domingo, 30 de janeiro de 2011

Permanente mutação

Os nossos leitores já identificaram que este blog é um mixer, no mínimo, interessante de opiniões e visão, particulares de vida.

Falta uma mulher, aqui, para contrabalançar uma postagem, que gostaria de fazer, sobre minha paixão por carros que operam acima de 10 mil rotações por minuto.

Uma mulher aqui, nesse blog, convalidaria minha tara por altíssima velocidade, inclusive de pensamento, uma vez que nunca, jamais, e sou treinado por outras encarnações para isso, interromper a troca da quinta ou sexta marcha. A sexta marcha, só é lícita se tiver um botão para acionar o nitro escondido. De modo que em exatos dois segundos, e se apista permitir, navegaremos a 340 km/hora.

Tudo isso para chegar, na frente de todo o mundo para praticar, o maior de todos os pecados.

P.S.: Este post é dedicado ao Lafa ao seu irmão postiço, ao seu pai que, agora sabemos, é encantador de curupiras e demais asseclas.

November 14th, 2010 Reef Road from Jason Hines on Vimeo.

Desabamento - breves reflexões jurídicas

Tragédias provocam óbvias e inevitáveis reações emocionais, muitas vezes furiosas e, por isso mesmo, existe o elevado risco de se perder o rumo dos fatos. Já sabia que isso aconteceria em relação ao desabamento do Edifício "Real Class", ontem, mas a prudência me recomendou ficar quieto, mesmo vendo que já haviam começado as hostilidades (leia a caixa de comentários).
Como, entretanto, o companheiro Val-André teceu considerações aqui no blog, julgo oportuno lançar um olhar diferente sobre a questão. Podem me chamar de advogado do diabo, se quiserem, e até admito que ajo por vício advocatício, mas quero deixar claro que não conheço nenhuma pessoa diretamente envolvida no sinistro, como empreendedor, engenheiro ou similar, vítima, investidor ou membro do CREA.
Esclareço, ainda, que não fiz nenhuma pesquisa para escrever esta postagem além da lei instituidora so sistema CONFEA/CREA, por isso aceito desde logo as críticas que me façam em relação a deslizes técnicos e mesmo factuais.

I.
Alguém neste mundo sabe dizer, de verdade, quantos andares e apartamentos o prédio tinha?!
II.
Na postagem, abaixo, nosso confrade Val-André, pelo que entendi, atribui o sinistro a circunstâncias determinadas por interesses meramente financeiros e pede, expressamente, cadeia para os donos da Real Engenharia (por terem deixado o prédio cair) e para o presidente do CREA/PA, engenheiro civil José Leitão de Almeida Viana, por ter dito que a finalidade daquela agremiação se limita a resguardar a responsabilidade profissional de seus associados.
É preciso ter calma. Alguns motivos:

1. Por muito que se especule, ainda não conhecemos as causas do desabamento. O engenheiro calculista Raimundo Lobato da Silva aventou que a causa possa ter sido uma falha geológica, com base nas imagens áereas do local do desabamento, mas deixou claro que somente a perícia pode confirmar ou não essa hipótese. Esse profissional tem grande interesse na resposta, já que é autor do cálculo estrutural do empreendimento, , sem sugerir que isso responsabilizaria A ou B. Ao menos em termos de direitos constitucionais, não se pode afirmar que este ou aquele capitalista ou profissional seja o culpado pelo ocorrido.

2. O âmbito de atuação do sistema CONFEA/CREA não depende da vontade de seus dirigentes, porque estabelecido em lei. Refiro-me à Lei n. 5.194, de 24.12.1966, que com alterações por leis posteriores ainda está em vigor. O diploma em apreço assim dispõe (são meus os destaques):

Art. 26. O Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, (CONFEA), é a instância superior da fiscalização do exercício profissional da engenharia, da arquitetura e da agronomia.


Art. 27. São atribuições do Conselho Federal:
a) organizar o seu regimento interno e estabelecer normas gerais para os regimentos dos Conselhos Regionais;
b) homologar os regimentos internos organizados pelos Conselhos Regionais;
c) examinar e decidir em última instância os assuntos relativos no exercício das profissões de engenharia, arquitetura e agronomia, podendo anular qualquer ato que não estiver de acordo com a presente lei;
d) tomar conhecimento e dirimir quaisquer dúvidas suscitadas nos Conselhos Regionais;
e) julgar em última instância os recursos sôbre registros, decisões e penalidades impostas pelos Conselhos Regionais;
f) baixar e fazer publicar as resoluções previstas para regulamentação e execução da presente lei, e, ouvidos os Conselhos Regionais, resolver os casos omissos;
g) relacionar os cargos e funções dos serviços estatais, paraestatais, autárquicos e de economia mista, para cujo exercício seja necessário o título de engenheiro, arquiteto ou engenheiro-agrônomo;
h) incorporar ao seu balancete de receita e despesa os dos Conselhos Regionais;
i) enviar aos Conselhos Regionais cópia do expediente encaminhado ao Tribunal de Contas, até 30 (trinta) dias após a remessa;
j) publicar anualmente a relação de títulos, cursos e escolas de ensino superior, assim como, periodicamente, relação de profissionais habilitados;
k) fixar, ouvido o respectivo Conselho Regional, as condições para que as entidades de classe da região tenham nêle direito a representação;
l) promover, pelo menos uma vez por ano, as reuniões de representantes dos Conselhos Federal e Regionais previstas no Ed. extra 53 desta lei;
m) examinar e aprovar a proporção das representações dos grupos profissionais nos Conselhos Regionais;
n) julgar, em grau de recurso, as infrações do Código de Ética Profissional do engenheiro, arquiteto e engenheiro-agrônomo, elaborado pelas entidades de classe;
o) aprovar ou não as propostas de criação de novos Conselhos Regionais;
p) fixar e alterar as anuidades, emolumentos e taxas a pagar pelos profissionais e pessoas jurídicas referidos no Ed. extra 63.
q) promover auditoria e outras diligências, inquéritos ou verificações sôbre o funcionamento dos Conselhos Regionais e adotar medidas para sua eficiência e regularidade;
q) autorizar o presidente a adquirir, onerar ou, mediante licitação, alienar bens imóveis.
Parágrafo único. Nas questões relativas a atribuições profissionais, decisão do Conselho Federal só será tomada com mínimo de 12 (doze) votos favoráveis.


Art . 33. Os Conselhos Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA) são órgãos de fiscalização do exercício das profissões de engenharia, arquitetura e agronomia, em suas regiões.

