quinta-feira, 31 de maio de 2012

Elieni Tenório: corte-costura da vida real






Sou uma neófita na arte de apreciar a arte. Daí que meus comentários são meramente emotivos; nada técnicos. Prossigo: capturei as imagens acima do Facebook, postadas por Elieni Tenório. Tem mais ali. As poucas exposições que vi do trabalho da artista me fazem crer que ela vem consolidando sua própria linha de atuação. E com linhas mesmo, literalmente. Usa tecidos, agulha e linha... enfim, materiais de corte-costura. Vejo agora que ela aplicou esta matéria-prima em imagens, criando na sobreposição novas imagens. Queria ver de pertinho. Deve ter uma textura leve, mas que provoca sensações intensas. Fissuras. Esforços por recompor o que se rompeu. Dor. Paixão. Solidão. Marcas da vida.

Gênio revisitado


Foi quase como descobrir um novo Steve Jobs. Acostumado com a voz pausada de suas memoráveis keynotes, fiquei surpreso ao vê-lo falando rapidamente, quase elétrico. E ainda aumentei ainda mais minha admiração por este cidadão absolutamente único. 
Esta, é a sensação que experimento ao assistir a coleção de vídeos disponibilizados ontem gratuitamente na iTunes Store pela D10: All Things Digital.


Aliás, a D10, reservou-lhe um memorial muito especial em vídeo, que você pode assistir acima.
Assistir todas às conferências é altamente recomendável.
Clique aqui para baixar via iTunes Store.

Plim-Plim

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No Jornal Nacional de hoje me deparo com o médico paraense Victor Moutinho explicando o incidente dos pacientes que fazem quimioterapia no corredor do Hospital Ophir Loyola.  Victor Moutinho é diretor do hospital, e já tem um boletim de ocorrência contra si feito pela esposa de um dos pacientes da quimioterapia do Ophir Loyola. A pauta não poderia ser mais fraca, e não poderia espelhar, de forma mais direta, a concorrência aberta pela audiência das afiliadas das TVs de sinal aberto com maior audiência no Brasil: Rede Globo e Record. O clima da matéria é de suspense e tensão desde a chamada. Mas nada mais vi que o cotidiano dos hospitais públicos, no Brasil. Maior serviço teria prestado o Jornal Nacional ao estender a discussão sobre as mudanças econômicas que estão sendo aplicadas para diminuir os impactos do desaquecimento da  economia brasileira. Colocar  uma usuária de serviços públicos de saúde para dizer o óbvio é escamotear a péssima cobertura de cotidiano feita pela TV Liberal. E a necessidade de marcar na Rede a  ideia de que temos um bom jornalismo de  TV na afiliada da Rede Globo. Nada na TV Liberal pode ser considerado sequer satisfatório. Nem vinhetas, nem a publicidade da casa, nem seus produtos. Faltam investimentos e estrutura para se trabalhar. Quem não conhece jornalismo de televisão pode até acreditar que está bom. Mas quem conhece, sabe muito bem do que estou falando!

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Deus se despe na chuva

Não conhecia o escritor. E ainda não posso dizer que o conheço, pelo simples fato desta leitura. Mas me tocou sensivelmente, da apresentação aos três poemas traduzidos. Segue um deles.


Deus se despe na chuva….
Deus se despe na chuva

como uma carícia

inumerável.

Cantam os pássaros entre a chuva.

As plantas dançam de alegria molhada.



A terra

como uma fêmea

se dissolve nos dedos penetrantes

com uma palidez de mil olhos desmaiados.



Caminho sob a chuva, todo molhado, cantando,

para miragens que fogem num rumoroso sonho.



Chuva, chuva!

Nudez do deus

primaveril,

que desce dançando, dançando,

a fecundar a amada

toda aberta de espera, quebrada já de ardor

amarelo e longo.

- Juan L. Ortiz (Juanele)

Dias cinzas

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As pessoas enlouquecem a olhos vistos. O preconceito e a inveja parecem ser o grande motor  disto. E os lugares comuns vão ditando as regras do jogo. 
-Eu não sou assim! Como não? Diz uma voz atrás de algum lugar. E este lugar é mais conhecido como o Lugar Comum. A ciência tem uma grande contribuição ao problema, pois conseguiu positivar as coisas: tornou o mundo passível de explicação! Tudo pode ser explicado! Tudo deve ser explicado! É lamentável a camisa de força na qual vamos sendo apertados, comprimidos e silenciados. A força dos lugares comuns é quase que uma vertigem. Se age assim, é porque quer tal coisa! Se pensa assado, é porque quer cozido! E junto com isto veio a ditadura da beleza. Só os belos tem vez! E o pior: Todos podem ser belos! É só uma luz adequada; uma pequena cirurgia plástica, e tudo fica belo! Imaginem o que os velhos europeus vão enfrentar em poucos dias. A maioria da juventude européia está desempregada ou não terá emprego. As garantias sociais que os velhos já alcançaram, dificilmente serão quebradas. Será que envelhecer será um bom negócio, na Europa? O mundo parece um grande angu, no qual a força dos lugares comuns é o tempero. Todos vamos para algum lugar. Todos temos que casar. Todos temos que nos separar. Todos temos que ficar bonitos. Todos temos que ser felizes. Tá feia a coisa! A inveja e o preconceito vão sendo cultuados como os deuses nos templos. As mais calhordas das ações passam como um pequeno engano ou um leve mal entendido. Não podemos Ser em paz. Ninguém pode mais sofrer, que já é melancólico. Nada disso. Isso não é um assunto legal. Todos devemos ser felizes! Legal é seguir o rebanho dos invejosos e preconceituosos. Lamento informar: Dias cinzas, estes!

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Arquivo Público

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Caríssimos leitores do Flanar: Vamos salvar o Arquivo Público do Pará de um incêndio?
Todas as informações estão aqui no blog da jornalista Ana Célia Pinheiro.
Acreditem: a causa é nobre!

