sábado, 30 de junho de 2012

Muita Saúva!

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O desespero bate à porta da burocracia pública brasileira: não querem ser fiscalizados; não querem exibir os contracheques; não querem ser monitorados por aqueles que pagam seus salários. No blog Blogosfera, do Prof.Alan,  temos uma ótima reflexão sobre um dos nossos males: o Corporativismo. Ele é como a saúva do Macunaíma de Mário de Andrade. A burocracia e os funcionários públicos não querem tornar transparentes  suas ações. Não, preferem usar argumentos absurdos para barrar o inevitável: a necessidade de controle sobre  a Administração Pública. Em uma sociedade de baixa densidade cívica como a nossa, a transparência é fundamental na democratização das escolhas; e na responsabilização dos administradores públicos. Como bem aponta o Prof. Alan, os sindicatos não querem nem ouvir falar disto. E por que será? Nós teríamos que viver em uma sociedade de seres éticos e humanitários para que o controle sobre as ações da burocracia, e de seus funcionários, não fosse necessário. A própria lógica da ação burocrática faz com que  a sociedade civil não apenas desconheça seus processos, como esteja à mercê de suas decisões. O escândalo do IFPA é um exemplo acabado disto. Na literatura mundial, o controle da burocracia sobre o indivíduo, pode ser lido em Gogol e em Kafka. Quem pensam ser estes senhores? Os donos do poder. É isto que pensam ser: e são! Enlouquecem quando lhes é subtraído o controle. Se há um atributo que  Dilma Rousseff  tem  é a coragem. Foi muito corajosa ao abrir os dados do Executivo ao controle público. Não é  nada fácil lidar com essas organizações. Não se iludam: o combate é longo!




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Dance Party Vol.1 by DJ VAMP




Da série: "Vamos dançar?"

Set List 

O livro negro


Eu quase não assisto TV, mesmo por assinatura, e quando o faço geralmente estou fora de casa, viajando.
E poucas coisas são mais irritantes para mim do que ver um filme pela metade, fragmentado, tipo só o final.
Pois foi desta maneira, zapeando num hotel paulistano, que acabei vendo os 15 minutos finais do filme A Espiã (Swartboek - 2006), do cineasta holandês Paul Verhoeven.
Fiquei muito curioso e acabei comprando o filme recentemente, o que me proporcionou uma agradável surpresa.
Mesmo sem saber dos prêmios recebidos pelo belo filme de época nos Países Baixos, fiquei impressionado com o desenvolvimento da crise de identidade vivida pela protagonista Rachel Stein/Ellis de Vries (Carice van Houten) e pelo clima coletivo de crise de consciência e de ética diante do inevitável colaboracionismo desencadeado pelo cenário subliminar da guerra.
Swartboek está longe de ser apenas mais um filme sobre a Segunda Guerra Mundial, e sim uma obra intrigante que funde memória, identidade e ética.
Mesmo sem ser brilhante, o filme merece uma cuidadosa espiada.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

IFPA

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O Direito produziu ao longo de séculos alguns princípios importantes. Um deles é o de que ninguém precisa produzir provas contra si mesmo. O que eu concordo plenamente. Mas na posição de cidadã e de eleitora, fico cada vez mais indignada com os fatos envolvendo os participantes da esfera pública. O PT já foi colocado em seu devido lugar, e há um certo tempo. O PSDB também. O PMDB, nem se fala. Mas a cara de todos os envolvidos em escândalos de corrupção não treme. Lula não ficou satisfeito apenas com a aliança com Maluf. Não, precisou bater no peito do velho inimigo Maluf. O DEM é o partido mais encrencado da política brasileira. Naquele escândalo envolvendo o  Arruda,  então governador do DF, quase todas as legendas tiveram representação: seja em meias, seja em cuecas. Foi uma verdadeira pornografia política. Agora temos o nome de Edilza Fontes ligado ao escândalo do  IFPA. E ela não veio a público dar qualquer satisfação. Ao contrário, continua postando em seu blog como se nada estivesse acontecendo. O mais interessante é que durante o governo de Ana Júlia Carepa o blog da professora Edilza foi um palanque da moralidade e dos bons modos políticos. Não esquecendo que a professora foi candidata a deputada estadual pelo PT. Deve satisfações a sociedade? Na minha opinião: Deve sim! E por quê? Em primeiro  porque seu nome aparece nos autos do processo como beneficiária de dinheiro; em segundo lugar, se tem pretensões de concorrer ao mandato de vereadora(?) precisa tornar mais transparente sua posição diante dos fatos. Terceiro, não é o fato dela ser irmã do Reitor o que arrolou seu nome ao processo: mas as evidências que levaram o MPF a investigar os fatos.E ela tem se posicionado como uma pessoa pública, produzindo e difundindo opiniões sobre os fatos da política. É claro que ela não responderá como o irmão; isso me parece óbvio. E que eu saiba, a professora Edilza é concursada pela UFPA; e o IFPA é um instituto tecnológico.  O que não me parece óbvio é a moeda ter somente  uma face; e que as atitudes não reflitam os procedimentos éticos necessários em um fato dessa magnitude. Alex Fiúza de Melo, ex-reitor da UFPA, e atual Secretário de Estado de Ciência e Tecnologia, foi duramente atacado pelo jornal O Liberal no domingo passado. Não pôde se defender naquele veículo. Mas foi ao Diário do Pará esclarecer os fatos. Essa é a postura republicana de quem está no poder, ou de quem quer estar em algum momento. Essa a minha posição. Sei que Edilza Fontes não precisa produzir provas contra si mesma. Mas, para mim, está agindo de forma  pouco republicana diante dos fatos.


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Very Good!

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Hipócrates

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A imbecilidade é epidêmica: temo ser inoculada com o vírus. E não há vacinas para o mal. Tento resistir. Faço o que posso. Esqueço a televisão. Penso profundamente no sexo dos anjos. Admito que perdi. Aposto na Mega Sena. Ouso com os conselhos de Fernando Pessoa:  tento simpatizar com tudo; não consigo! Os sintomas de que estou em contato com o vírus se avolumam. Meu figado urra de raiva. Minha bílis saí pelo vômito. Meus nervos estão em frangalhos. Mas pretendo resistir: e resisto! Sou forte: e não sou por acaso. Sinto-me diante das tais escolhas trágicas: o pior e o menos pior. Dias cinzas. Faço uma longa lista dos maiores imbecis do momento: e ao final me sinto extenuada. Sou uma guerrilheira sem pelotão e sem armas. Não gosto mais de beber. As drogas me aborrecem. E depois, para que elas servem diante dessa drogaria a céu aberto chamada Belém. Não me desculpem: não estou precisando de nenhum conforto. A imbecilidade é a filha dileta da burrice. Seus irmãos bastardos são a violência e a corrupção.

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Uau!