Art . 34. São atribuições dos Conselhos Regionais:
a) elaborar e alterar seu regimento interno, submetendo-o à homologação do Conselho Federal.
b) criar as Câmaras Especializadas atendendo às condições de maior eficiência da fiscalização estabelecida na presente lei;
c) examinar reclamações e representações acêrca de registros;
d) julgar e decidir, em grau de recurso, os processos de infração da presente lei e do Código de Ética, enviados pelas Câmaras Especializadas;
e) julgar em grau de recurso, os processos de imposição de penalidades e multas;
f) organizar o sistema de fiscalização do exercício das profissões reguladas pela presente lei;
g) publicar relatórios de seus trabalhos e relações dos profissionais e firmas registrados;
h) examinar os requerimentos e processos de registro em geral, expedindo as carteiras profissionais ou documentos de registro;
i) sugerir ao Conselho Federal médias necessárias à regularidade dos serviços e à fiscalização do exercício das profissões reguladas nesta lei;
j) agir, com a colaboração das sociedades de classe e das escolas ou faculdades de engenharia, arquitetura e agronomia, nos assuntos relacionados com a presente lei;
k) cumprir e fazer cumprir a presente lei, as resoluções baixadas pelo Conselho Federal, bem como expedir atos que para isso julguem necessários;
l) criar inspetorias e nomear inspetores especiais para maior eficiência da fiscalização;
m) deliberar sôbre assuntos de interêsse geral e administrativo e sôbre os casos comuns a duas ou mais especializações profissionais;
n) julgar, decidir ou dirimir as questões da atribuição ou competência, das Câmaras Especializadas referidas no artigo 45, quando não possuir o Conselho Regional número suficiente de profissionais do mesmo grupo para constituir a respectiva Câmara, como estabelece o artigo 48;
o) organizar, disciplinar e manter atualizado o registro dos profissionais e pessoas jurídicas que, nos têrmos desta lei, se inscrevam para exercer atividades de engenharia, arquitetura ou agronomia, na Região;
p) organizar e manter atualizado o registro das entidades de classe referidas no artigo 62 e das escolas e faculdades que, de acôrdo com esta lei, devam participar da eleição de representantes destinada a compor o Conselho Regional e o Conselho Federal;
q) organizar, regulamentar e manter o registro de projetos e planos a que se refere o artigo 23;
r) registrar as tabelas básicas de honorários profissionais elaboradas pelos órgãos de classe.
s) autorizar o presidente a adquirir, onerar ou, mediante licitação, alienar bens imóveis.

As normas acima foram transcritas literalmente, tanto que se pode ver acentos em palavras que hoje não são mais acentuadas. Apenas copiei e colei. Não estou fazendo nenhum juízo de valor sobre as atribuições do órgão de classe dos engenheiros, embora, por já ter lidado anteriormente com questões edilícias, tenha a impressão de que o CREA realmente se ocupa de assegurar os direitos dos seus representados, e não exatamente da segurança de obras. Essa função é cumprida pelos órgãos licenciadores (no caso de Belém, a Secretaria Municipal de Urbanismo) e fiscalizadores, notadamente o Corpo de Bombeiros.
Só para comparar, o sindicato profissional se ocupa de questões relacionadas à segurança do trabalho pela óbvia necessidade de resguardar o bem maior de seus associados, mas não possui competências legais semelhantes às dos órgãos retromencionados. Um sindicato se ocupa de questões trabalhistas e, se ficasse omisso em relação a uma obra irregular, essa seria uma omissão reprovável em termos de ética e representatividade, tão somente.
Não sei qual o teor do comentário do representante do CREA/PA, mas é possível que ele tenha aludido às competências formais do órgão. Não se deve demonizá-lo. O que quer que tenha dito, não cometeu crime e, portanto, não merece cadeia.
Considero justa a crítica quanto às limitações institucionais do sistema CONFEA/CREA, que ao se preocupar demais com os interesses profissionais e mesmo financeiros de seus associados, deixa de se importar com os interesses da sociedade. Se não é assim que age o sistema, pelo menos é assim que parece. Nesse caso, o problema é de fundo e exige uma ampla revisão do órgão de classe, mas não a execração de quem o representa.

III.
O desabamento do Edifício "Raimundo Farias", em 13.8.1987, voltou à memória com força total. E a tônica dos comentários sempre converge para a ausência de punidos e para a desassistência às vítimas sobreviventes e às famílias dos mortos.
Ninguém ignora que o Brasil é a terra da impunidade e que o caso ora lembrado é um dos ícones locais dessa detestável realidade. Mas um aspecto precisa ser destacado antes que se promova uma caça às bruxas. Um aspecto que costumo comentar com meus alunos de Direito Penal I, citando exatamente esse exemplo, quando estudamos o altamente problemático tema da diferença entre dolo eventual e culpa consciente.
Para não cansá-los demais, tentarei ser exíguo na explicação. Dolo é a vontade de cometer uma conduta e, por meio dela, provocar certo resultado. Culpa, diversamente, é a provocação de um resultado involuntário, por meio de uma conduta imprudente, imperita ou negligente. Trata-se de uma das distinções mais importantes do Direito Penal, fácil de conceituar, mas extremamente difícil de resolver na prática, como demonstram os violentos debates em torno dos crimes de trânsito. Tanto o dolo quanto a culpa ensejam crime, mas obviamente o dolo é muito mais grave. Para dar um único exemplo, matar alguém dolosamente autoriza uma pena de 6 a 20 anos de reclusão (homicídio simples) ou de 12 a 30 anos de reclusão (homicídio qualificado). Já o homicídio culposo autoriza uma pena de 1 a 3 anos de detenção, normalmente substituível por penas não prisionais.
Quando uma pessoa embriagada avança um sinal, sobe numa calçada e mata cinco, dez pessoas de uma vez só, pulam de todos os lados delegados de polícia e promotores de justiça dizendo que houve dolo eventual, quando na verdade a esmagadora maioria dos casos de acidentes de trânsito são decorrentes de culpa. Como, entretanto, as penas são insatisfatórias, força-se a barra em nome do reconhecimento do dolo, para que as penas possam ser elevadas, mesmo que isso contrarie a realidade dos fatos.
Segundo me informaram vários anos atrás membros do Ministério Público, no caso específico do "Raimundo Farias", o promotor de justiça responsável fincou o pé dizendo que os donos da construtora tinham agido com dolo eventual e, defendendo essa tese, levou o processo ao Superior Tribunal de Justiça, onde prevaleceu a tese contrária, de culpa, a mesma já reconhecida nas instâncias inferiores. Quando o processo finalmente retornou à comarca de Belém, a punibilidade dos réus já estava extinta pela prescrição. Se o promotor fosse menos obtuso e processasse os réus a título de culpa, provavelmente teria obtido uma condenação — pequena, mas uma condenação. E essa sentença poderia ter sido executada para fins de indenização. No final, a batalha de opinião custou muito caro para as vítimas e seus familiares.
Destaco isso porque é importante para entender todos os caminhos que levam à impunidade. Um deles pode ser, justamente, o desejo de punir demais, punindo errado. Às vezes, pisar no freio pode significar um resultado bem mais eficiente.
Seja como for, se houver culpados nessa história, como certamente deve haver, só interessa que sejam punidos com justiça, por aquilo que efetivamente hajam feito ou omitido, lembrando que há mais de um século já se conhece a advertência de que a pena criminal não pode ser usada para fins de exemplaridade. Na Idade Média, punia-se para que todos vissem e se assombrassem. Hoje, deve-se punir na medida das responsabilidades reais, no interesse da própria civilização.