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Sobre a estética da pobreza




Das feridas
Que a pobreza cria
Sou o pus
Sou o que de resto
Restaria aos urubus
Pus por isso mesmo
Este blusão carniça
Fiz no rosto
Este make-up pó caliça
Quis trazer assim
Nossa desgraça à luz...
Sou um punk da periferia
Sou da Freguesia do Ó
Ó! Ó Ó Ó Ó Ó Ó Ó!
Aqui prá vocês!
Sou da Freguesia...
Ter cabelo
Tipo índio moicano
Me apraz!
Saber que
Entraremos pelo cano
Satisfaz!
Vós tereis um padre
Prá rezar a missa
Dez minutos antes
De virar fumaça
Nós ocuparemos
A Praça da Paz...
Sou um punk da periferia
Sou da Freguesia do Ó
Ó! Ó Ó Ó Ó Ó Ó Ó!
Aqui prá vocês!
Sou da Freguesia...
Transo lixo
Curto porcaria
Tenho dó
Da esperança vã
Da minha tia
Da vovó
Esgotados
Os poderes da ciência
Esgotada
Toda a nossa paciência
Eis que esta cidade
É um esgoto só...
Sou um punk da periferia
Sou da Freguesia do Ó
Ó! Ó Ó Ó Ó Ó Ó Ó!
Aqui prá vocês!
Sou da Freguesia...
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Punk da Periferia
Música de Gilberto Gil

Para colecionar


O genial e recém-falecido desenhista francês Moebius teve mais um livro lançado no Brasil pela Editora Nemo, intitulado O Homem é Bom?.
Na verdade trata-se de um lançamento nada comercial, com histórias previamente lançadas entre 1974 e 1980, período de plena liberdade artística de Jean Giraud, antes da globalização de sua obra.
A história que dá título ao livro é surpreendente, e desarma o egocentrismo nato dos humanos sobre o nosso papel no universo.
Só ela já vale cada um dos quarenta e nove reais pagos pelo livro.
Torço para que a Nemo ou mesmo outra editora possa trazer mais títulos do autor a um custo menor, para que a sua obra seja mais e mais conhecida por aqui.



quarta-feira, 30 de maio de 2012

Steve Jobs na AllThings D - Grátis na iTunes Store


A afamada seção de tecnologia do Wall Street Journal, conhecida como All Things Digital, disponibilizou hoje na forma de podcasts uma seleção de participações de Steve Jobs nas D Conferences que promovem anualmente. 
São 6 episódios que vão de 2003 até 2010. Entre eles, o histórico encontro com Bill Gates em maio de 2007. Tudo absolutamente grátis.
Clique aqui para assinar.

Mais detalhes, só na AllThings D.

OBSERVAÇÃO: Prepare-se para um longo download. Cada episódio tem em média 2 gbytes!

terça-feira, 29 de maio de 2012

"Scams" prometem milhagens e roubam seus dados

O e-mail fraudulento prometendo vantagens e promoções não é novidade. Conhecido como "scam", o golpe agora parece estar utilizando as milhagens de companhias aéreas como atrativo para capturar dados dos usuários incautos. E ganhou um upgrade: agora, eles estão razoavelmente bem redigidos.
O texto em português chulo e risível costumava ser uma das características mais marcantes dos scams de outros tempos. Mas os fraudadores parecem estar aperfeiçoando as iscas.
Vejam o exemplo abaixo.

A captura de tela acima, é um legítimo e atual scam envolvendo a TAM e seu programa de milhagens. Percebam, que apesar de primário, o texto é muito mais cuidadoso do que o habitual. 

Ao observarmos o cabeçalho do e-mail, notamos que os meliantes tomaram o cuidado de simular um remetente "legítimo".

Contudo, ao passarmos o mouse sobre o link recomendado no e-mail e conferirmos a URL associada a ele no rodapé do software de e-mail, flagramos a fraude. O endereço é absolutamente estranho a empresa aérea, possui domínio .za, possivelmente hospedado na África do Sul. 

Ao clicar nele, a vítima será encaminhada a um formulário fraudulento solicitando dados pessoais e (certamente) login e senha de acesso ao programa de fidelidade da TAM. 
Não por acaso, o Catálogo de Fraudes da RNP, conhecido como CAIS, elenca inúmeras outras ocorrências envolvendo o nome da empresa aérea.

Portanto, esteja atento. Nada de bom chega de graça até você. NADA!

Fina ironia



O vídeo acima foi pescado do Blog do Sakamoto, que hoje critica a intolerância e os interesses ocultos na abordagem do homossexualismo pela mídia .
Apesar da seriedade do tema, o vídeo não deixa de ser engraçado, no melhor estilo Monty Pithon.

A onda do momento

O mais popular e afamado ex-presidente da história deste país pressionar um ministro do Supremo Tribunal Federal para adiar o julgamento do "caso mensalão" seria, de fato, um escândalo passível de obter toda a repercussão que está tendo. Seria uma absurda subversão de qualquer lógica democrática e das mais comezinhas regras éticas. Meto minha colher.
Se a acusação é verdadeira ou não, ignoro. Admito, contudo, que não confio em Lula tanto assim, a ponto de me surpreender se amanhã ficar provada a veracidade do fato. O enredamento de Lula com os altos esquemas de corrupção durante seu governo, que envolveram até seu filho, são um nó que jamais saiu de minha garganta. E confio menos ainda em Nelson Jobim. Ocorre que confio ainda menos em Gilmar Mendes, para mim uma obscura personagem da República, cujo currículo foi lembrado pelo colega Joaquim Barbosa, que o chamou de "coronel".
E fundamentar uma informação com base na Veja, então? Faz-me rir.
Mas o que botou um sorriso nos meus lábios (não de alegria, mas de condescendência) são as análises jurídicas que a imprensa comum e blogueiros têm feito sobre o caso, mormente as que tocam a minha área de trabalho (naturalmente, não me refiro a nossa querida Marise Morbach, que já opinou sobre o tema aqui no Flanar, mas a umas aloprações que li por aí desde ontem). Estão acusando Lula de uns crimes que, faça-me o favor, não têm nada a ver. Mas brasileiro gosta mesmo é de um achincalhe, então vamos continuar bradando.
Pior mesmo é bradar contra moinhos de vento, já que dessa história, antecipadamente podemos dizer, não sairá consequência prática alguma.

Para cérebros curiosos


O cenário londrino de museus é sempre movimentado, com um fluxo constante de exposições e de eventos de destaque mundial, englobando os mais variados ramos da atividade humana.
No interessantíssimo Wellcome Collection, próximo à estação de metrô Euston Square, encontra-se em andamento a mostra Brains: the mind as matter, cuja versão disponível on-line nos dá uma boa ideia dos aspectos médicos, científicos, culturais e tecnológicos envolvidos no estudo deste órgão único, misterioso e inspirador, o cérebro.
As mentes curiosas não podem deixar de passear por esta verdadeira república de imagens, palavras e vídeos sobre o cérebro, a maravilhosa estrutura orgânica que nos comanda.
Imperdível!

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Quem tem medo de Gilmar Mendes?