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Zak Smith/ Girls in the Naked Girl Business: Mandy Morbid (II) 2007

Candidato de si mesmo

Trabalhei por quase quatro anos na Câmara Municipal de Belém, junto a uma vereadora da base de sustentação do então prefeito, Edmilson Rodrigues. Ali conheci Arnaldo Jordy. Inteligentíssimo, culto, eloquente, o melhor orador que havia por ali. Sem dúvida, uma pessoa muito preparada para administrar a cidade. Mas uma coisa me incomodava profundamente nele: a sensação de que só defendia os próprios interesses. Embora fosse líder do governo na Câmara (em detrimento dos vereadores do próprio PT, partido de Edmilson à época), apoiou Almir Gabriel em sua campanha à reeleição ao governo do Estado. Após a campanha, voltou à base de sustenção do prefeito. Uma dualidade muito conveniente.
Depois de alguns insucessos, Jordy conseguiu um mandato de deputado estadual e, na Assembleia Legislativa, descolou uma CPI da Pedofilia para se catapultar ao mandato de deputado federal que hoje titulariza. Tudo correndo bem para o seu verdadeiro projeto: prefeitar Belém.
Fosse uma questão de preparo, eu votaria em Jordy. Mas ele não me inspira confiança. Não é por causa do episódio recente da gravação clandestina sobre abortamento. Não supervalorizo isso. O problema é essa sensação de que Jordy sempre colocará o interesse pessoal acima do público, no que aliás não se diferenciaria dos outros, ao contrário do que diz.
Enfim, se ainda existia alguma remota chance de votar em Jordy (p. ex., em último caso, para impedir a eleição de um candidato apoiado por Duciomar Costa), ele morreu ontem, com o anúncio do apoio do DEM, o partido ideologicamente mais à direita do Brasil (exceto, talvez, aqueles nanicos dos quais ninguém toma conhecimento). Dize-me com quem andas.
Votar em Jordy? Jamais.

Poetas da última hora

Toda campanha eleitoral tem seus lances folclóricos. Numa província como o Pará, eles se multiplicam. A última é político inexpressivo, com anos fazendo coisa nenhuma no Congresso Nacional e no currículo uma pífia campanha a prefeito, anos atrás, que para se colocar na mídia driblando as punições sobre propaganda eleitoral antecipada, vira poeta da noite para o dia.
Claro, para enganar os trouxas, e os que de boa vontade se deixam enganar, a poesia virou uma "paixão antiga", que ele já cultiva há anos. O sujeito descolou até professora de Língua Portuguesa para louvar os seus méritos poéticos, sem deixar de destacar o tema preferencial do artista: o amor por Belém, o amor por sua região. Que tema curioso, não?
Eis que o livro é lançado, com grande sucesso. A claque estava toda lá. Só quem não estava lá, definitivamente, era a Poesia.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Vergonha!

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Nada mais nada menos do que o Reitor de uma instituição de ensino federal foi preso hoje, aqui em Belém. Esses senhores fazem parte de uma elite que chegou onde chegou porque foi formada nos bancos das universidades públicas brasileiras. Nos custaram caro, e não foi pouco. Esses senhores recebem mais que os professores das universidades públicas que não são tecnológicas. Esses senhores não tem nenhuma razão para fazer o que fizeram. São ladrões do dinheiro público. Este que está fazendo falta nas nossas escolas e nos postos de saúde. Ladrões, não passam disso. É lamentável e repugnante que a meritocracia do ensino público ocupe funções  de gestão  com um único objetivo: Roubar. Eu estou indignada.Eu estou pasma com a tranquilidade com que esses senhores lesam o patrimônio público. E me permito a julgar: me permito sim! Me permito a acusar: me permito sim! Nenhum juiz mandaria para a prisão pessoas desse quilate de conhecimento e na  função pública em que estão se as evidências não fossem  gritantes: ensurdecedoras!


Reitor do IFPA

A evolução do Puma


O Puma foi o carro dos sonhos de pelo menos duas gerações de brasileiros.
O esportivo nacional de maior sucesso até hoje foi produzido em várias versões, de 1968 a 1995, com diversas motorizações (DKW, Volkswagen e General Motors), sempre seguindo o preceito da carroceria em fibra de vidro montada sobre chassis de carro de passeio, com modificações mecânicas idealizadas para fundir esportividade e conforto.
Mais de 22.000 unidades foram produzidas, e uma delas, um Puminha "tubarão" 1975 foi transformada caprichosamente pelo meu amigo Psicoguibs no que ele chamou de Super Puma.
Na verdade, mantendo o perfil sinuoso do "felino" original, Psicoguibs construiu o que seria algo próximo da evolução natural do design do Puma, um modelo atualizado e 100% remade in Belém.
Um carro que torce os pescoços por onde passa, instigando a curiosidade dos mais jovens e o saudosismo dos mais velhos.
Parabéns, Psicoguibs, pelo belo Super Puma!

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Aí, aí, aí.

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Aí,aí,aí. A maior inadimplência dos últimos doze anos. O anúncio de  "novas" medidas econômicas do governo. A decisão de  começar o julgamento  do Mensalão em agosto. Lula baqueado e raivoso com pinta de salvador da pátria. Aí, aí,aí.

O abismal

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Os desiludidos do amor estão desfechando tiros no peito, do meu quarto escuto a fuzilaria. Desiludidos, mas fotografados: escreveu Drummond. Talvez, no tempo da delicadeza, a fuzilaria fosse mais apropriada aos desiludidos do amor. Nos dias ferozes que seguem: picotamos, guardamos em sacos e jogamos no lixo. E assim resolvemos o problema do Nunca Mais; e o  Corvo - de Edgar Allan Poe - segue enternecido. Diante de tamanho controle, e das tantas minúcias: os  desiludidos do amor  estão empenhados  em picotar os  amados. Sim, tudo em nome do amor. A abismal iniquidade do amor. Os cristãos colocam as cruzes nas costas, e as carregam para todos os lugares: É preciso sofrer por amor! Os judeus, guardam o amor entre as tantas relíquias que têm. Os burgueses: assinam apressadamente os contratos, resguardam seus bens, criam seus filhos: pensam em si mesmos....amorosamente. Os árabes, amam abertamente tantas mulheres quantas possam ter.  As feministas delimitam o espaço: tem regras, tem partilha, tem termos. Tem amor? Sim, mas não é assim não. É preciso reunir, delimitar o tempo, e estabelecer as regras. Milhares de seres esperam pelo amor; suspiram, sonham e se esquecem.....Estão imobilizados: não pensam, não comem, não dormem, não cochilam: aguardam o amor. E ele pode chegar no próximo trem, no próximo voo, no próximo ônibus, no próximo e-mail. Aguarda-se com seriedade, o amor. E também  com uma certa dose de comiseração e de whisky!  E ele não chega!  E o  Morubixaba reúne a tribo, acalma os ânimos, e propõe que se espere a próxima lua cheia. Na próxima,  virá o amor.  Talvez ele chegue de limousine, com centenas de dólares, milhares de reais, apólices de seguro; estabilidade financeira, muitos filhos, carros novos, vestidos de noiva, buquês e uma película de cinema. Ah, o amor! Ele não tem pressa, para desespero dos amantes. Acorda tarde, é solitário, tímido, quase mudo. Não sabe o que fazer com os fatos; não sabe o que dizer diante das evidências:  está confuso, louco, sem razão. Quer dar o fora; quer chorar; quer sofrer; quer  brochar; quer sorrir, quer ser livre; quer ser etéreo, diáfano, absurdo: e sem razões. Mas não pode: está acorrentado aos desejos: sem saída: sem meios termos: sem mais!

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terça-feira, 26 de junho de 2012

Gilberto Gil



Começou a circular o Expresso 2222, que parte direto de Bonsucesso prá depois....

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Feliz Aniversário ao grande mestre das palavras e dos sons!
70/2012.