IV.
Quanto à atuação do governo do Estado e da Prefeitura de Belém, não lhes faço nenhum elogio. Quando se omitem, devem ser responsabilizados. Quando atuam, não fazem mais do que sua obrigação. Neste caso específico, o que vejo são políticos tentando tirar proveito pessoal dessa tragédia, jogando para a mídia e para a população leiga.
Quem cumpram suas missões institucionais justamente por isso: porque são institucionais. E saiam dos holofotes.

Sendo estas ideias bastante iniciais, espero críticas (construtivas!) para que todos possamos levar a bom termo esse triste capítulo da história de nossa cidade.

Respeito

Em sinal de respeito às vítimas dos acontecimentos de ontem. Não publicarei os post´s musicais programados para este final de semana.

No que pedimos a compreensão dos leitores.

Que país é esse?

Depende da tua conta bancária.

No desabamento, a matemática aterradora





















Na imagem capturada por um cinegrafista amador, postada no blog, leva-nos a entender que o prédio, mediante o ângulo de visão do autor, sugere uma terrível constatação: a inclinação absurda na sua conformação, pendendo para a direita.

O presidente do CREA-PA, salvo engano, disse que a entidade limita-se a fiscalizar o exercício profissional da categoria.

Cadeia nele. Cadeia no presidente da tal empresa Real Engenharia. Cadeia e ponto.

Qual uma Torre di Pisa elevada à segunda potência. Com o devido ressalvo que a torre italiana, embora destinada a ficar na vertical, começou a inclinar-se para sudeste logo após o início da construção, em 1173, devido a uma fundação mal construída e a um solo de fundação mal compactado, que permitiu à fundação ficar com assentamentos diferenciais. A torre atualmente se inclina para o sudoeste. O edifício da Real Engenharia desabou. A secular torre não. Mais. Aqui, gente morreu e teve que ser retirada de sua casa como consequencia.

Uma coisa horrível ver a imagem do desabamento do prédio. Causa-me arrepios.

E vamos a um exercício simplório matemático.

Imaginemos que o prédio, fosse entregue aos seus moradores. A previsão de entrega seria no final do ano que vem.

Imaginemos que 36 andares, ocupados por dois apartamentos por andar, resultam em 72 apartamentos.

Em cada uma das 72 unidades. Imaginemos que, numa clássica família de classe média alta. Tivéssemos uma média de um casal adulto, dois filhos e uma secretária do lar. Seriam cinco habitantes.

Cinco habitantes multiplicados por 72, resultam em 360 pessoas. Descartemos animais domésticos nessa projeção.

Imaginemos, ainda, que nos 36 andares. No térreo e área comum do edifício. Trabalhassem o pessoal de serviço e manutenção. Acredito que 15 pessoas seja um número razoável.

Imaginemos que, num sábado chuvoso, 30% dos 360 moradores e 15 funcionários do condomínio, estivessem ausentes. Penso que é um número razoável para um sábado. Diferente para um domingo, que a ocupação de moradores, beiraria a 95 %.

No cenário proposto para o sábado chuvoso. Nada menos do que 262,5 pessoas, teriam as suas vidas ceifadas em questão de segundos.

Não entrou nesse cálculo básico, nenhum vizinho ou carro estacionado nas proximidades ou, transuentes na movimenta travessa 3 de maio.

Essa tragédia teria proporções tsunâmicas num lugar onde o fenômeno, simplesmente não existe.

Outra observação que gostaria de consignar, é relacionada a declaração do senhor engenheiro civil José Leitão de Almeida Viana, presidente do CREA-PA.

Caso esteja vendo duendes a minha volta, esse senhor teve a coragem de dizer que ao CREA-PA
cabe, tão e somente, a fiscalização do exercício profissional de seus associados.

Se esse senhor, realmente sustentará essa declaração, ele deve ser imediatamente preso.

Imediatamente preso, uma vez que não será nenhnum favor para a boa família dos brilhantes engenheiros civis do Pará, é o que merece, agora, o presidente da obra responsável pela construção do prédio.

Mas, lamentavelmente, vou cantar a bola do bingo.

Nada, absolutamente nada, acontecerá.

Não aconteceu, nada, a não ser o o enterro dos mortos, no desabamento da lage da indústria que produziria cimento em Itaituba - no futuro estado do Tapajós.

Não aconteceu nada após o desabamento do edifício Raymundo Farias em agosto de 1988. Lamentável acontecimento coberto por nosso brilhante companheiro de blog – atualmente radicado na Bélgica –,

A garota de Oban


Girl at the Window; Georgios Avlichos
Alexander Soutsos Museum; Atenas

Depois da tragédia, a mente pede um pouco de poesia.
Portanto, uma pitada de of Edwin Morgan, para temperar o cinza e quase escocês domingo invernal belenense.

OBAN GIRL

"A girl in the window eating a melon
eating a melon and painting a picture
painting a picture and humming Hey Jude
humming Hey Jude as the light was fading
In the autumn she'll be married

GAROTA DE OBAN

"Uma garota na janela comendo um melão
comendo um melão e pintando um quadro
pintando um quadro e cantarolando Hey Jude
cantarolando Hey Jude enquanto a luz evanesce
No outono estará casada

(tradução: Virna Teixeira)


Oban Bay; Hans Gude, 1890
National Gallery; Londres

Quem é que vai pagar por isso?

Esta pergunta foi feita em agosto de 1988 por um dos familiares das 40 vítimas do desabamento do prédio Raymundo Farias. Como repórter de O Liberal, escrevi essa pergunta numa reportagem sobre um ano dessa tragédia. Até hoje, 24 anos depois, a pergunta continua sem resposta. E nada mudou. E agora, um novo drama, que vai motivar a mesma pergunta. Tomara que a gente tenha a resposta.

Vários ângulos da mesma tragédia

Mais informações ao post do Carlos Barreto, em cima do lance.








Imagens publicadas pela Reuters ontem. 29/01/2011

Desabamento Real

sábado, 29 de janeiro de 2011

Tragédia em Belém - Desaba prédio de 32 andares

Imagem de antes e depois do desabamento.
O prédio Real Class de cerca de 32 andares desabou hoje em Belém. No momento as informações ainda são muito desencontradas e os bombeiros trabalham sob a chuva na tentativa de resgatar supostas vítimas. O edifício estava em fase de acabamento, era localizado em região valorizada da cidade e seus apartamentos eram vendidos por cerca de meio milhão de reais.


Um vídeo, supostamente de um cinegrafista amador, foi divulgado pela TV RBA e você pode ver acima.
Abaixo, a propaganda oficial do prédio que deveria ser entregue aos proprietários no final deste ano.