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Eu! Por exemplo. Quem, em sã consciência, não teme o judiciário brasileiro? Para falar por baixo sobre um assunto dos altos: é só lembrar que fim levou o caso Dantas e seu Opportunity. Em ano eleitoral me parece adequado trazer duas questões ao campo da visibilidade. Uma é o Mensalão. Outra, o Gilmar Mendes. A primeira questão está na mesa do Joaquim Barbosa, Ministro do STF. A outra, está no cérebro de Gilmar Mendes - pois gente do quilate dele não guarda certas anotações no papel. As duas nos falam, com franqueza, dos esquemas de corrupção, favorecimento, e perda de limites institucionais. As duas colocam na dimensão do conflito institucional: o executivo, o legislativo e o judiciário. As duas expõe os flancos das relações entre mídia e política. Questões da maior seriedade que estão dimensionadas pelo "campo" dos interesses em disputa. Eu gostaria de ver o Mensalão sentenciado pelo STF. Qual é a sentença do ministro Joaquim Barbosa? Isto me interessa. Mas não concordo com os encaminhamentos dados pela revista Veja. Nem posso concordar com a over exposição do fato, que será dada em período eleitoral. Isto é antirrepublicano, para dizer o mínimo. Agora, não posso assumir o discurso partidário do PT de que a causa - os fins - explica o Mensalão. E, até, pode torná-lo uma boa ação: Alto lá! Quanto à Veja: É público que Civita mandou seus enviados procurarem Lula para intermediar junto ao HSBC a dívida do Grupo Abril. E que a moeda de troca seria amenizar a difusão dos fatos sobre o Mensalão. O que não aconteceu. Veja transformou Lula no diabo - sem vestir Prada. Aliás, Lula é o diabo para a revista Veja desde a primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso. Quem é Gilmar Mendes? Talvez o mais respeitado estudioso de matéria constitucional, no Brasil. Mas um arrogante. Um ministro que não tem papas na língua; e que é abertamente favorável à manutenção do status quo das elites financeiras; que fazem o diabo aqui no Brasil. Não sabemos nem a metade da missa na qual o supremo ministro vem rezando. E como saber? Os caras são os donos do poder! A baixaria midiática já começou a rolar. E é só o começo. Eu? Clamo por transparência e cidadania: Ampla e irrestrita.

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domingo, 27 de maio de 2012

...prá semana!

Vem aí uma queda de braço entre o Governo Dilma e o setor automobilístico. Esta vai ser boa de acompanhar. O setor automobilístico significa uma cadeia produtiva prá ninguém botar defeito. É gigantesco. E lucra muito! Parece que a discussão que o governo quer  levar com o Setor é justamente esta: o Lucro. Vai ser um conflito acirrado. E vejo o poder de decisão na mão do governo. Gosto do Mantega, tenho confiança nele. Mas vamos  acompanhar um conflito aberto entre Imposto e Produção. Meu filho me explica que o carro vendido no Brasil é de qualidade inferior, e de modelos antigos(I?!). Entendo(?); e imagino que o governo tem grandes chances de enquadrar o Setor. Estou torcendo que nesta queda de braço um monte de associações de consumidores entre na parada engrossando as ações de governo. Cidadania faz bem.

Deixo aí um provérbio chinês para acompanhá-los durante a semana. Espero que lhes seja proveitoso!


[...]A inteligência caminha mais que o coração.
Porém não chega tão longe.[...]

Dos dois lados do Atlântico


O sétimo fruto do trabalho conjunto do famoso quadrinhista americano Gilbert Shelton (dos inesquecíveis Freak Brothers) e do ilustrador francês PIC, Not Quite Dead (O Último Show; Editora Conrad), após um atraso de dois anos, foi finalmente lançado entre nós.
A trama psicodélica, que envolve a banda de rock Not Quite Dead, um país do oriente médio e uma suposta invasão americana, consegue criticar simultaneamente o fundamentalismo religioso e o imperialismo ocidental.
Perfeito para ler num domingo à noite, depois do pôr-do-sol na beira da Baía do Guajará.
Ou  para começar bem a semana.

sábado, 26 de maio de 2012

Madrugada à francesa



Após 10 anos de carreira, o cantor francês Sébastien Tellier finalmente atingiu o estrelato em seu país com o lançamento do seu terceiro CD, My God Is Blue.
A versão acima (censurada) do vídeo do hit Cochon Ville, já nos dá uma boa ideia da esquisitice do universo excêntrico e pseudo-espiritualizado de Tellier.
Quem desejar se aventurar na versão sem censura, pode fazê-lo no Vimeo.
Afinal de contas, chacon à son goût!

Sobre cinzas.

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Talvez, quando o Código Florestal seja "votado", tenhamos chegado a um acordo.O que considero impossível!O que está em discussão no código não é matéria de fácil entendimento. Os donos dos agronegócios não entendem porque manter a floresta de pé. Não tem mais floresta na Europa!?!O que aconteceu na América do Norte?!? Não se consideram latifundiários!Mas produtores rurais.E muitos, de fato, são. Para criar gado precisam de enormes quantidades de terra,com capim plantado.Estão entregando gado na Venezuela. No Irã. Nos Emirados Árabes?!? Mas a pequena propriedade ainda segura a economia familiar, no campo. A Reforma Agrária não veio. E a Amazônia continua sendo a grande vilã do desenvolvimento nacional. Ou seja:o Código Florestal é do tamanho dos dilemas e das contradições do mundo rural. É a mais difícil matéria que o legislativo brasileiro recebeu prá votar. A decisão tá com o governo? A decisão tá com a Dilma? Jamais. A decisão continua na mão dos oligarcas e de seus representantes. A decisão está na mão dos burocratas do Incra, e dos demais orgãos públicos; que fingem que controlam o incontrolável.No Congresso e no Senado estão as bancadas ruralistas fazendo a conta de quanto saiu o pesado lobby que desenhou as estratégias e as negociações.O movimento social não está dormindo, nem é representado apenas pelo MST, como quer fazer crer o sistema de informações. O fato é que a agricultura familiar ainda é a responsável pela sobrevivência de milhares no campo.O fato é que a questão da propriedade da terra continua no centro do litígio.E quem mora nos centros urbanos desconhece a matéria, e opina utilizando o feeling, e nada mais.É uma matéria complexa. Brinco que ela está sendo "votada" porque é isto mesmo. Preservação é um tema que só embala os sonhos de moradores dos grandes centros urbanos. Nas áreas onde há floresta em pé: o melhor seria derrubar. E não é só nas grandes cidades que o tema do desenvolvimento cala fundo.Não, ele cala fundo em todo canto onde houver riquezas naturais e miséria social.Onde estão as grandes bancadas políticas preservacionistas?!? Na Alemanha; em São Paulo; em Nova York!
O Nordeste vai se desenvolvendo com indicadores sociais bem melhores que os da Região Norte.O Centro-Oeste e o Norte vão continuar com a plena expansão dos conflitos agrários e do avanço sobre as áreas florestais. Até lá, melhor seria ver o Código Florestal distante dos oligarcas.Não dá.Não vejo nenhum problema  em olhar as oligarquias com o desprezo que merecem. Confesso que estou farta delas. Reles, burras e torpes. Que pena que isto ainda perdure por muito mais tempo. Melhor seria que se tornassem cinzas. Mas não será assim.Os conflitos que estão contidos no Código Florestal:estão apenas contidos!Ou seja, represados!Longe estão de representar acordos e entendimentos sociais. Fiscalização e repressão são os melhores indicadores para fazer projeções sobre o futuro do Código.Vamos olhar para o Ibama e para o Incra: Quais são as nossas chances?!?

