, isso sim, querer ignorar a natureza do embate democrático.
É absolutamente normal que certos setores da imprensa sejam claramente definidos do ponto de vista ideológico e que tomem posição a partir disso. Da mesma forma, é normal que setores da classe política procurem criticar tais pontos de vista. O governo Barack Obama afirmou, com todas as letras, que a Foxnews agia como um partido político e, nem por isso, foi comparado a Mussolini. Não há por que ver algo diferente no caso brasileiro.
Uma certa serenidade a respeito das relações entre mídia e democracia é mais do que necessária atualmente. Contrariamente ao que querem alguns, a imprensa não é responsável por todos os males do país, nem os casos de corrupção foram invenções das Redações. No entanto, discussões sobre avaliação de concessões públicas de meios de comunicação, oligopolização e concentração do mercado de informações, criação de órgãos e conselhos públicos de fiscalização não escondem, necessariamente, a sanha de destruir a liberdade de expressão.
Mentiras e Manipulações no Clube Militar
Mário Augusto Jakobskind
Sobre Mário Augusto Jakobskind
É correspondente no Brasil do semanário uruguaio Brecha. Foi colaborador do Pasquim, repórter da Folha de São Paulo e editor internacional da Tribuna da Imprensa. Integra o Conselho Editorial do seminário Brasil de Fato. É autor, entre outros livros, de América que não está na mídia, Dossiê Tim Lopes - Fantástico/IBOP.
Deslumbre-se
Câmera lenta, água, ângulos especiais... Tudo para compor um cenário sofisticado e belo para vender um produto que, convenhamos, só precisa do nome para se tornar objeto de desejo:
Multimedia em HD na TV de sua sala de estar
Enquanto isso, para maiores informações, consulte as especificações técnicas do produto.
domingo, 26 de setembro de 2010
O Esquerdismo do Vovô
O Resgate do Acervo Audio-Visual da TV Tupi
Nas Entrelinhas do Editorial, a História do Estadão
Em face dos preceitos das Constituições do Mundo Ocidental, de plena proteção ao direito de propriedade,
o conteúdo das colunas de um jornal é espaço tão submetido ao domínio privado quanto a terra”.
Osny Duarte Pereira, jurista.
No Brasil nunca houve liberdade de imprensa. O que existe e sempre existiu é a opinião do dono do jornal.
(…) Então eu resolvi ser rico, para poder ter opinião como jornalista.
No jornalismo como vocês sabem, só se faz fortuna sendo picareta ou então alugando a opinião.
David Nasser, jornalista.
O homem enfrenta a melancolia discordantemente;
deslealmente um sobre o outro.
Thomas Carlyle, historiador.
Se a um conferencista fosse pedido que avaliasse na imprensa brasileira qual jornal esteve sempre envolvido em conspirações políticas e, por circunstância, levado a defesa da democracia, não erraria quem dissesse que seria citado o jornal Estado de São Paulo. Publicação centenária em circulação no Brasil, o diário da família Mesquita tem marcado presença como o jornal que sustentou sem grandes flexões um ideário conservador ao longo de sua longa trajetória, descontado o interregno em que esteve circunstâncialmente na trincheira da oposição à Ditadura de 1964.
É notória a longevidade de sua relação hostil à Getúlio Vargas no que tinha referência aos interesses paulistas na política nacional, ainda que pelo viés conservador apoiasse explícitamente a política varguista de endurecer e reprimir com violência os movimentos de esquerda desde antes da instalação do Estado Novo, quando seu diretor-presidente amargou um exílio em dolce far niente na Europa e depois em uma fazenda no interior paulista.
Visceralmente anti-getulista e organicamente averso a movimentos populares o Estado de São Paulo, após a redemocratização (1945) veio a se alinhar com a União Democrática Nacional (UDN), ocasião em que exerceu aberta oposição a qualquer ato do governo Juscelino Kubitscheck, preferindo investir no apoio a candidatura de Jânio Quadros para que chegasse a cadeira presidencial. Entretanto, quando a elite industrial-cafeeira percebeu que Jânio exerceria o poder ao próprio modo, demonstrando desenvoltura e independência do receituário politico que recebera da UDN, o Estado de São Paulo passou a demonizá-lo, passando a desconstruir a imagem pública do presidente, enquanto em consonância promovia o ultra-direitista Carlos Lacerda como liderança nacional e virtual candidato a Presidência da República, logo surgisse uma primeira oportunidade.