É o segundo desabamento de grandes proporções ocorrido na cidade. Em 1987, o edifício Raimundo Farias desabava no bairro do Umarizal, deixando dezenas de operários soterrados. A tragédia ficou impune.
Belém, antes uma cidade arejada e aberta aos ventos da Baía de Guajará, onde está localizada, vem sendo atingida pelo boom imobiliário que atribui a apartamentos de meros 90 metros quadrados valores que podem chegar a 400 mil reais, dependendo da localização. Sua população, assiste impotente o surgimento de prédios cada vez mais altos, que ocupam todos os espaços urbanos, aumentando o calor que já é bastante incômodo, dependendo da estação do ano.
Por enquanto, ainda não há informações consistentes sobre o número exato de vítimas.
A construtora responsável pelo empreendimento, divulgou nota oficial via Twitter, que reproduzimos abaixo.

“A Real Class Construção e Incorporação SPE Ltda vem a público lamentar profundamente o infortúnio ocorrido com a sua obra, ao mesmo tempo que afirma que não invidará esforços para investigar as causas do ocorrido, que se mantém acompanhando o caso, aguardando os laudos periciais e solidária aos possíveis prejudicados."


Para mais informações sugerimos os seguintes blogs:

België versus Belgique: o impasse



Já vamos para 8 meses sem governo na Bélgica. Na verdade, a gente diz sem governo, mas há um provisório no controle do país, desde junho do ano passado. Trata-se do período mais longo em que o país fica sem um governo real , desde o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945. Os políticos tentam formar um gabinete, a partir do resultados das urnas em junho de 2010. Em Flandres, o vencedor dessa eleição foi Bart De Wever, do partido nacionalista N-VA. Na Valônia, o vencedor foi o socialista Elio Di Rupo. São diferenças históricas, mentalidades diferentes, visões de mundo opostas. Os flamengos, que falam neerlandês, são maioria no número de cidadãos e também no peso econômico. Os valões, que falam francês, são 2 milhões a menos que os flamengos e são os que mais pesam no orçamento federal quando se trata de seguro-desemprego e financiamento das dívidas públicas. E assim, o país, exemplo da conciliação entre os espíritos germânico e latino, continua num impasse. A sociedade se mobiliza, mas sem resultados concretos. Uma multidão de mais de 30 mil pessoas saiu às ruas de Bruxelas, há uma semana, num protesto chamado de Shame. O ator Benoit Poelvoorde, um dos mais conhecidos da Bélgica, fez um apelo aos seus concidadãos: que deixem a barba crescer até que um novo governo seja formado no país. Acho que ele vai virar um Matusalém.
Para entender um pouco mais esse angu de caroço, mostro a vocês este pequeno vídeo do cineasta francês Jérome de Gerlache, com roteiro de Marcel Sel, blogueiro e autor do livro Walen Buiten- Révélations sur la Flandre flamingante. É um curta de 4 minutos que brinca com clichês, mas que toca no surrealismo da construção institucional do meu querido segundo país.
Ah, e mesmo sem governo, tudo funciona na Bélgica. Isso é que é mais surreal.

Kylie Minogue Special


Adicionar imagem



Gosto de dançar num bom club suas músicas.

Só isso.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Fashion shot


Foto: Getty Images

Na semana de alta-costura de Paris, o francês Jean Paul Gaultier mais uma vez ousou, brincando com o imaginário de todos ao expor a sua interpretação muito particular do mundo. As fotos do seu desfile parecem oriundas de um filme sci-fi, misturando punk rock e cancã.
Os aficcionados pelos modelitos podem checar no style.com.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

1 ano de iPad

Um ano atrás, em meio a uma histérica profusão de rumores, (que sempre antecedem os grandes lançamentos da Apple), nascia o primeiro tablet da maçã. E ele foi batizado de iPad. Na época, inclusive aqui no blog, surgiram alguns comentários no mínimo pouco edificantes a seu respeito. Uma atitude que ainda cabe uma certa reflexão sobre suas motivações. 
Nem preciso mais reforçar que sou usuário Apple há cerca de 4 anos. Já fui também usuário de Windows, passando pelo Linux, que a mera consulta aos posts mais antigos deste blog, pode comprovar. 
Em todos os momentos, sempre procurei ter o ponto de vista do usuário final. Não exatamente aquele técnico, especialista, altamente qualificado. Até mesmo pelo simples fato de que nenhuma qualificação na área possuo para assim atuar. Mas gosto de adquirir e utilizar bons produtos. E se de fato me provarem ser úteis, não vejo razão para deixar de recomendá-los. E também, não vejo razão para não recomendá-los, se eles se mostrarem um completo e estrondoso "Fail". Trata-se apenas de uma opinião, igual a todas aquelas que vão surgindo por aí, de usuários finais. Aquele tipo especial de usuário, que acompanha um produto, obtém mais algumas informações, analisa como aquele produto pode se enquadrar dentro de suas necessidades cotidianas até finalmente adquiri-lo. 
Este tipo particular de usuário, não pára por aí. Após adquirir o produto, algum tempo após utilizá-lo em sua vida diária e conferir se realmente ele atendeu ao que prometia na época de seu lançamento, é capaz de soltar a macacaúba em cima do mesmo produto que chegou a recomendar. Chegando mesmo, a decretar sua morte. Foi o caso dos netbooks, que ainda estão expostos nas lojas especializadas, aos olhares desatentos. Chegamos a detectar o surgimento desta tendência, desde a época do ASUS EeePc. Pessoalmente, fui dono de dois deles. 
Mas há 1 ano atrás, já suficientemente convencido da má idéia dos netbooks, vi surgir em minha frente, um produto que logo no nascedouro, pela proposta divulgada aos quatro cantos, me pareceu não só extremamente elegante. Mas principalmente capaz de substituir com méritos os portáteis de baixo custo e configuração pífia, ao que se deu o nome de netbook.
A razão de me posicionar favorável ao iPad desde o primeiro momento, era na verdade muito simples. Se existe uma demanda para acesso móvel e descomplicado a internet, ela certamente não reside em um produto que tenha que passar por um longo e demorado boot. E principalmente, que não necessite de um sistema operacional capado, inseguro e obsoleto. Era o caso do Windows XP que equipava a esmagadora maioria dos netbooks da época. O Windows XP, inclusive com a morte decretada na época pelo surgimento do malfadado Windows Vista, recebeu uma sobrevida inesperada justamente para atender a indústria dos netbooks. Vejam vocês como é atenciosa esta indústria, não? Na época, este poster até apelidou o XP de Windows Extended Xp.
Mas vejam agora, o tipo de comentários que foram surgindo, no day after do lançamento do iPad. Eles foram compilados pelo Blog do iPhone.