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sexta-feira, 25 de maio de 2012

Jazz

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A música é a arte das divindades. O Jazz está  prá mim como um dos grandes sopros da  inspiração divina: sendo metafísica! Ele chegou para aproximar os homens da divindade. Grandes historiadores sociais se interessaram pelo Jazz. Entre eles está o famoso historiador inglês Eric Hosbawm que escreveu  História social do Jazz. Escreve ele: "O jazz nasceu. Porém a sua singularidade não está na mera existência -muitas foram as linguagens musicais especializadas - mas em sua extraordinária expansão, praticamente sem paralelo cultural em termos de velocidade e abrangência, a não ser pela expansão inicial do islamismo." Eu sou uma amante do Jazz! E deixo aqui um artigo delicioso, que está no Obvious, sobre o Jazz como uma alternativa diplomática durante a guerra fria. Vale a pena ler.















Eric J.Hobsbawm
História Social do Jazz
Prefácio do Luís Fernando Veríssimo/ Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Êxtase


"O paraíso sobre a terra pode estar nos belos seios de uma mulher, no lombo de um cavalo ou entre as páginas de um livro."

Provérbio árabe

Ive ferve as expectativas sobre novidades Apple

Imagem: Apple Press
It’s a really tough one. A lot does seem to come back to the fact that what we’re working on now feels like the most important and the best work we’ve done, and so it would be what we’re working on right now, which of course I can’t tell you about. 

Com estas enigmáticas palavras, o mago britânico do design dos belos produtos da Apple Jonathan Ive coroou a temporada de expectativas e rumores na blogosfera especializada. O frenesi especulativo alcançou níveis estratosféricos. Blogs, websites, publicações, todos parecem empenhados no habitual exercício de apostar qual seria a próxima inovação arrebatadora da empresa de Cupertino.
Segundo o Blog MacMagazine, Ive (que foi à Londres receber o segundo título concedido pela realeza britânica) concedeu uma entrevista ao The Telegraph.
Ao ser estimulado a indicar um único produto/projeto da Apple pelo qual gostaria de ser lembrado, "Sir" Ive surpreendeu com a bombástica declaração acima.

Pois muito bem.
Após a extraordinária onda de inovações que a Apple comandou na última década, chegamos até a duvidar de que alguma coisa ainda precise ou possa ser inventada. Claro que é uma bobagem. No limite, sempre haverá algo a ser aperfeiçoado. Inovação é superávit neste mercado histérico.
Contudo, pode ser que Ive esteja bem treinado na cartilha protagonizada com excelência pelo inesquecível Steve Jobs: criar expectativa em uma mídia voraz.

Bom mesmo é estar vivo para conferir.

Luiz Maklouf Carvalho

Quer saber o que é um jornalista de talento? Cola no Luiz Maklouf Carvalho. Este paraense de seus 52 anos(?)  foi editor do jornal Resistência e correspondente do Movimento. Quem não lembra; ou não leu: Azar! Eu me lembro e li. Maklouf fez para a revista Piaui o melhor perfil que eu já li de um dos mitos da advocacia brasileira:  Márcio Thomaz Bastos. Não lembro em qual número da revista. Mas lembro perfeitamente dos detalhes da matéria. Maklouf vai levando você pela mão.Vamos do escritório de Márcio Thomaz Bastos até o closet onde ele guarda seus ternos caríssimos. Mergulhamos na piscina com os netos de Márcio Thomaz Bastos. Ficamos sabendo dos hábitos exclusivos e sofisticados do advogado que foi Ministro da Justiça no governo Lula. Tudo apresentado à maneira de Maklouf: critico e mordaz. Agora o mito está advogando para o Cachoeira. Fico imaginando o que pensa Cachoeira ao lado de Márcio Thomaz Bastos. Pensará Cachoeira: Estarei livre daqui há instantes? Bastos me livrará da morte? Sou um homem encrencado?
Não sei! Fala aí Maklouf! Tenho certeza que você sabe!
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Folhaonline

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Oh quanta dor...

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A Europa vai ajoelhando diante dos fatos. Vai se enredando nos fatos como os apaixonados diante de evidências negativas. Não querem ver. Não querem sofrer. Não querem chorar. Mas estão diante do inevitável: Recessão, desemprego e quebra de garantias sociais. É triste ver o que acontece com a Espanha, Portugal e Grécia. Tristíssimo ver a debacle de históricos combatentes.  Pensava eu que teriam aprendido. Mas parece que os governos continuam seduzidos pelas carícias fáceis de amantes pouco aptos aos compromissos de longo prazo. Pior para as sociedades civis. Muito pior para nós que estamos na periferia dos povos que viveram as duas grandes guerras mundiais. Essa dor é enorme. Não vamos escapar aos sintomas de tamanha desilusão.

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Concordando com Vladimir Safatle

22 DE MAIO DE 2012 - 12H16 

Vladimir Safatle: Toda violação será castigada


“Toda violação dos direitos humanos será investigada.” Com essa frase, Gilson Dipp, um dos integrantes da Comissão da Verdade, procurou constranger setores da esquerda que procuram levar a cabo as exigências de punição aos crimes da ditadura militar.

Trata-se de pressupor que tanto o aparato estatal da ditadura militar quanto os membros da luta armada foram responsáveis por violações dos direitos humanos. É como se a verdadeira função da Comissão da Verdade fosse referendar a versão oficial de que todos os lados cometeram excessos equivalentes, por isso o melhor é não punir nada.
No entanto o pressuposto de Dipp é da mais crassa má-fé. Na verdade, com essa frase, ele se torna, ao contrário, responsável por uma das piores violações dos direitos humanos.
Sua afirmação induz à criminalização do direito de resistência, este que – desde a Declaração dos Direitos Universais do Homem e do Cidadão – é, ao lado dos direitos à propriedade, à segurança e à liberdade, um dos quatro direitos humanos fundamentais.
Digamos de maneira clara: simplesmente não houve violação dos direitos humanos por parte da luta armada contra a ditadura. Pois ações violentas contra membros do aparato repressivo de um Estado ditatorial e ilegal não são violações dos direitos humanos. São expressões do direito inalienável de resistência.
Os resistentes franceses também fizeram atos violentos contra colaboradores do Exército alemão durante a 2ª Guerra, e nem por isso alguém teve a ideia estúpida de criminalizar suas ações.
Àqueles que se levantam para afirmar que “a guerrilha matou tal soldado, tal financiador da Operação Bandeirante”, devemos dizer:
“Tais ações não podem ser julgadas como crimes, pois elas eram ações de resistência contra um Estado criminoso e ditatorial”.
O argumento de que tais grupos de luta armada queriam implementar regimes comunistas no país não muda em nada o fato de que toda ação contra um Estado ilegal é uma ação legal. O que está em questão não é o que tais grupos queriam, mas se um Estado ilegal pode criminalizar ações contra sua existência impetrada por setores da população.
Como se não bastasse, integrantes da Comissão da Verdade que dizem querer investigar ações dos grupos de resistência “esquecem” que os membros da luta armada julgados por crimes de sangue não foram anistiados. Eles apenas receberam uma diminuição das penas.
Ou seja, os únicos anistiados foram os militares, graças a uma lei que eles mesmos fizeram, sem negociação alguma com a sociedade civil.