Rock'n'beer

Para aqueles que curtem o binômio hard rock e chilled beer, a banda de rock britânica Motorhead  lançou a Bastard Lager, uma cerveja bem suave que é produzida na Suécia.
Lemmy & companhia já tinham lançado uma marca de vinho tinto em 2011, a Motorhead Shiraz, seguindo os passos de outras bandas de rock como Slayer (que tem um Cabernet Sauvignon no mercado) e  AC/DC   (que lançou quatro vinhos distintos).
Se a moda pegar por aqui, em breve poderemos ter a "Sidra NX Zero" ou mesmo o "Conhaque de Alcatrão Luan Santana"...
Cruz credo!!!

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Sobre o Dia Internacional do Fusca


Acrescento ao post do Scylla Lage Neto sobre o Dia mundial do Fusca, as fotos que fiz ontem no estacionamento do aeroporto de Brasília.
Notem o acabamento perfeito em fibra de vidro. Como os vidros eram peliculados, não foi possível investigar como ficou o interior. Na lateral há uma logo que o proprietário colocou com o nome de batismo de seu carango: Fusca TT.
O Fusca foi o meu primeiro carro.

Nota de pesar

Em nome do blog, quero externar meus sentimentos pelo falecimento do pai do nosso confrade Paulo Santos, Dr. Roberto Araújo de Oliveira Santos, emérito professor de várias gerações e grande pensador da Amazônia que, dentre outras distinções e cargos, foi juiz do Tribunal Regional do Trabalho da 8a Região, membro da Academia Nacional de Direito do Trabalho, professor do mestrado em Direito da UFPA e escreveu sobre internacionalização da Amazônia muito antes do assunto virar moda.

Ao Paulo e sua família, desejo que a dor da perda seja diminuída pelo afago dos amigos e pelo reconhecimento da trajetória maiúscula do professor Roberto Santos, que representou com distinção e brilhantismo o pensador amazônico, mostrando que os bons cérebros daqui têm muito a dizer e ensinar ao mundo sobre sua própria realidade.

sábado, 23 de junho de 2012

Brasil com S


 Uma das  lojas da Macy's em Manhattan, NY. Fotos: Edvan Feitosa Coutinho

 A rede Macy's, uma das mais tradicionais e maiores lojas de departamentos dos Estados Unidos (e eles se arriscam a dizer do mundo), colocou o Brasil na vitrine. Desde a primavera, uma imensa linha de produtos de moda masculina, feminina, decoração, acessórios e artigos de beleza tenta levar os consumidores ao paraíso. A ação da Macy's se chama  Brasil, a magical journey. Isso mesmo, Brasil com S. Os americanos também parecem ter mudado de atitude com relação ao gigante sul-americano não somente na grafia do nome do país, mas também no que se refere, nesse caso, ao conteúdo das coleções. Os designers são brasileiros, entre eles Francisco Costa (da Calvin Klein), Falchy (o mineiro célebre pelas bolsas), Marcelo Rosembaum (um mestre da cerâmica), Maria Oiticica (especialistas das bio-bijouterias) além de indefectível Romero Brito, talvez o mais celebrado artista plástico brasileiro nos States e rei do marketing em torno de sua arte.
A surpresa na parte comésticos/beleza fica por conta da Phebo - a  perfumaria paraense fundada em 1930 e há alguns anos nas mão da botica mais antiga do Brasil, a carioca Granado (de 1870). Na Macy's é possível comprar produtos Phebo desenvolvidos por Vic Meirelles, Amir Slama e Isabela Capeto.
A grande loja de departamentos também oferece o Brasil num app para Google Play, iPhone e iPad, com multimídia sobre a Amazônia, Carnaval e Futebol.
Uma série de eventos acontece nas lojas de costa a costa dos Estados Unidos. São as Brasil Launch Parties.  O texto dos convites e cartazes dessas festas é  tentador: Help us kick-off our magical journey by celebrating like only the Brasilians know how, with lots of live music, dancing, delicious food, colorful fashion and talented artists – don't miss it!

No website da  Macy's é possível ver o catálogo e conhecer os designers das coleções,  ainda,  os vídeos com making of da produção. O destaque é um dos vídeos com a designer Rachel Roy e o músico Seu Jorge.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Dia mundial do Fusca

Graças à lembrança do nosso comentarista frequente, Pedro do Fusca, o Flanar pôde comemorar hoje o Dia Mundial do Fusca, compartilhando imagens de um punhado de belos beetles, bugs, kaeffer, escarabajos, coccinelles, vochos, maggiolinos ou simplesmente, fuscas.
Parabéns, besouros!

Split 1953

 1960


 Fuscão

 Fafá

 Fusca Itamar

E é claro que não poderia faltar o fusca mais bonito de Belém, o Fusca do Pedro
Parabéns, Pedro!

Fusca do Pedro

Mercado editorial


"Não podemos deixar na mão do mercado a decisão do que merece ser publicado."
Ivana Jinkings (editora brasileira)

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Para alegrar meu coração: Tudo no Azul!


Matisse!

Democracia

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Há sempre dois lados em uma moeda. Há sempre duas versões sobre o mesmo fato. Há sempre uma opacidade sobre as coisas. Este lamentável episódio envolvendo a segurança da Fazenda Cedro e o MST é um desses casos. Eu poderia tomar posição direto, como tomei no post abaixo. Mas, depois de dar uma olhada nos blogs e nas notícias sobre o fato, e nos comentários, mais aguça a minha vontade de refletir sobre o ocorrido. A grande maioria dos países considerados desenvolvidos já enfrentou o problema da terra. Nenhum escapou. Quem quiser ler alguma coisa mais séria sobre isso, comece por Barrington Moore Jr no  clássico As origens sociais da ditadura e da democracia: senhores e camponeses na construção do mundo moderno. Me atrevo a fazer uma pergunta: Como vamos falar em desenvolvimento econômico do Pará sem enfrentar o problema fundiário? Como? A grande maioria de nós, moradores de Belém, conhece o Pará pelo mapa, não temos ideia do tamanho dos problemas e dos enclaves produzidos  pelos grandes projetos econômicos, que foram trazidos nos anos 1970. Vocês não imaginam o que significa ter uma empresa como a Vale em uma região como o sul do Pará. Agora acrescente um trem que vai até Itaqui no Maranhão levando minério de ferro, e volta trazendo a miséria do Maranhão para Marabá, Parauapebas, Canaã dos Carajás, Eldorado dos Carajás, e por aí vai.  Centenas de pessoas sem eira nem beira chegam pelo trem da Vale em  busca de um lugar prá viver; a grande maioria dos adultos será recrutada pelo voto para receber algum benefício. Outros vão entrar nas fileiras dos movimentos sociais, e por um único motivo: não tem saída fácil para  nada. A saída fácil está na moralidade dos vencedores; e só nela. Temos enormes quantidades de terra na mão de meia dúzia de pessoas. Temos produção rural, é verdade! E eu sou a favor da propriedade privada, sou sim. Mas não sou a favor, nem do latifúndio, nem da captura dos orgãos públicos por meia dúzia de políticos, funcionários e militantes. É estarrecedor ver um representante da escolha pública como o deputado federal Giovanni Queiroz votar Não sobre a PEC do Trabalho Escravo. Este discurso de que temos de defender a propriedade privada é uma falácia. Temos é que perguntar ao Estado qual é a resolução para os conflitos. Cabe ao Estado organizar essa ação. Ele tem as prerrogativas legais para o uso da força. Ele tem condições de organizar os interesses em disputa. Não é possível que passados 26 anos da abertura do regime autoritário, nós não tenhamos uma Agenda séria neste Pará de discussão dos problemas fundiários e agrários. Não podemos continuar ao sabor da Opinião Pública; ou ao sabor das ações intempestivas dos movimentos sociais forçando a tomada de atitude; quase sempre danosa para o lado mais fraco. Me lembro que no governo de Ana Júlia Carepa houve uma clara tentativa de  intervenção do judiciário paraense ao querer  federalizar a questão. E agora? O senador Jader Barbalho, quando foi Ministro da Reforma Agrária, começou por indenizar com cifras milionárias vossas majestades  rurais. Ele não usou algemas por nada. Não, ele usou algemas por este, e outros motivos que fizeram da SUDAM um antro da roubalheira generalizada. Não haverá desenvolvimento econômico no Pará nas condições em que nos encontramos. Esqueçam. A maioria dos indivíduos que moram neste estado desconhecem as questões que pautaram os fatos de hoje; e a primeira ação que se tem é a de criminalizar os movimentos sociais. É claro que existem bandidos no MST. Ora, se existem no parlamento brasileiro? Por que não haveriam bandidos nos movimentos sociais?  Esta não é a questão. A questão é saber em que lugar está a autoridade de mediação do conflito e quais as saídas?!? E que não seja a vida dos envolvidos nos litígios.