“Este iPad é simplesmente um iPhone de Itú”.
“Como ganhar dinheiro: basta um tijolo e uma maçã”.
“Sim, é um iPod touch gigante”.
“Deram Biotônico Fontoura pro iPod touch”.
“Vi produtos na CES 2010 bem mais empolgantes”.
“Não acredito nem que concorra com um semelhante com Windows 7 embarcado”.
“Hoje anunciaram o Newton do seculo XXI…. A Apple acha que a gente é bobo!”
“O maior fiasco da história da Apple”.
Não é uma beleza? Agora olhem pro momento atual. O que de fato o iPad é no presente momento? Este é nosso desafio em comum. Mas, pessoalmente, devo afirmar que hoje é difícil me verem nos hospitais com o Macbook Pro, que antes utilizava para a mesma finalidade. Carrego muito menos peso na sacola e já não perco mais a paciência esperando a lenta inicialização de um produto, apenas para acessar a web. Mas o iPad com o passar do tempo e o desenvolvimento de uma gama extensa e variada de aplicativos, já é bem mais do que isso. E ele já era bem mais do que isso, desde o primeiro dia de lançamento. Só não via, quem de fato não queria, ou não entendia.
Ele é perfeito? Claro que não. Nenhum produto o é. E aqui mesmo já apontamos algumas características que a Apple ficou nos devendo. Algumas delas, ela mesma já resolveu, com uma só tacada de atualização de software.  Mas outras permanecem. Como é o caso da surpreendente ausência de uma webcam. Problemas sempre historicamente assumidos e corrigidos em versões posteriores. Portas USB? Sinceramente, para mim não fazem falta. Quem precisar de um produto que necesite de portas USB, precisa mesmo é de um notebook convencional. Que pode muito bem ser o recém lançado Macbook Air. Mas jamais o iPad.
Sim. É bom não esquecer. Vem aí, a qualquer momento, a segunda versão do iPad. E neste momento, de fato não recomendaria sua aquisição. É melhor esperar mais um pouco e adquirir a segunda versão. Mesmo que ela demore algo em torno de 8 meses para chegar até nós, brasileiros, de forma oficial. Mas tem sempre aqueles que podem adquiri-lo nas elegantes calçadas da Apple Store de Miami. E se podem, tem mais é que fazê-lo. 

Alguns usos pro seu velho portátil

Você já comprou um portátil novo e não conseguiu se livrar daquele velho? Bom. Sempre há uma maneira de dar uma sobrevida para ele. Dê para seus filhos ou parentes (hoje, talvez eles digam "Grrrrrrrrr") ou então doe a algum programa de inclusão digital. Ao menos, é melhor do que deixá-los num armário acumulando poeira. Um fim pouco digno a quem já lhe prestou bons serviços. 
Contudo, se você não conseguiu pensar em nada disto, o Gizmodo BR tem algumas propostas de reutilização para eles. Algumas um pouco bizarras, é verdade. Mas é no mínimo curioso dar uma olhadela.

Cadê o "death grip"?

Passado um tempo do lançamento do iPhone 4 e meses de seu lançamento em terras brasileiras, alguém aí ainda se lembra do Antennagate, também conhecido como death grip
Pois é. Apesar de ser uma falha de projeto comprovada e assumida pela Apple, parece que não anda incomodando.  O que prova que a concorrência, não hesita em abraçar qualquer "marmota", para tentar desqualificar seus oponentes. 

Recentemente ví propaganda na tv falando do lançamento do novo cd de Jesus Luz,

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O boné do Lauda



Tente resgatar da sua memória uma imagem do tricampeão de Fórmula 1, Niki Lauda: lá estará ele, rosto cheio de cicatrizes da terrível queimadura decorrente de um acidente em 1976 e de ... boné vermelho!
Pois após 30 anos, Lauda usará em 2011 um boné azul escuro, por acordo com o Money Service Group, de Liechtenstein, seu novo patrocinador.
O valor da transação? Segredo absoluto.

Novo comercial do iPad

Olha o novo comercial do iPad.

Não é uma beleza?

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Os piores de 2010


O prêmio que ninguém quer ganhar

O Framboesa de Ouro, evento anarquista de premiação cinematográfica aos piores do ano, encontra-se na sua 31ª edição, e é organizado por um cidadão de nome John Wilson.
Em 2011, a entrega dos prêmios acontecerá na véspera do Oscar, 26 de fevereiro.
Os candidatos são:

PIOR FILME
“Caçador de Recompensa”
“A Saga Crepúsculo: Eclipse”
“O Último Mestre do Ar”
"Sex and the City 2"
"Os Vampiros Que Se Mordam"

PIOR DIRETOR
Sylvester Stallone ("Os Mercenários")
Jason Friedberg e Aaron Seltzer ("Os Vampiros Que Se Mordam")
Michael Patrick King ("Sex and the City 2")
M. Night Shyamalan ("O Último Mestre do Ar")
David Slade ("A Saga Crepúsculo: Eclipse")

PIOR ATOR
Robert Pattinson ("A Saga Crepúsculo: Eclipse" e "Lembranças")
Taylor Lautner ("A Saga Crepúsculo: Eclipse" e "Idas e Vindas do Amor")
Jack Black ("As Viagens de Gulliver")
Gerard Butler ("Caçador de Recompensa")
Ashton Kutcher ("Par Perfeito" e "Idas e Vindas do Amor")

PIOR ATRIZ
Kristen Stewart ("A Saga Crepúsculo: Eclipse")
Jennifer Aniston ("Caçador de Recompensa" e "Coincidências do Amor")
Miley Cyrus ("A Última Música")
Megan Fox ("Jonah Hex - Caçador de Recompensas")
Sarah Jessica Parker, Kim Cattrall, Kristin Davis e Cynthia Nixon ("Sex and the City 2")

PIOR ATRIZ COADJUVANTE
Jessica Alba ("The Killer Inside Me", "Entrando Numa Fria Maior Ainda com a Família", "Manchete" e "Idas e Vindas do Amor")
Cher ("Burlesque")
Liza Minnelli ("Sex and the City 2")
Nicola Peltz ("O Último Mestre do Ar")
Barbra Streisand ("Entrando Numa Fria Maior Ainda com a Família")

PIOR ATOR COADJUVANTE
Billy Ray Cyrus ("Missão Quase Impossível")
George Lopez ("Marmaduke", "Missão Quase Impossível"e "Idas e Vindas do Amor")
Dev Patel ("O Último Mestre do Ar")
Jackson Rathbone ("O Último Mestre do Ar" e "A Saga Crepúsculo: Eclipse")
Rob Schneider ("Gente Grande")

PIOR USO DE 3D
"Como Cães e Gatos 2"
"Fúria de Titãs"
"O Último Mestre do Ar"
"O Quebra-Nozes 3D"
"Jogos Mortais: O Final"

PIOR CASAL EM CENA/ PIOR ELENCO
Jennifer Aniston e Gerard Butler, em "Caçador de Recompensa"
Josh Brolin e Megan Fox, em "Jonah Hex - Caçador de Recompensas"
Elenco inteiro de "A Saga Crepúsculo: Eclipse"
Elenco inteiro de "Sex and the City 2"
Elenco inteiro de "O Último Mestre do Ar"