Em 1962 encontramos Júlio de Mesquita Filho como um dos mais proeminentes membros do Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais – IPES, organização que entre outras atribuições formulava toda a estratégia para a disseminação da informação que pavimentaria o apoio ao golpe militar que explodiria dois anos depois com a destituição do Presidente João Goulart. Nessa ocasião, segundo Moraes Ferreira, o diretor-presidente do Estado de São Paulo (1927-1969) “participou ativamente da conspiração articulada de início nos meios militares visando a derrubada do regime, tendo redigido um documento sobre os princípios do movimento, que mais tarde se tornou conhecido com o título Roteiro da Revolução”.
Por mais incrível que nos pareça, a oposição à ditadura militar surge de um desentendimento quase pueril, não fosse o assunto grave e afeito a responsabilidade de pessoas adultas. Com incrível ingenuidade, Júlio de Mesquita Filho após a deposição do presidente “descobre” que as lideranças militares golpistas não pretendiam uma intervenção efêmera no Estado, mas sim extendê-la e aprofundá-la na amplitude do tecido sócio-cultural brasileiro, incluída a reformulação de nosso ordenamento jurídico.
A partir desse “amargo despertar”, o Estadão passa então a hostilizar o governo do marechal Castelo Branco e em seguida, como tresloucado, passa a fomentar a candidatura do fraco general Costa e Silva, que uma vez eleito não resistiria às pressões cada vez mais crescentes da chamada linha dura do futuro presidente Médici, que assumiria a presidencia no lugar daquele, que por breve seria vitimado no curto exercício do cargo por um acidente vascular cerebral devastador. Portanto foi por força de uma inusitada contrariedade e de um maniqueísmo de roça que o Estadão caiu em desgraça e viu ir por terra seus objetivos politicos. Uma vez malvisto pelos militares, o resultado foi uma censura surda e implacável, na qual incluía-se a presença diuturna de censores dentro da redação do jornal.
Depois do falecimento do patriarca em 1969, o successor Julio de Mesquita Neto manteve o Estadão alinhado com as forças da redemocratização do país de forma impecável, fazendo contribuições históricas na luta pela livre opinião e contra as ditaduras do cone sul tanto em importantes fóruns no exterior, quanto por se envolver pessoalmente na libertação de presos politicos. Esse é o período de ouro no qual muitos jornalistas fizeram fama no enfrentamento com o governo militar.
Nos últimos anos, usufruindo do liberalismo de Mesquita Neto, falecido em 1996, seus sucessores deram ao jornal um perfil mais assemelhado aos anos que antecederam a ditadura militar, ora malhando no cravo, ora na ferradura, mas sempre animados com o neoliberalismo inaugurado por Collor – a quem apoiaram e depois desapoiaram na medida em que o alagoano estabeleceu as linhas que o levaram ao rumoroso impeachment. Tal qual fizeram quando cansaram das maluquices de Jânio Quadros.
O roteiro da animosidade ao governo Lula não foi diferente. Além de inconformados com a redução do aporte financeiro derivado da decisão federal de adotar regras de comunicação mais equânimes, o azedume veio em definitivo quando José Sarney obteve no STF um "cala a boca" que proíbe ao jornal publicar qualquer notícia que faça referência ao senador amapaense, o que justifica até hoje os donos do jornal publicarem diariamente que o orgão está sob censura.
Contudo a relação do jornal com o governo federal alcançou o ápice de deterioração quando viu contrariado seu objetivo de fazer retornar ao Palácio do Planalto não José Serra, que alguns de seus diretores ignoram, nem a ala principesca de FHC, favorita e insulada internamente no partido, mas o PSDB. Por outro lado, sintomaticamente, o recente editorial (26/09) do Estado de São Paulo surge de parelha com aquele publicado pela concorrente Folha de São Paulo, no mesmo dia, não de todo motivado pela vitória petista na corrida presidencial, mas especialmente devido as atuais pesquisas apontarem o fortalecimento da polarização entre Geraldo Alkmin (PSDB/SP) e Aloisio Mercadante (PT/SP), com o delineamento de provável segundo turno nas eleiçoes para o governo paulista.