Absurdo!

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Inacreditável o que acontece no Pará nas barbas do séc.XXI. A disputa pela terra continua de forma sangrenta. Aqui, no blog da Franssinete Florenzano , mais um capítulo da saga dos conflitos agrários; agora, e mais uma vez, na fazenda do Dantas: aquele que é  muito amigo do Gilmar Mendes. Prá quem não gosta das dores do mundo, e pensa sempre com as lantejoulas e os paêtes: Saibam que a vida poderia ser muito pior se não houvesse um movimento de sem terras aqui no Pará. Ah, nós aqui nos grandes centros urbanos não temos  ideia do que os movimentos sociais organizados significam para a Paz na terra. Viva o MST!

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Sobre a criminalidade

Trago ao Flanar um artigo do Contardo Calligaris sobre os arrastões que acontecem em São Paulo. Aqui já tivemos algumas situações semelhantes. Deixo aqui concordando com ele: quanto menos culpa, melhor!
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Arrastões

Um amigo, dono de um restaurante paulistano tradicional, não perde a piada. Ele me explicou por que sua categoria está preocupada com a recente onda de arrastões: é que pensávamos, ele me disse, que assaltar os clientes fosse prerrogativa exclusiva da gente.
Piada à parte, na semana passada, o TV Folha me entrevistou sobre os arrastões que estão acontecendo logo em São Paulo --onde sair para jantar é o programa convivial por excelência, e o restaurante é um lugar tão familiar quanto a casa da gente.
Mesmo sem considerar essa especificidade paulistana, o assalto à mesa é sempre perturbador. A oralidade é o prazer mais primitivo, cuja "lembrança" (digamos assim) permanece em nós como modelo de qualquer outro prazer (por isso, aliás, é difícil parar de fumar ou de comer: as tentações orais são as mais irresistíveis).
Consequência: a experiência de ser assaltado no meio de uma boa refeição é comparável à de um bebê que recebesse um cascudo bem na hora em que ele está mamando, de olhos fechados, perdidamente feliz.
Enfim, a reportagem suspeitou que os arrastões ganhassem espaço na mídia por serem contra restaurantes na moda. Será que as classes C e D são excluídas das pautas da mídia?
A questão me levou de volta aos anos 1980 e 90, quando quase todos os bem-pensantes pareciam concordar com a suposição de que a causa da apavorante criminalidade brasileira fosse a também apavorante diferença social. Essa ideia (desmentida por qualquer pesquisa séria) voltava, como um joão-bobo, a cada vez que se tratasse de explicar a insegurança nas nossas ruas.
Para proteger essa tese falida, a gente (eu mesmo cooperei) insistia na distinção entre diferença econômica e exclusão: a diferença, por maior que fosse, não seria causa de criminalidade, enquanto a exclusão social, ela sim, produziria criminalidade, pois, afinal, quem é ou se sente excluído não pertence à comunidade --e, se não pertenço à comunidade, por que eu respeitaria suas leis? Para o excluído, as ditas forças da ordem não teriam legitimidade, mas seriam uma espécie de exército estrangeiro de ocupação. Para ele, o crime seria, então, um ato de resistência? "Mamma mia."
Mesmo a ideia de uma relação entre criminalidade e exclusão mal resiste à prova dos fatos. Mas tanto faz: o que importa é que, hoje, no Brasil, é difícil invocar um aumento da diferença econômica ou da exclusão para explicar a volta da criminalidade.
De fato, sempre soubemos que a criminalidade não é um efeito da diferença econômica, nem da exclusão, mas adorávamos essa ideia porque ela satisfazia tanto nossas aspirações de clareza (temos uma criminalidade absurda, mas "sabemos" por quê) quanto nossos anseios de justiça (a criminalidade compensa a iniquidade social).
A criminalidade brasileira assim explicada não precisava de um plano de ação: a culpa era nossa, e, portanto, podíamos nos resignar a sermos "justamente" assaltados (ou quem sabe mortos) por sermos cúmplices de um sistema "injusto". Aguentaríamos a violência e a inexistência de um espaço público frequentável porque assim expiaríamos o pecado original da diferença social.
Você não acha que a violência dos anos 1980 e 90 fosse aceita como uma necessária penitência depois da confissão? Certo, havia outras razões por essa tolerância da criminalidade: uma delas é que as ditas elites econômicas eram tão estrangeiras ao país quanto os excluídos --não havia problema em entregar ruas e esquinas aos bandidos, contanto que a residência (real, psíquica ou sonhada) das elites fosse em Miami, Nova York ou Paris.
Seja como for, a prova dessa aceitação é que nenhum político nacional dos anos 1980 ou 90, nem mesmo um demagogo, apresentou-se como porta-voz de um grande plano de segurança pública. Com a verbosa exceção da "Rota na rua" de Maluf em 2002, parece que um verdadeiro projeto de segurança nunca foi prioritário (aparentemente, porque tal projeto não prometia dividendos eleitorais suficientes).
Pois bem, felizmente, nos últimos dez anos, a diferença social diminuiu, assim como diminuiu a exclusão. Portanto, não é possível explicar a criminalidade crescente pela diferença social, que não está crescendo.
Talvez, agora, possamos começar a lidar realmente com o problema da segurança pública no Brasil, sem que nossos conselheiros sejam a culpa e a necessidade de autopunição.

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quarta-feira, 20 de junho de 2012

Rio+20 vista da Europa

Duas décadas atrás se previa que a Rio 92 seria um momento-chave para o planeta,
mas nada realmente se concretizou.
Agora, líderes mundiais como Barack Obama, Angela Merkel ou David Cameron
deram o bolo, assim como Elio Di Rupo (o primeiro-ministro belga) e Kris Peeters (o ministro-presidente de Flandres).
Quem partiu para o Brasil,
onde a conferência sobre desenvolvimento sustentável ameaça ser um flop,
foi o príncipe Laurent (o filho mais novo  do rei belga Albert II, com fama de figura folclórica e inconsequente).
Uma melhor ilustração da insustentável leveza desse evento é difícil de imaginar.