* Vladimir Safatle é filósofo e professor da USP 

Publicado no jornal Folha de S. Paulo



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Os livros de Vladimir Safatle são editados pela Boitempo;
a editora da paraense Ivana Jinkings

Essa é prá tocar no Rádio!


Plenário da Câmara aprova PEC do Trabalho Escravo. Confira como votou cada deputado

Vejam aí quem se absteve de votar. Vocês vão ver que foram os mesmos que queriam o Pará dividido. Por que não disseram Sim?Por que não disseram Não? Abstenção em votação de um tema como esse não é uma postura republicana! Tá mais prá clientelismo e oportunismo: tá sim!
Agora, para os que votaram no Não: é preocupante!  
Lira Maia do DEM/PA, votou Não!
Giovanni Queiroz do PDT/Pa, votou Não!
São estes os representantes que queriam ser governo, se o Pará fosse dividido?!? 
Mas não foi, nem será!

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segunda-feira, 21 de maio de 2012

Chikaoka e Tó Teixeira


No excelente Holofote Virtual, a jornalista Luciana Medeiros dá a dica cultural imperdível do momento.
Clique aqui e saiba muito mais.

FUNDEF

Deixo o release do Ministério Público Federal na integra. Vejam aí por onde drena a grana que vem para "as criancinhas" que os políticos adoram exibir na propaganda eleitoral. O Fundef é a porta para montanhas de armações, e alimenta a ação de quadrilhas; a grande maioria chefiada pelos prefeitos. Enquanto isso, falta de um tudo nas escolas e no bolso dos professores. É ultrajante o que se faz com o futuro das nossas crianças. Depois ficam todos com cara de paisagem quando são pegos em flagrante. O Pepeca, como é conhecido o ex-senador Luiz Otávio de Oliveira Campos, é aquele envolvido com  as balsas que não foram entregues - escândalo da Rodomar - lembram? Só ali foram R$12 milhões. O pior é que casos como esse acabam por atingir centenas de empresários honestos que utilizam empréstimos públicos para tocar os seus negócios. Percebam quanto tempo levou para chegar a esta decisão. 


Justiça condena três ex-prefeitos e ex-senador por desvio de recursos
Em um dos casos, dinheiro desviado terá que ser devolvido pelos herdeiros

A Justiça Federal no Pará condenou só na semana passada três ex-prefeitos e um ex-senador, todos por desvio de recursos públicos. As condenações são baseadas em ações do Ministério Público Federal (MPF).
Os herdeiros do ex-prefeito de São Sebastião da Boa Vista Benedito Odival Oliveira Gomes terão que devolver à União recursos desviados pelo falecido. A Justiça condenou o espólio de Gomes a devolver ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) R$ 1,8 milhão mais correção monetária.
O MPF acusou o ex-prefeito por improbidade administrativa porque não prestou contas de recursos federais repassados ao município.
Também por desvio de verbas do Fundef, a ex-prefeita de São Sebastião da Boa Vista Violeta de Monfredo Borges Guimarães e quatro ex-integrantes da comissão de licitação do município (Vivaldo Macedo Rodrigues, Ronaldo José Borges Guimarães, Francisco Veriano Araújo da Silva e Almir Bogoevich Lage) terão que devolver R$ 1,5 milhão aos cofres públicos, mais juros e correção monetária.
A Justiça Federal também condenou todos os acusados ao pagamento de multa de R$ 100 mil e suspendeu seus direitos políticos por dez anos.
Já o ex-prefeito de Ponta de Pedras Bernardino de Jesus Ferreira Ribeiro foi condenado a seis anos de reclusão, em regime semi-aberto, por desvio de R$ 37 mil de um convênio entre o município e o Ministério do Meio Ambiente para projetos de sustentabilidade ambiental e turismo.
O engenheiro Nelson Lopes da Silva Chaves, acusado pelo MPF de ter ajudado na falsificação de documentos e recibos, foi condenado a cinco anos de reclusão em regime semi-aberto. Os dois condenados não poderão exercer cargo ou função públicos por cinco anos e terão que ressarcir os cofres públicos.
Ex-senador é condenado - Também na semana passada foi publicada no Diário Oficial da Justiça Federal na 1ª Região a condenação do ex-senador pelo Pará Luiz Otávio de Oliveira Campos e de outros ex-integrantes do grupo Rodomar pelo desvio de R$ 12 milhões em recursos da Agência Especial de Financiamento Industrial (Finame).
Em 1992, o grupo Rodomar conseguiu o empréstimo com a justificativa de que iria construir balsas, o que nunca foi feito. A fraude contou com o apoio da Estaleiros Bacia Amazônica SA (Ebal).
O ex-senador foi punido com 12 anos de reclusão em regime fechado e multa. À mesma pena foram condenados outro dirigente da Rodomar, José Alfredo Heredia, os então dirigentes da Ebal André Moraes Gueiros, Paulo Érico Moraes Gueiros e David Jacob Serruya e os então funcionários do Banco do Brasil Manoel Coriolano Monteiro Imbiriba Neto e José Roberto Lobão da Costa, que participaram da operação fraudulenta.
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domingo, 20 de maio de 2012

Sabia tudo sobre cor!






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A sala vermelha/ Henri Matisse

Sobre o destino!


Angeli!

Quando eu fico triste

Sempre recorro à música.

As últimas três semanas têm sido muito difícil.

A velocidade da vida e da morte é assustadora.

Vivendo e aprendendo a viver. Acho que é isso mesmo.

Fiquem com a minha música.

Set List

sábado, 19 de maio de 2012

Sobre nós!