PIOR ROTEIRO
"O Último Mestre do Ar"
"Entrando Numa Fria Maior Ainda com a Família"
"Sex and the City 2"
"A Saga Crepúsculo: Eclipse"
"Os Vampiros Que Se Mordam"

PIOR SEQUÊNCIA, REMAKE, PREQUEL OU DERIVADO
"Fúria de Titãs"
"O Último Mestre do Ar"
"Sex and the City 2"
"A Saga Crepúsculo: Eclipse"
"Os Vampiros Que Se Mordam"

Só relembrando, em 2010, a ganhadora do Oscar de Melhor Atriz, Sandra Bullock (por "Um Sonho Possível"), também ganhou o Framboesa de Ouro de Pior Atriz (por “Maluca Paixão”). E foi às duas premiações!
Neste ano, apesar do franco favoritismo de "Eclipse", tenho esperanças de que "Sex and the City 2" desponte como o grande vencedor do Framboesa.
Será merecido!


Eclipse, o grande favorito

domingo, 23 de janeiro de 2011

Estilo



Mais retrô e charmoso impossível!
A chamada para o lançamento do novo carro da equipe Virgin captou as atenções no mundo da Fórmula 1 durante a semana.

iLuv i707 para seu iPhone/iPod - Um "review" muito pessoal

iLuv i707 FM Transmitter
Quem gosta de produtos de áudio e vídeo, normalmente não se atém apenas ao seu produto preferido, do jeito que foi concebido pelos engenheiros na origem. Eu por exemplo, após assumir uma certa paixão pelo produto, dou início a uma compulsiva pesquisa em busca de acessórios que possam extrair o máximo prazer daquele investimento original. 
É o caso do iPod/iPhone. E para eles, uma grande indústria paralela e imediatamente derivada floresce e ganha corpo, fabricando os mais variados acessórios para ampliar seu prazer com os iGadgets. Acontece que, apenas parte desta indústria paralela, tem de fato sido bem sucedida em seus projetos, sem jogar sua reputação  no lixo. É preciso portanto, estar atento e avaliar bem opiniões de "first time users", antes de meter a mão na carteira.
Particularmente, um acessório que tenho procurado, é aquele que me permita fazer o feliz casamento entre os iGadgets e o som do carro, especialmente sem o acréscimo de fios e cabos adicionais, num espaço por vezes já tão exíguo. Com fios e cabos, já existem soluções baratas e de alta qualidade, demonstradas no post iPod no seu carro, de março de 2010. Existem também soluções mais robustas (com preço diretamente proporcional a robustez), como é o caso do Oxygen O'Car, citado pelo Yúdice esta semana no post Som para seu carro
Contudo, como disse, interessam-me propostas de preço dentro de um padrão equilibrado de investimento, que eliminem a necessidade de fios e instalações de maior complexidade. Enquadram-se naturalmente neste perfil as tecnologias de transmissão WiFi, Bluetooth e FM. Nas primeiras, a mais alta qualidade e fidelidade de áudio e vídeo. E geralmente o maior preço. Na última, uma maior dependência da posição da antena de seu rádio (se interna ou externa), bem como da potência do transmissor FM associado ao produto. Além, é claro, de não estar incluída a possibilidade de transmitir vídeo.
Pois esta semana, mesmo ressabiado com experiências anteriores com FM transmitters, resolvi apostar num produto disponível na iStore Brasil*, a novíssima assistência técnica autorizada Apple em Belém. 
A idéia é simplória. O produto consiste em um transmissor FM, que conectado ao iGdaget, transmite o áudio de seu conteúdo para uma frequência FM disponível no rádio de seu carro. Trata-se do iLuv i707 FM Transmitter
A iLuv, é uma afamada e tradicional fabricante de acessórios para os gadgets da Apple. De fato, os produz desde os tempos dos iPods de primeira geração. Possui uma ampla variedade de acessórios que incluem desde prosaicas capinhas até robustos mini sistemas de áudio doméstico, onde se pode encaixar os iGadgets. Veja o website da empresa para comprovar.
Pois esta semana, resolvi adquirir o i707, e encarar o desafio. Na caixa, além da possibilidade recarregar seu iGadget, ele prometia justamente um transmissor FM mais poderoso. Pois vamos a nossa avaliação.
A instalação é realmente muito simples. Basta conectá-lo à entrada para acendendor de cigarros de seu veículo, encaixar seu iGadget, sintonizar em seu rádio a estação de transmissão padrão do i707 que é 107.7 MHZ, acionar o iGadget e começar a ouvir as músicas. A frequência padrão do produto é livre em Belém, já que nenhuma outra estação de rádio local a utiliza. Contudo, caso a frequência padrão esteja ocupada por alguma emissora local, é fácil escolher outra frequência, na ampla faixa de 88.1 a 107.9 MHZ, utilizando para isso o display iluminado e um par de botões. O produto, é capaz de memorizar ao menos 2 opções.
A qualidade de som, será comparada a melhor qualidade sonora que já pude experimentar, que é aquela obtida com a conexão direta do iGadget via cabo P2 Stereo, descrita no post iPod no seu carro.
E ela está longe de ser equivalente a este prosaico perfil. Especialmente, na dependência da localização da antena de seu rádio automotivo. Se a antena de seu rádio automotivo for externa (como é o meu caso), ao aumentarmos o volume, ainda poderemos ouvir alguns perceptíveis ruídos de estática. Notei também, uma queda na qualidade de reprodução dos graves.
Há que se ouvir opiniões de outros usuários que experimentaram o produto com antena automotiva interna. Mas em meu cenário, a experiência foi rigorosamente esta.
Devo afirmar que estas conclusões, mesmo que inegáveis no cenário de teste, não desabonam o produto. Acreditem. Só ouvidos muito rigorosos sentirão a diferença. Há pessoas muito satisfeitas com áudios automotivos ainda mais elementares. Isso eu posso quase que garantir.
Contudo, a um preço de cerca de 265 reais, há que se pensar um pouco, antes de enfiar a mão no bolso. E, como sempre, parte da equação, is up to you. Perceba bem. Se você for daqueles com ouvido muito exigente e tiver orçamento folgado, há que se contentar com outras soluções mais robustas e ainda mais onerosas. E para aqueles com ouvidos igualmente exigentes,  orçamento limitado e não se incomoda com o cabo aparente no painel de seu veículo, a conexão P2 Stereo é o casamento de mais alta qualidade e baixo preço.
Sinceramente, apesar de estar razoavelmente satisfeito com o iLuv i707, pela experiência obtida (repito: em meu cenário particular de teste), penso que a a relação custo x benefício está muito prejudicada. Por um preço menor, até aceitaria uma experiência apenas mediana como esta. Mas sem a menor sombra de dúvida, é um produto infinitamente superior a soluções FM do passado.
Há alguns detalhes relevantes, que encontrei em uma rápida pesquisa de preços na web. O iLuv i707 é vendido na iStore Brasil e na Apple Store BR pelo mesmo preço: R$ 265,00. Contudo, curiosamente, ele não é encontrado na Apple Store Americana. Na Amazon.com ele é encontrado por meros 34 dólares  (após ter sido cotado anteriormente a 80 dólares). Algum problema? Ou seriam meras disparidades mercadológicas?