Este foi o final do editorial Klimaatflop, assinado hoje por
Steven Samyn, o editor-chefe de Política do principal jornal flamengo, o DeMorgen.
 


 

Inexperiência é uma droga


Veja aí o que os gregos,  imersos há muito tempo em profunda crise econômica, disseram a respeito da última eleição por aquelas bandas. Esse pessoal do Velho Mundo é mesmo ingênuo. Nós, brasileiros, já fazemos isso há mais de um século. Se quiserem, podemos exportar o nosso know how.
Depois de outubro deste ano, então, estaremos afiadíssimos!

Fonte: http://economia.estadao.com.br/noticias/economia,tivemos-de-escolher-entre-o-mau-e-o-pior-dizem-gregos-sobre-eleicao,116586,0.htm

O bom e velho punk rock



No meio de uma semana punk, como esta em andamento, nada melhor do que ouvir no carro em movimento (ou no engarrafamento) um clássico do punk rock nacional, em volume animal, é lógico.
Quem pode não se sentir melhor cantando a plenos pulmões o velho refrão do hit da banda paulistana Inocentes, "Cala a Boca"?!
Esta versão recente (de 2009) mostra que, assim como o rock'n'roll, o punk rock também é atemporal.
O jeito é calar a boca, aumentar o volume e chutar a semana pra frente!

terça-feira, 19 de junho de 2012

Machado de Assis




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Dois personagens da literatura mundial eu li no mesmo período. O Brás Cubas de Machado de Assis. E o Mattia Pascal de Pirandello. Aos dois devotei as melhores palavras. Grandes textos: grandes personagens. Grandes escritores.  Os dois  vão dar exemplos muito próximos; mas Machado de Assis escreve antes o seu Memórias póstumas de Brás Cubas. No final do séc.XIX ; e os dois  sabem muito bem do que estão falando: de uma certa maneira de viver e pensar  revelada com  cinismo; tanto por Brás Cubas, quanto por Mattia Pascal. Os dois são cínicos. Hedonismo e uma pitada do Mal Estar do séc. XIX, estão nos dois personagens. Além dos exemplos, o século XIX  é romântico por vocação.  Nessa atmosfera se encontram o Brás Cubas(1881), de Machado de Assis; e o Mattia Pascal(1904), de Pirandello. Bem a propósito de todo um século que viveu a se perguntar sobre quase tudo. Talvez o século da grande indagação. E depois disso? Bom, depois da grande indagação, vem o cinismo de Brás Cubas e de Mattia  Pascal.  Olham a vida com desdém, picardia e uma grande dose de insolência. Sabem de seus fins, se propõem a vivê-los; no limite:  pensam na razão direta da classe social e política da qual fazem parte. São personagens que  revelam as condições históricas que os atam aos seus tempos. Tem vícios, muito mais que virtudes. Assim, Brás Cubas e Mattia Pascal podem ser situados no rol dos grandes  individualistas da sociedade  Moderna,  do mesmo modo que o Flanar de Walter Benjamin: circulando entre as multidões como um dos personagens de  Charles Baudelaire no seu Sobre  a  Modernidade.  Machado de Assis  empresta ao seu Brás Cubas um olhar risonho e desdenhoso sobre o  futuro de sua  classe social; o personagem se vê vivendo os últimos estertores  de um tempo no qual o ócio  tinha grande significância e expressão social. Vivia-se, digamos, de status! Além  disso, mesmo a mais inexpressiva das criaturas tinha do que desfrutar no final do XIX, no Rio de Janeiro, com a criadagem e os bens de Brás Cubas. Assim viveu Brás Cubas, desfrutando de tudo quanto  havia de melhor enquanto viveu.  Não soube o que era privação, pobreza,  nem subserviência. Viveu como lhe apontava o script. Sem concessões. E o que lhe indicava o script? Bom, dizia que ele haveria de se formar em Direito em Lisboa. Que haveria de se casar e de ter filhos.  Tinha uma irmã e um cunhado que não lhe inspirava grande afeto  mas que, no limite, o mantinha como conselheiro de suas decisões importantes; e do qual ficou sem falar por várias vezes na condição de que estariam a amadurecer as relações;  - mas se tratavam por conveniências e,  para Brás Cubas,  conveniências eram  coisas importantes. Assim Machado de Assis  vai descrevendo Brás Cubas: Ele não é um Dândi. Não é “um flanar”. Não é o destino. O personagem apenas vive aquilo que diz a Fortuna e a Classe. Seu tempo é de ócio; seu cotidiano: extensas horas de meditação e reflexão sobre a História. Além de uma  inabalável compreensão sobre quanto tempo tem uma Vida: o  personagem nasce Morto; é um  defunto autor.

O buraco é mais embaixo

O clube social mais elitista da cidade deu vexame com falta de energia elétrica em suas dependências, no último final de semana, com o detalhe de que havia um evento acontecendo lá. Como era o clube que é, o administrador judicial da Rede Celpa tratou de se coçar. Mas a pressa para contentar os "ricos" da cidade não esconde um problema muito mais grave.
No último dia 14, a ex-governadora Ana Júlia Carepa publicou uma irônica postagem em seu blog, acerca da inauguração de um conjunto habitacional no Município de Mocajuba, inaugurado agora, mas que teria sido feito à razão de 98% na gestão anterior. Motivo de não ter sido entregue antes? A Rede Celpa não ligara a energia.
Por fim, conta-me uma amiga que ela e o marido compraram uma sala no Urbe Office, elegante edifício comercial recentemente entregue, ali na Serzedêlo Corrêa com Rua dos Mundurucus, em Batista Campos. Há alguns dias, na reunião de instalação do condomínio, a construtora esclareceu que houve atraso na entrega por um motivo. Adivinham qual? Falta de energia. A Rede Celpa não teve, por algum tempo, como produzir a energia necessária para suprir a nova demanda.
Sintomas. Sintomas de que, a qualquer momento, poderemos estar totalmente às escuras ou viver no acende-apaga muito mais do que hoje. E sem chance de indenização pelos prejuízos, já que nossos créditos seriam quirografários. A cidade está crescendo e a todo momento surgem novos espigões, a demandar energia, assim como estabelecimentos econômicos. Como manter tudo funcionando? A solução, claro, já foi proposta e se encontra "em estudo" perante a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL): aumento da tarifa para o consumidor.
Quem mais poderia bancar essa fatura?
Com o detalhe que se estará pagando mais caro por um serviço cada vez pior. Ou serviço nenhum, Deus nos livre.

Heróis ou coitadinhos?

Cadinho e suas três esposas

Que me perdoem os noveleiros e especialmente as noveleiras de plantão, mas que o personagem polígamo Cadinho (Alexandre Frota), da novela global das 9, Avenida Brasil, é uma espécie de vingador inconsciente de muitos homens, isto é um fato (mesmo sendo quase impublicável).
A mesma novela mostra um coroa (Leleco, vivido por Marcos Caruso) envolvido com uma bela mocinha. Outro fetiche masculino, especialmente dos não muito bem resolvidos, é bem verdade, mas mesmo assim presente lá no inconsciente de todo "macho alfa".
Apesar de pouco ver a dita novela, me divirto com os comentários que escuto no trabalho, em especial no centro cirúrgico. Enquanto as mulheres exclamam "coitados!", os homens dizem "que caras de sorte!".
A pergunta é: onde se situa a verdade?