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Ismael Machado é jornalista, professor e autor do livro Sujando os sapatos - caminho diário da reportagem. Com bastante desenvoltura, ele publica um artigo no Observatório da Imprensa no qual aborda os textos literários que estão sendo produzidos na Amazônia pela nova geração de escritores que, segundo ele, se negam a repetir o discurso regionalista. São eles, o paraense Edyr Augusto Proença; e o amazonense Milton Hatoum. Concordo com o Ismael Machado quanto ao fato de que  a escrita de Edyr Augusto Proença ocupa um espaço importante, ao apresentar o mundo urbano e caótico de uma das grandes metrópoles da Amazônia. E diria mais: o estilo de Edyr Augusto Proença investe esta apresentação de um realismo bastante renovado, por ser sintético e vigoroso. Mas discordo da leitura que ele faz da obra de Dalcídio Jurandir, em relação ao demasiado regionalismo de Dalcídio. Não sou uma especialista em literatura, muito menos naquela que se rotulou regional. Estou longe disso. Mas não vejo em Dalcídio Jurandir a pretensão de revelar um homem amazônico na dimensão do universalismo de Guimarães Rosa. Primeiro, a ideia de Sertão que o Guimarães Rosa vai  desenvolver, ao longo de sua obra,  produz uma subjetividade nos personagens  que já está contida em imagens historicamente construídas sobre o Nordeste; ou melhor, sobre o Sertão. Estão muito além da obra de Guimarães Rosa. Segundo, a água, de fato, representa essa imersão do homem da Amazônia em uma subjetividade pouco conhecida do circulo literário brasileiro. Ele mesmo - Ismael Machado - incorre neste estranhamento, ao considerar que isto define a constituição de uma identidade amazônica; e que é negativa aos leitores de outras plagas do Brasil! E por quê? Nem ele consegue responder. Tanto não consegue, que coloca essa questão na dimensão de um enigma, e nos reporta à Esfinge: decifra-me ou te devoro! Não penso que uma literatura, que remeta os leitores aos cenários amazônicos urbanos e modernos, tenha que enfrentar semelhante desafio. Nem acredito que Dalcídio Jurandir quisesse ser lido a tal ponto de modificar a sua estrutura narrativa para fora do seu desejo de escritor. Se escreveu com excessivo uso de termos regionais, era porque assim desejava sua escrita e seu talento. Não é preciso, para louvar os novos talentos literários que vivem na Amazônia, negar a estrutura narrativa vigorosa de Dalcídio Jurandir. Mas valeu o artigo por levar ao Observatório da Imprensa os escritores amazônicos que nasceram dentro da realidade urbana, e que são capazes de expressá-la com talento e vigor.

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Ladrões!

Você aí que mora em Marabá, em Santarém, em Parauapebas, em Mosqueiro, em Ananindeua, em Belém, em Rurópolis, em Bragança, em Juruti.....Você mesmo! Você sabia que foi roubada do Pará, da Praça da República, em Belém, esta estátua aí, que é de 1897. Ela foi roubada da praça que você vem conhecer quando visita a capital do Pará. Pois é, estão roubando o nosso patrimônio na maior cara de pau! Vá lá ver!?! É inacreditável! O que estão fazendo com a gente?!?

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Fogo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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Grave a ocorrência que envolveu o Arquivo Público do Pará. Grave e preocupante. No blog de Flávio Nassar e no blog da jornalista Ana Célia Pinheiro vocês poderão ter maiores informações. Honestamente não sei o que pensar sobre o tratamento dado à memória e à cultura pelos sucessivos governos que vem se alternando na política paraense. O centro comercial da nossa capital é um barríl de pólvora. Todo ele pode pegar fogo a qualquer momento. O Arquivo Público está localizado no centro comercial de Belém. Ali repousa a memória do Pará. Ali estão documentos preciosos que ao serem queimados irão levar consigo o que não temos condições de avaliar, pois muitos desses documentos ainda não foram objeto de pesquisa ou avaliação. Constrói-se obras para turismo e entretenimento. Constrói-se obras para meia dúzia de bacanas. Constrói-se para o mundo mágico da disneylândia. Mas não se pensa no básico, que é a memória histórica e cultural. Tá aí o belíssimo prédio do Instituto Histórico e Geográfico: como está a restauração? Agora a gravíssima ocorrência no Arquivo Público. O que estamos esperando? O que está faltando acontecer? Precisamos responsabilizar os nossos governantes! Uma parte da memória da Cabanagem emergiu do Arquivo Público do Pará! E aí ?????????????????????????????

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The outsider beatle II




A história de Stuart Sutcliffe e os Beatles em Hamburgo em 1960-1962, também  é muito bem contada no filme Backbeat, do diretor inglês Ian Softley. A produção é de 1994, e aqui vocês tem o trailer. O filme não fez muito sucesso, mas a versão musical ganhou elogios quando estreou em Londres, em 2010. Neste verão, em julho, Backbeat - The birth of the greatest band ever ganha uma nova montagem em Toronto no Canadá.

The outsider beatle



Ele trocou The Beatles pelo amor à pintura e à uma garota alemã inteligente,  talentosa e linda. Quem não conhece Stuart Sutcliffe tem agora a oportunidade com o livro de história em quadrinhos Baby's in Black - The story of Astrid Kirchherr and Stuart Sutcliffe, de Arne Bellstorf. Stuart tocava baixo antes de Paul McCartney, que em 1960, era guitarrista, quando o então quinteto - completado por John Lennon, George Harison e Pete Best -  passou uma temporada tocando num obscuro porão em Hamburgo, na Alemanha.
Foi nesse lugar que os Beatles  conheceram o artista plástico Klaus Voormann e, através dele, Astrid Kirchherr, fotógrafa, que era então namorada de Claus. Ela acabou fazendo a primeira sessão profissional de fotos dos Beatles (foto abaixo). Astrid e Stuart se apaixonaram e ele, que tocava na banda a pedido do amigo  Lennon, resolveu ficar na Alemanha. Stuart não se considerava músico. Queria mesmo era ser artistas plástico e ficar perto de Astrid. O sonho dele se interrompeu com um aneurisma que o matou em 1962. A alemã, muito mais antenada que os ingleses, continuou em contado com os Beatles, fotografou o grupo na formação definitiva (sem Pete e com Ringo Star) durante as filmagens de A hard day's night, em 1964. Ela também  foi a responsável pelo estilo de cabelos com aquela franjinha que o Stuart e depois todo o grupo adotaram.
No livro em HQ, o clima é avant-garde anos 60. E a edição flamengo-holandesa é um primor. Diria, item para colecionadores.


         (da esquerda para a direita: Pete, George, John, Paul e Stuart; Fotos de Astrid Kirrcherr, Hamburgo 1960)


sexta-feira, 18 de maio de 2012

Vavá Mutran

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Morreu em  Belém, no dia de hoje, um dos últimos representantes das Oligarquias dos Castanhais - como assim foi denominada pela pesquisadora paraense Marília Emmi. O nome dele era Vavá Mutran. Digamos que, além de representante de uma oligarquia paraense já extinta,  tratava-se de um dos homens mais violentos e truculentos que já conheci. Seu nome estará irremediavelmente ligado aos crimes contra trabalhadores rurais e lavradores. Era conhecido como mandante de crimes e financiador da pistolagem no campo. Mas também foi prefeito de Marabá e vereador por vários mandatos; além de deputado estadual. Seu filho, o médico Nagib Mutran Neto, também foi prefeito de Marabá; e trouxe minha filha ao mundo em um 14 de novembro de 1984 inesquecível! A este fato me reportei ao acaso. Vavá Mutran representa o que de pior emergiu das oligarquias que, entre 1920 e os anos 1960, dominaram a política, e as relações sociais, no sul do Pará. Deixou seu legado para a história do Município de Marabá. Um legado que não pode ser esquecido! Ele é um marco  da barbárie e da ausência de qualquer reconhecimento sobre a existência da Lei e dos direitos humanos. Vai tarde!