* A iStore Brasil fica na Rui Barbosa esquina com a Avenida Nazaré, no térreo do Hotel Expresso XXI

sábado, 22 de janeiro de 2011

Total incompetência

É isso mesmo.

Extrema dificuldade para repassar o tanto, quanto, gosto de uma banda.

É uma coisa, tipo: ouvir Fafá no início da carreira.

Emoção parecida, como, em Macapá: traduzir as músicas do Emerson, Lake and Palmer.

Always



Everything went wrong
And the whole day long
I'd feel so blue
For the longest while
I'd forget to smile
Then I met you
Now that my blue days have passed,
Now that I've found you at last........

I'll be loving you always
With a love that's true, always
When the things you've planned
Need a helping hand
I will understand, always

Always

Days may not be fair, always
That's when I'll be there, always
Not for just an hour
Not for just a day
Not for just a year
But always

I'll be loving you, oh always
With a love that's true, always
When the things you've planned
Need a helping hand
I will understand, always

Always

Days may not be fair, always
That's when I'll be there, always
Not for just an hour
Not for just a day
Not for just a year
But always

Not for just an hour
Not for just a day
Not for just a year
But always

Um sintetizador interessante para seu iPhone/iPod Touch

Um aplicativo que usa o recurso do giroscópio para atuar como um elementar sintetizador, está gratuito na iTunes App Store. Trata-se do GyroSynth que você pode baixar imediatamente, clicando aqui.

Anna Teresa no MoMA


A mais produtiva e inovadora coreógrafa da Europa se apresenta, neste sábado e domingo, no Museu de Arte Moderna de Nova York, o MoMA. É a belga (flamenga) Anna Teresa De Keersmaeker. Aluna da antiga escola Mudra, do mestre Maurice Béjart, De Keersmaeker mantém a companhia Rosas, de prestigio internacional e é uma das idealizadoras do Performing Arts Research and Training Studios. Este centro, conhecido como P.A.R.T.S., mantido com apoio do DeMunt ( a ópera nacional da Bélgica), é hoje um dos mais renomados centros de formação de dança contemporânea do mundo, mas também é centro de performances multimediáticas. Anna Teresa, desde o começo da carreira, sempre trabalhou como produtora de filmes de arte e já recebeu prêmios até mesmo em festivais de cinema. Há quem a chame de a nova Pina Bausch, mas eu acho que não se trata de comparar. Anna Teresa é Anna Teresa. Dona de um senso de inovação aliado à uma precisão técnica impecável, sem perder o foco na emoção da dança. A performance deste final de semana em Nova York é uma das mais solicitadas de seu repertório. É uma parte do trabalho Fase: Four Movements to the Music of Steve Reich. O compositor minimalista americano, que junto com John Cage inovou a música de vanguarda americana do século XX. No vídeo, justamente a Violin Phase que Anna Teresa apresenta hoje e amanhã na meca da arte contemporânea.

Ignorância musical de acomodados

Ignorantes musicais representam a grande maioria da inculta população de um país que sequer domina, minimamente, o idioma pátrio.

O que mais impressionou-me no discurso de posse de nossa presidenta Dilma Roussef (não adianta presepeiro vir aqui malhar. Eu vou designá-la presidenta, sempre), foi a promessa de erradicar a extrema miséria nesse lado de baixo do Equador.

Desafio tremendo.

Se Dilma conseguir mitigar em dois anos esse descalabro; não seria exagero, adotar-mos a idéia de Heitor Villa-Lobos, transformar o Brasil, na maior Nação musical jamais vista na história da civilização humana.

Serão, Oxalá! Passos, após, passos.

Patetas aos borbotões, criticam o Melody Brega Paraense. Detonam as duplas sertanejas. Sejam elas quais forem. Disparam impropérios impublicáveis sobre os artistas do samba, da MPB, da música instrumental. Detestam a música clássica e nunca ouviram um Miles Davis ao trompete. Mesmo assim, consideram-no, um som de caretas.

Essa gente é mais do que 68% do público consumidor de música no Brasil.

A política cultural desse país, simplesmente, não forma. Não chega na ponta. Simples assim.

E é na música. Que somos considerados, um dos melhores do Mundo, em todos os tempos.

Vai entender.

Minha musa ao vivo em Londres

Divulgação
O plano original seria, o Vol.2 de minha musa Regina Spektor. Ocorre que as coisas do coração, operam numa vibração diferente de nossa vontade.

Aos curiosos. Sem qualquer explicação. Eis o Vol.3. Álbum novo, presente que ganhei.

Cortes radicais entre as músicas.

Espada enfiada em corações notívagos.

Provocações dessa russinha metida a americana.

Volto com ela no Vol.2, depois.

Resgatei a mocinha com o líder do Dave Mathews Band no Programa do Serginho. O Altas Horas.

Estou editando a parada!

Set List de Regina Spektor Vol.3, Live in London. Presente de uma admiradora.

1 Regina Spektor - "Wallet"02:3
2 Regina Spektor - "Dance Anthem Of The 80's (Live In London)"04:5
3 Regina Spektor - "Après Moi (Live In London)"04:20
4 Regina Spektor - "Us (Live In London)"03:50
5 Regina Spektor - "Eet (Live In London)"03:50
6 Regina Spektor - "Machine (Live In London)"03:30
7 Regina Spektor - "Fidelity (Live In London)"03:40
8 Regina Spektor - "Ode To Divorce (Live In London)"03:20
9 Regina Spektor - "Laughing With (Live In London)"03:20
10 Regina Spektor - "Blue Lips (Live In London)"03:10
11 Regina Spektor - "Folding Chair (Live In London)"03:10
12 Regina Spektor - "Hotel Song (Live In London)"03:10
13 Regina Spektor - "Love, You're A Whore (Live In London)"03:20
14 Regina Spektor - "Sailor Song (Live In London)"03:00
15 Regina Spektor - "The Call (Live In London)"09:00

Série nova no Flanar
















O quê queremos no Rock in Rio 4?

Você, como minha irmã Flavya e meu filho Val, arriscariam uma opinião?

Flavya quer Coldplay. Oh yeaaah! Valzinho, Dream Theather! Angra, Mettalica e AC/DC.

– Penso que tanto Flavya, quanto Val, estão cobertos de razão.

– Eu quero tudo que tiver para saciar minha fome de viver.

No prelo, então, o special do Coldplay.

Agora, só pra vocês, o arraso que é, a melhor banda de rock progressivo da atualidade.

O Dream Theather realmente é um time musical e teatral de sonhos.