Leleco e Tessália

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Professor Armando Mendes

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Dos fatos da existência, o que mais tem me interessado ultimamente é a economia. Ela é a minha deusa momentânea.  Tenho uma espécie de súbita paixão por ela. Juvêncio Arruda era economista, com ele aprendi muito sobre ela. E nunca deixei de amá-la. A economia é uma belíssima ciência. E nós perdemos mais um economista nesta sexta-feira, dia 15.  Lá se foi  Armando Mendes. Tenho um dos livros dele em mãos. Autografado por ele para Catarina Dias, em um  04 de abril de 1975. Catarina Dias foi a primeira doutora pelo IBGE. Era tia de Juvêncio Arruda. E nos deixou uma belíssima contribuição sobre a boa literatura dos anos sessenta e setenta, em planejamento público. Já li o A Invenção da Amazônia, do Armando Mendes, algumas vezes. Tenho prá mim que a Tia Kate estava no lançamento deste livro no RJ, em 1975. De qualquer forma, lá se foi o Armando Mendes, fundador do NAEA. Para quem não sabe, o Núcleo de Altos Estudos Amazônicos foi o primeiro, da  Universidade Federal do Pará,  a implantar uma linha de pesquisa em planejamento público; e a se colocar no centro do planejamento público, na Amazônia, nos anos 1970. Armando Mendes fez propostas concretas  ao desenvolvimento da Amazônia. Foi um acadêmico que pensou para a Amazônia. Deu  contribuições ao lugar. Formou pesquisadores. Em A invenção da Amazônia(1975), Armando Mendes propõe-se a inventar uma Amazônia.  E começa por  discutir se ela é um Enigma;  ou se é uma Imagem? Propõe-se a discutir  as duas! Depois afirma que elas são construções históricas do planejamento público. E que  Enigma e Imagem eram as bases para a reinvenção da Amazônia. Armando Mendes apresenta muito bem as questões que interessam aos 1970, no planejamento público.  Na tecnologia, ele vai discutir eficiência e adequação.  Oferta de políticas, era no que estava  pensando. E o NAEA  passava a ser um centro de estudos de políticas de planejamento para a Região Norte. Armando Mendes era também o irmão de Oswaldo Mendes, dono da Mendes Publicidade. Uma agência que tem muito a dizer sobre a publicidade e a propaganda realizada no Norte, nos anos 1970/1990. Enfim, lá se foi Armando Mendes, aos 88 anos de idade.

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Os casais ou os planos que fazemos sem a certeza de que a vida poderá nos brindar com eles

  Foto minha mesmo

Me toca delicadamente ver casais de idosos caminhando pelas ruas de braços dados. Desses idosos de cabecinha branca e com leves curvas nos ombros, curvas para baixo, numa (quase) corcunda, sabe? Pois é. Me toca. E repeti muitas vezes a amigos, quando ainda estava em Belém, que me imagino assim com meu companheiro, Felipe. Mas um dia desses, voltando da escola, com nossa pequena cidadã, Helena, de coletivo, já aqui em Buenos Aires, vi uma senhorinha (mania doida de colocar no diminutivo certas palavras-sentido) que lembrou minha avó paterna, a vovó Adélia: pequena (porque baixinha), redondinha (porque acima do peso), olhar e sorriso doces (não sei o por que). A senhora segurava num daqueles bastões, para garantir a firmeza que, às vezes, nem as pernas mais jovens conseguem ter dentro de um ônibus. E me fixei nas mãos dela. Nos dedos dela. Um deles carregava duas alianças, no dedo do casamento. E me meti a pensar na viuvez e no simbolismo daquela imagem. Me meti a pensar que, nem sempre, a vida nos sai como planejamos. E como será a vida que não planejamos? Pra quê tantos planos então? Minha avó também carregou duas alianças no dedo do casamento. Quando se foi, se foi “como um passarinho”, como disse minha mãe, que acompanhou suas horas de agonia. Que foram, sim, de agonia, e que não combinam nada com uma ida feito passarinho. Aquela senhora me tocou. E ainda não passou.

Homo sapiens: crepúsculo

Imagem: Sebastião Salgado

"Não se deve pensar que a vida da escuridão está mergulhada no sofrimento e perdida como que no pesar. Não existe pesar. Pois o pesar é algo que é tragado pela morte, e a morte e o momento em que se morre são a própria vida da escuridão."

Jacob Boeheme (filósofo, místico luterano e sapateiro; 1575-1624)

domingo, 17 de junho de 2012

Economia

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Tive uma semana canina. E um fim de semana deletério e sem mais. No final das contas me sinto em compasso de espera; mas com balanço. Assim levo ao final de semana esta semana canina que tive; e da qual ainda tiro as tais das boas lições. O cenário político da semana é a crise econômica! Se pudéssemos, não falaríamos de outra coisa. Mas a mídia não deixa e o leitor não quer?!?. Não há nenhum assunto mais importante acontecendo - para além das nossas individualidades, é claro! - que seja mais importante do que o que está acontecendo na economia do planeta. Como cientista política acho que o abacaxi tá na mão da economia.  Estamos em meio a uma crise econômica mundial, este é o assunto do ano. Vamos pensar um pouco mais no que está acontecendo. Vejam bem!


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Sobre orientandos!

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Tenho me dedicado a pensar nos meus orientandos da pós-graduação e no que eles querem com esse conhecimento. Ando meio aborrecida com o nível de interesse pela autoria, e com baixa vaidade intelectual, que é uma coisa importante. Tem um certo nivelamento por baixo; um certo apaziguamento com o conhecimento que se possa facilmente reproduzir. É como se todo mundo quisesse cumprir os tais protocolos e pronto; tudo protocolado: Tudo resolvido! Não é bem assim!?! Eu curto essa relação, gosto de ver os caras se virando, a produção saindo, enfim, gosto da coisa acontecendo. Mas é uma coisa que poderia me dar maior satisfação em fazer. Lamento meus orientandos: vocês precisam melhorar a performance; rsrsrsrs.

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Curiosidades


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Curiosa a política municipal. Luiz Sefer, o médico, ex-deputado estadual, diz ao  O Liberal de hoje que João Salame do PPS  foi quem encaminhou  a Josy do Jordy  ao ex-deputado, para fazer a denúncia contra o Jordy. Por que Sefer saiu com essa? Primeiro, porque ele é acusado de ter armado a arapuca para o Jordy. Segundo, se foi João Salame do PPS quem indicou a Josy para o Luiz Sefer, já temos um quadro do que vem por aí no baixo clero. Jordy está na competição política pela prefeitura de Belém. João Salame  vem para a prefeitura de Marabá. Por onde vem o dinheiro para a campanha dos deputados do PPS. Quais apoios estão em disputa. É o governador com Jordy: mas não com Salame! Quem não está com os dois? Quem interessa que esteja? A política municipal segue e nós vamos observando. Mas que Luis Sefer estava louco para pegar Arnaldo Jordy: isto estava!


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Eu havia postado Diário do Pará; prá quem já tinha lido a nota, o erro foi todo meu.

A vida imita a arte: e como!

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Dois contos de Edyr Augusto Proença que me vieram à mente diante de dois trabalhos que tenho de avaliar: Suicídio e Madame Tina. Os dois contos estão no livro Um sol para cada um.  O primeiro conto é sobre um indivíduo que se joga de cima de um  edifício, e que vai narrando as sensações durante a queda: até se encontrar com a dura realidade! O outro, é sobre aqueles que podem mudar seus destinos, mas que estão tão enredados consigo mesmos, que  não se dão conta de que estão diante de seus próprios fatos! Ser orientador de pesquisa é  lidar com as emoções descritas pelo autor. O que  dizer ao Outro; sobre as escolhas que fazem?