Os Mesquitas e os Frias sabem que Dilma eleita para a Presidência da República, o poder de fogo da coligação vitoriosa se voltará para as eleições de segundo turno em São Paulo. Esse cenário em definitivo não é desfecho sequer razoável para o bloco conservador - tucano, que tem dado as cartas na política paulista desde a cadeira do Palácio Bandeirantes há 15 anos, ou há sete mandatos consecutivos. Esse fato, constitucionalmente tão legítimo quanto o PT e aliados disputarem a sucessão de Lula, não mereceu dos zelosos democratas Estadão e Folha de São Paulo uma linha que fosse em anúncio de classificados , para a denúncia de que a continuidade do governo do PSDB em São Paulo deve ser “um mal a evitar” - claro, porque nem burros, nem doidos os três são.
O Cacareco do século XXI
No passado, em protesto, o eleitor brasileiro pôde votar no Macaco Tião e no Rinoceronte Cacareco. Em tempos de cédulas eleitorais, o paquiderme chegou a ser eleito vereador de São Paulo.
Hoje, com a urna eletrônica, o protesto cinge-se aos votos brancos e nulos.
Mas eis que algum gênio sacou a parada e pôs à disposição do eleitor um novo Tião, ou um neo-Cacareco: o palhaço Tiririca.
Só que os tempos realmente são outros. Tiririca tem registro e corre o risco de se eleger deputado federal - e pior, um dos mais votados do Brasil, arrastando com ele mais quatro ou cinco ruins de voto.
Esse é o preço da democracia e, dir-se-ia, da modernidade.
Divagar em Salvador
Imagem: Scylla Lage Neto
Poucos lugares do mundo são tão propícios à prática da divagação quanto a capital baiana.
Em Salvador, até o pôr-do-sol parece se duplicar, no intuito de estimular a "preguiça do pensar", a degustação do "quase ócio".
Pesquisas recentes na área das neurociências mostram que divagar faz bem ao cérebro, estimula a origem de grandes idéias e dissipa o stress.
Por que não separamos minutos (ou horas) dos nossos dias para praticar este "esporte" cerebral?
Afinal de contas, flanar não deixa de ser algo como divagar com estilo...
Parte do futuro já está acontecendo agora
Mas saiba também que o Mover tem uma uma versão inteiramente gratuita (Mover Lite) disponível aqui. A diferença entre a versão paga e a gratuita, é que a versão Lite só admite conexão WiFi.
Bom proveito!
sábado, 25 de setembro de 2010
Nosso futuro tão distante?
Repórter Chapado
Este vídeo está fazendo o maior sucesso no Facebook. Um repórter espanhol em Valencia fica doidão enquanto faz uma matéria sobre a queima de uma plantação de maconha pela Polícia. Muito engraçado...
10 anos
Apontamentos sobre Belém
O som dos Balcãs
A temporada cultural da Europa começou animadíssima com a turnê de Goran Bregovic e a sua Wedding & Funeral Band. O compositor servo-croata se apresenta acompanhado de um set de metais ciganos, com pitadas de polifonia búlgara, cantoras tradicionais dos Balcãs e um coro masculino ortodoxo. O resultado é um show que dura duas horas da mais louca alegria que se possa imaginar. Fomos ver no Concertgebouw de Brugge. E agora Bregovic volta a ser a trilha sonoro desse começo de outono, assim como foi em 1995, com a trilha sonora de Underground (o filme de Emir Kusturica, que ganhou a Palma de Ouro em Cannes), e em 1994, com a trilha de La Reine Margot, de Patrice Chereau (outra Palma de Ouro).
Exposição Monet (1840-1926) Como Nunca Antes Vista.
2) Calcula-se que até o final da exposição terão passado por ela cerca de 700 mil visitantes, sendo que até a véspera da abertura na quarta-feira passada cerca de 90 mil pessoas já haviam reservado seus ingressos via internete.
A magnífica página eletrônica www.monet2010.com dá uma amostra da grandeza desse evento quando apresenta algumas obras de Monet em detalhes, com possibilidade interativa, além de vender ingressos. A exposição do Grand Palais também originou uma onda de "Monetmania"em toda a França, constituída por programas de televisão e publicação de livros, de artigos em jornais e revistas além da confecção dos mais variados tipos de souvenires.