– Tocam pra caraio! Músicos com domínio total de seus instrumentos. Responsáveis pela renovação do gênero rock progressivo, o qual, sou fã nº 1.

Evidentemente, que este vos escreve, selecionou o que há de melhor da banda.

– Numa rápida troca de DM's no Twitter com nosso editor-chefe, Carlos Barretto. Este concordou que será interessante, publicar-mos o melhor das bandas que virão para o Rock in Rio 4.

– Assim o farei.

– Senhoras e senhores. Com vocês: Chaos in Motion (2008). Diretamente de: Rotterdam, Buenos Aires, Toronto, Boston, Bangkok e Vancouver) totalizando 180 minutos de música. O Tour Chaos in Motion começou em 3 de Junho de 2007 e encerrou em 4 de Junho de 2008, com 115 shows e passando por 35 países.

Apertem os cintos. Coloquem os phones Bosé ou comuniquem aos vizinhos. Aumentem o som!!

Set List
Dream Theater - "Intro , Also sprach Zarathustra"
Dream Theater - "Surrounded"
Dream Theater - "Constant motion"
Dream Theater - "Panic attack"
Dream Theater - "Blind faith"
Dream Theater - "The dark eternal night"
Dream Theater - "Jordan Rudess keyboard solo"
Dream Theater - "Lines in the sand"
Dream Theater - "Scarred"
Dream Theater - "Forsaken"
Dream Theater - "The ministry of lost souls"
Dream Theater - "Take the time"
Dream Theater - "In the presence of enemies"
Dream Theater - "Schmedley Wilcox"

Para ouvir o special. Clique no Player abaixo.

Para curtir o vídeo da sensacional Witcher. Acesse o vídeo.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

FF

De frente...


De lado...


De trás...


Esta é a Ferrari Four, ou simplesmente FF, um misto de hatch e station wagon com tração 4x4 que inaugura um novo tempo na fábrica de Maranello. Nunca antes um cavalinho dentro de um escudo amarelo fora posto num automóvel dessa categoria. Ele se tornou célebre por relinchar na lataria dos superesportivos.
O brinquedo, que será apresentado ao mundo em março, no Salão de Genebra, tem tudo para emplacar entre aqueles que não preocupam com bobagens, tais como preço.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Goela abaixo


Imagem: Museu Muettert

Será normal um médico preservar e colecionar mais de dois mil objetos retirados de dentro dos seus pacientes?
Obsessão, fetiche ou ciência?
Pois o médico laringologista americano Chevalier Jackson criou um enorme acervo de parafusos, pregos, alfinetes, medalhas, chaves e até binóculos em miniatura que ele mesmo retirou de pacientes adultos e crianças, no final do século 19 e no começo do século 20.
Graças a uma matéria que li na The New Press resolvi encomendar o livro Swallow, de Mary Capello, sobre Jackson e sua bizarra coleção.
Para os mais curiosos, em 18 de fevereiro próximo será aberta exposição dos objetos de Jackson, no Museu Muettert, da Faculdade de Medicina da Filadélfia.
Não pude deixar de lembrar de alguns slides que meu pai, proctologista, usava em suas aulas sobre “corpos estranhos no reto e no cólon”.
Como cantava Jim Morrison, “People are strange...”

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Impacto do Steve Jobs e da Apple

O impacto do Steve Jobs na tecnologia dos seculos 20 e 21 tem sido fenomenal. O Financial Times de hoje tem varias materias sobre ele e a Apple.

Em destaque, obviamente, o fato de que a Apple anunciou LUCROS de 6 bilhões de dolares ontem!

Aqui eles publicam um timeline interativo da carreira de 40 anos do Steve Jobs.

As materias já dão como certo que este afastamento dele é definitivo...

E aqui vai uma pagina com uma coleção de matérias do FT sobre a Apple.

Som para o seu carro

Longe de mim querer competir com o nosso muito bem informado editor-chefe, Carlos Barretto, sobre traquitanas tecnológicas, mas navegando pela Internet acabei me deparando com um negócio bacana para aqueles que, como eu, apreciam uma musiquinha no carro.
Trata-se do Oxygen O'Car, concebido para permitir que o usuário acesse arquivos de música em formato digital diretamente do seu iPhone, sem perder as suas ligações (pode-se atender através de um headset sem fio, mas atenção: o uso desse tipo de acessório pode lhe render uma multa) e podendo ainda ouvir rádio e acessar a Internet.
Lendo esta matéria você fica sabendo mais sobre o gadget e encontra um link para a página do fabricante.
Cá entre nós, um carrinho e um bom som formam uma combinação muito agradável, não? É só respeitar a legislação sobre poluição sonora, ok?

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

IMAGENS SEM FRONTEIRAS

Amigo Carlinhos,

Fiquei muito feliz ao ler o texto em que me apresentas aos leitores do Flanar. Feliz e preocupado, é verdade. Feliz pela forma carinhosa como percebes minha história, mas preocupado em corresponder ao compromisso assumido durante uma de nossas conversas regadas a chá e biscoitos caseiros.
Tuas palavras devem ter criado enorme expectativa nos leitores do blog, daí porque precisei de uns dias para visualizar como seria minha contribuição, tendo a fotografia, claro, como gancho.
Nada personalista e nem voltado especificamente ao fotojornalismo, percebi que este espaço deve ser aberto a todas as manifestações que envolvam a produção da imagem, seja documental, jornalística, artística, construída ou qualquer outra denominação. Um espaço e tempo para se refletir sobre a imagem.
Assim, como dizes, sem muitas delongas, inicio o primeiro post apresentando um projeto ainda em construção, que, envolvendo vários fotojornalistas brasileiros, visa à montagem de exposição sobre política no Brasil, desde o regime militar até os dias atuais. Estas imagens de fotógrafos experientes como Eraldo Peres, André Dusek, Orlando Brito, Raimundo Paccó e minhas vão mostrar os primeiros passos deste novo projeto .
A honra é toda minha meu nobre amigo.



Ernesto Geisel à vontade - foto: Orlando Brito


João Batista Figueiredo, o último dos militares - foto: Orlando Brito


Prisão durante manifestação pelas Diretas Já - foto: Paulo Santos


Sarney, Franco Montoro, Tancredo e Ulisses - foto: Paulo Santos


Tancredo Neves vence no Colégio Eleitoral - foto: André Dusek


Sarney na Presidência - foto: André Dusek


Collor e frei Damião - foto: Raimundo Paccó


Itamar Franco, o Breve - foto: Orlando Brito


Fernando Henrique Cardoso: tucanos no poder - foto: Orlando Brito


Lula: um operário presidente - foto: Eraldo Peres


Delúbio Soares na CPI do Mensalão - foto: Eraldo Peres



Lula durante campanha - foto: André Dusek


Rara reunião dos quatro últimos presidentes - foto: André Dusek


Dilma, a eleita de Lula - foto: Paulo Santos