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Edyr Augusto Proença/ Um sol para cada um. São Paulo: Boitempo, 2008

A lista de Jatene

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O blog da jornalista Ana Célia Pinheiro segue listando os assessores de Simão Robson Jatene.
Não é fácil  fazer uma relação deste tipo!  Daqui as minhas congratulações à jornalista  pelos relevantes serviços prestados aos leitores interessados em descobrir os tortuosos caminhos das relações entre o executivo, o judiciário e o legislativo. Como escreveu Drummond: A tarde poderia ser azul, não fossem tantos os desejos....


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Le Mans é dos motores híbridos

Imagem: Daniel Lakist (Lat)

A Audi obteve hoje um resultado histórico nas 24 Horas de Le Mans, com os protótipos híbridos R 18 e-tron  chegando nas duas primeiras posições.
É a primeira vez que um carro movido por propulsor diesel associado a um sistema de recuperação de energia  vence a tradicionalíssima prova.
O caminho a ser seguido pela indústria automobilística parece estar vinculado em definitivo aos motores híbridos (a combustão e elétricos), e a vitória de hoje sedimenta esta ideia.
O resultado final da prova está no Tazio Autosport.

I Encontro da Nações Indígenas do Xingu 1989.


Foto histórica feita pelo ótimo Paulo Jares.

Índia Tuíra  ameaça com facão o diretor da Eletronorte JosÈ Antônio Muiniz Lopes durante o I Encontro da Nações IndÌgenas do Xingu. 1989.

Altamira, Pará, Brasil

Foto Paulo Jares/A Província do Pará.


Produtores investem no retorno da Disco


 Difícil achar quem não curtiu alguma das músicas que foram responsáveis pelo sucesso da saudosa "Era Disco".
De olho nesse nicho, os chefões do Show Business resolveram investir pesado em produtores talentosos, contratados à peso de ouro para uma espécie de reentré desse ritmo musical, nas mais badaladas Casas Noturnas, Mundo afora.
Por obra e graça de marqueteiros, a terminologia engendrada mudou de "Disco" para algo, digamos, mais sofisticado (afrescalhado, na minha opinião).
O babado agora chama-se 'Soulful'.
É sou ful isso! Sou ful aquilo. Sou ful pra todo lado. Uma loucura! – Úi!!! É o gritinho mais ouvido quando o Dj de plantão, muda o set para agradar o ávido público.
– Os fãs, imediatamente entram em estado catatônico! Uns desmaiam. Outros fazem muito barulho para chamar a atenção do Dj, deixando bem evidente, que eles estão naquela Casa, tão somente para dançar "sou ful", até o dia raiar! – Úi!!!
Na minha terra, o nome disso é cocotagem! Percebem?
De minha parte, nada contra. Afinal, é música. Boa música, na maioria do que tenho ouvido.
Se você conseguiu ler este texto até aqui. Acredito que você é uma pessoa atenta. No mínimo. Curiosa.
Se for desprovida de preconceitos, é muito provável que gostará deste set.
Bom!
Sou ful para todos!!
– Úi!!! Hahahahahahha!!!!!

sábado, 16 de junho de 2012

Acidente terrível em Le Mans



A tradicional corrida automobilística 24 Horas de Le Mans foi interrompida hoje por 3 horas devido a um espetacular acidente envolvendo a Toyota pilotada pelo inglês Anthony Davidson e a Ferrari do italiano Piergiuseppe Perazzini.
Apesar do voo da Toyota e das capotagens, ambos os pilotos estão bem.
No momento da postagem, a Audi pilotada pelo português Pedro Lamy seguia liderando com folga a edição de número 80 desta prova, que é disputada desde 1923.
Fico sem entender, ano após ano, porque a mídia esportiva brasileira dá tão pouca atenção a esta corrida tão importante.
No nosso país, só dá notícia o que é pago?!

Love Song For A Vampire



De carona no post do Scylla,(No more stupid vampires!), lembrei dessa canção de Annie Lennox - uma das minhas cantoras pop favoritas. Letra original e tradução (do site Letras Terra) abaixo.

Love Song For A Vampire

Come into these arms again
And lay your body down
For 'tis the rhythm of this trembling heart
Is beating like a drum.
It beats for you, it bleeds for you
It knows not how it sounds.
For it is the drum of drums
It is the song of songs.

Once I held the rarest rose that
ever deigned to bloom.
Cruel winter chilled the bud,
And stole my flower too soon
The loneliness, The hopelessness
to search the ends of time,
For there is in all the world
No greater love than mine.

Ohh Love I'll never love..Oh love I'll never love.ohlove....Still falls the rain. (repeat)
Live on forever..Goodbye forever......still falls the night
Let me be the only one
To keep you from the cold.
Now the floor of heav'n is laid,
With stars of brightest gold
They shine for you.
They shine for you.
They burn for all to see.
Come into these arms again
And set this spirit free.

Canção de Amor para um Vampiro

Entre novamente nestes braços
E deite seu corpo
O ritmo deste coração trêmulo
Está batendo como um tambor
Bate por você, sangra por você
Ele não sabe como isto soa
Por isso é o tambor dos tambores
Está é a canção das canções

Uma vez tive uma rosa rara
que sempre floresceu
Cruel inverno esfriou o bálsamo
e roubou minha flor muito cedo
a solidão, a desesperança
para pesquisar os confins do tempo,
Porque há em todo o mundo
Não existe maior amor do que o meu.

Oh, amor Eu nunca vou amar .
 Oh amor eu nunca vou amar. oh amor .... Ainda cai a chuva.
Viver para sempre .. adeus para sempre ......ainda cai a noite

Deixe me ser a única
a proteger você do frio
Agora o chão do céu esta caído
Estas estrelas brilhantes
Elas brilham por você,
Elas brilham por você
Elas queimam para tudo ver
Entre novamente nestes braços
E liberte este espírito

No more stupid vampires!


Nos últimos tempos o cinema e a literatura produziram vampiros e vampiras pálidos e distorcidos, cavalheiros bonitinhos e donzelas pasteurizadas, e o pior de tudo, éticos e politicamente corretos!?...
Graças a Deus (?!) a DC, através do seu selo Vertigo, trouxe de volta os vampiros assassinos, impiedosos e caçadores, os quais têm a capacidade de soprar mensagens sub-liminares em nossos cérebros, invadindo os nossos sonhos e ressonando em nossas mentes durante o dia, nos fazendo ter medo de novo.
Vampiro Americano (Panini Books) é um livro perturbador, e contém as primeiras dez histórias do neo-vampiro Skinner Sweet e sua turma, com o texto dividido entre Scott Snyder e, pasmem, Stephen King.
O desenho do premiado brasileiro Rafael Albuquerque é primoroso, e não é a toa que a série foi laureada com o Prêmio Eisner, em 2011.
Os caninos afiados estão de volta!
E já não era sem tempo.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Que diabo é 10?