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quinta-feira, 17 de maio de 2012

Sem Cachoeira?

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Não sei se o Cachoeira gostaria de deixar a prisão. Tenho lá as minhas dúvidas. Ele é uma espécie de banco multiuso da roubalheira suprapartidária. A mulher dele vive aos prantos, e parece acompanhar os últimos momentos do marido. Será que irá chorar no enterro; ou as lágrimas já terão secado? Pelo que está anunciado na folhaonline não teremos a cachoeira que eu esperava aqui no Pará. E o Edmilson Rodrigues não poderá nos prestar o grande favor de  acompanhar as investigações sobre as atividades da Delta por aqui. Como gosta de dizer o Senador Jader Barbalho: Lamentavelmente!
Eu não estou perplexa porque não há como ficar; acabamos por ficar calejados de  ver os cavalinhos correndo, e nós, cavalões, comendo; como escreveu Manoel Bandeira. Eu imaginava que esta CPI prestaria um enorme serviço a nação. Mas, e pelo visto, não será assim. Será cozido; e depois assado.

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Anúncios

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O Scylla tá levantando uma ótima polêmica com o post da campanha da Benetton. Aproveito a carona prá entrar em outro: o dos anunciantes. O poder de uma marca como a Benetton é gigantesco. Mas ela não teria o poder que tem se não fosse um grande anunciante. Não se tem ideia do que significa para um veículo um anunciante. Naquela polêmica na qual se envolveu o grupo maiorana  e o IVC, e que foi muito bem acompanhada pelo Quinta Emenda - resultando até no neologismo que Juvêncio Arruda criou, o Ivecezal -, o que estava em discussão eram os números que envolviam as relações entre agências de publicidade, anunciantes e o jornal O Liberal. Quanto maior a audiência de um veículo, maior o valor cobrado pelo anúncio feito naquele veículo; e maior o volume de anunciantes. Não é à toa que na guerra pela audiência vale tudo: de chute em imagens de santos até revelações  sobre a vida privada dos donos de veículos. O Jornal Pessoal é um caso raríssimo de veículo de informações que não tem anunciante, vive da venda do exemplar. Pela necessidade de manter o veículo é que se dá o grande atrelamento dos jornais aos governos e aos grupos econômicos. Isso explica também o silêncio da maioria dos veículos em temas como a corrupção ou a crise financeira. Sem anúncios não se vive; nem se mantém as taxas de lucro dos veículos. Daí a  polêmica sobre o fato da Grande Imprensa não poder ser considerada  "livre". Vocês querem ver isto mais abertamente? Comprem os jornais que são editados  no interior do estado. A grande maioria vive dos anúncios  dos governos - estadual e federal - e das prefeituras locais. Fica muito difícil ser oposição aos governos sem ter anunciantes. Não vamos longe. Lembram daquele jornal  Público? Ele era publicado por um grupo que se formou em Marabá. Depois foi atrelado ao governo de Ana Júlia Carepa. E acabou  no balcão da Big Ben como propaganda oficial velada(?!?). É muito complicado manter um veículo funcionando e dando lucro; muito! O tema da liberdade de expressão e do controle dos meios de comunicação passa diretamente por este agente: Anunciantes! Querem ver mais? Imaginem o que significa um deputado federal como o Wladimir Costa/PMDB ser proprietário de concessões públicas de Rádio AM e FM? Vocês não imaginam o poder desses veículos no interior do estado; e mesmo na capital. Isto pode significar uma rede de cooptação e chantagem sobre prefeitos e vereadores. Imagine  se os proprietários de rádios resolvem fazer campanhas difamatórias e perseguir grupos e candidatos. É um deus nos acuda! Estava esquecendo de citar O Paraense. Este é um jornal que é financiado pelo grupo do PSDB. Hoje ele está em formato Web, mas quando a competição eleitoral aparece: ele reaparece para arrebentar o grupo do PMDB. Isto é histórico e facilmente comprovável. O mesmo podemos dizer do Diário do Pará, que em processos eleitorais é considerado um jornal de partido. Ou seja, é preciso ter anunciantes: abertos ou velados.

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Rara e cara bela


Ontem foi leiloada em Mônaco a rara Ferrari 625 TRC Scaglietti Spiders, por 5 milhões de euros (quase 13 milhões de reais).
O modelo, de 1957, não era colocado à venda há 30 anos.
Crise, que crise???!!!

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Sobre o Valor

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Imagine quebrar uma parede para colocar canos sobre um grafite que vale $ 50 mil dólares. Imagine que este pixador de muros é um artista que se considera marginal. Imagine que os moradores ficaram revoltados ao saber do valor da obra; e sobre quem a tinha pintado.Imagine quais são os valores que definem o que é Arte? E sobre o quanto se deve pagar por ela? Pois é, a arte tem um valor arbitrário em relação aos demais objetos mundanos. O artista quer ser marginal. Se sente marginal. Pinta no suporte menos valioso do planeta: o muro. Mas é considerado genial. E porquê? Eu gosto imensamente da técnica que Banksy desenvolveu. Ele vive -  talvez? -  na cidade mais cosmopolita do planeta: Londres. Começou a pixar os muros de Londres com talento e senso de humor, inegáveis. É um perfeito desconhecido. E o muro que foi quebrado é na Austrália, em Melbourne: Não há marginais para o  mercado da arte: Não há! E a pintura é o famoso rato paraquedista; segundo o jornal....


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Precisamos lembrar!

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As estórias dos torturados pela ditadura militar me comovem profundamente. Sempre foi assim. Consigo imaginar o tamanho do fosso que se abre dentro de um ser humano que passa por um processo desta magnitude. Dilma chorou! Chorou profundo: lágrimas reais. Chorar por amor é coisa diferente. Chorar de tristeza: nem se fala! Mas essa dor que trouxe lágrimas aos olhos de Dilma Rousseff é de uma outra natureza. Talvez da mesma natureza daquela de uma criança abusada por um pedófilo. De uma filha abusada por um paí. Não sei: não conheço esta dor! Mas reconheço o ser humano que sofre em Dilma Rousseff. Precisamos olhar os arquivos da ditadura. Precisamos punir os culpados. A pior coisa da ditadura brasileira é a falsa visão de conciliação que ela produziu. Esta dor é irreconciliável! Por quê as Mães da Praça de Maio são admiráveis? Porque se negaram a  esquecer! Se negaram a esconder o pranto. Daí a grande sacada de Walter Benjamin: O lado revolucionário da melancolia é que ela não nos deixa esquecer. Lembremo-nos pois!

