Foto: Divulgação
Não adiantou mudar de nome, tergiversar sobre "novas lideranças"; fazer parecer ao eleitorado uma legenda renovada após varrer para debaixo do tapete as "antigas e manjadas" conveniências partidárias em prol de um Brasil melhor, praticadas pelo PFL.
O fato é que os caciques do DEM, apelidados nos Corredores do Planalto de "demônios", devem muitas explicações ao eleitorado.
A decisão da Justiça Eleitoral que condenou o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), à perda do mandato pelo suposto recebimento de doações ilegais na campanha de 2008 é outro sinal de alerta ao eleitor. A decisão deve ser publicada no "Diário Oficial" na próxima terça-feira e os advogados do prefeito foram à ribalta fazer o que os advogados eleitorais cinicamente chamam de pré defesa: as contas foram aprovadas pelo TRE/SP.
A condenação detona a tese.Claro que os causídicos, muito bem pagos com dinheiro público -- restam provar -- a inocência de seu cliente. Mas, a cortina de fumaça das chicanes jurídicas de mais esse caso de indícios de corrupção abalará, de maneira inesquecível, as possibilidades eleitorais do partido.
Lideranças sérias como o senador Demóstenes Torres, ao qual conheço e admiro, assim como, os deputados federal Ronaldo Caiado e José Carlos Aleluia, igualmente homens públicos coerentes com suas idéias, estão em estado à beira de um ataque de nervos e defendem a expulsão imediata do governador em exercício do Distrito Federal Paulo Otávio, o P.O.
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Com seu único governador trancafiado numa sala de 16 metros quadrados, sem banheiro ou janelas; desprovida de grades -- beneficiado pela imoral prerrogativa de prisão especial, sinaliza como essa turma era feliz e não sabia.
O representante deste triste partido no Pará é algo para se esquecer sem dó nem piedade nessas eleições. Um tipo que nem vale a pena citar o nome.
O governador em exercício do Distrito Federal, um homem bilionário, é acusado nas investigações da Polícia Federal na Operação Caixa de Pandora de ter se beneficiado de R$ 200 mil na distribuição farta do propinoduto criado por obra e arte do senhor governador afastado José Roberto Arruda. Ele nega, claro, e paga o preço de sua suposta inocência. Nem foi recebido pelos deputados distritais da Câmara Legislativa do DF, que não estão envolvidos naquele que já é considerado pela mídia, o maior escândalo de corrupção e assalto aos cofres públicos na história política recente do país.
Uma vergonha.
O provável candidato à presidência da República. Governador de São Paulo e principal fiador político de Kassab para derrotar a candidata do PT à Prefeitura de São Paulo nas últimas eleições, deverá submergir da mídia. Acuado e com medo, a moda de uma covardão miserável que não quer vincular seu nome ao outrora parceiro político na maior cidade da América Latina.
Lamentável.Serra e seu PSDB não podem abrir mão do apoio dos "demônios" privatistas.
Ontem, tive uma demorada conversa com um grande amigo e estupendo especialista em marketing político.
Em sua avaliação, a qual discordei veementemente, o tempo de TV não será tão importante nessas eleições.
Meu interlocutor levantou a tese de que os resultados apresentados como linhas mestras ao cabo da Convenção do Partido dos Trabalhadores, colocará o partido em dificuldades, especialmente com os empresários, ao defender a redução da jornada de trabalho para 40 horas.
Contrapus seus argumentos ao lembar que as classes C e D, em plena ascenção na pirâmide social, repudiarão qualquer movimentação contra a atual política social deste governo, no sentido de redução da transferência direta de renda às classes de baixa renda ou sem qualquer renda.
Disse ainda para meu amigo especialista que, o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer e virtual candidato à vice-Presidente na chapa do PT à sucessão de Lula, apresentou uma idéia, prontamente repudiada pela CNA e pela CNI, de redução gradativa da jornada de trabalho, com compensações fiscais e facilitação à créditos públicos via BNDEs, BB e CEF.
Meu interlocutor voltou a insistir que a redução da jornada de trabalho sem redução de salários desagrada os empresários que reagirão com a falta de patrocínio ao apoio da candidatura da ministra Dilma Roussef.
Ele criticou duramente a homenagem concedida ao vice-presidente José de Alencar. Mineiro, meu amigo marketeiro revelou-me que a revolta foi de tal tamanho que Alencar sequer foi recebido na sede da Associação Comercial e Industrial de Minas. Não se viu uma nota em nenhum jornal sobre o assunto. E olha que o vice-presidente foi alçado a condição de quase Santo, em razão de sua luta pessoal em combater um câncer que não lhe dá sossego.
O combate à queda dos juros ao qual era a principal voz da classe empresarial, no entanto, parece ter ficado lá atrás, bem longe, o que, desconfio, tratar-se de cooptação. Assim mesmo, "pura e simples".
E assim, movem-se as forças. E o eleitorado que dane-se.