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Livros são livros. Pessoas são pessoas. Gatos são gatos: e política não é o fim. Não é não. É mais, muito mais que o fim. É quase o começo. E pode ser o meio. Mas sem mais:  penso que do jeito que vamos: vamos que vamos é prá  bancarrota blues!  É este  o nosso novo destino! De saco cheio da Rio+20,  e com montanhas de problemas de pesquisa - que, aliás, não são meus! - decreto o fim da política, e parto dessa prá melhor. Mas retorno; sei disso; tenho tais convicções. E mais montanhas de sonhos; nenhuma ilusão; e algumas contas prá pagar. Não vou prá Pasárgada por um único motivo: não sou amiga do Rei. E, neste mundo, precisamos de ter umas amizades consideradas lá por cima: com os tais dos reis. Com os tais dos donos. E com os que tudo sabem. São mais conhecidos como  grandes irmãos, os brothers, os que resolvem qualquer parada. E, na altura deste campeonato, deixo de ser Vasco e passo a me entender diretamente com o pessoal do Botafogo. Bota merda no ventilador se for preciso. E vamos que vamos. Hoje é sexta, e a minha cabeça tá em plena congestão de idéias! Mas continuo a me perguntar: Que diabo é 10?


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Flerte

Fernando Gonsales

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Trabalho de parto

Trabalho de parto


parto como
quem planta
de fora pra dentro
da fúria disforme
do fogo que (fátuo) afia
a faca que fura
dura feito falo
a flor da palavra

pedra
a pedra da palavra
flor

parto como
quem expulsa a dor
com os fórceps da  v  a  g  i  n  a

parto
essa detonação do corpo
como a rosa de Hiroxima

parto
um verso natimorto
um aborto da rima

[ do riso
em estado puerperal
que arrebata o juízo

disseco meu peito
da aorta ao
umbigo]

porque poema nenhum, jamais, nasceu
de parto normal

e assim, no cesariano contato
com cada sanguínea palavra
vejo misturar-se ao ritmo
primal algumas vísceras
do verbo entre átrios
e artérias

no percurso quase prosaico
do trígono fibroso
ao septo ventricular
até chegar irrigando róseos tons
ao tom só rubro do coração
acelerado
acelerado
acelerado
quizás tomado pelo psicotrópico efeito
de ver-se a si próprio
pulsando no papel
quizás pelo encontro inesperado
e repentino com seu amo
[que é ironicamente seu resto
e seu rosto (ou sua máscara)

e nesse mais que colorante-instante
em que o cárdio esparge idéias pela carótida
em que as veias e os vasos mais líricos
– sem misturarem-se aos venosos vãos –
arquejam por pleuras e alvéolos

ofega a máquina humana

e o poema oscila, excitado
como as ondas de um eletrocardiograma



[Em tempos de marcha em defesa do parto "natural", nada mais apropriado, poeticamente, que este poema que me foi presenteado, pelo site indicado pela artista Keyla Sobral. Que me desculpem os médicos, que têm todo meu respeito, mas o Ato Médico não é solução, representa o AI 5 da saúde]

O tempo, revisitado


"O tempo para ler, como o tempo para amar, dilata o tempo para viver."

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Graceland - 25 anos depois

Se alguém me perguntasse qual o top five dos álbuns de todos os tempos para mim, Graceland estaria com certeza nessa lista. Para o deleite dos que, como eu,  viveram esse verdadeiro evento artístico-político internacional, os 25 anos do mais belo trabalho do compositor e cantor norte-americano Paul Simon estão sendo celebrados comme il faut: o músico está em turnê comemorativa pela Europa e acaba de lançar uma edição de luxo do álbum. São dois CDs - Graceland original e outro com raridades - e  ainda o  documentário de Joe Berlinger, Under the African Skies ( trailer acima).
As TVs belgas exibiram o filme na semana passada. Está tudo lá: imagens inéditas da primeira visita de Paul Simon à África do Sul em 1985, as reações contrárias dos que combatiam o vergonhoso apartheid (Simon foi acusado de quebrar o embargo cultural ao regime racista sul-africano), imagens da turnê do disco que durou 5 anos (e que incluía a super cantora Miriam Makeba), além de depoimentos (que vão de Phllip Glass a Quincy Jones). E ainda,  imagens recentes, creio que do ano passado, com o reencontro do norte-americano com os músicos que deram a alma à Graceland,  e o primeiro concerto comemorativo do jubileu de prata do álbum, ainda em Johanesburgo.
Para quem quiser ver outros vídeos e se interessa em descobrir ou redescobrir Graceland, recomendo o site de Paul Simon - uma viagem pela obra de um dos mais criativos músicos da pop music.

Graceland - 25 anos depois - 2

É difícil escolher a melhor faixa de Graceland, o mais brilhante állbum de Paul Simon, que vendeu mais de 14 milhões de cópias e ganhou dois Grammys (álbul do ano e gravação do ano em 1987). Mas, para mim, uma das favoritas é esta, Diamonds on the soles of her shoes, com a participação do Ladysmith Black Mambazo - uma das jóias culturais que ainda estava embotada pela absurda política de estado do apartheid. O vídeo é também um primor, com as  cores daqueles anos 80.

Vinte anos depois



É com muita tristeza que revejo este vídeo com o discurso inocente e altamente inflamável de Severn Suzuki, uma canadense de 12 anos que provocou uma tempestade sobre a cabeça de mais de cem líderes mundiais presentes na ECO 92, e constato que nada, absolutamente nada mudou nos últimos vinte anos.
Desculpem o mau jeito, mas o meu grau de tolerância com essa pseudo-preocupação sobre o meio ambiente encenada pelos que podem efetivamente fazer algo, está beirando o zero absoluto.
Rio+20 sucks!
Ninguém quer realmente resolver nada.
Bebamos, sonhadores!

terça-feira, 12 de junho de 2012

O carro mais feio do mundo

Ford Pinto

A indústria automobilística já produziu carros belíssimos, verdadeiras obras de arte, como a emblemática  Ferrari 250 GTO.
Em contrapartida, já houve carros tão feios em produção industrial, que seria de se imaginar tratar-se de um desincentivo franco ao uso de veículos motorizados, tamanha a desarmonia visual dos projetos.
O Discovery Channel Brasil perfilou 10 dos mais feios carros jamais produzidos em uma galeria que merece ser visitada.
Curiosamente, os meus dois favoritos ao título de o mais feio foram concorrentes diretos no mercado norte-americano na década de 1970: o Ford Pinto e o AMC Gremlin.
Qual o mais feio?
A disputa é dura!


AMC Gremlin

segunda-feira, 11 de junho de 2012

É o amor!


Angeli.

Ah, Belém!

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Belém segue na sua desconcertante loucura. Segue enviesada, torta, quase histérica. O prefeito da cidade é o grande mentor da jogatina. Joga alto: aposta tudo no bus rapid transit. Mas não fala Inglês, e arrasa com o português. É um exemplo para a cidade. E como essa cidade precisa de exemplos! Eles vão chegando aos borbotões e nos dizendo como as coisas devem ser feitas. Lições de contravenção que aprendemos com avidez. Legal é seguir o rebanho. Legal é ser  inventivo, ser corajoso e apostar alto! Ser mais um Duciomar Costa da vida! Aliás, ele está na nossa exata medida. Não gostamos de regras; não toleramos o conhecimento; desdenhamos dos que sabem mais do que nós. Temos ódio da delicadeza. Ódio dos que tem método. Gostamos é da muvuca. Da gambiarra. Da sujeira. Da falta de regras. Enquanto o nosso grande jogador dá as cartas, vamos seguindo firme no rumo da insensatez, da ignorância e da burrice. Ah, Belém!

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