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Sem ódio


A campanha publicitária Unhate, deflagrada em novembro último pela Benetton, segue a todo vapor com o reforço de um anúncio sobre acordo financeiro feito com a igreja católica, referente à utilização da imagem do Papa Bento 16 beijando Ahmed Mohamed ei Tayeb, imã de uma mesquita no Cairo.
Aliás, a referida fotografia, mostrada abaixo, já foi retirada da campanha.
O valor do acordo, é lógico, não foi divulgado.
Amém.

"Hey Jude" by Paul McCartney - Para sempre



Ponto culminante do excelente DVD Music for Montserrat*. Uma oportunidade extraordinária que, além de Paul McCartney, reuniu músicos como Sting, Eric Clapton, Mark Knopfler, Phil Collins, Elton John, entre outros.
Para quem se interessar, letras e cifras aqui.
*O link leva a inúmeras opções que você encontrará, se desejar adquirir o DVD.

Melancolia germânica



Apesar de ter tentado ouvir blues ontem, influenciado pela postagem Por Um Blues!,  acabei mergulhando involuntariamente na profunda melancolia musical germânica, na figura da inesquecível (e no entanto pouco conhecida no Brasil) Trude Herr.
E compartilho com vocês um momento especial da falecida cantora, atriz e diretora de teatro de Colônia, em que ela divide o palco com Tommy Engel e Wolfgang Niedecken, da banda BAP, um dos principais expoentes  do rock alemão.
Meine Damen und Herren, com vocês, o sucedâneo do blues nas margens do Rio Reno.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Por um blues!

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B.B.King estará em São Paulo já já. Que pena que não posso ver esta admirável criatura. Ele é o tal do blues. É o tal mesmo. É a lenda. É o que bem quiserem que ele seja. Eu o acho estupendo. Se eu tocasse a guitarra do blues que ele toca já estaria nas nuvens; e pouco me lixando prá humanidade. Essas criaturas são as tais; as que interessam; as que dizem alguma coisa. Ave B.B.King! Espero que você resista até uma próxima vez que eu pisar em Sampa.
Enquanto isso Cristina Kirchner faz cara de paisagem e a promotoria pede investigações sobre o vice-presidente Amado Boudou. Por sinal uma bela criatura - e falo de aparência. Neste mundo carregado de canalhas e boas-pintas fica chato ser feliz; chatíssimo: Over. Fala sério aí!

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Todo cuidado é pouco


Minha mãe, correntista do Banco do Brasil da Conselheiro Furtado, ao lado do Supermercado Yamada da Batista Campos, foi vítima de um golpe, ontem pela manhã. Minha tia, correntista da mesma agência, havia sido vitimada da mesma maneira, um mês atrás.

Minha mãe se dirigiu a um dos caixas eletrônicos que ficam dentro da agência. Ao inserir o cartão no leitor do caixa, foi surpreendida pelo travamento da máquina, que após a leitura do chip de segurança não liberou o cartão. Um sujeito de boa aparência, bem vestido, que estava na fila atrás dela, aproximou-se e ofereceu ajuda. Postou-se à frente e, rapidamente, após alguns movimentos na máquina, deixou-o no leitor. Disse à minha mãe que o cartão estava liberado e rapidamente saiu da agência. Ao puxar o cartão, deixado no equipamento, ela percebeu que o cartão era de um terceiro: o dela havia sido levado pelo pulha que a abordara.

Fizemos a ocorrência na delegacia virtual no mesmo dia, poucos minutos depois do ocorrido e cancelamos o cartão. Hoje pela manhã, minha mãe foi à agência para levar o boletim policial e solicitar um novo cartão, quando soube da notícia: haviam transferido, por meio eletrônico, R$ 5.000,00 da conta bancária de alguém que ela não conhece para a dela e sacado R$ 1.000,00, usando o cartão dela que havia sido furtado. A senha provavelmente foi vista pelo pilantra no momento em que ela o digitou, ja que ele era bem mais alto que ela. A transferência, certamente feita por hackers.

Mais que nunca, portanto, está na hora da legislação brasileira mudar para atingir duramente os crimes de internet. Ainda estamos claudicando no uso das mesmas figuras penais que não alcançam os novos crimes. Para não variar, o crime se adapta mais rápido aos temos modernos que a legislação e as autoridades.
Ao Banco do Brasil, cabe melhorar a segurança de suas agências, principalmente nos caixas eletrônicos e aos finais de semana. É um absurdo que correntistas sejam vítimas de golpes dentro das agências. Também cabe melhorar a segurança de suas operações, já que o golpe só se concretiza porque alguém consegue fazer transferências eletrônicas burlando o sistema do banco.

Aos correntistas, como fazem os cidadãos todos os dias, cabe virarem-se sozinhos para não se deixar engolir pela violência – que não é só física, como vemos – que passa ao seu redor todos os dias, e num deles os transformam de testemunhas em vítimas.

Acessórios para seu Macbook Air

Imagem: Henge Docks
Se você possui um Macbook Air, em algum momento pode ter pensando em alguns acessórios que poderiam ajudá-lo a valorizar seu investimento. De fato, em paralelo a qualquer inovação lançada pela empresa de Cupertino, sempre existiu uma lucrativa indústria especializada em produzi-los.

Criados com as mais variadas finalidades, estes produtos prometem protegê-lo de arranhões (e/ou impactos), transportá-lo com elegância (ou discrição), ampliar de alguma maneira sua funcionalidade, promover compatibilidade, entre outras.

É claro que nem todos tem utilidade. E muitos, sequer possuem qualidade. Mas alguns, merecem destaque justamente por atenderem de alguma maneira estas 2 prerrogativas.

O MacGasm (Sim. Este é o nome do website) publicou hoje uma lista de sugestões que talvez possam interessá-lo. 

Particularmente, achei interessante o produto da imagem acima. O Henge Dock simplifica a sua conexão a uma TV (ou quem sabe, um Apple Thunderbolt Display), com a vantagem de ocultar os cabos e conferir um resultado final livre de cabos aparentes (55 a 60 dólares). 
Bacana, não?

Clique aqui e veja mais detalhes.

A câmera mais cara do mundo

A especialíssima Leica M9 Titanium - com somente 500 unidades produzidas - não sai da loja por menos de 32 mil dólares!!!

Leica M9 Titanium. Imagem: Engadget
A título de comparação, a Leica M9 simples, pode ser encontrada aqui mesmo no Brasil por incríveis 26.300 reais. Só o corpo e nada de titânio! 
Leica M9. Imagem: Leica
Mas, se você estiver interessado em um modelo reflex da afamada marca, pode optar pela Leica S2 que pode ir para a sua casa por 74.800 reais! Também só o corpo!

Leica Série S. Imagem: Leica
Tá reclamando?
Imagem: Engadget

Pois saiba que a câmera acima,  foi arrematada anonimamente em um leilão pela inacreditável quantia de 2,16 milhões de Euros (2,77 milhões de dólares).

É assim.

[Via Engadget]